Martim Afonso de Sousa: diferenças entre revisões
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Martim Afonso de Sousa descendia dos Sousa Chichorro, cujo varão da geração inicial foi [[Martim Afonso Chichorro]], filho bastardo de [[Afonso III de Portugal|D. Afonso III]]
Deste casamento == Vida e carreira ==
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[[Ficheiro:Martimafonsodesouza.png|thumb|esquerda|250px|Martim Afonso de Sousa]]
Ana Pimentel, esposa de Martim Afonso de Sousa, foi procuradora relativamente aos negócios do [[Brasil]], ao partir aquele para a [[Índia]]. Natural da [[Espanha]], era dama de companhia da Rainha D. Catarina. Foi ela quem, em [[1534]], providenciou para que se introduzisse o primeiro ”gado vacum” na [[Capitania de São Vicente]] e quem, em [[1544]], revogou a ordem do esposo, que proibia a entrada de europeus no campo de [[Piratininga]] e, assim, permitiu a expansão portuguesa para os Campos de S. Paulo.<ref>Antonio Barreto do Amaral, DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DE SÃO PAULO</ref>.▼
A [[historiografia]] tradicional brasileira encara sua expedição como a primeira expedição [[colónia|colonizadora]]. Levava Regimento para expulsar os franceses da costa brasileira, colocar padrões de posse desde o Rio Maranhão até ao [[Rio da Prata]], o qual não alcançou em função de ter naufragado antes, e dividir a costa brasilera em capitanias medidas em léguas de costa que seguidamente El-Rei concederia a [[Donatário|donatários]].
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Sua expedição trouxe para o Brasil, como ferreiro contratado por dois anos, para prover as necessidades de [[ferro]] da expedição e da colônia, o mestre Bartolomeu Fernandes, também conhecido como Bartolomeu Gonçalves e Bartolomeu Carrasco. Terminado o contrato, mestre Bartolomeu fixou-se em solo paulista, tornando-se proprietário do sítio dos Jeribás e instalando, nas margens do Jurubatuba, afluente do rio Pinheiros, na [[Santo Amaro (distrito de São Paulo)|vila de Santo Amaro]], a primeira forja no Brasil para produção de aço - fato mencionado pelo padre [[José de Anchieta]], em 1554. Com quatro operários conseguiu-se produzir e forjar cem quilogramas de ferro em seis ou sete horas, consumindo quatrocentos e cinquenta quilogramas de carvão vegetal.
Nomeado [[Capitão-Mor do Mar|capitão-mor do Mar das Índias]] ([[1533]]), foi encarregado de proteger as possessões de Portugal no Oriente. Defendeu a feitoria de [[Diu]] contra [[mouros]] e [[hindus]], derrotou o [[rajá]] de [[Calecute]] e combateu os corsários que saqueavam as embarcações portuguesas na região. Vitorioso, foi nomeado por D. João III ([[1542]]) vice-rei das Índias.▼
Há controvérsia quanto ao fim de sua carreira. Alguns [[historiador]]es afirmam que ele retornou a Portugal em [[1545]] ou [[1546]], tornando-se um dos membros do [[Conselho de Estado]]. Outros sustentam que foi chamado de volta sob a acusação de desvio de dinheiro da Coroa e enriquecimento ilícito, mantendo-se afastado da vida pública até morrer.▼
==Cartas recebidas==
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*'''[[:wikisource:pt:Carta de D. João III para Martim Afonso de Sousa Carta dar terras de sesmaria|Carta]]''' para o capitão-mor dar terras de sesmaria'''
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Já em [[1534]] se encontrava em Portugal. D. João III mandou-o servir na Índia com o posto de [[Capitão-Mor do Mar|Capitão-Mor]] do [[Oceano Índico|mar Índico]]. Embarcou na Armada de cinco naus, que governava.
===Na Índia===
▲Nomeado [[Capitão-Mor do Mar|capitão-mor do Mar das Índias]] ([[1533]]), foi encarregado de proteger as possessões de Portugal no Oriente. Defendeu a feitoria de [[Diu]] contra [[mouros]] e [[hindus]], derrotou o [[rajá]] de [[Calecute]] e combateu os corsários que saqueavam as embarcações portuguesas na região. Vitorioso, foi nomeado por D. João III ([[1542]]) vice-rei das Índias.
