Maria Amélia de Bragança: diferenças entre revisões
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No início de [[1852]] foi acertado o casamento de Maria Amélia com o [[arquiduque]] [[Maximiliano do México|Maximiliano da Áustria]] - futuro [[imperador do México]] -, que não se concretizou devido à morte prematura da princesa, por tuberculose, em [[1853]].
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===Nascimento===
[[Ficheiro:Amélie of Leuchtenberg 1840.jpg|thumb|left|Dona Maria Amélia na infância, ao lado de sua mãe, [[Amélia de Leuchtenberg|dona Amélia]].]]
Nascida em [[Paris]], dona Maria Amélia era a única filha de [[Pedro I do Brasil|dom Pedro]], o [[duque de Bragança]], e de sua segunda esposa, [[Amélia de Leuchtenberg|dona Amélia de Beauharnais]] <ref name="A"/><ref name="F"/>. Seu pai havia sido o primeiro [[imperador do Brasil]], como
Pela via paterna, Maria Amélia era membro do ramo brasileiro da [[Casa de Bragança]], sendo neta do rei [[João VI de Portugal|dom João VI]] e da [[infante|infanta]] [[Carlota Joaquina de Bourbon|Carlota Joaquina da Espanha]]. Pelo lado materno, era neta do [[príncipe]] [[Eugênio de Beauharnais]], enteado do imperador [[Napoleão Bonaparte|Napoleão I
A fim de reconhecer os direitos de Maria Amélia como princesa brasileira, dom Pedro convidou várias pessoas para testemunhar seu nascimento, entre eles o [[embaixador]] brasileiro na [[França]] <ref name="F">Sousa, p. 185</ref>. A recém-nascida teve como padrinhos o rei [[Luís Filipe I de França]] e sua esposa, [[Maria Amélia de Bourbon-Nápoles|Maria Amélia
===Princesa do Brasil===
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Quando Maria Amélia tinha apenas 20 dias de idade, seu pai partiu para os [[Açores]], onde organizaria uma força expedicionária para invadir Portugal <ref>Almeida, p. 44</ref>. Nos dois anos seguintes, ela viveria em Paris com sua mãe e suas duas meio-irmãs, a rainha dona Maria II e a [[Isabel Maria de Alcântara Brasileira|duquesa de Goiás]] (filha de dom Pedro com a famosa [[Domitila de Castro Canto e Melo|marquesa de Santos]]) <ref>Sousa, pp. 273-274</ref>. Com a notícia da vitória do duque de Bragança em [[Lisboa]], dona Amélia partiu com sua filha e sua enteada para Portugal, chegando à capital em [[22 de setembro]] de [[1833]] <ref>Sousa, p. 275</ref>. [[Charles James Napier|Charles Napier]], um oficial naval britânico que lutou ao lado de dom Pedro, escreveu sobre o emocionante encontro: ''"Nunca o vi'' [Pedro] ''tão feliz e satisfeito. Ele embarcou um pouco acima de [[Santa Maria de Belém|Belém]] e foi recebido na escada pela imperatriz'' [Amélia] ''que abraçou-o e beijou-o com o maior carinho: a rainha ''[Maria II]'' estava muito emocionada e não conseguiu segurar as lágrimas. A princesinha'' [Maria] ''Amélia, sua filha mais nova, teve boa parte de sua atenção: ela ficou um pouco assustada com sua barba espessa e não correspondeu muito às suas carícias."'' <ref>Sousa, p. 276</ref>
Com Miguel derrotado e exilado de Portugal, Maria Amélia e sua família estabeleceram-se em Portugal, residindo inicialmente no
Viúva, Amélia não voltou a se casar; mudou-se para o [[Palácio das Janelas Verdes]] e dedicou-se a supervisionar a educação da filha. Apesar de definitivamente estabelecidas em território luso, elas não pertenciam à [[família real portuguesa]]. Nenhuma das duas jamais viajaram ao Brasil, embora, sem sucesso, Amélia tenha solicitado ao governo o reconhecimento dela e de sua filha como membros da [[família imperial brasileira]], com direito a uma renda anual. Dom Pedro II ainda era menor de idade e o Brasil era governado por uma [[Regência (sistema de governo)|Regência]], que temia uma possível influência da imperatriz-viúva nos negócios de Estado e, mesmo, sua adesão a facções políticas que pudessem vir a minar o poder central. Assim, o governo imperial recusou-se, por muitos anos, a reconhecer Maria Amélia como uma princesa brasileira - alegando seu nascimento em território estrangeiro - e proibiu a ela e sua mãe de colocarem os pés no Brasil <ref>Lyra, pp. 42-43</ref>. A situação só mudaria após a declaração da [[maioridade]] de dom Pedro II, em [[1840]], que passou a defender o reconhecimento de mãe e filha como membros de sua família. [[Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho|Aureliano Coutinho, o Visconde de Sepetiba]], Ministro dos Negócios Estrangeiros na época, pediu o reconhecimento junto ao [[Senado do Império do Brasil|Senado Imperial]], o que ocorreu em [[5 de julho]] de [[1841]] <ref>Lyra, p. 279</ref>.
