Golda Meir: diferenças entre revisões

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| depois = [[Yitzhak Rabin]]
| data_nascimento = {{dni|3|5|1898|sem idade}}
| local_nascimento= [[Kiev]], na [[Ucrânia]]<br />[[Imagem:Russian Empire 1914 17.svg|20px]] [[Império Russo]]
| data_morte = {{falecimento|8|12|1978|3|5|1898}}
| local_morte = [[Jerusalém]]<br />{{ISR}}
| partido = [[Mapai]], [[HaMa'arakh]]
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'''Golda Meir''', {{lang-he|גולדה מאיר}}, {{lang-ar|جولدا مائير}}, nascida ''Golda Mabovitch'', ([[Kiev]], [[3 de Maio]] de [[1898]] — [[Jerusalém]], [[8 de Dezembro]] de [[1978]]), foi uma fundadora do Estado de [[Israel]]. [[Emigração|Emigrou]] para a Terra de Israel no ano de [[1921]], onde [[Ativismo|militou]] no [[sindicato]] [[Histadrut]] e no partido trabalhista [[Mapai]]. Além de primeira embaixadora[[embaixador]]a israelense na extinta [[URSSUnião Soviética]] em [[1948]], ela foi ministra do Bem-Estar Social, ministra do Exterior, secretária-geral do [[Mapai]] e foi o quarto primeiro-ministro de Israel, entre [[1969]] e [[1974]]. Conhecida pela firmeza de suas convicções, estavao à frente do Estado de Israel em seu momento mais dramático: a Guerra doquarto [[Yomprimeiro-ministro Kippur]], na qual tropas [[Egipto|egípcias]] e [[síria]]s atacaramde Israel, cuja população estava distraída pelas comemorações do Dia do Perdão [[judeus|judaico]].
 
Conhecida pela firmeza de suas convicções, estava à frente do Estado de Israel em seu momento mais dramático: a [[Guerra do Yom Kipur]], na qual tropas [[Egipto|egípcias]] e [[síria]]s atacaram Israel, cuja população estava distraída pelas comemorações do [[Yom Kipur|Dia do Perdão judaico]]. [[David Ben-Gurion]], certa vez, disse, dela: "''Golda Meir é o único homem do meu gabinete''".
== Biografia ==
Proveniente de uma humilde família [[Judaísmo|judaica]], em [[1906]], emigra com a família para [[Milwaukee]], em [[Wisconsin]], nos [[Estados Unidos]]. Após a conclusão dos seus estudos, Golda foi, durante algum tempo, professora primária em Milwaukee e delegada da secção americana do ''Congresso Judaico Mundial''.
 
Em 1917, casou com [[Morris Myerson]], tendo emigrado em 1921 para a [[Palestina]]. Golda Meir tornou-se, então, membro do [[Kibbutz|Kibutz]] Merchavia e, três anos mais tarde, aderiu à [[Histadrut]] (''Confederação Geral do Trabalho''), passando entre [[1932]] e [[1934]] a ser a sua representante no estrangeiro, nomeadamente nos Estados Unidos da América.
Proveniente de uma humilde família [[Judaísmo|judaica]], em [[1906]], emigra com a família para [[Milwaukee]], [[Wisconsin]] nos [[Estados Unidos]]. Após a conclusão dos seus estudos, Golda foi, durante algum tempo, professora primária em Milwaukee e delegada da secção americana do ''Congresso Judaico Mundial''.
 
Nos anos que antecederam e durante a [[Segunda Guerra Mundial]], Golda Meir ocupou lugares fulcrais na [[hierarquia]] política,: foi chefe do departamento político da ''[[Agência Judaica'']] (a maior autoridade em Israel, sob administração [[Grã-Bretanha|britânica]]) e da ''[[Organização Mundial Sionista'' Mundial]].
Em 1917 casou com [[Morris Myerson]], tendo emigrado em 1921 para a Palestina. Golda Meir tornou-se então membro do [[Kibbutz|Kibutz]] Merchavia e, três anos mais tarde, aderiu à Histadrut (''Confederação Geral do Trabalho''), passando entre [[1932]] e [[1934]] a ser a sua representante no estrangeiro, nomeadamente nos Estados Unidos da América.
 
