Miguel Torga: diferenças entre revisões

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===Carreira profissional e literária ===
Em 1928, entra para a [[Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra]] e publica o seu primeiro livro de poemas, ''Ansiedade''.<ref name=Ferro2007/><ref name="montanha" /> Em 1929, com vinte e dois anos, deu início à colaboração na revista ''[[Presença (revista)|Presença]]'', folha de arte e crítica, com o poema ''Altitudes''. A revista, fundada em 1927 pelo grupo literário avançado de [[José Régio]], [[Gaspar Simões]] e [[Branquinho da Fonseca]] era bandeira literária do grupo modernista e bandeira libertária da revolução [[Modernismo|modernista]]. Em 1930, rompe definitivamente com a revista ''Presença'', junto com [[Edmundo Bettencourt]] e [[Branquinho da Fonseca]]<ref name=Ferro2007/>, por «razões de discordância estética e razões de liberdade humana», assumindo uma posição independente.<ref name="Barsa" /> Nesse ano, publica o livro ''Rampa'', lançando, no ano seguinte, ''Tributo''<ref name="montanha"/> e ''Pão Ázimo''<ref name="montanha"/>, e, em 1932, ''Abismo''.<ref name=Ferro2007/> Em colaboração com Branquinho da Fonseca, funda a revista ''Sinal'', de efémera duração, e, em 1936, lança, junto com Albano Nogueira, o periódico ''Manifesto''.<ref name=Ferro2007/> Nesse ano, publica ''O Outro Livro de Job''.<ref name=Ferro2007/><ref name=Larousse/>
 
A obra de Torga traduz sua rebeldia contra as injustiças e seu inconformismo diante dos abusos de poder. Reflete sua origem aldeã, a exp'''eriência''' médica, em contatocontacto com a gente pobre, e ainda os cinco anos que passou no Brasil (dos 13 aos 18 anos de idade), período que deixou impresso em ''Traço de União (impressões de viagem, 1955)'' e em um personagem que lhe servia de ''alter-ego'' em ''A criação do mundo'', obra de ficção em vários volumes, publicada entre 1937 e 1939. As críticas que fez aí ao [[franquismo]] resultaram em sua prisão (1940).<ref name="Barsa" /> Publica os livros ''A Terceira Voz'' em 1934, aonde pela primeira vez empregou o seu pseudónimo, ''Bichos'' em 1940, ''Contos da Montanha''<ref name="montanha">TORGA, Miguel. Contos da montanha. Rio de Janeiro:Nova Fronteira, 1996. Obras do Autor</ref> em 1941, ''Rua'' em 1942, ''O Sr. Ventura'' e ''Lamentação'' em 1943, ''Novos Contos da Montanha'' e ''Libertação'' em 1944, ''Vindima'' em 1945, ''Sinfonia'' em 1947, ''Nihil Sibi'' em 1948, ''Cântico do Homem'' em 1950, ''Pedras Lavradas'' em 1951, ''Poemas Ibéricos'' em 1952, e ''Orfeu Rebelde'' em 1958.<ref name=Ferro2007/><ref name=Larousse/>
 
Crítico da [[praxe]] e das restantes tradições académicas, chama depreciativamente «farda» à capa e batina. Ama a cidade de Leiria, onde exerce a sua profissão de médico, a partir de 1939 e até 1942, onde escreve a maioria dos seus livros. Em 1933, concluiu a licenciatura em [[Medicina]] pela Universidade de Coimbra.<ref name=Ferro2007/> Começou a exercer a profissão nas terras agrestes [[Trás-os-Montes|transmontanas]], pano de fundo de grande parte da sua obra. Dividiu seu tempo entre a clínica de [[otorrinolaringologia]] e a literatura.
 
Após a [[Revolução dos Cravos]], que derrubou o [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]], em 1974, Torga surge na política para apoiar a candidatura de [[Ramalho Eanes]] à presidência da República (1979). Era, porém, avesso à agitação e à publicidade e manteve-se distante de movimentos políticos e literários.
 
Autor prolífico, publicou mais de cinquenta livros, ao longo de seis décadas, e foi, várias vezes, indicado para o [[Prêmio Nobel|Prémio Nobel]] da Literatura.<ref name="Barsa" />
 
===Casamento e últimos anos===
Casou-se com [[Andrée Crabbé Rocha|Andrée Crabbé]], em 1940, uma estudante [[Bélgica|belga]] que, enquanto aluna de Estudos Portugueses, com [[Vitorino Nemésio]] em [[Bruxelas]], viera a Portugal fazer um curso de verão, na [[Universidade de Coimbra]]. O casal teve uma filha, [[Clara Rocha]], nascida a 3 de Outubro de 1955, e divorciada de [[Vasco Graça Moura]].
 
Torga, sofrendo de cancro, publicou o seu último trabalho, em 1993, vindo a falecer em Janeiro de 1995.<ref name="Barsa" /><ref name=Ferro2007/> A sua campa rasa em [[São Martinho de Anta]] tem uma [[torga]] plantada a seu lado, em honra ao poeta.
 
== A origem do pseudónimo ==