Chaves (Portugal): diferenças entre revisões

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A 8 de julho de [[1912]] travou-se um combate entre as forças monárquicas de [[Henrique Mitchell de Paiva Couceiro|Paiva Couceiro]] e as do governo [[República|republicano]], chefiadas pelo coronel [[Ribeiro de Carvalho]], de que resultou o fim da 2.ª incursão [[monarquia|monárquica]]. Os intervenientes republicanos desse combate foram homenageados na toponímia de Lisboa, com a designação de uma avenida, a Avenida Defensores de Chaves, entre a Avenida Casal Ribeiro e o Campo Pequeno. A [[12 de Março|12 de março]] de [[1929]] Chaves foi elevada à categoria de cidade.
 
==População==
{| {{prettytable1|center}}
|-
! colspan="15" | Número de habitantes <ref>Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes </ref>
|- bgcolor="white"
| align="center" | '''1864'''
| align="center" | '''1878'''
| align="center" | '''1890'''
| align="center" | '''1900'''
| align="center" | '''1911'''
| align="center" | '''1920'''
| align="center" | '''1930'''
| align="center" | '''1940'''
| align="center" | '''1950'''
| align="center" | '''1960'''
| align="center" | '''1970'''
| align="center" | '''1981'''
| align="center" | '''1991'''
| align="center" | '''2001'''
| align="center" | '''2011'''
|- bgcolor="white"
| align="center" | 31 815
| align="center" | 35 159
| align="center" | 42 109
| align="center" | 36 781
| align="center" | 37 913
| align="center" | 36 745
| align="center" | 40 702
| align="center" | 47 527
| align="center" | 54 406
| align="center" | 57 243
| align="center" | 43 520
| align="center" | 45 883
| align="center" | 40 940
| align="center" | 43 667
| align="center" | 41 243
|}
''<small>(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)</small>''
{| {{prettytable1|center}}
|-
! colspan="13" | Número de habitantes por Grupo Etário <ref> INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros </ref>
|- bgcolor="white"
|
| align="center" | '''1900'''
| align="center" | '''1911'''
| align="center" | '''1920'''
| align="center" | '''1930'''
| align="center" | '''1940'''
| align="center" | '''1950'''
| align="center" | '''1960'''
| align="center" | '''1970'''
| align="center" | '''1981'''
| align="center" | '''1991'''
| align="center" | '''2001'''
| align="center" | '''2011'''
|- bgcolor="white"
|'''0-14 Anos'''
| align="center" | 12 403
| align="center" | 13 562
| align="center" | 12 556
| align="center" | 13 978
| align="center" | 17 017
| align="center" | 18 284
| align="center" | 19 888
| align="center" | 15 320
| align="center" | 12 507
| align="center" | 8 236
| align="center" | 6 269
| align="center" | 5 030
|- bgcolor="white"
|'''15-24 Anos'''
| align="center" | 6 998
| align="center" | 6 730
| align="center" | 6 976
| align="center" | 7 750
| align="center" | 8 654
| align="center" | 10 636
| align="center" | 9 918
| align="center" | 6 755
| align="center" | 8 662
| align="center" | 6 626
| align="center" | 6 251
| align="center" | 4 253
|- bgcolor="white"
|'''25-64 Anos'''
| align="center" | 15 410
| align="center" | 15 242
| align="center" | 14 909
| align="center" | 16 137
| align="center" | 18 741
| align="center" | 21 818
| align="center" | 23 897
| align="center" | 17 665
| align="center" | 19 446
| align="center" | 19 671
| align="center" | 22 511
| align="center" | 21 863
|- bgcolor="white"
|'''= ou > 65 Anos'''
| align="center" | 1 765
| align="center" | 2 265
| align="center" | 2 255
| align="center" | 2 476
| align="center" | 2 831
| align="center" | 3 149
| align="center" | 3 540
| align="center" | 3 780
| align="center" | 5 268
| align="center" | 6 407
| align="center" | 8 636
| align="center" | 10 097
|- bgcolor="white"
| > Id. desconh
| align="center" | 88
| align="center" | 35
| align="center" | 59
| align="center" | 68
| align="center" | 176
|}
''<small>(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)</small>''
 
== Evolução da população - 1864 a 1991 ==
Analisando a evolução da população do concelho de Chaves, nestes 127 anos, verifica-se uma subida de, aproximadamente, 29% no seu total, o que significa que o valor da população passa de 31.815 em 1864 para 40.940 em 1991 (INE).
 