[[Ficheiro:August Schoefft 002.png|thumb|[[Arquiduque]] [[Maximiliano do México|Maximiliano da Áustria]], com quem Maria Amélia iria se casar, tornou-se [[Imperador do México]] em [[1864]], sendo executado três anos depois.]]
A loira<ref>Schmidt, p. 124</ref><ref name="I">Haslip, p. 129</ref> Maria Amélia tornou-se em ''"uma garota de beleza impressionante e inteligência cultivada"'', segundo o historiador
Aparentemente, uma das principais motivações para sua dedicação aos estudos era seu pai. O duque de Bragança muito representou em sua vida e era sempre lembrado pela jovem princesa, que perguntava frequentemente aos seus interlocutores: ''"e meu pai, que me olha do céu, estaria satisfeito com sua filha?"'' <ref name="L"/>. Maria Amélia nunca foi capaz de lidar com a morte de seu pai e isto a tocava profundamente. Uma carta escrita pela princesa em [[27 de agosto]] de [[1851]] fala sobre seus sentimentos:
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No início de [[1852]], o [[arquiduque]] [[Maximiliano do México|Maximiliano da Áustria]], então servindo na marinha austríaca, visitou Amélia e Maria Amélia durante uma escala em Portugal <ref name="N">Almeida, p. 111</ref>. A princesa já o conhecia de uma reunião familiar em [[Munique]], em [[1838]]. [[Sofia da Baviera]], mãe de Maximiliano, era meio-irmã de [[Augusta da Baviera|Augusta Amália]], a avó materna de Maria Amélia, e ambas pertenciam à alemã [[Casa de Wittelsbach]] <ref>Almeida, p. 57</ref>. O arquiduque também era primo dos meio-irmãos de Maria Amélia, visto que seu pai, o arquiduque [[Francisco Carlos da Áustria|Francisco Carlos]], era irmão mais novo da [[imperador|imperatriz]] [[Maria Leopoldina de Áustria|dona Leopoldina]] <ref>Almeida, p. 124</ref>. Eles apaixonaram-se imediatamente e ficaram noivos <ref name="N"/>. O noivado, no entanto, nunca foi oficializado, devido à morte prematura de Maria Amélia <ref name="N"/>.
[[Ficheiro:Death of princess maria amelia.jpg|thumb|left|A princesa dona Maria Amélia em seu leito de morte.]]
Em fevereiro de [[1852]], Maria Amélia contraiu [[escarlatina]] <ref>Almeida, p. 71</ref>. Com o passar dos meses, ela não se recuperou, sendo afetada por uma persistente tosse - os sintomas da [[tuberculose]] <ref>Almeida, p. 72</ref><ref>Schmidt, p. 134</ref>. Em [[26 de agosto]], a princesa deixou o [[Palácio das Janelas Verdes]], onde morava <ref>Almeida, p. 167</ref><ref>Schmidt, p. 130</ref>, e viajou para a [[Ilha da Madeira]]. O clima da ilha tinha a reputação de salutar nestes casos, como Maria Amélia observou: ''"as febres desaparecem, dizem eles, como que por magia!"'' <ref name="O">Almeida, p. 73</ref>. Ao despedir-se da família, a princesa Amélia pode ter sentido um mau agouro, pois disse à sobrinha: ''"Não é verdade, [[Maria Ana de Bragança, Princesa da Saxónia|Maria]], que você não vai me esquecer?"'' <ref name="O"/>
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[[Ficheiro:Hospicio d. princesa maria amelia.jpg|thumb|Hospital Princesa Dona Maria Amélia, no [[Funchal]].]]
[[Ficheiro:Imperatriz Dona Amélia.2.jpg|thumb|A imperatriz-viúva dona Amélia posando ao lado do retrato de sua filha.]]
A morte de Maria Amélia tocou profundamente a todos que a cercavam. [[Pedro II do Brasil|Dom Pedro II]] jamais conheceu pessoalmente sua irmã mais nova, mas havia desenvolvido uma forte relação com ela através de suas cartas. Ele escreveu em seu diário, sete anos após sua morte: ''"Ouvi a missa para minha mana Amélia, com quem estava tão próximo e sinto-me tão triste por nunca a ter conhecido."'' <ref>Almeida, p. 157</ref>. Dona Amélia visitou o túmulo de sua filha a cada [[4 de fevereiro]] até sua própria morte, em [[1873]] <ref>Almeida, p. 90</ref>. A imperatriz-viúva financiou a construção de um hospital no Funchal chamado
Durante muito tempo, o arquiduque Maximiliano foi assombrado pelas memórias de sua noiva <ref>Haslip, pp. 54-55, 128-129</ref>. Após seu casamento com [[Carlota do México|Carlota da Bélgica]], ele fez uma peregrinação pessoal, em [[1859]], aos locais ligados à Maria Amélia <ref>Calmon, p. 624</ref><ref name="P">Almeida, p. 122</ref>. Ao chegar à Ilha da Madeira, ele escreveu :
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==Títulos e honrarias==
===Títulos===
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===Honrarias===
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[[Ficheiro:Ordre de la Croix étoilée autro-hongrois.jpg|100px]] Dignitária da [[Ordem da Cruz Estrelada]] <ref name="T"/>
[[Ficheiro:Order.of.Elizabeth-Bavaria.gif|100px]] Dignitária da
==Ancestrais==
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