Guido III de Espoleto: diferenças entre revisões

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'''Guido de Espoleto''', '''Guy of Espoleto''' ou '''Wido II de Espoleto''' (? - [[12 de dezembro]] de [[894]]), foi o [[Ducado de Espoleto|marquês de Camerino]] de 880 (como Guido I ou II) e [[Ducado de Espoleto|Duque de Espoleto e Camerino]] (como Guido III) em 883. Ele foi coroado [[Reino Itálico|rei da Itália]] em 889 e [[Sacro Império Romano-Germânico|imperador]] em 891<ref>di Carpegna Falconieri, Tommaso. [http://www.treccani.it/enciclopedia/guido-conte-marchese-di-camerino-duca-marchese-di-spoleto-re-d-italia-imperatore_(Dizionario-Biografico)/ ''Guido di Spoleto''. ''Dizionario Biografico degli Italiani'', LXI. Rome: 2003, pp.&nbsp;354–361.]</ref>.
 
== Biografia ==
Guido foi o segundo filho de [[Guido I de Espoleto]] (c. [[805]] - [[860]]) e [[Ita de Nivelles]], filha de [[Sicone]] de [[Ducado de Benevento|Benevento]].
 
Guido I era filho de [[Lamberto I de Nantes]], [[Condado de Nantes|conde de Nantes]] e de sua segunda esposa, [[Adelaide da Lombardia]], que era filha do filho mais velho de [[Carlos Magno]], filho de [[Pepino, o Breve]] rei da Itália. Em 842, o [[grão-ducado]] antigo de [[Ducado de Espoleto|Espoleto]], que havia sido doado ao [[papado]] por Carlos Magno, foi reintegrado pelos francos por causa dos [[Império Bizantino|bizantinos]] no sul, como uma fronteira franco dependente. O irmão mais velho de Guido, [[Lamberto de Espoleto|Lamberto IIo]] ajudou na marcha de Camerino. Em 883, Guido herdou as partes de seu sobrinho (Espoleto) e reuniu o ducado, doravante, como o "Grão-Ducado de Espoleto e Camerino" carregando o título de ''dux et marchio''. Ele casou-se com [[Ageltrude]], filha de [[Adelqui]], duque de Benevento ([[853]]-[[878]]), com quem teve o filho Lamberto.
 
Em 882, em [[Exarcado de Ravena|Ravena]], o imperador [[Carlos, o Gordo|Carlos III o Gordo]] destituiu-o de seus feudos por um crime, mas ele se recuperou, juntamente com seus títulos, no ano seguinte. Em 885, ele lutou contra os [[sarracenos]] em [[Garigliano]]. Posteriormente aconteceria uma outra [[Batalha de Garigliano]], esta seria chefiada pelo papa e pelos nobres do sul da Itália. Esta liga cristã, formada em junho de 915, era composta pelo papa [[João X]], por [[lombardos]] e [[bizantinos]], como [[Atenolfo I de Benevento|Atenolfo I]] e seu filho [[Landolfo II de Benevento|Landolfo II]], duques de Benevento, [[Guaimário II de Salerno|Guaimário II]], [[Principado de Salerno|príncipe de Salerno]], [[Gregório IV de Nápoles|Gregório IV]], [[Ducado de Nápoles|duque de Nápoles]] e seu filho [[João II de Nápoles|João II]], [[João I de Gaeta|João I]] e seu filho [[Dolcíbilo II de Gaeta|Docíbilo II]], [[Ducado de Gaeta|duques de Gaeta]]. [[Alberico I de Espoleto|Alberico I]] de Espoleto e Camerino foi um dos chefes desta Liga cristã que combateu e venceu os sarracenos e, por conta disto, recebeu o título de [[Cônsul (Roma Antiga)|cônsul]] dos romanos.
 
