Guerras romano-latinas: diferenças entre revisões

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=== Anexação de Túsculo ===
[[Ficheiro:Plan of Tusculum, in History of Rome and of the Roman people (1883) (14578791330).jpg|thumb|esquerda|upright=1.5|Plano de [[Túsculo]] na época romana.]]
Tendo descrito a vitória de Camilo contra os volscos, Lívio e Plutarco passam a descrever um conflito contra TúscuoloTúsculo. Segundo Lívio, Camilo encontrou tusculanos entre os prisioneiros tomados depois da batalha contra os volscos, Camilo os levou de volta a Roma e, depois de tê-los interrogado, a guerra foi declarada contra Túsculo<ref>[[Lívio]], ''[[Ab Urbe Condita libri|Ab Urbe Condita]]'', [[s:en:From the Founding of the City/Book 6#25|VI, 25.1–5]]</ref>. Segundo Plutarco, Camilo havia acabado de retornar a Roma com os espólios da guerra quando soube que os tusculanos estavam prestes a se rebelar<ref>[[Plutarco]], ''[[Vidas Paralelas (Plutarco)|Vidas Paralelas]]'', ''Camillus'' XXXVIII.1</ref>. A condução da guerra coube a Camilo, que escolheu [[Lúcio Fúrio Medulino Fuso|Fúrio Medulino]] novamente como seu colega. Túsculo, porém, não ofereceu resistência alguma e, quando Camilo entrou na cidade, encontrou os habitantes levando a vida diária normalmente como se não houvesse guerra. Ele ordenou que os mais proeminentes tusculanos fossem levados a Roma para defender seu caso no Senado, o que eles fizeram com o ditador da cidade como porta-voz. Os romanos concordaram com a paz e, não muito depois, em conceder-lhes a [[cidadão romano|cidadania plena]]<ref>[[Lívio]], ''[[Ab Urbe Condita libri|Ab Urbe Condita]]'', [[s:en:From the Founding of the City/Book 6#25|VI, 25.5–26.8]]; D.H. xiv 6; [[Plutarco]], ''[[Vidas Paralelas (Plutarco)|Vidas Paralelas]]'', ''Camillus'' XXXVIII.1–4; [[Dião Cássio]], ''História Romana'' fr. 28.2</ref>.
 
Em 381 a.C., Túsculo estava quase que inteiramente cercada por territórios romanos e sua anexação era um passo lógico para Roma. Além de aumentar o território e a população romana, a anexação tinha o benefício adicional de separar [[Tibur]] e [[Preneste]] das cidades nos [[montes Albanos]]<ref name="Cornell, p. 323, Oakley p. 357">Cornell, p. 323, Oakley (1997) p. 357</ref>. Túsculo então tornou-se o primeiro ''[[municipium]]'' romano, uma cidade auto-governada de cidadãos romanos. Alguns historiadores modernos argumentam que este episódio seria uma invenção ou uma retrojeção de eventos posteriores. Cornell (1995), Oakley (1998) e Forsythe (2005) aceitam que a incorporação de Túsculo, em 381 a.C., como histórica<ref name="Cornell, p. 323, Oakley p. 357"/><ref>Forsythe, p. 257</ref>. Lívio e outros escritores posteriores retrataram a anexação de Túsculo como um ato benevolente, mas este ponto de vista reflete, provavelmente, a época dos escritores, na qual a cidadania romana era algo que todos desejavam. No século IV a.C., quando as cidades latinas lutavam para manter a independência de Roma, este seria um ato agressivo. Eventos posteriores revelam que Túsculo ainda não estava seguramente nas mãos romanas<ref>Cornell, p. 323-324, Oakley (1997) p. 357</ref>. No período romano, os magistrados mais altos de Túsculo tinham o título de [[edil]], mas é possível, como alega Lívio, que, em 381 a.C., Túsculo era de fato governada por um ditador<ref>Oakley (1997) p. 603-604</ref>.