Antônio Carlos de Arruda Botelho: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Condedopinhal.gif|250px|thumb|right|Antonio Carlos de Arruda Botelho, o Conde do Pinhal.]]
'''Antonio Carlos de Arruda Botelho''' ([[Piracicaba]], [[23 de agosto]] de [[1827]] – [[São Carlos (São Paulo)|São Carlos]], [[11 de março]] de [[1901]]), primeiro e único '''Barãobarão''', '''Viscondevisconde''' e '''Condeconde do Pinhal''', foi um [[político]] e [[empresário]] [[brasileirobrasil]]eiro. Herdeiro de terras na [[Sesmariasesmaria]] do Pinhal, formou várias fazendas[[fazenda]]s nos municípios de [[São Carlos]] e [[Jaú]], tendo prosperado como grande produtor de [[café]], cujos rendimentos possibilitaram a ele investir em outros ramos de [[negócios]]. Teve importante participação política no Estado de São Paulo, principalmente no período do [[Segundo Império]] no [[Brasil]]. Casou-se duas vezes, tendo, ao todo, treze filhos. Sua residência familiar era a Fazenda Pinhal, localizada no município de São Carlos, onde o Condeconde do Pinhal faleceu, em 1901.
 
== A família ==
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== Fundação de São Carlos ==
Carlos José, o “Botelhão”, pai do futuro Condeconde do Pinhal, idealizou em vida fundar uma povoação próxima às suas terras na Sesmariasesmaria do Pinhal. Porém, devido a sua morte, ele não pôde efetivamente pôr em prática tal projeto. Assim, seu filho Antonio Carlos, em companhia de alguns irmãos e de [[Jesuíno José Soares de Arruda]], levaram a cabo esse objetivo. Houve a doação de terras por parte desses fazendeiros, tendo sido construída uma [[Capelacapela]], onde hoje se encontra a Catedralcatedral da cidade <ref>ARANHA, s/d, p. 19, 71, 269.</ref>.
 
A Famíliafamília Arruda Botelho fez a doação, para a mencionada Capelacapela, de uma imagem de [[São Carlos Borromeu]], santo padroeiro da Famíliafamília <ref>ARANHA, s/d, p. 262.</ref> e que passou a ser o padroeiro da cidade também, dando seu nome a ela. A [[4 de novembro]] de [[1857]] foi oficialmente fundada '''São Carlos do Pinhal''', a atual cidade de [[São Carlos (São Paulo)|São Carlos]], no interior do Estado de São Paulo <ref>CASA DO PINHAL, p. 4.</ref>.
 
== O Empreendedor ==
 
== O empreendedor ==
Antonio Carlos de Arruda Botelho herdou do pai as terras onde está localizada a Fazenda Pinhal. Essa propriedade lhe serviu de morada durante toda a sua vida, sendo o local em que criou seus filhos.
 
Ele promoveu o desenvolvimento dessas terras, inicialmente com [[cana-de-açúcar]] e [[gado]] e, posteriormente, com o cultivo do café <ref>GORDINHO, 2004, p. 32, 73.</ref>, que no último quartel do [[século XIX]] era o principal produto agrícola produzido na região do Oeste Paulista, configurando-se também como o principal produto nacional destinado à exportação. No caso da Fazenda Pinhal, a criação de gado sempre existiu, mesmo que em alguns momentos em pequena escala.
 
Ao mesmo tempo, o Condeconde do Pinhal abriu e formou várias fazendas na região, a grande maioria de café. Em Jaú, as fazendas: Maria Luísa, Carlota, Sant' Ana, Santo Antonio, Santa Sofia, São Carlos, São Joaquim e Salto do Jaú; e em São Carlos, as fazendas: Palmital, Serra, Santa Francisca do Lobo e Santo Antonio <ref>ARANHA, s/d, p. 268 – 269.</ref>.
 
Em [[Ribeirão Preto]], comprou de um grupo de capitalistas fluminenses, em [[1892]], uma Companhiacompanhia Agrícolaagrícola, conhecida como '''Companhia Agrícola de Ribeirão Preto''', formada por nove fazendas para o cultivo de café <ref>BOTELHO, 1956, p. 51, 55.</ref>.
 
