Amílcar de Jesus: diferenças entre revisões

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'''Amílcar Mário de Jesus''' ([[Setúbal]], 1 de Março de 1895 - 26 de Fevereiro de 1960) foi um engenheiro, professor e político português.<ref name="GEPB">{{citar livro|autor=Vários|título=[[Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira]]|editora=Editorial Enciclopédia, L.da|ano=|páginas=Volume 14|id=217}}</ref>
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== Biografia ==
=== Percurso universitário e carreira docente ===
Em 1916 matriculou-se na [[Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa|Faculdade de Ciências]] da [[Universidade de Lisboa]], onde foi aluno do Prof. [[Alfredo Augusto Freire de Andrade]] e Assistente de 1922 a 1928, ano em que terminou a sua [[Licenciatura]] em [[Ciências Naturais]]. Em 1918, ao mesmo tempo que cursava Ciências Naturais, matriculou-se no [[Instituto Superior Técnico]] da [[Universidade Técnica de Lisboa]], onde, em 1920, foi escolhido para Assistente do Prof. [[Alfredo Bensaúde]], concluiu o curso em 1923 e obteve o título de [[Engenheiro de Minas]] Diplomado em 1924, ano em que sucedeu àquele, como [[Professor Catedrático]] das cadeiras de [[Mineralogia]], [[Petrografia]], [[Petrologia]] e [[Jazigos Minerais]], lugar que exercia em 1946 e conservou durante 31 anos, até à aposentação prematura em princípios de 1955, tendo sido também o responsável pelo [[Laboratório]] de Mineralogia e Petrologia da instituição. Personalidade bem vincada, servida por uma proficência científica rara, contribuiu de modo decisivo para manter vivo o espírito que Alfredo Bensaúde tinha legado ao seu Instituto; foi do número daqueles que, através de todas as contigências, sem esmorecimento ou transigências, defendeu os princípios do seu organizador e primeiro director como os mais próprios ao nosso modo de ser. Durante os anos lectivos de 1935-36 e 1936-37 ocupou, provisoriamente, como Professor Contratado, a vaga deixada pelo Prof. [[Francisco Luís Pereira de Sousa]], que, entretanto, tinha falecido, na [[Faculdade]] de Ciências da [[Universidade]] de [[Lisboa]]. Depois de ter sido aluno, em [[Primeira República Portuguesa|Portugal]], daqueles Professores notáveis, frequentou, em [[Paris]], por numerosos períodos, o Laboratório do Prof. [[Alfred Lacroix]], onde se especializou em [[Petrologia]], e o seu interesse pelas áreas da Mineralogia, da Petrografia e da Petrologia está relacionado com esses inúmeros períodos. O seu nome está intimamente associado ao primeiro meio século de existência daquela escola, que se comemorou em 1961, já no ano subsequente à sua morte.<ref name="LNEG">{{citar web|URL=http://www.lneg.pt/CienciaParaTodos/edicoes_online/biografias/amilcar_jesus|título=Biografia de Amílcar Mário de Jesus (1895-1960)|autor=Décio Thadeu, texto extraído da separata do Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, Vol. XIII, 1961|data=Lisboa, Outubro de 1960|publicado=LNEG - [[Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia]]|acessodata=1 de Abril de 2016}}</ref><ref name="IC">{{citar web|URL=http://cvc.instituto-camoes.pt/ciencia/p60.html|título=Amílcar Mário de Jesus (1895-1960)|autor=Teresa Salomé Mota|data=2006|publicado=[[Instituto Camões]]|acessodata=1 de Abril de 2016}}</ref><ref name="GEPB"/>
 
=== Carreira profissional ===
Paralelamente à carreira docente, desempenhou o cargo de [[Engenheiro]] do Corpo de [[Engenharia]] de [[Mina]]s da Direcção-Geral de Minas e Serviços Geológicos, na categoria de Engenheiro de 2.ª Classe, desde 1927 ou 1929 até 1942, ano em que teve de deixar o referido cargo por incompatibilidade, por ter optado pelo de professor do Instituto Superior Técnico. Durante aqueles anos, após breve passagem pela Repartição de Minas e pela Inspecção de Águas, trabalhou nos Serviços Geológicos; mesmo depois de ter abandonado o lugar antes citado, continuou a dirigir o Laboratório de Química e Petrografia daqueles Serviços, até a doença o obrigar a cessar toda a actividade. Em 1949 foi nomeado Colaborador dos Serviços Geológicos, nomeação que não fez mais do que oficializar a colaboração que nunca deixara de prestar.<ref name="LNEG"/><ref name="IC"/><ref name="GEPB"/>
 
