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'''Tirania''' (do [[Língua grega antiga|grego]] τύραννος, "týrannos" , ''líder ilegítimo'') era uma forma de governo usada em situações excepcionais na [[Grécia Antiga|Grécia]] em alternativa à [[democracia]]. Nela, o chefe governava com poder ilimitado, embora sem perder de vista que deveria representar a vontade do povo.
 
Hoje, entre sociedades democráticas [[Ocidente|ocidentais]], o termo ''tirania'' tem conotação negativa. Algumas raízes históricas disto, entretanto, podem estar no fato de os filhos do grande tirano grego [[Pisístrato]] (que era adorado pelo povo pois fez a [[reforma agrária]] e dava subsídio) terem usufruído do espaço público como se fosse privado, sendo assim, banidos e mortos.
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== A tirania grega ==
Segundo [[Perry Anderson]], na Grécia antiga todos os tiranos eram pessoas lideradas por outras pessoas. Na obra ''Passagens da Antiguidade ao [[Feudalismo]]'', os tiranos ascenderam ao poder na Grécia no último século da era arcaica, a saber o [[século VI a.C.]] Estes autocratas romperam a dominação das aristocracias ancestrais sobre as cidades: eles representavam proprietários de terra mais novos e riqueza mais recente, acumulada durante o crescimento econômico da época precedente. Essas tiranias constituíram a transição crucial para a polis clássica. Os tiranos eram a classe de novos ricos, que acumularam grandes riquezas a partir do florescimento do comércio marítimo na zona do [[Mediterrâneo]], pois o povo ateniense era conhecido pelo seu poderio marítimo. Esses comerciantes não pertenciam à nobreza, até então detentora do poder, e ansiavam por mudanças para também participarem das decisões políticas. Segundo as palavras de Perry Anderson: ''Os próprios tiranos em geral eram novos ricos competitivos de considerável fortuna, cujo poder pessoal simbolizava o acesso do grupo social onde eram recrutados às honras e posição na cidade. Sua vitória, no entanto, só era possível geralmente por causa da utilização que faziam dos ressentimentos radiciais dos pobres, e seu mais duradouro empreendimento foram as reformas econômicas, no interesse das classes populares, que tinham de admitir ou tolerar para garantirem o poder. Os tiranos, em conflito com a nobreza tradicional, na realidade bloquearam o monopólio da propriedade agrária, que era a principal tendência de seu poder irrestrito e que estava ameaçando causar um crescente perigo social na Grécia arcaica.''
 
Segundo [[Aristóteles]] e [[Platão]], ''"a marca da tirania é a ilegalidade"'', ou seja, ''"a violação das leis e regras pré-estipuladas pela quebra da legitimidade do poder"'' por si já determina a tirania. Uma vez no comando, ''"… o tirano revoga a legislação em vigor, sobrepondo-a com regras estabelecidas de acordo com as conveniências para a sua perpetuação deste poder"''. Exemplo disso são as descrições de tiranias na [[Sicília]] e na [[Grécia|Grécia antiga]], cujas características assemelham-se às modernas [[ditadura]]s. Ainda segundo Platão e Aristóteles, ''os tiranos são ditadores que ganham o controle social e político [[despotismo|despótico]] pelo uso da força e da fraude. A intimidação, o terror e o desrespeito às liberdades [[civil|civis]] estão entre os métodos usados para conquistar e manter o poder. A sucessão nesse estado de ilegalidade é sempre difícil"''. Aristóteles atribuiu a ''"…vida relativamente curta das tiranias à fraqueza inerente dos sistemas que usam a força sem o apoio do direito."'' [[Maquiavel]] também chegou à mesma conclusão sobre a tirania e seu colapso: ''"… é o regime que tem menor duração, e de todos, é o que tem o pior final…"'' e ''"…a queda das tiranias se deve às desventuras imprevisíveis da sorte…"''. {{Carece de fontes|data=janeiro de 2013}}