Esta subida não é homogénea nem gradual, especialmente nos períodos de 1878 a 1890 (em que se regista um acréscimo de 19,6%), e 1960 a 1970 em que houve uma quebra aproximada de 24%.
É notório que o período de 1864 a 1920 tem ritmos de evolução idênticos aos de 1920 a 1991, embora os volumes dessa variação sejam distintos.
Por outro, lado tal como a partir de 1920 se quebrou o ciclo da [[emigração]] transatlântica (crise económica), configura-se a partir de 1991 a quebra do ciclo da emigração europeia já que, novos horizontes se desenharam para a Europa com o [[Tratado de Maastricht]].
 
No que respeita às freguesias do concelho é interessante verificar que, das 45 que o constituíam em 1864 (e para um período de mais de cem anos), 31 apresentam valores de população mais baixos em 1991 que os registados no primeiro recenseamento.
Verificamos ainda que o aumento de 29% no total do concelho para o período referido se deve, essencialmente, ao crescimento das freguesias urbanas registado durante as décadas de 70 e 80. As freguesias da periferia montanhosa assistem a partir de [[1960]] a constantes recidivas na sua população. Este fenómeno é bem conhecido pois, as cidades, crescem com a particularidade de as populações se acumularem progressivamente na periferia contígua (uma periferia cada vez mais ampla), enquanto nos seus limites administrativos, algumas aglomerações urbanas, registam mesmo decréscimo demográfico.
 
Este abandono do meio rural montanhoso e excêntrico não é exclusivo de hoje, já [[Estrabão]] havia referido que os povos da Península habitavam lugares montanhosos e dispersos por pequenas povoações; depois, [[César (título)|César]], obrigou-os a abandonar esses locais para habitarem nas planícies. Isto, ao que parece, foi naturalmente uma estratégia dos romanos para mais facilmente os dominarem e controlarem hoje, contudo, as motivações são outras.
As gentes da montanha são novamente obrigadas a habitarem as planícies, conduzidas agora pela necessidade de sobrevivência económica. Assiste-se na actualidade a um fenómeno semelhante ao descrito por Estrabão por volta do ano de 58 a.C.
 
== Densidade populacional ==
[[Ficheiro:Chaves Rio Tâmega e Madalena Jardim Público.jpg|thumb|left|420px| Madalena e o [[rio Tâmega|Tâmega]] - Chaves]] No concelho de Chaves, desde 1900 a 1960, a densidade populacional tem vindo a aumentar e, aos 62,3 hab./Km2 no início do século, sobrepõem-se em 1960, 96,9 hab./Km2, o que é superior à média nacional, que neste mesmo ano foi de 93,8 hab./Km2. Estes números traduzem claramente o aumento da população verificado neste período.
 
Na década de 1960, registou-se uma queda geral nas densidades, não só do concelho, como também do distrito e mesmo do continente. Assim, Chaves (concelho) passou de 96,9 hab./Km2 no início desta mesma década para 73,7 hab./Km2 em 1970. O distrito de [[Vila Real]], em 1970 registou apenas uma densidade populacional de 62,6 hab./Km² e o continente de 91,9 hab./Km².
Neste período, as densidades embora tenham sido superiores às do distrito foram, todavia, inferiores à média nacional devido ao saldo migratório negativo (-21.448 pessoas no concelho).
 
No que respeita às freguesias nota-se em algumas, valores mais baixos que os registados em 1900 (é o caso de [[Vilarelho da Raia]]).
Na década seguinte devido à menor saída da população ([[migração humana|saldo migratório]] negativo em -1432 indivíduos), a densidade voltou a aumentar no concelho, sendo de 77,7 hab./Km2 valor que é superior ao do distrito (62,3 hab./Km2). É claro que a densidade aumentou mais no centro urbano e freguesias contíguas em detrimento da zona rural do concelho que registou decréscimo em várias freguesias .
 
