Caldeira vulcânica: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Mount Mazama eruption timeline.PNG|thumb|250px|Exemplo de formação de uma caldeira (as figuras mostram a sequência de erupção do [[Monte Mazama]]).]]
[[Ficheiro:Sete cidades twin lakes.JPG|thumb|250px|Caldeira das Sete Cidades na [[ilha de São Miguel]] ([[Açores]]) forma uma depressão que acolhe a [[Lagoa das Sete Cidades]].]]
'''Caldeira''' é a designação dada em [[geomorfologia]] e [[vulcanologia]] às estruturas de colapso que se formam a zona central dos vulcões em resultado dos efeitos combinados do peso do edifício vulcânico formado e da perda de [[pressão litostática]] no interior da [[câmara magmática]] subjacente. Com a perda de [[magma]] por erupção, a libertação de gases e de outros materiais voláteis para a atmosfera e por arrefecimento, a pressão no interior da câmara magmática decresce, o que provoca o aparecimento de fracturas circulares em torno da base do [[cone vulcânico|edifício vulcânico]] que em combinação com o peso das camadas superiores provocam o colapso do tecto da câmara magmática, o que causa o seu desabamento. Este afundamento pode acentuar-se devido a fenómenos de [[Isostasia#A_isostasia_e_a_forma.C3.A7.C3.A3o_de_caldeiras_vulc.C3.A2nicas|reajustamento isostático]] que resultam numa maior descida da parte central da estrutura e na elevação dos flancos laterais. As caldeiras apresentam em geral formas circulares a elípticas, com diâmetros que vão de menos um quilómetro a algumas dezenas de quilómetros, delimitadas por bordos altos, por vezes quase verticais e em geral anelares, resultantes das estruturas de abatimento. Os bordos e suas margens topográficas são frequentemente pontilhados por [[vulcão|vulcões]] marginais ou [[dique (geologia)|diques]] anelares. É frequente as caldeiras serem preenchidas por água das chuvas ou do degelo, formando [[lago]]s ou lagoas.
== Etimologia ==
A utilização do termo «caldeira» (do [[latim]] ''caldaria'') para designar as grandes crateras vulcânicas e as estruturas de colapso associadas tem origem na [[toponímia]] das ilhas da [[Macaronésia]]. Nos [[Açores]], [[Madeira]] e [[Cabo Verde]] abundam os topónimos «caldeira», enquanto o termo «caldera» está frequentemente presente nas [[Canárias]] (e a partir daí em toda a [[Cordilheira dos Andes]]). O termo, na sua versão castelhana, foi introduzido na literatura geológica internacional pelo geólogo alemão [[Leopold von Buch]] em 1825, no estudo que publicou sobre as [[Canárias]] como resultado da viagem que em 1815 realizou àquela arquipélago. Nessa viagem visitou o [[Teide]] e a [[Caldeira de Taburiente]], em [[La Palma]], da qual tomou o nome.<ref>Buch, Leopold von (1825) ''[https://books.google.es/books?id=lrw-AAAAcAAJ&printsec=frontcover&hl=es&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false Physicalische Beschreibung der Canarischen Inseln]''. Berlín: Koeniglichen Akademie der Wissenschaften. 412 págs.</ref><ref>Barrera, José Luis (2015) «[http://www.icog.es/TyT/index.php/2015/09/hace-200-anos-el-geologo-von-buch-acuno-el-termino-caldera-volcanica/ Hace 200 años, el geólogo von Buch acuñó el término ‘caldera volcánica’]». ''Tierra y Tecnología'', '''46'''(primer semestre): 55-59</ref> A partir dessa publicação o termo passou, na versão «caldera», para a literatura de língua inglesa, sendo presentemente de uso quase universal.