Ponto (região): diferenças entre revisões
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|estabelecido_data =
|sede_tipo =Capitais históricas
|sede =[[
|líder_título =Principais grupos étnicos
|líder_nome =[[gregos pônticos]], [[lazes]], [[hemichis]], {{ilc|chepnis|Çepniler|Chepni (povo)|Chepni}} e [[turcos]]
}}
O '''Ponto'''
Não existindo nome específico para a região a oriente do [[Rio Kızılırmak|rio Hális]], era usada a designação de "país {{lang|el|εν Πόντοι}}", transl: ''en Pontoi'', no
Na atualidade, o Ponto corresponde ''[[grosso modo]]'' à [[Regiões da Turquia|região]]
==História==
===Habitantes mitológicos===
Segundo a mitologia grega, o Ponto era o país das Amazonas, uma [[tribo]] de mulheres guerreiras, embora algumas também vivessem na [[Táurida]] ([[Crimeia]]), outra região importante onde viviam muitos [[gregos pônticos]]. Ponto tornou-se a área de residência das Amazonas, que ali fundaram um reino. O nome de
===Habitantes primitivos===
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===Colonização grega===
[[Imagem:Sinop-tarihi-resim.jpg|thumb|esquerda|Postal antigo de [[Sinope (Turquia)|
As primeiras viagens de mercadores gregos e aventureiros à região pôntica ocorreram provavelmente ''[[circa]]'' {{AC|1000|x}}, mas os primeiros assentamentos só se tornariam mais permanentes e cidades sólidas cerca dos séculos VIII e {{AC|VII|x}}, como demonstram os achados [[Arqueologia|arqueológicos]]. Estes dados são coerentes com a data de fundação de {{AC|731|x}} relatada por [[Eusébio de Cesareia]] para [[Sinope (Turquia)|
===Expansão do Império Persa===
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[[Imagem:Xenophon.jpg|thumb|upright|O general e historiador ateniense [[Xenofonte]] passou pelo Ponto em 401 ou {{AC|400|x}}]]
-->
Cerca do século VI ou {{AC|V|x}}, o Ponto tinha-se oficialmente tornado uma parte do [[Império Aqueménida]], o que provavelmente significava que as colónias gregas locais pagavam [[tributo]] aos persas. Quando o comandante [[Atenas Antiga|ateniense]] [[Xenofonte]] passou pelo Ponto cerca de um século depois, em 401 ou {{AC|400|x}}, não encontrou lá quaisquer persas.{{HarvRef|Hewsen|2009|p=40}} A região saiu do domínio persa quando o [[Reino da Capadócia]] se separou do Império Aqueménida, tomando-se o Ponto uma das suas províncias. Subsequentemente, o Ponto separou-se do Reino da Capadócia com [[Mitrídates I do Ponto|Mitrídates I
===Reino do Ponto===
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[[Imagem:1stMithritadicwar89BC-pt.svg|upright=1.2|thumb|Mapa político do [[Levante (Mediterrâneo)|Levante]] em {{AC|89|x}}, com o [[Reino do Ponto]] de [[Mitrídates VI do Ponto|Mitrídates VI, o Grande]] a amarelo esverdeado]]
O Reino do Ponto estendeu-se geralmente a leste do rio Hális. A dinastia persa que fundaria o reino tinha governado a cidade grega de [[Cio (cidade)|Cio]], na [[Mísia]]. O primeiro membro conhecido dessa dinastia foi {{Lknb|Ariobarzanes|I||de Cio}} (ou da [[Frígia]]) e o último governante que teve a sua capital em Cio foi {{Lknb|Mitrídates|II||de Cio}}. O filho deste, tornar-se-ia Mitrídates I
Durante o período atribulado que se seguiu à morte de [[Alexandre, o Grande]], Mitrídates
O reino atingiu o seu zénite durante o reinado de {{Lknb|Mitrídates|VI|do Ponto}} (Mitrídates Eupátor ou Mitrídates, o Grande) {{nwrap|r.|120|65 a.C.}}, que durante muitos anos esteve em guerra com os [[República Romana|romanos]]. Durante o seu governo, o reino incluía não só a Capadócia Pôntica, mas também as regiões costeiras desde a Bitínia, a ocidente, até à [[Cólquida]], parte do interior da [[Paflagónia]] e a [[Arménia Inferior]]. Não obstante governar a Arménia Inferior (ou Pequena Arménia), Mitrídates VI era aliado do [[Reino da Armênia (Antiguidade)|rei arménio]] da Grande Arménia [[Tigranes, o Grande]], com quem casou a sua filha Cleópatra.{{HarvRef|Hewsen|2009|p=41-42}} Contudo, os romanos acabariam por derrotar Mitrídates e o seu genro Tigranes durante a [[Terceira Guerra Mitridática]], o que levou a que o Ponto ficasse sob o domínio romano.{{HarvRef|name=hew37x|Hewsen|2009|p=37-66}}
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|event_start = [[Reformas de Diocleciano]]
|year_end = Séc. VII
|event_end = Adoção do [[sistema
|year_event1 = 536
|event1 = Reforma de [[Justiniano
|p1=Ponto Gálata
|p2=Ponto Polemoníaco (antiga província)
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|s1=Thema Armeníaco
}}
Após um [[raide]] dos [[godos]] a [[Trebizonda]], o imperador [[Diocleciano]] {{nwrap|r.|285|305}} decidiu dividir a área em províncias mais pequenas com governos mais localizados.<ref name=hew37x /> Para isto, ele promoveu uma [[Reforma de Diocleciano|reorganização do sistema provincial]] em {{ca.|295}} e os três distritos pônticos passaram a ser pequenas províncias integradas na
* '''Helenoponto'''. Chamado inicialmente de ''Galatia Pontus'' ("Ponto da Galácia") e também de '''Diosponto''' (''Diospontus''), foi rebatizada "Helenoponto" (''Helenopontus'') por [[Constantino]] , o Grande {{nwrap|r.|306|337}} em honra da [[Helena de Constantinopla|sua mãe]]. A capital era [[Amiso]] e incluía também as cidades de [[Sinope (Turquia)|Sinope]], [[Amaseia]], Andres, [[Ibora]] e [[Zela]] (Zile).