Este crescimento verificado no núcleo urbano deve-se, fundamentalmente, à expansão do sector terciário, tanto na área dos serviços como na do comércio. Isto revela claramente a atracção que o centro exerce sobre as populações vizinhas. Assim, a Norte do centro urbano e ao longo do rio, as densidades populacionais são mais elevadas que na região análoga a sul. No entanto, regista-se como excepção [[Vidago]] (vila) que, em 1981, possuía 219 hab./Km2, sendo a freguesia com maior densidade logo a seguir a Chaves (hoje dividida em três, [[Santa Maria Maior (Chaves)|Santa Maria Maior]], [[Madalena (Chaves)|Madalena]] e [[Santa Cruz - Trindade]]), e que contava, no mesmo ano, com 1170,3 hab./Km2.
 
== Topónimos ==
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A diversidade do recurso natural [[água]] existente no Concelho de Chaves, que tem vindo a ser potenciado na região, resulta da conjugação feliz de processos que ocorrem quer à superfície quer em profundidade. As águas minerais são uma evidência clara da tectónica de fracturação activa e recente. O grande acidente tectónico que passa em Chaves é o factor principal. Esta falha de [[Penacova]]-[[Peso da Régua|Régua]]-[[Verín]], é uma falha activa com movimento de desligamento e uma extensão longitudinal de cerca de quinhentos quilómetros, permitindo a sua interligação com outras falhas, a ocorrência de fenómenos hidrogeológicos, tais como nascentes minerais e termais. De referir, a exploração das águas de ''Campilho'' e de ''Salus Vidago na [[Vidago|Vila de Vidago]], e a exploração das águas das Caldas ou Termas, bicarbonatadas, sódicas, gaso-carbónicas, silicatadas e levemente fluoretadas que brotam a uma temperatura de 73&nbsp;°C , na cidade de Chaves, dotando o Concelho de potencialidades hídricas ímpares no contexto nacional e de projecção no plano internacional.
 
== Demografia ==
{| {{prettytable1|center}}
! colspan="10" | População do concelho de Chaves (1801 – 2011)
|- bgcolor="#C0C0C0"
| align="center" | [[1801]]
| align="center" | [[1849]]
| align="center" | [[1864]]
| align="center" | [[1900]]
| align="center" | [[1930]]
| align="center" | [[1960]]
| align="center" | [[1981]]
| align="center" | [[1991]]
| align="center" | [[2001]]
| align="center" | [[2011]]
|-
| align="center" | 31 651
| align="center" | 17 356
| align="center" | 31 815
| align="center" | 36 781
| align="center" | 40 702
| align="center" | 57 243
| align="center" | 45 883
| align="center" | 40 940
| align="center" | 43 667
| align="center" | 41 243
|}
<gallery>
Ficheiro: Chaves 01.PNG|Evolução da População 1864 / 2011
Ficheiro: Chaves 02.PNG|Variação da População 1864 / 2011
Ficheiro: Chaves 03.PNG|Comparando 2011 com 1864
Ficheiro: Chaves 04.PNG|Nº de habitantes por grupos etários – de 1981 a 2011
Ficheiro: Chaves 05.PNG|% de habitantes por grupos etários – de 1981 a 2011
</gallery>
Mais informação em:
[http://populacaodistritodevilareal.jimdo.com/ A Evolução da População do Distrito de Vila Real de 1864 a 2011]
[http://populacaodeportugal.jimdo.com/ A Evolução da População Portuguesa de 1864 a 2011]
 
== Evolução da população - 1864 a 1991 ==
Analisando a evolução da população do concelho de Chaves, nestes 127 anos, verifica-se uma subida de, aproximadamente, 29% no seu total, o que significa que o valor da população passa de 31.815 em 1864 para 40.940 em 1991 (INE).
 
Esta subida não é homogénea nem gradual, especialmente nos períodos de 1878 a 1890 (em que se regista um acréscimo de 19,6%), e 1960 a 1970 em que houve uma quebra aproximada de 24%.
É notório que o período de 1864 a 1920 tem ritmos de evolução idênticos aos de 1920 a 1991, embora os volumes dessa variação sejam distintos.
Por outro, lado tal como a partir de 1920 se quebrou o ciclo da [[emigração]] transatlântica (crise económica), configura-se a partir de 1991 a quebra do ciclo da emigração europeia já que, novos horizontes se desenharam para a Europa com o [[Tratado de Maastricht]].
 