=== Obra científica ===
A sua obra científica vai ficar marcada pela influência profunda que aqueles três eminentes Mestres exerceram sobre ele. Não é ela muito extensa mas, apoiada numa sólida formação química e geológica, inclui alguns dos trabalhos mais notáveis que conta a petrologia portuguesa, nas áreas da Mineralogia, Petrografia e Petrologia, o que faz dele um caso à parte no panorama da Geologia portuguesa da altura, pouco vocacionada para estudos nas áreas científicas mencionadas. Pode dizer-se que Amílcar de Jesus foi o rosto de uma certa especialização, pouco vulgar na época, no campo da Geologia portuguesa, uma vez que se dedicou, quase exclusivamente, à realização de trabalhos e estudos na área da Mineralogia, da Petrografia e da Petrologia. Esta formação científica tão equilibrada patenteia-se, de modo notável, no seu estudo sobre os [[pegmatito]]s da região de [[Mangualde]], que pode ser apontado como exemplo, quer do ponto de vista geológico, quer petrográfico e mineralógico. O estudo dos minerais de Portugal continental, que infelizmente ficou incompleto, é outro exemplo de meticulosidade e de proibidade científica. Em todos os seus trabalhos ficou bem patenteado o cuidado posto no estudo pormenorizado, fugindo às generalizações vagas, aliado a uma linguagem clara, mesmo elegante. Estas facetas ter-lhe-iam sido desenvolvidas por aqueles mestres; encontraram, todavia, um espírito que lhes era propício, infelizmente, em demasia. Na realidade, o Prof. Amilcar de Jesus levou ao exagero as características citadas caindo, na última fase da sua actividade científica, no desânimo perante a dúvida no valor do conhecimento humano que, cremos, foi o motivo da pequena extensão da obra científica de um homem que aliou uma incansável capacidade de trabalho a uma rara formação científica.<ref name="LNEG"/><ref name="IC"/> Publicou os seguintes trabalhos científicos: <ref name="GEPB"/>
* ''Sobre a ocorrência de bismuto nas minas da Baralha''<ref name="GEPB"/>
* ''Minerais de Portugal Continental''<ref name="GEPB"/>
* ''Estudos de alguns casos de pneumatólise corrosiva'',<ref name="GEPB"/> Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, XVII (1931), pp. 31-56<ref name="IC"/>
* ''Composição química do lítiofilato de Mangualde''<ref name="GEPB"/>
* ''Pegmatitea mangano-litiníferaa da região de Mangualde'',<ref name="GEPB"/> Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, XIX (1933), pp. 65-210<ref name="IC"/>
* ''Subsídios para a petrologia de Cabo Verde'', e <ref name="GEPB"/>
* ''Sobre a ocorrência da tantalite nas pegmatites de Mangualde''<ref name="GEPB"/>
 
=== Sociedades ===
Pertenceu à [[Sociedade de Ciências Naturais]] de [[Lisboa]], à [[Sociedade Portuguesa de Geologia]] do [[Porto]], à [[Société Française de Minéralogie]] de [[Paris]], à [[Mineralogic Society of America]] de [[Menasha]], [[Wisconsin]], e à [[Schweizerischen Mineralogische und Petro Geseslschafe]] de [[Zurique]].<ref name="GEPB"/>
 
=== Carreira política ===
Foi duas vezes [[Presidente]] da [[Câmara Municipal (Portugal)|Comissão Administrativa Municipal]] de [[Cascais]], de 4 de Novembro de 1929 a 21 de Julho de 1930 e de 15 de Setembro de 1930 a 13 de Outubro de 1930, durante a [[Ditadura Nacional]].<ref name="BMC">{{citar web|URL=http://www.cm-cascais.pt/bibliotecadigital/40198/40198_item1/P458.html|título=|autor=|data=|publicado=[[Biblioteca Municipal de Cascais]]|acessodata=1 de Abril de 2016}}</ref>
 
=== Morte ===
Em 1954, o Prof. Amilcar de Jesus viu-se coagido a abandonar toda a actividade docente e científica, por dolorosa e pertinaz doença de que veio a falecer, com a idade de 65 anos, seis anos mais tarde.<ref name="LNEG"/>
 
{{referências}}
* [http://www.socgeol.org/documents/type_1/BSGPXIII0306.pdf Prof. Amílcar Mário de Jesus]
* Thadeu, Décio, ''Prof. Amílcar Mário de Jesus'', in Boletim da Sociedade Geológica de Portugal, 13 (1958-1960), pp. 309—311
* Almeida, F. M., e Carvalhosa, A. B., ''Breve História dos Serviços Geológicos em Portugal'', Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal, LVIII (1974), pp. 239—265
* Aires-Barros, L., ''O Culto da Geologia: breve resenha histórica sobre a contribuição dos engenheiros de minas portugueses'', Boletim de Minas, 36 (1999), pp. 103—110
* Verbo Enciclopédia Luso-Brasileira da Cultura, Lisboa, Verbo, Volume 14, p. 217
 
{{NF|1895|1960|Amilcar Jesus}}
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