Martim Afonso de Sousa: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
PauloMSimoes (discussão | contribs)
sistematizei
Linha 19:
 
== Linhagem ==
Martim Afonso de Sousa descendia dos Sousa Chichorro, cujo varão da geração inicial foi [[Martim Afonso Chichorro]], filho bastardo de [[Afonso III de Portugal|D. Afonso III]] com Dona Dinis, elevado a altas posições sociais, políticas e econômicas, pelano influênciareinado dode paiseu meio imão D Dinis. O Mesmo Martim Afonso Chichorro teve um filho homônimo com Dona [[Inês Lourenço, cujode Valadares]]. Este teve um neto, Martim Afonso de Sousa, teriaque por sua vez teve um filho também chamado Martim Afonso de Sousa. Este último casou-se casaria com Dona Violante Lopes de Távora, cujoe teve um filho, Pero de Sousa, que se casariacasou com Dona Maria Pinheiro.

Deste casamento nascerianasceu Lopo de Sousa, Senhor de Prado, Alcaide-mor de Bragança e Outeiro e Duque de Bragança, que se casariacasou com Dona Brites de Albuquerque. Deste casamento nascerianascee Martim Afonso de Sousa, [[Lista de senhorios em Portugal|Senhor]] do Prado e Alcoentre, e capitão-mor da Armada que veio ao [[Brasil colônia|Brasil]] em 1530.{{nota de rodapé|Na linhagem, desde o varão da primeira geração, Martim Afonso Chichorro, houve três pessoas chamadas "Martim Afonso de Sousa"}} Martim Afonso teve quatro irmãos: D. Catarina de Albuquerque, D. Isabel de Albuquerque, João Rodrigues de Sousa (capitão da Armada do Estado Português da Índia) e Pero Lopes de Sousa (capitão da Armada comandada pelo irmão mais velho, que veio ao Brasil em 1530).<ref name= "linhagem">{{citar web|URL=http://www.cham.fcsh.unl.pt/ext/files/varia/tese_alexandrapelucia.pdf|título=Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem|formato=PDF| autor=Alexandra Maria Pinheiro Pelúcia|publicado=Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa|ano=2007 (Lisboa)|wayb= 20150414011216}}</ref>{{p|<sup>p.411- VII</sup>}}
 
== Vida e carreira ==
Linha 29 ⟶ 31:
[[Ficheiro:Martimafonsodesouza.png|thumb|esquerda|250px|Martim Afonso de Sousa]]
Havia vividoVivera quatro anos na Espanha, onde se casou com D. Ana Pimentel, dama da Rainha Católica,'' irmã de D. Bernardino Pimentel, 1º Marquês de Tavara, filha de D. Pedro Pimentel, senhor de Tavara, comendador de Castro-Torense na Ordem de Santiago, o qual morreu em 6 de fevereiro de [[1504]], e irmã de D. Rodrigo AfonsoBernardino Pimentel, 31º condeMarquês de BenaventeTavara. ODado casamentoque foio feitopai por D.Pedrohavia falecido, quea dotounoiva afoi filhadotada pelo irmão, com a assistência do irmãotio, oD. Rodrigo Afonso Pimentel, 3º conde de Benavente, sendo o contrato de casamento firmado em Tordesilhas em1523.'' {{carece de fontes}}
 
Ana Pimentel, esposa de Martim Afonso de Sousa, foi procuradora relativamente aos negócios do [[Brasil]], ao partir aquele para a [[Índia]]. Natural da [[Espanha]], era dama de companhia da Rainha D. Catarina. Foi ela quem, em [[1534]], providenciou para que se introduzisse o primeiro ”gado vacum” na [[Capitania de São Vicente]] e quem, em [[1544]], revogou a ordem do esposo, que proibia a entrada de europeus no campo de [[Piratininga]] e, assim, permitiu a expansão portuguesa para os Campos de S. Paulo.<ref>Antonio Barreto do Amaral, DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DE SÃO PAULO</ref>.
 
