António de Almeida Santos: diferenças entre revisões

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Desfeita a edição 44536582 de 2001:8A0:7875:3C01:3847:1A2F:6042:B3F0; contém opiniões pessoais e acusações que carecem de fontes verificáveis.
acrescentei alguns pormenores em falta no perfil desta personagem que melhor permitem entender o seu percurso de vida !
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Almeida Santos dá a seguinte explicação para esta aparentemente inusitada hostilidade: o presidente da Frelimo teria sido muito afetado por dois episódios de violência, o primeiro dos quais causado por um levantamento na capital, com tomada das instalações do Rádio Clube de Moçambique, na sequência da assinatura do acordo de Lusaca de 7 de setembro de 1974, que previa a concessão exclusiva do poder ao movimento nacionalista: este levantamento foi dirigido pela FICO (Frente Integracionista de Continuidade Ocidental), um movimento maioritariamente branco ao qual se tinham aliado dissidentes da Frelimo e outros membros da comunidade negra que não viam com bons olhos a instauração de um regime de partido único em nome da Frelimo. Como represália, eclodiram então motins sangrentos nos bairros negros da cidade e, durante vários dias, milhares de habitantes, sobretudo portugueses, foram barbaramente massacrados por apoiantes da Frelimo. O segundo episódio de violência ocorreu poucas semanas mais tarde, a 21 de outubro de 1974, na sequência de uma querela entre comandos portugueses e guerrilheiros da Frelimo, provocando também motins sangrentos nos bairros de maioria negra, com o assassinato de dezenas de brancos. Segundo Almeida Santos, Machel ter-se-ia possivelmente convencido de que a presença de uma numerosa comunidade portuguesa em Moçambique constituiria sempre uma fonte de instabilidade e uma ameaça potencial contra o poder da Frelimo. A isso ter-se-iam juntado as pressões da [[União Soviética]], para com quem a Frelimo tinha contraído uma pesada dívida, sobretudo política, e que teria interesse em se desembaraçar dos portugueses a fim de melhor exercer a sua influência a todos os níveis.
 
Ora, se os episódios de violência tinham ocorrido no início do período de transição (o primeiro eclodira mesmo antes da entrada em funções do governo presidido por Joaquim Chissano), a Frelimo teria, portanto, tomado a decisão de expulsar os portugueses no próprio momento em que o primeiro-ministro Chissano, por ela nomeado, parecia encorajá-los a ficarem. Esta exposição politicamente correta , peca por escassa, pelo que carece de um melhor enquadramento sobre o papel de Almeida Santos no desastre que foi o processo de descolonização !
 
Como ministro da Coordenação interterritorial, Almeida Santos esteve ligado ao processo de descolonização controversa das colónias mantidas por Portugal. Junto com o
 
então ministro dos Negócios Estrangeiros Mário Soares, conduziram o processo de transferir o poder, e conceder a autodeterminação aos territórios coloniais de Timor Leste, São Tomé, Cabo Verde, Guiné Bissau, Angola e Moçambique! No contexto do ambiente político revolucionário instável os políticos mencionados, ambos socialistas, foram influenciados pela ala comunista e Marxista das Forças Armadas (MFA), sendo as negociações apenas com movimentos de "libertação" que tinham raízes no Comunismo e/ou doutrina Marxista, excluindo, assim, outros já existente grupos políticos e movimentos cívicos populares, das negociações de processo de entrega e transição política. Esse erro resultou em consequências graves cujos efeitos ainda existem e se fazem sentir no presente! Tal resultou especialmente Gravoso em relação ás maiores e mais ricas colónias de Angola e Moçambique. Devido à mencionada opção política e a forma de um mal pensado e apressado processo , os interesses dos habitantes brancos, e não só, Portugueses, ou Angolanos de origem Lusa, homens de negócio, industriais, fazendeiros e simples cidadãos, não viram os seus interesses protegidos, resultando na maioria dos casos, numa perda total de bens, propriedade, e até mesmo de depósitos bancários. A injustiça criada pela entrega do poder a apenas alguns movimentos políticos, resultou em disputas, conflitos, e mesmo luta armada, entre os diferentes grupos, que, como de costume na África, se encontravam divididos segundo linhas étnicas. Alguns destes conflitos e divisões nunca foram sanados e continuam na atualidade!
 
