Bismarck (couraçado): diferenças entre revisões

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Às 5h45min, vigias alemães avistaram fumaça no horizonte; era o ''Hood'' e o ''Prince of Wales'', comandados pelo vice-almirante Lancelot Holland. Lütjens ordenou postos de combate para as duas tripulações. Às 5h52min, a distância havia diminuído para 26&nbsp;km e o ''Hood'' abriu fogo, seguido um minuto depois pelo ''Prince of Wales''.<ref>Garzke & Dulin 1985, pp. 219–220</ref> ''Hood'' atacou o ''Prinz Eugen'', que os britânicos achavam ser o ''Bismarck'', enquanto o ''Prince of Wales'' disparou contra o ''Bismarck''.{{nota de rodapé|Os britânicos não sabiam que os navios alemães haviam invertido suas posições no Estreito da Dinamarca. Vigias no ''Prince of Wales'' identificaram corretamente os navios, porém não informaram o almirante Holland.<ref>Zetterling & Tamelander 2009, p. 165</ref> }} O Capitão de Corveta Adalbert Schneider, o primeiro oficial da artilharia abordo do ''Bismarck'', pediu duas vezes por permissão para abrir fogo, porém Lütjens hesitou.<ref>Zetterling & Tamelander 2009, p. 167</ref> Lindemann interveio, dizendo "Não vou deixar meu navio ser atingido debaixo do meu traseiro".<ref name=bercuson151 >Bercuson & Herwig 2003, p. 151</ref> Ele exigiu a permissão de Lütjens, que cedeu e ordenou o contra-ataque às 5h55min.<ref name=bercuson151 />
 
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-1968-015-25, Schlachtschiff Bismarck, Seegefecht.jpg|thumb|left|300px|O ''Bismarck'', visto do ''Prinz Eugen'', dispara sua bateria principal na Batalha do Estreito da Dinamarca.]]
Os navios britânicos aproximaram-se dos alemães de frente, o que fez com que apenas seus canhões dianteiros estivessem em posição para atirar, enquanto o ''Bismarck'' e o ''Prinz Eugen'' podiam disparar todas as suas armas principais. Vários minutos após ordenar o abrir fogo, Holland ordenou uma virada de 20° para bombordo, que permitiria o disparo das armas traseiras. Os dois navios alemães concentraram seu fogo no ''Hood''; após um minuto de disparos, o ''Prinz Eugen'' acertou um tiro com uma bala explosiva de 203&nbsp;mm; a explosão detonou munições e iniciou um incêndio, que foi rapidamente extinto.<ref>Garzke & Dulin 1985, p. 220</ref> Depois de disparar três ou quatro salvos, Schneider zerou a distancia para o ''Hood''; imediatamente ordenou salvos rápidos dos canhões 380&nbsp;mm do ''Bismarck''. Ele também ordenou que as armas secundárias de 150&nbsp;mm atirassem contra o ''Prince of Wales''. Holland então ordenou uma segunda virada de 20° para bombordo, deixando seus navios em paralelo com os alemães.<ref>Bercuson & Herwig 2003, pp. 151–152</ref> Lütjens ordenou que o ''Prinz Eugen'' disparasse contra o ''Prince of Wales'' para manter os dois oponentes sob fogo. Em poucos minutos, o ''Prinz Eugen'' acertou duas vezes o inimigo, iniciando pequenos incêndios.<ref>Bercuson & Herwig 2003, pp. 152–153</ref>
 