A [[historiografia]] tradicional brasileira encara sua expedição como a primeira expedição [[colónia|colonizadora]]. Levava Regimento para expulsar os franceses da costa brasileira, colocar padrões de posse desde o Rio Maranhão até ao [[Rio da Prata]], o qual não alcançou em função de ter naufragado antes, e dividir a costa brasilera em capitanias medidas em léguas de costa que seguidamente El-Rei concederia a [[Donatário|donatários]].
Linha 55:
 
Sua expedição trouxe para o Brasil, como ferreiro contratado por dois anos, para prover as necessidades de [[ferro]] da expedição e da colônia, o mestre Bartolomeu Fernandes, também conhecido como Bartolomeu Gonçalves e Bartolomeu Carrasco. Terminado o contrato, mestre Bartolomeu fixou-se em solo paulista, tornando-se proprietário do sítio dos Jeribás e instalando, nas margens do Jurubatuba, afluente do rio Pinheiros, na [[Santo Amaro (distrito de São Paulo)|vila de Santo Amaro]], a primeira forja no Brasil para produção de aço - fato mencionado pelo padre [[José de Anchieta]], em 1554. Com quatro operários conseguiu-se produzir e forjar cem quilogramas de ferro em seis ou sete horas, consumindo quatrocentos e cinquenta quilogramas de carvão vegetal.
 
==A partida==
Nomeado [[Capitão-Mor do Mar|capitão-mor do Mar das Índias]] ([[1533]]), foi encarregado de proteger as possessões de Portugal no Oriente. Defendeu a feitoria de [[Diu]] contra [[mouros]] e [[hindus]], derrotou o [[rajá]] de [[Calecute]] e combateu os corsários que saqueavam as embarcações portuguesas na região. Vitorioso, foi nomeado por D. João III ([[1542]]) vice-rei das Índias.
 
Há controvérsia quanto ao fim de sua carreira. Alguns [[historiador]]es afirmam que ele retornou a Portugal em [[1545]] ou [[1546]], tornando-se um dos membros do [[Conselho de Estado]]. Outros sustentam que foi chamado de volta sob a acusação de desvio de dinheiro da Coroa e enriquecimento ilícito, mantendo-se afastado da vida pública até morrer.
 
==Cartas recebidas==
Linha 67 ⟶ 62:
*'''[[:wikisource:pt:Carta de D. João III para Martim Afonso de Sousa Carta dar terras de sesmaria|Carta]]''' para o capitão-mor dar terras de sesmaria'''
 
===RetornoDe Volta ao Reino===
Já em [[1534]] se encontrava em Portugal. D. João III mandou-o servir na Índia com o posto de [[Capitão-Mor do Mar|Capitão-Mor]] do [[Oceano Índico|mar Índico]]. Embarcou na Armada de cinco naus, que governava.
 
===Na Índia===
Nomeado [[Capitão-Mor do Mar|capitão-mor do Mar das Índias]] ([[1533]]), foi encarregado de proteger as possessões de Portugal no Oriente. Defendeu a feitoria de [[Diu]] contra [[mouros]] e [[hindus]], derrotou o [[rajá]] de [[Calecute]] e combateu os corsários que saqueavam as embarcações portuguesas na região. Vitorioso, foi nomeado por D. João III ([[1542]]) vice-rei das Índias.
 
Chegando à Índia, diz a «História Genealógica da Casa Real Portuguesa» volume XIV página 241: «''o Governador [[Nuno da Cunha]] refletiu que el Rei em Martim Afonso de Sousa lhe mandava não só o Capitão mor do mar, mas companheiro, e sucessor no Governo. No fim deste ano, o Governador o meteu de posse, mandando-o sobre a praça de [[Damão]], situada do [[Reino de Cambaia]], com 40 velas, e 500 portugueses, que rendeu, sendo mortos quase todos os inimigos, e a Fortaleza foi arrasada. O rei de [[Cambaia]], temendo maiores perdas, querendo na amizade dos nossos evitá-la, pediu pazes ao Governador do Estado [[Nuno da Cunha]], que foram juradas solenemente com a condição de dar a El Rei de Portugal para sempre [[Baçaim]]''». Foram duras condições de direitos a pagar, que se vieram a moderar quando se concedeu levantar-se a Fortaleza de [[Diu]], conseguida por negociações por Martim Afonso de Sousa quando no ano de [[1535]] se achava em [[Chaul]].
 