Naqueles conturbados tempos brancos e mestiços Moçambicanos e Angolanos residentes, alguns mesmo de famílias à várias gerações em África, foram perseguidos por motivos raciais, resultando em atrocidades, incluindo roubo, assassinato e estupro! O massacre resultante terá afectado vários milhares! Até ao presente esses números nunca foram devidamente aferidos ou confirmados, e talvez nunca sejam , visto serem um episódio negro e inconveniente da História recente de Portugal! No caso de Moçambique, onde o Almeida Santos residia , 200 000 na sua maioria brancos e mestiços, para sobreviver e escapar ao morticínio fugiram para para a África do Sul tornando-se assim refugiados, sendo que muitos nada mais possuíam do que a roupa que tinham no corpo!
 
Este êxodo aconteceu, após o 7 de Setembro, data da assinatura dos Acordos de Lusaka !
 
No caso de Angola estima-se ter ultrapassado 500 000 os refugiados que fugiram para a África do Sul para escaparem à guerra civil Angolana que foi em parte o resultado da forma e conteúdo do processo de descolonização que resultou na transferência de poder resultantes dos acordos do Alvor.
 
Constitui um paradoxo que este jurista e político notório, reconhecido como um campeão da Democracia, e opositor da ditadura derrubada poucos meses antes em 25 de Abril, conduziu um processo de descolonização que, devido a sua opção política e formato não resultou em países Democráticos sociedades livres, mas ditaduras totalitárias Marxistas ! Esta triste realidade ainda existe até hoje, mais de 40 anos depois de atingida a auto-determinação. Também é um facto e trágica estatística que Angola e Moçambique no presente não terem ainda atingido o grau de desenvolvimento existente em 1974 quando da independência e ainda sob administração Portuguêsa ! O resultado também não foi positivo para perto de 1 milhão (valores reais ainda não determinados, mas 505 000 teriam-se inscrito no IARN para a assistência económica como retornados) Refugiados / retornados, que eram em sua maioria indigentes tendo um impacto profundo na sociedade Portuguesa .
 
Como protagonista de um processo que o tempo confirmou como desastroso, é irónico que sua contribuição resultou em mais derramamento de sangue Africano, e não só, em Angola e Moçambique, nos últimos 40 anos de "independência" do que nos 400 anos anteriores de domínio colonial Português!
 
Mais uma vez não existem, e não convém a muitos que exista um levantamento rigoroso do numero de mortos nas guerras civis de Angola e Moçambique, que duraram ou ainda duram durante os últimos 40 anos, (em Moçambique muitos também pereceram nos campos de reeducação politica da FRELIMO), mas estaremos certamente a falar de números que poderão atingir meio milhão!
 
É uma questão em aberto se António De Almeida Santos tem responsabilidade no sangue derramado, como resultado de suas acções, mas no 18 Janeiro de 2016 esta figura notória faleceu!
 
Tendo garantido seu lugar na História, esta ultima deve reflectir todas as suas realizações, boas ou más. Recordado, admirado e elogiado por muitos, a sua partida deste mundo não será certamente alvo de lamento por muitos outros que como eu foram vítimas de suas acções!
 
Porque a história se tende a repetir sempre com consequências terríveis, quando a mesma é alvo branqueamento ou mesmo censura, ou quando é ignorada ou desconhecida, espero, que ele, António De Almeida Santos, onde estiver, que descanse em paz !
 
Também gostaria de pensar que como campeão da Liberdade e Democracia, embora possivelmente em desacordo com esta versão dos factos tal como os relatei, respeitaria certamente pelo menos, a minha liberdade de expressão, e de os aqui registar !
 
No livro ''Que Nova Ordem Mundial?'', de [[2009]], Almeida Santos defende convictamente a [[nova ordem mundial]] e a [[globalização]] e propõe soluções que envolvam a globalização da política, não só do comércio.