Após a [[Declaração de Independência do Estado de Israel]] em 1948, Golda Meir foi nomeada pelo primeiro-ministro, David Ben-Gurion, para o cargo de embaixadora de Israel na [[União Soviética]], por quatro anos. Posteriormente à nomeação, entre [[1949]] e [[1956]], Golda exerceu a função de ministra do Trabalho e, na década seguinte (1956-[[1966]]), foi ministra dos Negócios Estrangeiros, bem como representante máxima da delegação israelita enviada aos Estados Unidos da América. Foi secretária-geral do movimento socialista[[Mapai]] entre 1966 e [[1968]].
Nos anos que antecederam e durante a [[Segunda Guerra Mundial]], Golda Meir ocupou lugares fulcrais na hierarquia política, foi chefe do departamento político da ''Agência Judaica'' (a maior autoridade em Israel, sob administração [[Grã-Bretanha|britânica]]) e da ''Organização Mundial Sionista''.
 
Desde a sua fundação, o novo Estado dotou-se de instituições [[democracia|democráticas,]]: tinha uma [[Unicameralismo|câmara única]] - o [[Knesset]] - e foram fundados vários [[Partido político|partidos políticos]]. O partido mais representativo de todos era o Mapai (''movimento socialista''). Sob o impulso de Golda Meir, o Mapai, o [[Ahduth Haavoda]] (''União do Trabalho'') e o [[Rafi]] (''Movimento de Esquerda'') fundiram-se em Julho de 1968, com o objectivoobjetivo de formarem o ''[[Partido Trabalhista (Israel)|Partido Trabalhista]]''. No ano seguinte, esse novo partido uniu-se ao [[Mapam]] (''Partido Operário Unificado'') constituindo uma aliança eleitoral - a [[Maarakh]] (''Frente Operária'').
Após a [[Declaração de Independência do Estado de Israel]] em 1948, Golda Meir foi nomeada pelo primeiro-ministro, David Ben-Gurion, para o cargo de embaixadora de Israel na [[União Soviética]], por quatro anos. Posteriormente à nomeação, entre [[1949]] e [[1956]], Golda exerceu a função de ministra do Trabalho e, na década seguinte (1956-[[1966]]), foi ministra dos Negócios Estrangeiros, bem como representante máxima da delegação israelita enviada aos Estados Unidos da América. Foi secretária-geral do movimento socialista entre 1966 e [[1968]].
 
Em 1969, após a morte do Presidente [[Levi Eshkol]], Golda Meir forma Governo sendo primeira-ministra de Israel por cinco anos (1969-1974). Em sua primeira coletiva de imprensa como primeira-ministra, bradou, aos vizinhos árabes, que estaria disposta a qualquer coisa pela paz, exceto o [[suicídio]] nacional. E convidou, explicitamente, o então presidente do Egito, [[Nasser]], para a mesa de negociações, dizendo que iria até mesmo ao Cairo, caso necessário, para negociar devoluções de território pacificamente. Embora este tenha recusado, seu sucessor [[Sadat]] atendeu aos pedidos. Nesse mesmo ano, Golda Meir profere sua famosa declaração, de que "Não há algo assim como palestinos (...) Não é como se houvesse um povo palestino na Palestina considerando a si mesmo como um povo e nós viéssemos, os jogássemos fora e tomássemos deles o seu país. Eles não existem e temtêm em [[Arafat]], nascido no Egito, o seu líder.", no [[The Sunday Times]] ([[Londres]]) de 15 de junho de 1969.
Desde a sua fundação, o novo Estado dotou-se de instituições democráticas, tinha uma câmara única - o [[Knesset]] - e foram fundados vários partidos políticos. O partido mais representativo de todos era o Mapai (''movimento socialista''). Sob o impulso de Golda Meir, o Mapai, o [[Ahduth Haavoda]] (''União do Trabalho'') e o [[Rafi]] (''Movimento de Esquerda'') fundiram-se em Julho de 1968, com o objectivo de formarem o ''Partido Trabalhista''. No ano seguinte, esse novo partido uniu-se ao [[Mapam]] (''Partido Operário Unificado'') constituindo uma aliança eleitoral - a [[Maarakh]] (''Frente Operária'').
 
