Prússia: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Desfeita a edição 44872654 de Cassio Sabacão - Datas não devem ser linkadas de forma excessiva.
Linha 3:
'''Prússia''' ({{lang-de|''Preußen''}}, {{lang-pl|''Prusy''}}) é uma região histórica que se estende desde a [[Baía de Gdańsk]] (na [[Polônia]]), o final da [[Curlândia]] (na costa sudeste do [[Mar Báltico]], na [[Letônia]]), até a [[Masúria]], no interior do território polonês atual. O nome ''Prússia'' tem sua origem histórica nos [[prussianos]], um povo [[báltico]] que habitava na área em torno das [[laguna]]s da [[Curlândia]] e do [[Vístula]] (no que é hoje o norte polonês). A região e os habitantes foram descritos pela primeira vez por [[Tácito]] em sua obra ''[[Germânia (Tácito)|Germania]]'' no ano de {{DC|98}}, no período em que [[suevos]], [[godos]] e outros [[povos germânicos]] viviam em ambos as margens do rio Vístula, ao lado dos [[éstios]], os povos do leste.<ref>Mikkels Klussis, Preface to ''[http://donelaitis.vdu.lt/prussian/Engl.pdf Dictionary of Revived Prussian]'', Institut Européen des Minorités Ethniques Dispersées (2006)</ref> Na década de 1230, o território dos prussianos, e dos povos vizinhos [[curônios]] e [[livônios]], estava sob o controle do [[Estado da Ordem Teutónica]].
 
O termo é aplicado a uma série de [[Estado]]s históricos homônimos centrados na região histórica e que deram origem ao [[Ducado da Prússia]] e à [[Marca de Brandemburgo]]. Durante séculos, a [[Casa de Hohenzollern]] governou com sucesso a região, expandindo de seu tamanho por meio de um exército bem organizado e eficaz. A Prússia moldou a [[história da Alemanha]], tendo como sua capital [[Berlim]] depois de [[1451]]. Em [[1871]], os [[Unificação Alemã|Estados alemães se uniram]] com a criação do [[Império Alemão]], sob liderança prussiana. Em novembro de [[1918]], as monarquias foram abolidas e a nobreza perdeu seu poder político. A Prússia foi efetivamente abolida em [[1932]], e oficialmente em [[1947]].<ref name="Clark, Christopher 2006">Christopher Clark, ''Iron Kingdom: The Rise and Downfall of Prussia, 1600–1947'' (2006) é a história padrão.</ref> No século XIII, os [[Cruzada Prussiana|cruzados alemães]] — os [[Cavaleiros Teutônicos]] — conquistaram os prussianos. Em 1308, os Cavaleiros Teutônicos conquistaram a região da [[Pomerélia]] e [[Gdańsk]] (''Danzig''). O [[Estado da Ordem Teutónica]] foi [[Germanização|germanizado]] principalmente pela [[Ostsiedlung|imigração da Alemanha central e ocidental]], e foi [[Polonização|polonizado]] por colonos de [[Mazóvia]]. A [[Paz de Toruń (1466)|Segunda Paz de Toruń (1466)]] dividiu a Prússia nas regiões [[Prússia Ocidental|Ocidental]] — a [[Prússia Real]], uma província do [[Reino da Polônia (1385–1569)|Reino da Polônia]], que posteriormente ficou sob proteção da [[República das Duas Nações]] — e a parte [[Prússia Oriental|Oriental]] — o [[Ducado da Prússia]] (a partir de [[1525]]), um [[feudo]] da [[Coroa do Reino da Polônia|Coroa da Polônia]] até 1657. A unidade de ambas as partes da Prússia foram preservadas pela manutenção das suas fronteiras, da cidadania de seus habitantes e da sua autonomia política.
 
A [[Brandemburgo-Prússia|união de Brandemburgo e o Ducado da Prússia]] em [[1618]] culminou na proclamação do [[Reino da Prússia]], em [[1701]], quando o país se tornou uma das [[Grande potência|grandes potências]] de sua época,<ref>Fueter, Eduard (1922). World history, [[1815]]–[[1920]]1815–1920. United States of America: Harcourt, Brace and Company. pp. 25–28, 36–44. ISBN 1-58477-077-5.</ref><ref>Danilovic, Vesna. "When the Stakes Are High—Deterrence and Conflict among Major Powers", University of Michigan Press (2002), p 27, p225-p228</ref><ref>[http://gh.oxfordjournals.org/content/12/3/286.full.pdf] Aping the Great Powers: Frederick the Great and the Defence of Prussia's International Position 1763–86, Pp. 286-307.</ref><ref>[http://history.wisc.edu/mosse/george_mosse/summaries/history119_lecture19.htm] The Rise of Prussia</ref> com maior influência nos séculos XVIII e XIX. Durante o século XVIII, sob o reinado de [[Frederico II da Prússia|Frederico, o Grande]], a nação teve uma grande influência em muitos assuntos internacionais. Durante o século XIX, o chanceler [[Otto von Bismarck]] uniu os principados alemães em uma "[[Questão alemã|Alemanha Menor]]", que excluía o [[Império Austríaco]]. No [[Congresso de Viena]] ([[1814]]-1815), que redesenhou o [[mapa político]] da [[Europa]] após a derrota de [[Napoleão Bonaparte|Napoleão]], a Prússia adquiriu uma grande parte do noroeste do que atualmente é a [[Alemanha]], incluindo o [[Vale do Ruhr]], uma região rica em [[carvão]]. O reino então cresceu rapidamente na influência econômica e política, quando, em 1867, tornou-se o núcleo da [[Confederação da Alemanha do Norte]] e, em 1871, do [[Império Alemão]]. Neste período, a Prússia era tão grande e tão dominante na nova Alemanha que os ''[[junker]]s'' e outras elites prussianas eram cada vez mais identificadas como alemães e cada vez menos como prussianos.
 
