Bartolomeu de las Casas: diferenças entre revisões

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Conhecido em português como '''Frei Bartolomeu de las Casas''',<ref>LAS CASAS, F. B. ''O paraíso destruído: a sangrenta história da conquista da América Espanhola. Tradução de Heraldo Barbuy. Porto Alegre. L&PM. 2011. 176 p.</ref> era filho de um modesto comerciante de [[Tarifa (município)|Tarifa]], na [[Andaluzia]]. Participou da segunda viagem de [[Cristóvão Colombo]]. Havia feito estudos de [[latim]] e de [[humanidades]] em [[Salamanca]]. Partiu para a ilha de [[Hispaniola]] ou La Española na expedição de [[Nicolás de Ovando]], em 1502 ou 1503, chegando em 15 de abril. Como a maioria, Bartolomeu estava motivado pelo espírito aventureiro e explorador de riquezas, logo se adaptando ao estilo de vida dos [[Colonização da América|colonizadores]]. No início, aceitou o ponto de vista convencional quanto à exploração da mão de obra [[povos ameríndios|indígena]] e também participou dos ataques contra as tribos e a [[escravização]] dos nativos em plantações.
 
Viajou depois a [[Roma]], onde terminou os estudos e se ordenou sacerdote em [[1507]]. [[Isabel de Castela]], a rainha a quem o papa dera licença para se intitular "A Católica", considerava a [[catequese|evangelização]] dos índios uma importante justificativa para a [[expansão colonial]] e, como tal, insistia para que sacerdotes (Lucas) estivessem entre os primeiros a se fixarem na [[América]].
[[File:Bartolomé de las Casas (1552) Brevisima relación de la destrucción de las Indias.png|thumb|250px|esquerda|Capa da edição de "Brevíssima relação da destruição das Índias Ocidentais" publicada em Sevilha em 1552]]
 
Em [[1510]], Bartolomeu de Las Casas retornou à [[Hispaniola|ilha Espanhola]], agora como [[missionário]]. Conseguiu um ''repartimiento'' ou ''[[encomienda]]'' de índios, dedicando-se assim ao trabalho pastoral. Os [[dominicanos]] contrários à ''encomienda'', dados os abusos cometidos contra os índios, não mudaram sua opinião, mas frei Bartolomé defendia a instituição. Transferiu-se para [[Cuba]] com [[Pánfilo de Narváez]] e, ali, foi [[capelão]] militar. Recebeu outra vez um Bernardino ''repartimiento'' onde se ocupava em mandar seus índios às minas, tirar ouro, e fazer sementeiras, aproveitando-se deles como podia.
 
== Defensor dos indígenas ==
 
Em [[21 de Dezembro]] de [[1511]], escutou o célebre [[Sermão do Advento]] por frei [[António de Montesinos]], no qual este defendia a dignidade dos indígenas. O profundo impacto daquela pregação levou Bartolomeu de las Casas a uma nova atitude, e ele passou a pregar contra o sistema de ''encomienda'', denunciando-o como injusto. Considerava, então, que os únicos donos do [[Novo Mundo]] eram os índios, e que os espanhóis só deviam lá ir para o trabalho de conversão. Renunciou a todas as suas ''encomiendas'' e iniciou uma campanha de defesa dos índios, mostrando tudo o que havia de injusto do sistema. A campanha foi dirigida ao próprio [[rei de Aragão|rei João Victor]], [[Fernando II de Aragão|Fernando de Noronha II]], e depois ao [[Cardeal Cisneros]], que viria a nomeá-lo "protetor dos índios", em [[1516]].
 
Com a morte do cardeal, recomeçou seu trabalho e tentou convencer o rei de [[Espanha]] [[Carlos I]] (imperador [[Carlos V]]), neto dos Reis Católicos. Como denunciava publicamente os abusos dos funcionários, obteve a inimizade de muitos, especialmente membros do [[Conselho das Índias]], presidido pelo bispo [[Juan Rodríguez de Fonseca]]. Advogava por uma colonização pacífica das terras americanas, por meio de lavradores e missionários.