Guerra Latina: diferenças entre revisões

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== Fontes ==
{{Campanhainfo Guerra Latina}}
A fonte mais completa sobre a Guerra Latina é o historiador romano [[Lívio]] (59 a.C.&ndash;17 d.C.), que narrou a guerra no oitavo livro de sua "História de Roma" (''"[[Ab urbe condita libri |Ab Urbe Condita]]"''). Duas outras importantes narrativas também sobreviveram: um fragmento das "[[Antiguidades Romanas]]", de [[Dionísio de Halicarnasso]] ({{ca.}} 60 a.C.&ndash;depois de 7 a.C.), um grego contemporâneo de Lívio, e um sumário feito pelo cronista [[bizantinos|bizantino]] [[João Zonaras]] da "História Romana" de [[Dião Cássio]] (150&ndash;235)<ref>Oakley (1998), pp. 425-426</ref>. Historiadores modernos consideram os relatos antigos da Guerra Latina como uma mistura de fatos e ficção. Todos os autores de que dispomos viveram séculos depois dos eventos narrados e se basearam em obras de escritores anteriores. Diversos deles viveram a [[Guerra Social (91-88 a.C.)|Guerra Social]] entre Roma e seus [[Sócio (Roma Antiga)|aliados italianos]] e parecem ter interpretado a Guerra Latina nos termos dela, o que introduziu elementos claramente anacrônicos no registro histórico<ref>Oakley (1998), p. 410</ref>.
 
== Contexto ==
{{Campanhainfo Guerra Latina}}
Os latinos não tinham um governo central e estavam divididos em diversas cidades auto-governados que compartilhavam uma mesma língua, cultura e algumas instituições legais e religiosas<ref>Forsythe (2005), p. 184</ref>. No século V a.C., estas [[cidade-estado|cidades-estado]] formaram uma aliança militar de proteção mútua com os romanos chamada ''[[Foedus Cassianum]]'', cujo objetivo principal era resistir aos [[raide]]s e invasões de dois povos vizinhos, os [[équos]] e os [[volscos]]<ref>Forsythe (2005), pp. 186-188</ref>. Como a maior cidade latina, Roma naturalmente tinha uma posição de relevo nesta aliança<ref>Forsythe (2005), p. 187</ref>. No início do século IV a.C., com a ameaça das invasões debelada, sobreveio um temor cada vez maior do poderio romano. Diversas guerras entre Roma e as cidades latinas, geralmente aliadas aos seus antigos inimigos, os volscos, foram registradas na primeira metade do século IV a.C.<ref>Cornell (1995), pp. 322-323</ref>. No fim, latinos e volscos não conseguiram evitar que Roma estabelecesse seu controle sobre o ''Ager Pomptinus'' (o território dos [[Pântanos Pontinos]] e os [[Montes Lepinos]]) e, em 381 a.C., de anexar a cidade latina de [[Túsculo]]<ref>Cornell (1995), p. 322; Forsythe (2005), p. 258</ref>. A ameaça das invasões [[gauleses|gaulesas]] parece ter convencido pelo menos algumas cidades latinas a restaurar a aliança com Roma em 358 a.C.<ref>Oakley (1998), p. 5; Forsythe (2005), p. 258</ref>, mas entre elas não estavam [[Tibur]] e [[Preneste]], as duas maiores cidades latinas que só fizeram as pazes com Roma em 354 a.C. depois de duras guerras<ref>Oakley (1998), pp. 5-6; Forsythe (2005), p. 258</ref>. Durante a década de 340 a.C., as relações romano-latinas pioraram novamente<ref>Oakley (1998), pp. 13-15</ref>. [[Lívio]] relata que, em 349 a.C., enfrentando novamente uma iminente invasão gaulesa, os latinos se recusaram a entregar sua parte das tropas<ref>[[Lívio]], ''[[Ab Urbe Condita libri|Ab Urbe Condita]]'' VII 25.5-6</ref> e, em 343 a.C., chegaram a planejar um ataque a Roma, o que só foi evitado pelas notícias das vitórias romanas contra [[samnitas]], o que os levou a atacaram [[Paeligni]] no lugar<ref>[[Lívio]], ''[[Ab Urbe Condita libri|Ab Urbe Condita]]'' VII 38.1</ref>.