Espiritismo (termo): diferenças entre revisões

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Esquivos sobre a explicação do termo e da história da umbanda. Talvez um apedeuta do Espiritismo e da Umbanda.
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→‎Cultos afro-brasileiros: Erros de conhecimento sobre a umbanda e o espiritismo
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{{Artigos principais|Umbanda|Religiões afro-brasileiras}}
{{Vertambém|Sincretismo religioso}}
No [[Brasil]], o termo "Espiritismo" é historicamente utilizado como designação por algumas casas e associações das [[religiões afro-brasileiras]], e seus membros e frequentadores definem-se como "espíritas" equivocadamente o correto é nomeadamente Umbandistas.
No [[Brasil]], o termo "Espiritismo" é historicamente utilizado como designação por algumas casas e associações das [[religiões afro-brasileiras]], e seus membros e frequentadores definem-se como "espíritas", nomeadamente a Umbanda, como por exemplo a atual [[Congregação Espírita Umbandista do Brasil]], com sede no estado do [[Rio de Janeiro]].<ref>GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19. - "Mesmo congregando elementos católicos, africanos e do ocultismo, a umbanda se constituiu como uma modalidade de espiritismo. É o que indicam os primeiros livros que identificavam a nova religião. Seus mentores criam em 1939 a Federação Espírita de Umbanda, e em 1941 realizam o I Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda."</ref> Os umbandistas, discriminados e perseguidos em vários momentos da história recente do Brasil, passaram a se auto-intitular espíritas (em determinado momento com o apoio da [[Federação Espírita Brasileira]]<ref>Ver: [http://www.ofrancopaladino.pro.br/mat242.htm ''Triste episódio ocorrido em 1953''] Consultado em 14 de Junho de 2008.</ref>), num anseio por legitimar e consolidar este movimento religioso, devido à proximidade existente entre certos conceitos e práticas destas doutrinas. Seguidores mais ortodoxos de Kardec, entretanto, não gostaram de ver a sua prática associada aos cultos afro-brasileiros, surgindo assim o termo "espírita kardecista" para distingui-los dos que passaram a ser denominados como "espíritas umbandistas".
 
{{quote2|''Mesmo congregando elementos [[Catolicismo|católicos]], africanos e do [[ocultismo]], a umbanda se constituiu como uma modalidade de espiritismo. É o que indicam os primeiros livros que identificavam a nova religião. Seus mentores criam em [[1939]] a [[Federação Espírita de Umbanda]], e em [[1941]] realizam o I Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda.''|GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in ''Revista de História da Biblioteca Nacional'', ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19.}}
 
No [[Brasil Império]] a [[Constituição brasileira de 1824|Constituição de 1824]] estabelecia expressamente que a religião oficial do Estado era o [[Catolicismo]].{{nota de rodapé|Conforme o seu Art. 5, que estipulava: "''A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do Templo.''" In: [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm Constituição Política do Império do Brasil] Consultada em 13 de Julho de 2008.}} No último quartel do [[século XIX]], com a difusão das ideias e práticas espíritas no país, registraram-se choques não apenas na [[imprensa]], mas também a nível jurídico-policial, nomeadamente em [[1881]], quando uma comissão de personalidades ligadas à [[Federação Espírita Brasileira]] reuniu-se com o Chefe de Polícia da Corte e, subsequentemente, com o próprio Imperador [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]], e após a [[Proclamação da República Brasileira]], agora em função do [[Código Penal Brasileiro|Código Penal]] de [[1890]], quando [[Bezerra de Menezes]] oficiou ao então presidente da República, marechal [[Deodoro da Fonseca]], em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas.{{nota de rodapé|Este Código foi promulgado pelo Decreto nº 22.213, de [[14 de Dezembro]] de [[1890]], mas só entrou em vigor seis meses após a sua publicação. Os seus artigos nrs. 157 e 158 proibiam expressamente "''praticar o Espiritismo''" e "''inculcar curas de moléstias curáveis ou incuráveis''", o que afetava diretamente as atividades das sociedades espíritas, cuja prática de receituário mediúnico homeopático era muito difundida à época.}} Outros momentos de tensão registrar-se-iam durante o [[Estado Novo (Brasil)|Estado Novo]] nomeadamente em [[1937]] e em [[1941]], o que levou a que a prática dos cultos afro-brasileiros conhecesse uma espécie de [[sincretismo]] sob a designação "espiritismo", como em [[Brasil Colônia|época colonial]] o fizera com o Catolicismo.{{nota de rodapé|"''(...) hoje ainda se observa a tendência de as tendas de umbanda levarem em seu nome o termo 'espírita', denotando a aceitação social maior que gozavam os adeptos de Allan Kardec.''" (PINHEIRO, 2004:276).}}
 
Com relação à Umbanda, surgida em [[1908]] no estado do Rio de Janeiro, a postura da [[Federação Espírita Brasileira]] ao longo da história foi ambígua:
 
{{quote2|''Ainda que o espiritismo kardecista tivesse predileção por espíritos brancos, nos anos 1920 não era raro se encontrar [[Caboclo (umbanda)|caboclos]] e [[Preto velho|pretos-velhos]] produzindo curas e outras benemerências em centros espíritas.''|GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in ''Revista de História da Biblioteca Nacional'', ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19.}}
 
Como exemplo, a decisão do Conselho Federativo da Federação Espírita Brasileira, em outubro de [[1926]], conclui:
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Essa postura mudou na [[década de 1940]], nomeadamente a partir do reconhecimento da Umbanda como religião pelo [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] em [[1945]]:
 
{{quote2|''(...) para os kardecistas, espiritismo e umbanda precisavam ser diferenciados. A enorme heterogeneidade dos centros espíritas passou a incomodar aqueles que buscavam uma doutrina mais unificada e definida.''|GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in ''Revista de História da Biblioteca Nacional'', ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19.}}
 
Nesse período, a aceitação social da crença é cada vez mais ampla, o que é demonstrado quando da promulgação das alterações ao [[Código Penal (Brasil)|Código Penal brasileiro]], em [[1949]], quando o termo "espiritismo" foi excluído, permanecendo apenas, como delito grave, a prática do "curandeirismo" e do "charlatanismo".<ref>GIUMBELLI, Emerson. "Kardec nos Trópicos". in ''Revista de História da Biblioteca Nacional'', ano 3, nº 33, junho de 2008, p. 14-19.</ref>