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NotaNT|
1=Não confundir com [[Sida (cidade)|Sida]], na [[Panfília]], na costa do [[Mediterrâneo]].
}} e incluindo as cidades de [[Neocesareia]], [[Argirópolis]], [[Comana do Ponto]] e [[Giresun|
* '''Ponto Capadócio''' (''Cappadocia Pontus'' - "Ponto da Capadócia"), com capital em [[Trapezo]] e incluindo os pequenos portos de
===Província bizantina e
[[Imagem:Asia Minor ca 842 AD-pt.svg|thumb|upright=1.2|Mapa da Ásia Menor em 842]]
O imperador bizantino
* Ponto Polemoníaco foi dissolvida, com a parte ocidental (Polemônio e Neocesareia) passando a fazer parte de [[Helenoponto]], Comana passando a fazer parte da nova província da {{lknb|Arménia|II}} e o resto (Trapezo e Céraso) juntou-se à nova província da {{lknb|Arménia|I Magna}}, cuja capital era [[Justinianopólis]].<ref name=hew43 />
* Zela deixou de fazer parte de Helenoponto e foi integrada na Arménia II e o seu governador provincial foi relegado para o posto de
* A [[província Honória]] passou a integrar a [[província da Paflagônia|Paflagónia]], que passou a ser governada por um
Nos primeiros tempos do [[Império Bizantino]], Trebizonda tornou-se um centro de cultura e ciência. No {{séc|VII}}, um indivíduo de nome Tichico foi de [[Constantinopla]] para lá estabelecer uma escola. Um dos seus alunos foi o académico arménio [[Anania de Chirac]].{{HarvRef|name=hew47|Hewsen|2009|p=47}}
Quando foram criados os
===Império de Trebizonda===
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{{Artigo principal|Império de Trebizonda}}
Após a [[Cerco de Constantinopla (1204)|conquista de Constantinopla]] pela [[Quarta Cruzada]] em 1204, o Ponto manteve-se independente como Império de Trebizonda sob os [[Dinastia Comneno|
===Vilaiete otomano===
[[Imagem:Christians in the Black Sea region (1896).JPG|thumb|upright=1.2|Mapa das populações cristãs no vilaiete de Trebizonda e suas vizinhanças em 1896]]
Com o domínio otomano que foi iniciado com a queda do Império de Trebizonda, parte dos gregos pônticos da região converteram-se ao [[islão]] através do sistema do ''[[Devşirme]]'', duma forma mais ou menos forçada, principalmente a partir do {{séc|XVII}}. Mas ao mesmo tempo, também houve alguns gregos que habitavam em vales que se converteram de livre vontade, nomeadamente os do {{ilc|vale de Of||Of (Turquia)|Of (Trebizonda)}}, e grande parte dos gregos pônticos cristãos manteve-se na região e em áreas vizinhas, que iam até ao Cáucaso [[Rússia|russo]], até à década de 1920, quando constituíam cerca de 25% da população. Em partes da Geórgia e da [[Arménia]] viveram gregos pônticos até à década de 1990, preservando os seus costumes e [[grego pôntico|dialeto do grego]]. Um dos grupos de gregos islamizados eram os chamados ''kromli'', dos quais se suspeitava terem permanecido cristãos secretamente; viviam nas aldeias de Krom, Imera, Livadia, Prdi,
Durante os últimos anos do Império Otomano foi proposta a criação da "República do Ponto" e da "Federação Pôntico-Arménia", que não se chegaram a concretizar-se. Segundo algumas fontes, a intenção da criação desse ou desses estados independentes esteve na origem do que ficou conhecido por [[genocídio grego]], que alegadamente teria ocorrido ao mesmo tempo do [[genocídio arménio]], durante a [[Primeira Guerra Mundial]] (meados da década de 1910) e no qual teria sido mortas entre 300 e 400 mil pessoas, na sua maioria naturais do Ponto. A existência de tal massacre, da sua classificação como genocídio e do número de vítimas são temas controversos.
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