Em [[1536]] Martim Afonso foi mandado à costa do [[Malabar]] «e destruiu e assolou todos os lugares marítimos do Reino do Samorim, que estava com seus aliados todos os Príncipes de Repelim, que destruiu. Estas e outras empresas lhe conseguiram o respeito e temor na Ásia e voltando para o Reino, sucedeu depois a morte do Vice-Rei D. [[Garcia de Noronha]], que foi a 3 de abril de [[1540]]; e aberta a via de sucessão, se achou nomeado Martim Afonso de Sousa; e como havia voltado para o Reino, sucedeu D. [[Estêvão da Gama]] no governo, que os seus parentes quiseram dilatar; porém o [[conde da Castanheira]], primo de Martim Afonso, o fez nomear para Governador da Índia, para onde partiu a 7 de abril de [[1541]] com quatro naus, levando consigo a [[São Francisco Xavier]]; (…) entrou em Goa a 6 de maio de [[1542]]. (…) Em [[1545]] lhe sucedeu D. [[João de Castro]].
 
===VoltaRetorno definitivo ao Reino===
Há controvérsia quanto ao fim de sua carreira. Alguns [[historiador]]es afirmam que ele retornou a Portugal em [[1545]] ou [[1546]], tornando-se um dos membros do [[Conselho de Estado]]. Outros sustentam que foi chamado de volta sob a acusação de desvio de dinheiro da Coroa e enriquecimento ilícito, mantendo-se afastado da vida pública até morrer.
Foi S[[Lista de senhorios em Portugal|enhor]] de [[Alcoentre]], que comprou ao M[[marquês de Vila Real|arquês de Vila Real]] e Alcaide-mor de Rio-Maior. Instituiu um morgado, foi [[donatário]] das capitanias de São Vicente e do Rio de Janeiro, Comendador de Mascarenhas na Ordem de Cristo e Fidalgo do Conselho de El-Rei D. João III, No final da vida recuperou o S[[Lista de senhorios em Portugal|enhorio]] do Prado que havia vendido quando jovem.
 
Foi S[[Lista de senhorios em Portugal|enhorSenhor]] de [[Alcoentre]], que comprou ao M[[marquês de Vila Real|arquês de Vila Real]] e Alcaide-mor de Rio-Maior. Instituiu um morgado, foi [[donatário]] das capitanias de São Vicente e do Rio de Janeiro, Comendador de Mascarenhas na Ordem de Cristo e Fidalgo do Conselho de El-Rei D. João III,. No final da vida recuperou o S[[Lista de senhorios em Portugal|enhoriosenhorio]] do Prado que havia vendido quando jovem.
 
===Casamento e descendência===
Ana Pimentel, esposa de Martim Afonso de Sousa, foificou procuradora do marido em Lisboa relativamente aos negócios do [[Brasil]], aoquando partireste aquelepartiu para a [[Índia]]. Natural da [[Espanha]], era dama de companhia da Rainha D. Catarina. Foi ela quem, em [[1534]], providenciou para que se introduzisse o primeiro ”gado vacum” na [[Capitania de São Vicente]] e quem, em [[1544]], revogou a ordem do esposo, que proibia a entrada de europeus no campo de [[Piratininga]] e, assim, permitiu a expansão portuguesa para os Campos de S. Paulo.<ref>Antonio Barreto do Amaral, DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DE SÃO PAULO</ref>.
Do casamento, Martim Afonso de Sousa e Ana Pimentel deixaram numerosos filhos:
 
#Pedro ou [[Pero Lopes de Sousa]], senhor de Alcoentre e Alcaide-mor de Rio Maior.
Do casamento, Martim Afonso de Sousa e Ana Pimentel deixaramnasceram numerososos seguintes filhos:
#Pedro ou [[Pero Lopes de Sousa]], senhor[[Lista de senhorios em Portugal|Senhor]] de [[Alcoentre]] e Tabarro e Alcaide-mor de Rio Maior.
#[[Lopo Rodrigues de Sousa]], morto ao acompanhar o pai à Índia.
#[[Rodrigo Afonso de Sousa]] que entrou na Ordem de S. Domingos e professou como Frei António de Sousa. Foi eleito Prior de S. Domingos em Lisboa, Provincial no ano de 1550, Mestre da Ordem e pregador do rei D. Filipe II. Em [[1580]] passou a Roma, ao [[Capítulo Geral]] da Ordem. OFoi papa [[Clemente VIII]] o nomeounomeado Vigário Geralgeral deda toda a Ordem dos Pregadores em [[1594]] pelo Papa [[Clemente VIII|Clemente VIII.]] Foi nomeado Bispo de Viseu em [[1595]], tendo governado com prudência. Morreu em maio de [[1597]].
#[[Gonçalo Rodrigues de Sousa]], morto sem sucessão.
#D. Inês Pimentel, casada com D. [[António de Castro, 4.º Conde de Monsanto]].