Evolução da bandeira do Brasil: diferenças entre revisões

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A bandeira imperial do Brasil foi criada, originalmente, como pavilhão pessoal do [[Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves]], a pedido de [[Pedro I do Brasil|D. Pedro de Alcântara]], ainda como príncipe-regente. Seu autor foi [[Jean-Baptiste Debret]], ainda que fontes divirjam sobre um possível coautor: alguns afirmam ter sido [[José Bonifácio de Andrada e Silva]], outros, [[Maria Leopoldina de Áustria|D. Leopoldina]]{{carece de fontes}}. O fato é que, entre setembro e dezembro de 1822, o pavilhão passou a ser utilizado para representar a nação após sua independência, ainda considerada um reino. Apenas com a sagração de D. Pedro I como imperador é que foi substituída a coroa real do brasão pela imperial.
 
A nova bandeira ainda preservava muitos dos elementos do antigo reino e seu brasão, como a esfera armilar e a [[cruz da Ordem de Cristo]], era muito semelhante ao da bandeira [[Cisplatina (província)|cisplatina]]. Novos elementos foram introduzidos: a combinação auriverde e a ordenação de três figuras no campo, presentes até hoje na bandeira, bem como os ramos de café e tabaco, ainda utilizados como suportes do brasão nacional. Sobre os significados dos elementos, contudo, muito se especula, uma vez que nada consta no decreto que instituiu o pavilhão<ref name="Decreto_de_D._Pedro_I_de_18_de_setembro_de_1822">{{Citar web|url=http://pt.wikisource.org/wiki/Decreto_de_D._Pedro_I_de_18_de_setembro_de_1822|título=Decreto de 18 de setembro de 1822|data=18 de setembro de 1822|acessodata=12 de agosto de 2013}}</ref>.

Outro decreto, que institui o [[LaçoTope (insígnia)Nacional do Brasil|laço nacional do Brasil]] e que também é datado de 18 de setembro de 1822, assim determina as cores escolhidas: "''(…) será composto das cores emblemáticas – verde de primavera e amarelo d'ouro''"<ref name="Decreto_de_D._Pedro_I_de_18_de_setembro_de_1822"/><ref name="Milton21">{{Citar livro|autor=Luz, Milton|título=A História dos Símbolos Nacionais|página=21|editora=Ed. do Senado Federal|local=Brasília|ano=2005}}</ref>. Por coincidência ou não, as cores verde e amarela haviam sido as inicialmente propostas em 1821, pelo deputado [[Manuel Gonçalves de Miranda]], às [[Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa|Cortes Constituintes Portuguesas]], para o novo laço nacional do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Estas cores haviam sido preteridas por serem consideradas cores maçônicas, tendo as Cortes preferido as cores azul e branca. <ref>https://books.google.pt/books?id=SoZPAAAAYAAJ&pg=PA182&lpg=PA182&dq=trigoso+la%C3%A7o+nacional&source=bl&ots=U_3mWAHtpO&sig=H2pwT-uL9M2PU2oJAm_aIIFDca0&hl=pt-PT&sa=X&ved=0ahUKEwiD_aa1gobKAhUFpw4KHQbmAPkQ6AEIKjAD#v=onepage&q=trigoso%20la%C3%A7o%20nacional&f=false ''Collecção dos Decretos, Resoluções e Ordens das Côrtes Gerais, Extraordinarias e Constituintes da Nação Portugueza'', pág 182</ref> Ainda, em {{Dtlink|29|9|1823}}, um agente diplomático do Brasil junto à corte de Viena teria descrito a nova bandeira a [[Metternich]], explicando ser a cor [[verde]] em referência à [[casa de Bragança]], da qual fazia parte [[Pedro I do Brasil|D. Pedro I]], ao passo que a [[Amarelo|amarela]] simbolizaria a [[casa de Habsburgo]], da qual fazia parte [[Maria Leopoldina de Áustria|D. Leopoldina]]<ref name="Milton21"/>. D. Pedro I teria possivelmente escolhido o verde para representar sua casa em decorrência de ser essa a cor do [[dragão]], figura heráldica associada aos Braganças<ref name="Milton21"/>. O dragão, como divisa dinástica, seria explorado em diferentes objetos durante o Primeiro Reinado. Os ramos de [[café]] e [[tabaco]], colocados como [[Suporte (heráldica)|suportes]], representavam as duas culturas que passavam a destacar-se na produção nacional. As estrelas, dezenove, representavam as províncias de então, inclusive a Cisplatina. O brasão apresenta elementos já utilizados para simbolizar o Brasil desde, pelo menos, o século XVI (a cruz e a esfera armilar).
 
A única alteração efetuada na bandeira imperial ocorreria já no [[Segundo Reinado]], quando, por volta de 1870, [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]] resolveu acrescentar a vigésima estrela para adequar o pavilhão à organização territorial do país, ato que careceu de instrumentação jurídica formal: a perda da Cisplatina foi compensada pela criação de duas províncias: [[Amazonas]] e [[Paraná]], resultado da divisão das províncias do [[Grão-Pará]] e de [[São Paulo]] respectivamente{{carece de fontes}}. Ainda que seus significados tenham mudado, muitos dos elementos da bandeira imperial permaneceram após o advento da República.