Reino do Ponto: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Dexbot (discussão | contribs)
m Removing Link FA template (handled by wikidata)
Linha 1:
{{Sem infocaixa|Estado extinto}}
{{Sem-fontes||hist-eu|data=agosto de 2009}}
[[FicheiroImagem:1stMithritadicwar89BC-pt.svg|thumb|400px|Reino do Ponto (em amarelo) no século {{-séc|I a.C.}} imediatamente antes das [[Guerras Mitridáticas]].]]
 
O '''Reino do Ponto''' foi um antigo [[Estado]] [[helenismo|helenístico]], localizado a norte da península da [[Anatólia]], na atual Turquia. O [[Ponto (região)|Ponto]] é uma região da costa sudeste do [[mar Negro]], chamado Ponto Euxino pelos [[Jónia|jónios]], povo grego que explorou e colonizou as costas da Anatólia no final da [[Idade das Trevas (Grécia)|Idade das Trevas]] da Grécia, até ao {{AC-séc|século VIII|x}}.
O nome chegou a referir-se especificamente à área noroeste da Anatólia na [[Época Clássica]] da Grécia, sendo assim mencionado por [[Xenofonte]] no seu '''''Anabasis'''[[Anábase]]''.
 
== Geografia ==
 
A região do mar Negro tem uma costa rochosa, com pequenos rios que caem em cascata através de gargantas. Uns poucos rios são mais compridos, atravessando as cordilheiras do Ponto, com afluentes caudalosos de alta montanha. O acesso da costa ao interior está limitado a vales estreitos, porque as montanhas, com altitudes de 1500 a 1800 metros no oeste, e 3000 a 4000 metros no leste, formam uma parede quase contínua, que separa a costa do interior. Por causa destas condições naturais, a costa do mar Negro esteve historicamente isolada do interior da [[Anatólia]].
 
Linha 12 ⟶ 13:
 
== História ==
Originalmente era uma [[satrapia]] do [[Império Aquemênida]]. Em {{AC|363}}, o sátrapa [[Ariobarzanes II de Cio]] conseguiu submeter as tribos do interior e estabilizar a satrapia. Em {{AC|334|x}}, [[Alexandre Magno]] iniciou as suas campanhas na [[Anatólia]] e depois das batalhas de [[batalha dedo GranicoGrânico|GranicoGrânico]] e de [[batalha de Isso|Isso]], o poder da Pérsia na região foi derrubado. A região do Ponto no foi ocupada pelos exércitos [[Grécia Antiga|gregos]], gerando-se um vazio de poder que consolidou [[Mitrídates II de Cio]] como governador.
 
Depois da morte de Alexandre, a [[Ásia Menor]] foi atribuída a [[Antígono Monoftalmo]] pelo tratado de Triparadiso de [[321 a.C.]]. Em [[301 a.C.]], Antígono foi vencido por [[Seleuco I Nicator]] na [[Batalha de Ipso]], mas este não ocupou imediatamente Ásia Menor. o centro e o oeste foram anexados por [[Lisímaco]], que já governava a [[Trácia]]. Nestas circunstâncias, Mitrídates II aproveitou as disputas entre os [[diádocos]] para se declarar independente e expandir os seus domínios, mantendo longas guerras, mal conhecidas, com os selêucidas.
 
O seu filho [[Mitrídates I de Ponto|Mitrídates I KtistésCtistes]] teve que fugir com alguns partidários para a fortaleza de Cimiata, na [[Paflagónia]]. Depois da derrota das forças de Antígono e [[Demétrio Poliorcetes|Demetrio I]] na [[batalha de Ipso]], Mitrídates consolidou o seu poder lutando durante vinte anos contra os [[Império Selêucida|selêucidas]]. Até regressar a [[SinopSinope (Turquia)|SinopSinope]] e autoproclamar-se no ano [[281 a.C.]] rei do Ponto (Βασιλεύς, ''basileus''). A sua dinastia perdurou até [[64 a.C.]]. Deste modo uma dinastia persa conseguiu sobreviver no mundo helenístico, enquanto que o [[Império Aquemênida]] não o pôde fazer.
 
== Apogeu e queda do Ponto ==
A partir de [[Mitrídates III do Ponto]], o reino começou a expandir-se. A expansão foi progressiva, começando pela costa este e seguindo pela costa norte do [[mar Negro]], incluindo a [[Crimeia]]. [[Mitrídates V Evergetes]] recebeu a [[Frígia]] de Roma, mas foi arrebatada ao seu sucessor [[Mitrídates VI do Ponto|Mitrídates VI]]. Este empreendeu uma luta sem quartel contra os [[Roma Antiga|romanos]] durante décadas, sendo finalmente vencido por [[Pompeu]], e o reino anexado progressivamente a Roma. A metade ocidental foi anexada primeiro à [[província da Bitínia]], formando a dupla província da [[Bitínia e Ponto]]. A metade oriental foi entregue ao [[rei da Galácia|rei gálata]] [[Deiótaro]], embora voltasse a ser independente temporariamente sob [[Fárnaces II do Ponto|Fárnaces II]], e voltou a unir-se à [[Reino da Galácia|Galácia]] por um breve período ([[47 a.C.]]-[[41 a.C.]]). Com a morte de Deiótaro, o Reino do Ponto teve durante alguns anos reis-fantoche impostos por Roma, até à sua anexação definitiva em [[63]] com a sua união à [[província da Galácia]].
A partir de [[Mitrídates III do Ponto]], o reino começou a expandir-se. A expansão foi progressiva, começando pela costa este e seguindo pela costa norte do [[mar Negro]], incluindo a [[Crimeia]].
[[Mitrídates V Evergetes]] recebeu a [[Frígia]] de Roma, mas foi arrebatada ao seu sucessor [[Mitrídates VI do Ponto|Mitrídates VI]]. Este empreendeu uma luta sem quartel contra os [[Roma Antiga|romanos]] durante décadas, sendo finalmente vencido por [[Pompeu]], e o reino anexado progressivamente a Roma. A metade ocidental foi anexada primeiro à [[província da Bitínia]], formando a dupla província da [[Bitínia e Ponto]]. A metade oriental foi entregue ao [[rei da Galácia|rei gálata]] [[Deiótaro]], embora voltasse a ser independente temporariamente sob [[Fárnaces II do Ponto|Fárnaces II]], e voltou a unir-se à [[Reino da Galácia|Galácia]] por um breve período ([[47 a.C.]]-[[41 a.C.]]). Com a morte de Deiótaro, o Reino do Ponto teve durante alguns anos reis-fantoche impostos por Roma, até à sua anexação definitiva em [[63]] com a sua união à [[província da Galácia]].
 
No ano [[62]], [[Nero]] dividiu o país em três províncias: [[Ponto Galático]], no oeste; [[Ponto Polemoníaco (antiga província)|Ponto Polemoníaco]], no centro; e [[Ponto Capadócio (antiga província)|Ponto Capadócio]], no este. [[Severo Alexandre]] uniu este à [[Armênia Inferior]] numa só província desde [[248]] até [[279]]. Em [[295]], [[Diocleciano]] estabeleceu quatro províncias: [[Paflagónia (província romana)|Paflagónia]], [[Diosponto]], [[Ponto Polemoníaco]] e [[Arménia Menor]].