Lütjens ordenou que o ''Prinz Eugen'' fosse para trás do ''Bismarck'' para continuar monitorando o ''Norfolk'' e ''Suffolk'', que ainda estavam de 10 a 12 milhas náuticas à leste. Às 6h00min, o ''Hood'' estava completando a segunda virada para bombordo quando o quinto salvo do ''Bismarck'' acertou seu alvo. Dois tiros acertaram a água, porém uma bala de 380&nbsp;mm acertou a embarcação, penetrando a fina blindagem deo convés. Acertou a sala de munição traseira do ''Hood'' e detonou 112 t de [[cordite]].<ref name=bercuson153 >Bercuson & Herwig 2003, p. 153</ref> A enorme explosão partiu o navio em dois entre o mastro principal e a chaminé traseira; a seção dianteira continuou a ir para frente antes da água fazer com que a proa se elevasse em um ângulo acentuado. A popa similarmente se elevou enquanto a água invadia vários compartimentos.<ref>Bercuson & Herwig 2003, pp. 155–156</ref> Schneider gritou "Ele está afundando!" pelos alto-falantes.<ref name=bercuson153 /> Em apenas oito minutos de disparos, o ''Hood'' havia afundado, levando consigo 1419 homens e deixando apenas três sobreviventes.<ref name=garzke223 >Garzke & Dulin 1985, p. 223</ref>
 
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-1984-055-13, Schlachtschiff Bismarck, Seegefecht.jpg|thumb|right|260px|O ''Bismarck'', visto do ''Prinz Eugen'', dispara contra o ''Prince of Wales''.]]
O ''Bismarck'' então passou a atirar contra o ''Prince of Wales''. O couraçado britânico conseguiu acertar a embarcação alemã em seu sexto salvo, porém o ''Bismarck'' atingiu seu alvo de primeira. Uma das balas acertou a ponte do ''Prince of Wales'', mas não explodiu, saindo pelo outro lado e matando todos com a exceção do capitão John Leach e outro oficial.<ref>Zatterling & Tamelander 2009, p. 176</ref> Os dois navios alemães continuaram a disparar contra o ''Prince of Wales'', causando grandes danos. As armas falharam na embarcação britânica, que ainda tinha técnicos civis a bordo, fazendo os ajustes finais na embarcação.<ref>Zatterling & Tamelander 2009, pp. 176–177</ref> Apesar da bateria problemática, o ''Prince of Wales'' conseguiu acertar o ''Bismarck'' três vezes. O primeiro tiro acertou o castelo da proa acima da linha d'água, baixo o bastante para permitir que asáqua ondas entrassementrasse no casco. O segundo atingiu o cinturão blindado e explodiu ao entrar em contato com ana antepara dos torpedos, causando danos mínimos. O terceiro tiro atravessou um dos botes do navio e a catapulta dos aviões sem explodir.<ref>Bercuson & Herwig 2003, pp. 162–163</ref>
 
Às 6h13min, Leach ordenou a retirada; apenas dois dos dez canhões de 360&nbsp;mm do navio ainda estavam atirando, e a própria embarcação já havia sofrido enormes danos. O ''Prince of Wales'' fez uma virada de 160° e criou uma cortina de fumaça para cobrir sua fuga. Os alemães cessaram fogo quando a distância aumentou. Apesar de Lindemann querer perseguir e destruir o ''Prince of Wales'',<ref>Bercuson & Herwig 2003, pp. 164–165</ref> Lütjens seguiu as ordens operacionais para não atacar embarcações inimigas que não estivessem protegendo comboios.<ref>Kennedy 1991, p. 79</ref> Ele rejeitou o pedido de Lindemann e ordenou que o ''Bismarck'' e o ''Prinz Eugen'' seguissem para o Atlântico Norte.<ref>Bercuson & Herwig 2003, pp. 165–166</ref> No confronto, o ''Bismarck'' disparou 93 balas e foi atingido por três. O dano no castelo da proa permitiu que 1 000 a 2 000 t de água entrassem no navio, que contaminou o combustível armazenado naquele local. Lütjens recusou-se a reduzir a velocidade para permitir que equipes de reparo tapassem o buraco que estava abrindo e permitindo a entrada de mais água.<ref>Garzke & Dulin 1985, p. 224</ref> O segundo tiro causou alguns alagamentos e danos em uma sala de geradores, mas o ''Bismarck'' tinha geradores de reserva suficientes e o dano não foi problemático. A entrada de água vinda desses buracos fez o navio enclinar-se 9° para bombordo e 3° à frente.<ref>Garzke & Dulin 1985, p. 226</ref>