Durante esse período, não acatou as [[Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas|resoluções da Organização das [[Nações Unidas]], que invalidavam a [[anexação]] israelita de [[Jerusalém orientalOriental]] e que ordenavam a retirada de Israel dos territórios árabes ocupados em 1967 na [[guerra dos seis dias]], por entender que, como não haveria contrapartida para impedir ataques dos palestinos e de nações árabes, tais medidas colocariam, em risco, a existenciaexistência do Estado de Israel.
Em 1969, após a morte do Presidente [[Levi Eshkol]], Golda Meir forma Governo sendo primeira-ministra de Israel por cinco anos (1969-1974). Em sua primeira coletiva de imprensa como primeira-ministra, bradou aos vizinhos árabes que estaria disposta a qualquer coisa pela paz, exceto o suicídio nacional. E convidou explicitamente o então presidente do Egito, [[Nasser]], para a mesa de negociações, dizendo que iria até mesmo ao Cairo, caso necessário, para negociar devoluções de território pacificamente. Embora este tenha recusado, seu sucessor [[Sadat]] atendeu aos pedidos. Nesse mesmo ano, Golda Meir profere sua famosa declaração, de que "Não há algo assim como palestinos (...) Não é como se houvesse um povo palestino na Palestina considerando a si mesmo como um povo e nós viéssemos, os jogássemos fora e tomássemos deles o seu país. Eles não existem e tem em Arafat, nascido no Egito o seu líder.", no The Sunday Times (Londres) de 15 de junho de 1969.
 
Golda Meir aplicou uma política de medidas extremas contra membros de organizações que realizavam atentados[[atentado]]s, chegando a ordenar o [[assassinato]] de suas lideranças.
Durante esse período não acatou as resoluções da Organização das [[Nações Unidas]], que invalidavam a anexação israelita de Jerusalém oriental e que ordenavam a retirada de Israel dos territórios árabes ocupados em 1967 na [[guerra dos seis dias]], por entender que, como não haveria contrapartida para impedir ataques dos palestinos e de nações árabes, tais medidas colocariam em risco a existencia do Estado de Israel.
 
Em [[6 de Outubro]] de [[1973]], deu-se a quarta guerra do [[conflito árabe-israelense]], chamada "[[Guerra do Yom Kippur]]" (os israelitas celebram, nesse dia, a grande data religiosa de "[[Yom Kippur]]", onde se faz [[jejum]] completo por 24 horas, daí o nome atribuído ao conflito).
Golda Meir aplicou uma política de medidas extremas contra membros de organizações que realizavam atentados, chegando a ordenar o assassinato de suas lideranças.
 
No início da guerra, os israelenses foram apanhados completamente de surpresa, por acreditarem que seriam respeitados no dia mais importante de [[calendário judaico|seu calendário religioso]], por invasões pelo EgiptoEgito e Síria.
Em [[6 de Outubro]] de [[1973]] deu-se a quarta guerra do [[conflito árabe-israelense]], chamada "[[Guerra do Yom Kippur]]" (os israelitas celebram nesse dia a grande data religiosa de "Yom Kippur", onde se faz jejum completo por 24 horas, daí o nome atribuído ao conflito).
 
A Síria atacou pelas [[Colinas do Golan]], ao norte de Israel e o Egito se encarregou da [[península do Sinai]] e no [[canal de Suez]], ao sul do país, desencadeando, assim, uma guerra com duas [[Frente de batalha|frentes]]. Os ataques árabes causaram enormes perdas às forças de defesa de Israel. Porém, após três semanas, as tropas de Israel obrigaram as tropas agressoras a recuarem. Penetraram com tanques[[Carro de combate|tanque]]s e [[artilharia]] no território sírio a precisamente 32km32 quilômetros da capital [[Damasco]] (que teve seus subúrbios[[subúrbio]]s bombardeados[[bomba]]rdeados) e a 100km100 quilômetros de [[Cairo]], capital egípcia.
No início da guerra, os israelenses foram apanhados completamente de surpresa, por acreditarem que seriam respeitados no dia mais importante de seu calendário religioso, por invasões pelo Egipto e Síria.
 
Como consequência do conflito, os [[países árabes,]] decidiram parar de [[Exportação|exportar]] [[petróleo] para os Estados Unidos e a países que apoiavam a sobrevivência de Israel, o que levou à [[crise do petróleo]].
A Síria atacou pelas Colinas do Golan, ao norte de Israel e o Egito se encarregou da [[península do Sinai]] e no [[canal de Suez]], ao sul do país, desencadeando assim uma guerra com duas frentes. Os ataques árabes causaram enormes perdas às forças de defesa de Israel. Porém, após três semanas, as tropas de Israel obrigaram as tropas agressoras a recuarem. Penetraram com tanques e artilharia no território sírio a precisamente 32km da capital [[Damasco]] (que teve seus subúrbios bombardeados) e a 100km de [[Cairo]], capital egípcia.
 