No que respeita às freguesias do concelho é interessante verificar que, das 45 que o constituíam em 1864 (e para um período de mais de cem anos), 31 apresentam valores de população mais baixos em 1991 que os registados no primeiro recenseamento.
Verificamos ainda que o aumento de 29% no total do concelho para o período referido se deve, essencialmente, ao crescimento das freguesias urbanas registado durante as décadas de 70 e 80. As freguesias da periferia montanhosa assistem a partir de [[1960]] a constantes recidivas na sua população. Este fenómeno é bem conhecido pois, as cidades, crescem com a particularidade de as populações se acumularem progressivamente na periferia contígua (uma periferia cada vez mais ampla), enquanto nos seus limites administrativos, algumas aglomerações urbanas, registam mesmo decréscimo demográfico.
 
Este abandono do meio rural montanhoso e excêntrico não é exclusivo de hoje, já [[Estrabão]] havia referido que os povos da Península habitavam lugares montanhosos e dispersos por pequenas povoações; depois, [[César (título)|César]], obrigou-os a abandonar esses locais para habitarem nas planícies. Isto, ao que parece, foi naturalmente uma estratégia dos romanos para mais facilmente os dominarem e controlarem hoje, contudo, as motivações são outras.
As gentes da montanha são novamente obrigadas a habitarem as planícies, conduzidas agora pela necessidade de sobrevivência económica. Assiste-se na actualidade a um fenómeno semelhante ao descrito por Estrabão por volta do ano de 58 a.C.
 
== Densidade populacional ==
[[Ficheiro:Chaves Rio Tâmega e Madalena Jardim Público.jpg|thumb|left|420px| Madalena e o [[rio Tâmega|Tâmega]] - Chaves]] No concelho de Chaves, desde 1900 a 1960, a densidade populacional tem vindo a aumentar e, aos 62,3 hab./Km2 no início do século, sobrepõem-se em 1960, 96,9 hab./Km2, o que é superior à média nacional, que neste mesmo ano foi de 93,8 hab./Km2. Estes números traduzem claramente o aumento da população verificado neste período.
 
Na década de 1960, registou-se uma queda geral nas densidades, não só do concelho, como também do distrito e mesmo do continente. Assim, Chaves (concelho) passou de 96,9 hab./Km2 no início desta mesma década para 73,7 hab./Km2 em 1970. O distrito de [[Vila Real]], em 1970 registou apenas uma densidade populacional de 62,6 hab./Km² e o continente de 91,9 hab./Km².
Neste período, as densidades embora tenham sido superiores às do distrito foram, todavia, inferiores à média nacional devido ao saldo migratório negativo (-21.448 pessoas no concelho).
 
No que respeita às freguesias nota-se em algumas, valores mais baixos que os registados em 1900 (é o caso de [[Vilarelho da Raia]]).
Na década seguinte devido à menor saída da população ([[migração humana|saldo migratório]] negativo em -1432 indivíduos), a densidade voltou a aumentar no concelho, sendo de 77,7 hab./Km2 valor que é superior ao do distrito (62,3 hab./Km2). É claro que a densidade aumentou mais no centro urbano e freguesias contíguas em detrimento da zona rural do concelho que registou decréscimo em várias freguesias .
 
Este crescimento verificado no núcleo urbano deve-se, fundamentalmente, à expansão do sector terciário, tanto na área dos serviços como na do comércio. Isto revela claramente a atracção que o centro exerce sobre as populações vizinhas. Assim, a Norte do centro urbano e ao longo do rio, as densidades populacionais são mais elevadas que na região análoga a sul. No entanto, regista-se como excepção [[Vidago]] (vila) que, em 1981, possuía 219 hab./Km2, sendo a freguesia com maior densidade logo a seguir a Chaves (hoje dividida em três, [[Santa Maria Maior (Chaves)|Santa Maria Maior]], [[Madalena (Chaves)|Madalena]] e [[Santa Cruz - Trindade]]), e que contava, no mesmo ano, com 1170,3 hab./Km2.
 
== Monumentos ==