Após a deposição de Carlos, o Gordo em 887, em virtude de ser um parente do arcebispo [[Fulco de Reims]], Ele tinha esperanças de ser coroado rei de França, e de fato viajou até [[Langres]] junto com o borgonhês [[Anscário de Ivrea]] (Anscário I)<ref>Wickham, 178. The [http://fmg.ac/Projects/MedLands/NORTHERN%20ITALY%20900-1100.htm#_Toc145061938 Medieval Lands Project] gives the date of his institution as margrave as 1 December 898, which would have marked it as one of Berengar's first acts as king. This is flatly contradicted by Wickham.</ref><ref>Wickham, Chris. Early Medieval Italy: Central Power and Local Society 400-1000. MacMillan Press: 1981.</ref>, irmão de Fulco, onde o bispo coroou-o como tal. Entretanto por causa da coroação de [[Odo I de Paris]], como rei, Guido neste mesmo ano (888), ainda acompanhando de Anscário, regressa à Itália e é coroado rei. Neste mesmo ano ele criou a [[Marca da Ivrea]], 888, no nordeste da Itália, e nela investiu Anscário como marquês. Anscário, que até então era conde de [[Oscheret]] (de 877 ou 879) na [[Burgúndios|Borgonha]].
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No ano seguinte (889), Guido disputa a contra [[Berengário I|Berengário de Friul]] ([[Cividale del Friuli]], [[845]] — [[Verona]], [[7 de abril]] de [[924]]<ref>Rosenwein, p. 270.</ref>) a [[Coroa de Ferro]] da [[Lombardia]], não obtém êxito, entretanto conseguiu ser coroado rei da Itália pelo [[Papa Estêvão V|Papa Estêvão VI]] e dois anos depois, em 891,torna-se [[Sacro Imperador Romano|Imperador Romano]], e seu filho [[Lamberto II de Espoleto|Lamberto II]] é coroado rei da Itália. No ano seguinte (892)em 30 de abril, em Ravenna, Guido foi forçado pelo [[Papa Formoso]]<ref>[http://english.epochtimes.com/news/5-4-17/27935.html "Death, Hunger, Riots Marked Early Conclaves"]. ''The Epoch Times'', 17 de abril de 2005</ref> a coroar Lamberto II como co-imperador.
 
O papa aproveitou a oportunidade para apoiar [[Arnulfo da Caríntia]] contra Guido para os títulos italiano e imperial. Em 893, Formoso convidou Arnulfo para vir a [[Pavia]] para derrubar Guido e ser ele mesmo coroado. Arnulfo, em vez disso, mandou seu filho [[Zuentiboldo]] com um exército para se juntar a [[Berengário I]], o rei deposto e [[Adalberto I de Ivrea]], sucessor de Anscário. Este exército cercou Pávia (no mês de março), mas Guido provavelmente subornou-os para deixá-lo escapar. No ano seguinte, eles derrotaram Guido em [[Bérgamo]] e tomaram Pavia e [[Milão]]. Berengário foi reconhecido como rei e vassalo de Arnulfo. Zuentiboldo regressou à [[Alemanha]]. Guido recuou, a fim de reagrupar-se em um lugar fortificado, em [[Departamento de Taro|Taro]] morreu subitamente no final do outono, deixando seu filho sob a tutela de sua esposa. Ambos contestariam o trono com Berengário e Arnulfo.
 
O poder de Guido nunca se alastrou sobre as terras hereditárias, o que mostrou o fato de que o título de "Sacro Imperador Romano-Germânico", com suas pretensões de domínio universal, tinha até o final do século IX se tornado meramente um símbolo de favor do Papa, a ser disputada pelos vários nobres italianos. Ele sequer pode controlar efetivamente o norte da Itália, pois ocupou muito tempo em lutas com outros pretendentes ao trono do [[Reino Itálico]]. Ele tentou manter a tradição [[Dinastia carolíngia|carolíngia]] e as funções que os imperadores anteriores tinham. Em 891, ele exigiu o tradicional serviço no exército de todos os [[arímanos]] (''arimanni''; homens de armas), possuíssem eles terras ou não.