Em Abril de 1974, Golda Meir apresenta a sua [[demissão]] dadas as críticas à sua actuaçãoatuação e à do seu Ministro da Defesa, [[Moshe Dayan]] (herói da guerra dos seis dias), na Guerra do Yom Kippur, e pelos baixos resultados alcançados nas eleições pelo Partido Trabalhista. Meir foi substituída pelo [[General]] [[Yitzhak Rabin]].
Como consequência do conflito, os países árabes, decidiram parar de exportar petróleo para os Estados Unidos e a países que apoiavam a sobrevivência de Israel, o que levou à [[crise do petróleo]].
 
A [[5 de Março]] de [[1976]], Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu Partido, em virtude da demissão de [[Meir Zarmi]] do cargo de Secretário-Geral, tendo publicado, nesse mesmo ano, um livro de carácter [[Autobiografia|autobiográfico]]: ''A minha vida''.
Em Abril de 1974, Golda Meir apresenta a sua demissão dadas as críticas à sua actuação e à do seu Ministro da Defesa, [[Moshe Dayan]] (herói da guerra dos seis dias), na Guerra do Yom Kippur, e pelos baixos resultados alcançados nas eleições pelo Partido Trabalhista. Meir foi substituída pelo General [[Yitzhak Rabin]].
 
Nesse livro, que, no Brasil, foi publicado em 1976 pela [[Bloch Editores]], Golda Meir lança uma luz sobre alguns pontos até hoje controvertidos ligados à criação de Israel. Um desses pontos foi o apoio do então "[[bloco socialista]]" ao nascente Estado Judeu, não só o reconhecendo prontamente, mas também (e este é um fato pouco divulgado) armando Israel na sua "[[Guerra árabe-israelense de 1948|Guerra da Independência]]". Sobre isso, escreve Golda: {{quotequote2|Quanto ao reconhecimento soviético, que se seguiu ao americano, possuía outras raízes. Não tenho agora mais dúvida alguma de que a principal razão soviética foi tirar os britânicos do [[Oriente Médio]]. Mas no decorrer de todos os debates ocorridos nas Nações Unidas no outono de 1947, me parecera que o bloco soviético nos apoiava também devido ao terrível preço que os próprios russos haviam pago na guerra mundial e seu consequentemente profundo sentimento de que os judeus, que do mesmo modo haviam tão cruelmente sofrido nas mãos dos [[nazistas]], mereciam ter seu [[Estado]]. [...] Não fossem as armas e [[Municão|munições]] que pudemos comprar na [[Tchecoslováquia]] e transportar através da [[Iugoslávia]] e outros [[Bálcãs|países balcânicos]], naqueles dias negros do início da guerra, e não sei se teríamos podido resistir até o refluxo da [[maré]], conforme aconteceu em junho de 1948.<ref>Golda Meir, ''Minha Vida'', p. 174</ref>}} Golda Meir revela também que não era desejo do recém-fundado Estado Judeu que suas populações árabes debandassem (como acabou acontecendo, dando origem ao [[Refugiados árabes-palestinos|trágico problema dos refugiados]]). {{quotequote2|Em abril de 1948 eu mesma fiquei durante horas na praia de [[Haifa]], literalmente implorando aos [[árabes]] da cidade que não saíssem. Além do mais, foi uma cena que provavelmente nunca esquecerei. A ''[[Haganah]]'' (o exército judeu) acabara de assumir o controle de Haifa, e os árabes começaram a fugir — porque sua liderança tão eloquentemente lhes assegurara ser essa a atitude mais inteligente a tomar e os britânicos[[britânico]]s tão generosamente puseram dezenas de caminhões à sua disposição. Nada do que a ''Haganah'' disse ou fez adiantou — nem os apelos via alto-falantes, montados em caminhonetas, nem os impressos que, então, fizemos chover sobre os bairros árabes da cidade (“Não"Não temam!" diziam em [[Língua árabe|árabe]] e [[Língua hebraica|hebraico]]. “Saindo"Saindo estarão trazendo para si [[pobreza]] e humilhação. Permaneçam na cidade que é tanto sua quanto nossa.") [...] Por que queríamos que ficassem? Havia dois bons motivos: Primeiroprimeiro, e antes de tudo, queríamos provar ao mundo que judeus e árabes podiam viver juntos [...]; segundo, sabíamos perfeitamente bem que se meio milhão de árabes saíssem então da Palestina, tal fato acarretaria ao país um sério transtorno econômico.<ref>Golda Meir, ''op. cit.'', pp. 210-11.</ref>}}
A [[5 de Março]] de [[1976]], Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu Partido, em virtude da demissão de [[Meir Zarmi]] de Secretário-Geral, tendo publicado nesse mesmo ano um livro de carácter autobiográfico: ''A minha vida''.
 
