Batalha das Forcas Caudinas: diferenças entre revisões

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== História ==
O comandante samnita era [[Caio Pôncio Herénio]], quem conhecia a posição de um importante exército romano perto de ''[[Calatia]]'', pelo qual enviou alguns soldados disfarçados de pastores com ordens de propagar a história de que os Samnitas estavam sitiando a cidade de [[Lucera]], uma colônia romana chave situada na [[Apúlia]], na retaguarda do Sâmnio. Os comandantes romanos, os [[cônsul romano|cônsules]] [[Espúrio Postúmio Albino (cônsul em 334 a.C.)|Espúrio Postúmio Albino]] e [[Tito Vetúrio Calvino]], foramse deixaram enganadosenganar por este ardil, decidindodecidiram pôr-se em funcionamentoacionar comas várias [[Legião romana|legiões]] (uns 50.000 homens, segundo [[Apiano]]) para emprestar ajudasocorrer Lucéria, e escolhendo a via mais rápida para esta cidade através das '''Forcas Caudinas''' sem quase conhecer o terreno. Era este um estreito vale que discorria entre os montes Tifata e Taburno, em plenos [[Apeninos]], e situado entre as atuais localidades de [[Arpaia]] e [[Montesarchio]]. Recebia o seu nome (''Furculae Caudinae'') devido à proximidade da cidade samnita de [[Cáudio]], situada a leste de [[Cápua]] e que corresponderia à atual Montesarchio.
 
O terreno em torno do vale é muito montanhoso, pelo qual constituía a única rota que o exército romano podia afrontar nesta zona. Quando os romanos franquearam um primeiro [[desfiladeiro]] muito estreito, os veteranos começaram a sentir-se inquietos, e ao atingir uma segunda passagem acharam-na fechada mediante uma [[barricada]] de pedras e troncos, evidentemente procedentes das árvores recentemente talados que balizavam o vale. Advertindo a armadilha, Postúmio deu ordem de regressar depressa para a primeira passagem, encontrando-a fortemente custodiada pelos samnitas, que impediam a saída. Então os romanos desesperaram pela sua situação, e de acordo com [[Tito Lívio]], trataram de escalar as escarpadas paredes do desfiladeiro e tentaram abrir-se passagem, mas os samnitas matavam ou feriam àquele que o intentava.
 
Contudo, os Samnitas não pareciam saber como aproveitar a sua acertada estratagema, pelo qual Pôncio decidiu enviar uma missiva ao seu pai Herénio, quem respondeu que os romanos deviam ser postos em liberdade depressa após serem desarmados. Pôncio recusou este conselho e voltou a mandar outra carta ao seu pai, quem esta vez respondeu que os romanos deviam ser executados até o último homem. Surpreendidos por dois conselhos tão contraditórios, os Samnitas reclamaram a presença de Herénio para que se explicasse; uma vez presente, o ancião respondeu que se deixavam livres aos romanos após desarmá-los, poderiam obter o respeito e ainda a amizade de Roma; embora se executavam todos os romanos, então Roma seria tão débil que não constituiria uma ameaça durante muitos anos. Seu filho perguntou-lhe se não existia uma alternativa intermédia, ao que Herénio respondeu que seria uma completa loucura, pois deixaria os romanos desejosos de vingança sem terem sido enfraquecidosdevidamente neutralizados.
 
Porém, Pôncio desprezou os conselhos do seu pai e acedeu a libertar os romanos, embora em condições humilhantes, algo que foi aceite pelos dois cônsules romanos, pois o seu exército começava a sofrer os estragos da fome. O juramento de rendição foi levado a cabo por Pôncio do lado samnita, e por parte do romano os dois cônsules, dois [[questor]]es, quatro [[legado (Roma)|legados das legiões]] e doze [[tribuno militar|tribunos militares]], que eram toda a oficialidade que sobrevivera ao desastre. Apiano descreve com pormenor a humilhação sofrida pelo exército romano: os soldados foram desarmados e despojados das suas vestes e, unicamente vestidos com uma túnica, foram obrigados a passar um por um por baixo de uma [[lança]] horizontal disposta sobre outras duas cravadas no chão, que obrigavam os romanos a se inclinarem para as cruzar. Deste episódio, também chamado "a passagem sob o [[jugo]]", nasceu a expressão ''passar sob o jugo'' ou ''passar pelas forcas caudinas'', que significa o ter de aceitar irremediavelmente uma situação desonrosa.