O reino foi dissolvido em 1918, durante a [[Revolução Alemã de 1918-1919]], que marcou o fim da [[Primeira Guerra Mundial]]. Em 1932, seu [[Estado sucessor]], a [[República de Weimar]], perdeu quase toda a importância jurídica e política que a Prússia havia conquistado. Posteriormente, as velhas elites prussianas acabaram por desempenhar um papel passivo após a criação da [[Alemanha nazista]]; a Prússia foi legalmente abolida em 1940. A Prússia Oriental perdeu toda a sua população alemã depois de 1945, quando a [[República Popular da Polónia|Polônia]] e a [[União Soviética]] anexaram seu território. Desde então, a área está dividida entre o norte polonês (a maioria da [[Vármia-Masúria]]), o [[exclave]] [[Rússia|russo]] de [[Kaliningrado]] e o sudoeste da [[Lituânia]] (na região da [[Klaipeda]]). O termo "prussiano" tem sido frequentemente utilizado, especialmente fora da Alemanha, para enfatizar características como profissionalismo, agressividade, militarismo e conservadorismo da classe ''junker'' de [[aristocrata]]s. A região é famosa por conta de seus muitos [[lago]]s, assim como [[floresta]]s e [[montanha]]s.
Linha 17:
Em 1211, [[André II da Hungria]] concedeu [[Burzenland]] na [[Transilvânia]] como um [[feudo]] dos [[Cavaleiros Teutônicos]]. Em 1225, André II expulsou os Cavaleiros Teutônicos da Transilvânia, e eles tiveram que se transferir para o [[mar Báltico]]. [[Conrado I de Mazóvia|Conrado I]], o duque polaco de Mazóvia, tentou em vão conquistar a [[Prússia (Região histórica)|Prússia pagã]] nas cruzadas em 1219 e 1222.<ref>[[Edward Henry Lewinski Corwin]] {{cite book|last=Lewinski-Corwin|first=Edward Henry|title=A History of Prussia |publisher=The Polish Book Importing Company|location=New York|year=1917|pages=628|url=http://books.google.com/?id=Ec4eAAAAMAAJ&printsec=titlepage&dq=lizard+union#PRA2-PA45,M1}}</ref> Em 1226, o duque Conrado I convidou os Cavaleiros Teutônicos, uma ordem militar alemã de cavaleiros cruzados, com sede no [[Reino de Jerusalém]], em [[Acre (Israel)|Acre]], para conquistar as [[Prussianos|tribos prussianas]] bálticas em suas fronteiras.
 
Durante 60 anos de [[Revolta prussiana|lutas contra os prussianos]], a ordem criou um estado independente, que passou a controlar a [[Prússia (Região histórica)|Prússia]]. Depois dos [[Irmãos Livônios da Espada]] ingressarem na Ordem Teutônica em 1237, eles também controlaram a [[Livônia]] (atual [[Letônia]] e [[Estônia]]). Por volta de 1252, eles terminaram a conquista da tribo prussiana setentrional dos [[escalvianos]] assim como os ocidentais [[Curônios]] bálticos, e ergueram o [[Castelo de Klaipėda|castelo de Memel]], que se tornou a cidade portuária de ''Memel'' (atual [[Klaipėda]]). A fronteira final entre a Prússia e a adjacente [[Grão-Ducado da Lituânia]] foi determinada no [[Tratado de Melno]] em [[1422]].
 
A [[Liga Hanseática]] foi formada oficialmente no norte da Europa em [[1356]] como um grupo de cidades comerciais que passaram a ter um monopólio sobre todo o comércio deixando o interior da Europa e a [[Escandinávia]] sob o controle do comércio no mar Báltico para países estrangeiros.<ref>Robert S. Hoyt and Stanley Chodorow (1976) ''Europe in the Middle Ages''. Harcourt Brace Jovanovich. ISBN 0-15-524712-3 p. 629.</ref> Os empresários do interior da Suécia, Dinamarca e Polônia vieram a se sentir oprimidos pela Liga Hanseática.
 
No decorrer do [[Ostsiedlung]] os colonos foram convidados, trazendo mudanças na composição étnica, bem como na língua, cultura e direito. Como a maioria desses colonos eram alemães, o [[baixo-alemão]] se tornou a língua dominante.