Márcio Moreira Alves: diferenças entre revisões

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'''Márcio Moreira Alves''' ([[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[14 de julho]] de [[1936]] - Rio de Janeiro, [[3 de abril]] de [[2009]]<ref>[http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1072670-5601,00.html G1 - Morre ex-deputado Marcio Moreira Alves]</ref>) foi um [[jornalista]] e [[político]] [[brasil]]eiro, filho.

Filho do ex-prefeito de [[Petrópolis]] [[Márcio Honorato Moreira Alves]]. Sua família era proprietária do celebrado [[Hotel Ambassador]], no Rio de Janeiro, onde funcionou o [[Juca's Bar]], ponto de encontro de intelectuais e políticos na [[década de 1960]].
 
Marcito, como era conhecido, participou em 1965 de uma manifestação promovida por intelectuais e estudantes no Rio de Janeiro em frente ao Hotel Glória, onde se reunia o Conselho da Organização dos Estados Americanos, a [[OEA]]. Esta entidade vinha servindo praticamente para facilitar o controle dos governos latino-americanos pelo governo norte-americano. Neste dia, estaria presente para a abertura da reunião o marechal Humberto Castelo Branco, presidente imposto pelo golpe militar. Houve a manifestação e a polícia política prendeu várias personalidades. Márcio Moreira Alves não havia sido preso, mas logo correu atrás da Kombi da polícia e exigiu seguir junto de seus companheiros de protesto e ideias.
 
Em outubro de 1967 participou da comissão parlamentar que visitou presos políticos em [[Juiz de Fora]] e encontrou onze vítimas de [[tortura]]s realizadas por militares agindo dentro de quarteis do [[Exército Brasileiro]].<ref name=ditder>{{Citar livro |autor=[[Elio Gaspari|Gaspari, Elio ]]|título=A Ditadura Derrotada|subtítulo= |língua= |formato= |edição= 2|local=Rio de Janeiro |editora= Editora Intrínseca|ano=2014 |página= |páginas=544 |isbn= 978-85-8057-432-6}}</ref> Era o terceiro ano da luta de Moreira Alves contra a tortura, tendo denunciado o general [[Ernesto Geisel]] como "mancomunado com um bando de [[sádico]]s".<ref name=ditder/>
 
É lembrado como o provocador do [[AI-5]]<ref>José Maria Mayrink, ''Mordaça no'' Estadão, O Estado de S. Paulo, 2008, pág. 36</ref>, ao proferir no início de setembro de 1968, como deputado, um discurso no [[Congresso Nacional do Brasil|Congresso Nacional]] em que convocava um boicote às paradas militares alusivas à Semana da Pátria<ref name="mordaça no estadão" /> e solicitava às jovens brasileiras que não namorassem oficiais do [[Exército]].<ref>Maria Fernanda Lopes Almeida, Veja ''sob Censura'', Jaboticaba, São Paulo, 2008, pág. 86</ref>; em função deste discurso, o Ministro da Justiça à época enviou à Câmara de Deputados pedido de autorização para que o deputado Márcio Moreira Alves fosse processado. Assim dizia a Constituição, mesmo com todas as limitações: era preciso obter o consentimento da Câmara de Deputados para processar um membro seu. A crise foi se aguçando e por fim em 11 de dezembro de 1968 os deputados votaram o pedido, recusando-o. Foi um momento emocionante, em que todo o plenário da Câmara, após a conclusão da votação, levantou-se e cantaram todos o hino nacional. Em represália, o governo determinou o fechamento (recesso) da Câmara e os deputados tiveram que se retirar atravessando uma ameaçadora e humilhante fileira de soldados. Márcio Moreira Alves estava obviamente "jurado de morte" e teve que rapidamente exilar-se.