A 8 de dezembro de 1978, Golda Meir morre de [[câncer]] em Jerusalém com 80 anos de idade. Encontra-se sepultada no ''Cemitério Nacional do [[Monte Herzl]]''|Cemitério noNacional do [[Monte Herzl]], [[Jerusalém]] em [[IsraelJerusalém]].<ref>{{findagrave|2747}}</ref>
Nesse livro, que no Brasil foi publicado em 1976 pela Bloch, Golda Meir lança uma luz sobre alguns pontos até hoje controvertidos ligados à criação de Israel. Um desses pontos foi o apoio do então "bloco socialista" ao nascente Estado Judeu, não só o reconhecendo prontamente, mas também (e este é um fato pouco divulgado) armando Israel na sua "Guerra da Independência". Sobre isso escreve Golda: {{quote|Quanto ao reconhecimento soviético, que se seguiu ao americano, possuía outras raízes. Não tenho agora mais dúvida alguma de que a principal razão soviética foi tirar os britânicos do Oriente Médio. Mas no decorrer de todos os debates ocorridos nas Nações Unidas no outono de 1947, me parecera que o bloco soviético nos apoiava também devido ao terrível preço que os próprios russos haviam pago na guerra mundial e seu consequentemente profundo sentimento de que os judeus, que do mesmo modo haviam tão cruelmente sofrido nas mãos dos nazistas, mereciam ter seu Estado. [...] Não fossem as armas e munições que pudemos comprar na Tchecoslováquia e transportar através da Iugoslávia e outros países balcânicos, naqueles dias negros do início da guerra, e não sei se teríamos podido resistir até o refluxo da maré, conforme aconteceu em junho de 1948.<ref>Golda Meir, ''Minha Vida'', p. 174</ref>}} Golda Meir revela também que não era desejo do recém-fundado Estado Judeu que suas populações árabes debandassem (como acabou acontecendo, dando origem ao trágico problema dos refugiados). {{quote|Em abril de 1948 eu mesma fiquei durante horas na praia de Haifa, literalmente implorando aos árabes da cidade que não saíssem. Além do mais, foi uma cena que provavelmente nunca esquecerei. A ''Haganah'' (o exército judeu) acabara de assumir o controle de Haifa, e os árabes começaram a fugir — porque sua liderança tão eloquentemente lhes assegurara ser essa a atitude mais inteligente a tomar e os britânicos tão generosamente puseram dezenas de caminhões à sua disposição. Nada do que a ''Haganah'' disse ou fez adiantou — nem os apelos via alto-falantes, montados em caminhonetas, nem os impressos que então fizemos chover sobre os bairros árabes da cidade (“Não temam!” diziam em árabe e hebraico. “Saindo estarão trazendo para si pobreza e humilhação. Permaneçam na cidade que é tanto sua quanto nossa.”) [...] Por que queríamos que ficassem? Havia dois bons motivos: Primeiro, e antes de tudo, queríamos provar ao mundo que judeus e árabes podiam viver juntos [...]; segundo, sabíamos perfeitamente bem que se meio milhão de árabes saíssem então da Palestina, tal fato acarretaria ao país um sério transtorno econômico.<ref>Golda Meir, ''op. cit.'', pp. 210-11.</ref>}}
 
A 8 de dezembro de 1978, Golda Meir morre de [[câncer]] em Jerusalém com 80 anos de idade. Encontra-se sepultada no ''Cemitério Nacional do [[Monte Herzl]]'' no [[Monte Herzl]], [[Jerusalém]] em [[Israel]].<ref>{{findagrave|2747}}</ref>
 
{{Referências}}