Tratado de Tordesilhas: diferenças entre revisões
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Os termos da bula não agradaram a [[João II de Portugal]], que julgava ter direitos adquiridos que a Bula vinha a ferir. Além disso os seus termos causavam confusão, pois um meridiano vinha a anular o que um paralelo tinha estabelecido. Complementarmente, a execução prática da Bula era impossibilitada por sua imprecisão e pela imperfeição dos meios científicos disponíveis à época para a fixação do meridiano escolhido. Assim sendo, D. João II abriu negociações diretas com os [[Reis Católicos]], [[Fernando II de Aragão]] e [[Isabel I de Castela]], para mover a linha mais para oeste, argumentando que o meridiano em questão se estendia por todo o globo, limitando assim as pretensões castelhanas na [[Ásia]]. D. João II propôs, por uma missão [[diplomacia|diplomática]] aos reis católicos, estabelecer um paralelo das Ilhas Canárias como substituto ao meridiano papal. Os castelhanos recusaram a proposta, mas se prestaram a discutir o caso. Reuniram-se então, os diplomatas, em [[Tordesilhas]].
O seu único herdeiro, o príncipe Afonso de Portugal estava prometido desde a infância a Isabel de Aragão e Castela, ameaçando herdar os tronos de Castela e Aragão. Contudo o jovem príncipe morreu numa misteriosa queda em 1491 e durante o resto da sua vida D. João II tentou, sem sucesso, obter a legitimação do seu filho bastardo Jorge de Lancastre. Em 1494, na sequência da viagem de Cristóvão Colombo, que recusara, D. João II negociou o Tratado de Tordesilhas com os reis católicos. Morreu no ano seguinte sem herdeiros legítimos, tendo escolhido para sucessor o duque de Beja, seu primo direito e cunhado, que viria a ascender ao trono como D. Manuel I de Portugal
== Os termos do tratado ==
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Como resultado das negociações, os termos do tratado foram ratificados por Castela a [[2 de Julho]] e, por Portugal, a [[5 de Setembro]] do mesmo ano. Contrariando a bula anterior de Alexandre VI, ''Inter Coetera'' (1493), que atribuía à Espanha a posse das terras localizadas a partir de uma linha demarcada a 100 léguas de Cabo Verde, o novo tratado foi aprovado pelo [[Papa Júlio II]] em [[1506]].
Afirma [[Rodrigo Otávio]] em [[1930]] que o Tratado teria "''um efeito antes moral do que prático''"{{Carece de fontes|Brasil=sim|Portugal=sim|sociedade=sim|data=Dezembro de 2008}}. O meridiano foi fixado, mas persistiam as dificuldades de execução de sua demarcação. Os [[cosmografia|cosmógrafos]] divergiam sobre as dimensões da [[Terra]], sobre o ponto de partida para a contagem das léguas e sobre a própria extensão das léguas, que diferia entre os reinos de Castela e de Portugal. Já se afirmou ainda que os castelhanos cederam porque esperavam, por meio de sua política de casamentos, estabelecer algum dia a união ibérica, incorporando Portugal.{{Carece de fontes|Brasil=sim|Portugal=sim|sociedade=sim|data=Dezembro de 2008}} O que é mais provável é que os negociadores portugueses, na expressão de Frei [[Bartolomé de las Casas]], tenham tido "''mais perícia e mais experiência''" do que os castelhanos
== Consequências do tratado ==
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Posteriormente, durante a [[Dinastia Filipina]] (União Ibérica), os portugueses se expandiram de tal forma na [[América do Sul]] que, em [[1680]], visando o comércio com a bacia do [[rio da Prata]] e a região [[Andes|andina]], fundaram um estabelecimento à margem esquerda do Prata, em frente a [[Buenos Aires]]: a [[Colônia do Sacramento]]. A fixação portuguesa em território oficialmente espanhol gerou um longo período de conflitos armados, conduzindo à negociação do [[Tratado de Madrid (1750)]].
A União Ibérica não foi o motivo da expansão portuguesa ao interior do continente, mas ao Tratado de Saragoça que moveu a linha de Tordesilhas nos dois extremos. Com isto os irmãos Pero Lopes de Souza e Martim Afonso de Souza foram armados pelo rei de Portugal e enviados em uma expedição para demarcarem a nova fronteira conforme o novo Tratado. Em 12 de dezembro de 1531 Pero Lopes demarcou com duas pedras padrão gravados com a Ordem Militar de Cristo às margens do Rio Paraná diante de Ibicuí, nas proximidades de Ibicuí a 33°45'. Pero Lopes não chegou ao limite estabelecido por motivos de segurança, pois havia sinais de fumaça nas imediações do rio e todos à bordo temiam um ataque semelhante ao sofrido por Juan Dias de Solis que juntamente com sua tripulação foram dizimados pelos Charruas. A demarcação de Pero Lopes tornou o rio Paraná como a fronteira entre Espanha e Portugal
== A "questão do Marrocos" ==
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Para solucionar esta nova disputa, celebrou-se o [[Tratado de Saragoça (1529)|Tratado de Saragoça]] a [[22 de abril]] de [[1529]]. Este definiu a continuação do meridiano de Tordesilhas no hemisfério oposto, a 297,5 léguas do leste das ilhas Molucas, cedidas pela Espanha mediante o pagamento, por Portugal, de 350.000 [[ducado]]s de [[ouro]]. Ressalvava-se que em todo o seu tempo se o imperador ou sucessores quisessem restituir aquela avultada quantia, ficaria desfeita a venda e cada um "''ficará com o direito e a acção que agora tem''".
Tal nunca sucedeu, entre outras razões, porque o imperador necessitava do dinheiro português para financiar a luta contra [[Francisco I de França]] e a [[Liga de Cognac]], que o suportava
== Ver também ==
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