Chegando à Índia, diz a «História Genealógica da Casa Real Portuguesa» volume XIV página 241: «''o Governador [[Nuno da Cunha]] refletiu que el Rei em Martim Afonso de Sousa lhe mandava não só o Capitão mor do mar, mas companheiro, e sucessor no Governo. No fim deste ano, o Governador o meteu de posse, mandando-o sobre a praça de [[Damão]], situada do [[Reino de Cambaia]], com 40 velas, e 500 portugueses, que rendeu, sendo mortos quase todos os inimigos, e a Fortaleza foi arrasada. O rei de [[Cambaia]], temendo maiores perdas, querendo na amizade dos nossos evitá-la, pediu pazes ao Governador do Estado [[Nuno da Cunha]], que foram juradas solenemente com a condição de dar a El Rei de Portugal para sempre [[Baçaim]]''». Foram duras condições de direitos a pagar, que se vieram a moderar quando se concedeu levantar-se a Fortaleza de [[Diu]], conseguida por negociações por Martim Afonso de Sousa quando no ano de [[1535]] se achava em [[Chaul]].
Em [[1536]] Martim Afonso foi mandado à costa do [[Malabar]] «e destruiu e assolou todos os lugares marítimos do Reino do Samorim, que estava com seus aliados todos os Príncipes de Repelim, que destruiu. Estas e outras empresas lhe conseguiram o respeito e temor na Ásia e voltando para o Reino, sucedeu depois a morte do Vice-Rei D. [[Garcia de Noronha]], que foi a 3 de abril de [[1540]]; e aberta a via de sucessão, se achou nomeado Martim Afonso de Sousa; e como havia voltado para o Reino, sucedeu D. [[Estêvão da Gama]] no governo, que os seus parentes quiseram dilatar; porém o [[conde da Castanheira]], primo de Martim Afonso, o fez nomear para Governador da Índia, para onde partiu a 7 de abril de [[1541]] com quatro naus, levando consigo a [[São Francisco Xavier]]; (…) entrou em Goa a 6 de maio de [[1542]]. (…) Em [[1545]] lhe sucedeu D. [[João de Castro]].
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▲Há controvérsia quanto ao fim de sua carreira. Alguns [[historiador]]es afirmam que ele retornou a Portugal em [[1545]] ou [[1546]], tornando-se um dos membros do [[Conselho de Estado]]. Outros sustentam que foi chamado de volta sob a acusação de desvio de dinheiro da Coroa e enriquecimento ilícito, mantendo-se afastado da vida pública até morrer.
Foi S[[Lista de senhorios em Portugal|enhor]] de [[Alcoentre]], que comprou ao M[[marquês de Vila Real|arquês de Vila Real]] e Alcaide-mor de Rio-Maior. Instituiu um morgado, foi [[donatário]] das capitanias de São Vicente e do Rio de Janeiro, Comendador de Mascarenhas na Ordem de Cristo e Fidalgo do Conselho de El-Rei D. João III, No final da vida recuperou o S[[Lista de senhorios em Portugal|enhorio]] do Prado que havia vendido quando jovem.▼
▲Foi
===Casamento e descendência===
▲Ana Pimentel, esposa de Martim Afonso de Sousa,
Do casamento, Martim Afonso de Sousa e Ana Pimentel deixaram numerosos filhos:▼
#Pedro ou [[Pero Lopes de Sousa]], senhor de Alcoentre e Alcaide-mor de Rio Maior.▼
▲#Pedro ou [[Pero Lopes de Sousa]],
#[[Lopo Rodrigues de Sousa]], morto ao acompanhar o pai à Índia.
#[[Rodrigo Afonso de Sousa]] que entrou na Ordem de S. Domingos e professou como Frei António de Sousa. Foi eleito Prior de S. Domingos em Lisboa, Provincial no ano de 1550, Mestre da Ordem e pregador do rei D. Filipe II. Em [[1580]] passou a Roma, ao [[Capítulo Geral]] da Ordem.
#[[Gonçalo Rodrigues de Sousa]], morto sem sucessão.
#D. Inês Pimentel, casada com D. [[António de Castro, 4.º Conde de Monsanto]].
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