Ao longo de todo esse período, e devido ao desenvolvimento e expansão de sua produção cafeeira, Antonio Carlos, tal como outros grandes fazendeiros da época, inverteu parte de seus recursos em outros ramos de atividades, mas todos ligados, de certa forma, aos negócios cafeeiros.
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A Companhia Paulista manifestou interesse em ampliar seus trilhos além Rio Claro, mas o traçado proposto era contrário aos interesses de alguns fazendeiros da região. Depois de negociações com o Governo e diante das pressões desses fazendeiros, encabeçadas por Antonio Carlos de Arruda Botelho (que na época era [[Deputado]] Provincial e Barão do Pinhal), a Paulista abdicou da concessão de prolongamento da ferrovia <ref>GRANDI, 2007, p. 15 – 23.</ref>.
 
Em [[1882]], Antonio Carlos comprou, com capital próprio e de outros fazendeiros, parte dessa concessão. Assim, elaborou-se um novo projeto e a estrada de ferro pôde ser concluída <ref>TRUZZI, 2007, p. 98.</ref>. Eles formaram, então, a '''Companhia do Rio Claro de Estradas de Ferro'''. Em [[1884]] foi inaugurado o trecho entre Rio Claro e São Carlos. Já o prolongamento até Araraquara foi finalizado em [[1885]], e em [[1886]] foi concluído o trecho até Jaú. Além de ter uma posição estratégica para o transporte do café, essa nova ferrovia propiciou, também, maior desenvolvimento aos municípios por ela servidos. Em [[1889]], a Companhia do Rio Claro de Estradas de Ferro foi comprada pela "São Paulo Railway Company", e posteriormente, em 1892, pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro <ref>GRANDI, p. 2007.</ref>.
 
Outro investimento de Antonio Carlos de Arruda Botelho, diretamente ligado ao setor cafeeiro, foi a criação de uma casa comissária na cidade portuária de Santos, a '''Casa Comissária Arruda Botelho''' <ref>RIBEIRO, 2010, p. 18 – 19.</ref>, que surgiu por volta de 1886/[[1887]]. As casas comissárias, nesse momento, recebiam comissões por comercializarem produtos agrícolas nacionais no exterior – nesse período principalmente o café – fornecendo aos fazendeiros tanto créditos em dinheiro, quanto bens de consumo e instrumentos a serem aplicados nas lavouras, tendo como garantia o produto enviado ou a ser enviado no futuro por esses mesmos fazendeiros <ref>FAUSTO, 2000, p. 189.</ref>.
 
Além desses grandes investimentos, Antonio Carlos fundou também três [[bancosbanco]]s. Em 1889 ele fundou na cidade de São Paulo o '''Banco de São Paulo''' (banco emissor). Já os outros dois foram fundados no interior do Estado, ambos em [[1891]]: o '''Banco União de São Carlos''' e o '''Banco de Piracicaba''' <ref>CASA DO PINHAL, p. 12.</ref>. Estes últimos, porém, não tiveram a mesma prosperidade do primeiro, tendo sido liquidados em anos posteriores, talvez devido às crises cafeeiras surgidas em fins do século XIX.
 
== O Político ==
 
== O Políticopolítico ==
Antonio Carlos de Arruda Botelho pertencia ao [[Partido Liberal (Brasil Império)]], formado no período regencial do Brasil (1831 – [[1840]]) <ref group="nota">De forma bastante genérica e simplificada, pode-se ressaltar que antes de 1834, ano em que faleceu Dom Pedro I em Portugal, no Brasil havia três “facções” políticas: os liberais moderados, que subiram ao poder quando Dom Pedro I abdicou, em 1831; os liberais exaltados, “anti-monarquistas”; e os absolutistas, que almejavam o retorno de Dom Pedro I para reassumir o trono brasileiro. Após a morte daquele, houve uma divisão interna no grupo dos liberais moderados: uma parte, apoiada pelos liberais exaltados, formou o Partido Liberal, e a outra parte, apoiada pelos absolutistas, formou o Partido Conservador (CARVALHO, 2007, p. 19 – 43).</ref>. Ele foi um importante político, tendo ocupado diversos cargos influentes. Assim, de forma cronológica, algumas de suas principais participações/atuações "políticas" <ref>CASA DO PINHAL.</ref>:
 
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== Cronologia ==
 
* 1827 (23 de agosto): nascimento de Antonio Carlos de Arruda Botelho, o futuro '''Conde do Pinhal'''.
* 1834: nascimento de Francisca Theodora Ferraz Coelho, a primeira esposa de Antonio Carlos de Arruda Botelho.