Campesinato: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Prokudin-Gorskii-08.jpg|thumb|250px|Jovens mulheres oferecem frutas para os visitantes do seu [[izba]], 1909. Aqueles que tinham sido servos entre os camponeses russos foram [[Reforma Emancipadora de 1861 na Rússia|emancipados em 1861]]. Fotografado por [[Sergey Prokudin-Gorsky]].]]
A maior parte dos camponeses era formada por [[servos]] da [[feudo|gleba]], isto é, trabalhadores que, embora não fossem [[escravo]]s, não podiam jamais abandonar seus lotes de terra. Muitos deles descendiam de antigos colonos ou de [[Escravidão na Roma Antiga|escravos romanos]], que na época de [[Carlos Magno]] se igualaram na condição de servos. Outros servos originaram-se de pequenos proprietários de terra, que ainda eram relativamente numerosos até o [[século XI]]. Por causa das constantes ameaças de guerras e invasões, a maioria acabou entregando suas terras a um nobre [[feudal]], ou à [[Igreja]], em troca de proteção. Entre eles, alguns tornavam-se servos, outros, conhecidos como [[vilões]], eram servos livres, isto é, tinham o direito de deixar a terra, mas também se submetiam a uma série de obrigações, especialmente o pagamento aos senhores da [[Talha (tributo)|talha]] e da [[corveia]].
 
==No Brasil==
 
O termo "camponês" difundiu-se no Brasil nos [[anos 1950]] pela via política, com as [[Ligas Camponesas]]. O objetivo era dar unidade de [[classe social|classe]] à diversidade das populações agrárias não [[propriedade|proprietária]]s de terras e não [[proletário|proletária]]s. O camponês então neste contexto é percebido como sujeito social desprovido da terra e não [[salário|assalariado]], ou seja, era uma outra categoria. Cria-se então a necessidade de saber de quem se estava falando. Com efeito, o termo "camponês" apontava para a construção de um sujeito histórico e um sujeito político, sendo incorporado pelo discurso acadêmico, que em geral percebia as populações rurais somente na dimensão econômica, como uma atividade, e não como um mundo entrecortado de relações sociais e com estreita relação com o urbano. Convém ressaltar que o camponês genérico não existe, variando segundo as suas particularidades, diferenças regionais, relações de produção, de poder,cultura etc..
 
===As Populações rurais===
Quando se fala em populações rurais, não se fala apenas em um universo econômico da [[produção]], mas em um circuito de [[relações sociais]] mais amplo.
 
Imaginava-se que as populações rurais iriam desaparecer devido às [[inovação tecnológica|inovações tecnológicas]]. A visão que se tinha do [[trabalhador]] rural era a de atrasado, numa dicotomia entre o civilizado e o atrasado, entre o [[urbano]], o avançado e o [[rural]] atrasado. Já as populações camponesas trazem denominadores comuns entres si.
 
Neste contexto, é mister entender como essas populações se organizam. Economicamente, a unidade de produção e [[consumo]] é o grupo doméstico, sendo a [[família]] o núcleo de produção e reprodução de seus membros. O que produzir e quanto produzir é determinado pelo pai, que é o chefe da produção. Posição que lhe confere na hierarquia do grupo o papel de chefe da família e orienta a [[divisão do trabalho|divisão sexual do trabalho]]: o homem trabalha na roça e a mulher ajuda na casa. Vai determinar também a submissão do sexo feminino ao masculino, o papel natural da mulher determinado socialmente é de ter filhos.
 
O trabalho é orientado pelas relações de [[parentesco]] não necessariamente consanguíneos, relações básicas na troca - relações de [[reciprocidade]].
A terra, suporte da existência do trabalhador rural é percebida pelo homem do campo não como uma [[mercadoria]], mas como um [[fator de produção]]. A terra é tida como valor ([[patrimônio]]) inalienável da família. Assim, o valor patrimônio da terra diferencia-se da [[propriedade]] da terra, que pode ser alienada.
 
A [[tradição oral]] e a predominância da racionalização tradicional ocupam um papel de destaque no mundo rural. Deve-se observar o peso que estas exercem sobre a organização social do grupo.
 
Nas populações camponesas, a palavra dada basta, está pautada na [[honra]]. A concepção de tempo é uma concepção de tempo circular, tempo de plantio e da colheita; não é uma concepção de tempo linear.
 
Nos padrões de [[organização social]], a interação e as relações que os camponeses travam com outros trabalhadores rurais são características e altamente repetitivas, assim como a [[Subordinação|posição subserviente]] (construção da autoimagem negativa) dentro da rede de [[dominação]] [[Poder político|política]], econômica e cultural.
 
Como ator social, o camponês vem criando formas de resistência à “[[modernização]] dolorosa” e à [[proletariado|proletarização]] decorrente da introdução de relações [[capitalista]]s no campo, e luta para se reproduzir.
 
{{Referências}}
 
=={{Ver também}}==