Maria Pavlovna da Rússia (1890–1958): diferenças entre revisões

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== Primeiros anos ==
[[Ficheiro:Maria Pavlovna of Russia (1900).jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Grã-duquesa Maria Pavlovna em 1900.]]
A mãe de Maria, [[Alexandra Georgievna da Grécia e Dinamarca|Alexandra Georgievna da Grécia]], morreu pouco depois de dar à luz o seu irmão, o grão-duque [[Dmitri Pavlovich]], quando Maria tinha menos de dois anos de idade. O pai das duas crianças ficou perturbado no funeral e teve de ser acalmado pelo seu irmão, o grão-duque [[Sérgio Alexandrovich da Rússia|Sérgio Alexandrovich]], quando o caixão de Alexandra foi fechado. Sérgio tomou conta dos dois enquanto o irmão recuperava do golpe de perder a esposa. A pequena Maria costumava dar sapatadinhas no ombro de Sérgio e chamá-lo de ''"tio bonito"'' em inglês. ''"Ela é tão amorosa!"'', escreveu o grão-duque no seu diário.
 
[[Ficheiro:Maria Pavlovna of Russia (1900).jpg|esquerda|miniaturadaimagem|upright=0.8|Grã-duquesa Maria Pavlovna em 1900.]]
Após a recuperação de [[Paulo Alexandrovich da Rússia|Paulo]], ele voltou a ficar com os filhos, mas eles passavam sempre o [[Natal]] e, mais tarde, as férias de Verão com o tio Sérgio e a sua esposa [[Isabel Feodorovna]] que não tinham filhos. O casal construiu uma sala de brincar e tinha quartos reservados para os dois sobrinhos no seu palácio em Ilinskoe. Até chegar aos 6 anos de idade, Maria não falava uma única palavra de russo, uma vez que todas as suas amas eram inglesas. Mais tarde teve também uma ama francesa, mademoiselle Hélène, que lhe ensinou francês e a acompanhou até ao casamento.
 
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== Assassinato do tio ==
[[Ficheiro:Sergeella7fd-1120.jpg|thumb|right|upright=0.8|Os tios de Maria, Sérgio e Isabel.]]
Em [[1905]], o tio de Maria foi morto por uma bomba em sequência da [[Revolução de 1905]]. O bombista já tinha recuado numa tentativa anterior quando viu que o grão-duque se encontrava acompanhado da esposa e dos dois sobrinhos de 15 e 14 anos. A segunda tentativa, realizada alguns dias depois, não falhou e matou Sérgio. Isabel e os sobrinhos ouviram a explosão e saíram a correr de casa em direcção ao corpo despedaçado de Sérgio. Maria descreveu a cena nas suas memórias:
 
{{quote2|A minha tia estava de joelhos ao lado da carruagem. O vestido claro dela fazia um contraste grotesco com as vestes humildes que a rodeavam. Eu não me atrevi a olhar para ela. O rosto dela estava branco, as feições rígidas. Ela não chorou, mas a expressão dos olhos dela deixou-me uma impressão da qual nunca me esquecerei enquanto viver. Apoiando-se no braço do Governador da cidade, a minha tia aproximou-se da porta lentamente e, quando reparou em nós, abriu os braços e chamou-nos. Corremos para ela. "Ele gostava tanto de vós, ele gostava tanto de vós", repetiu ela várias vezes, pressionando as nossas cabeças contra ela. Reparei que a manga direita do vestido cinzento dela estava manchada de sangue. Também havia sangue na mão dela e debaixo das unhas dos dedos, nos quais ela apertava com força as medalhas que o meu tio sempre usou numa corrente no pescoço.}}
[[Ficheiro:Maria Pavlovna.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|upright=0.8|Maria Pavlovna]]
Após o assassinato ambos os irmãos ficaram emocionalmente perturbados, particularmente [[Dmitri Pavlovich|Dmitri]] que, de acordo com a sua tia Isabel, tinha medo de ser enviado para viver junto do pai. ''"O Dmitri limita-se a chorar e a agarrar-se a mim,"'' escreveu [[Isabel Feodorovna]]. ''"O que o assusta mais é a ideia de me deixar. Ele decidiu que tem de me proteger, uma vez que o tio já não está cá e agarra-se a mim a um ponto em que a chegada do pai dele foi mais uma angústia do que uma alegria, por causa do medo intenso de que ele o poderia levar."'' Isabel falou com os sobrinhos e admitiu que tinha sido injusta com eles. O czar fez de Isabel a guardiã e deu a [[Paulo Alexandrovich|Paulo]] o direito de visitar a Rússia ocasionalmente embora não pudesse ficar lá a viver. De acordo com o diário do grão-duque [[Constantino Constantinovich da Rússia]], Paulo não queria tirar os filhos de Isabel.
 
== Casamento e divórcio ==
[[Ficheiro:Ifj. Marija Pavlovna of Russia.jpg|thumb|leftdireita|upright=0.8|Maria com o vestido da corte sueca]]
Um ano depois do assassinato, Maria ficou noiva do príncipe [[Guilherme da Suécia|Guilherme, duque de Södermanland]], o segundo filho do rei [[Gustavo V da Suécia]] e de [[Vitória de Baden]]. Maria escreveu mais tarde que se sentiu pressionada pela tia para o casamento. Contudo, na altura, ela gostou da atenção e estava ansiosa por sair de casa e começar a sua vida. ''"Depois vamos poder viajar juntos,"'' escreveu ela a Guilherme após o noivado. ''"E viver como quisermos e acharmos melhor. Estou ansiosa por uma vida maravilhosa… uma vida cheia de amor e felicidade, tal como descreveste nas tuas últimas cartas."'' O pai de Maria, a principio, recusou-se a ir ao casamento que se realizou em [[Czarskoe Selo]] no dia [[3 de maio]] de [[1908]], porque o czar se tinha recusado a permitir que a esposa de Paulo fosse e também porque os seus dois filhos permaneciam sob custódia de Isabel e do czar.
 
''"Quanto ao Príncipepríncipe sueco, o que posso eu dizer sobre ele?"'' escreveu Paulo numa carta ao czar datada de [[12 de maio]] de [[1907]]. ''"Como as crianças estão sob custódia de outros, o pai não tem oportunidade nem de conhecer o noivo nem de se pronunciar a favor ou contra e muito menos de expressar a opinião de que uma menina de 17 anos é demasiado nova para se casar. Os guardiões decidiram tantas questões sem mim que, na verdade, as crianças distanciaram-se tanto de mim ao maior nível possível."''
 
EventualmentePosteriormente Paulo teve oportunidade de ir até à Rússia e conhecer o noivo da filha, o que a deixou ''"delirantemente feliz"''. Maria e Vilhem apenas tiveram um filho: [http://en.wikipedia.org/wiki/Prince_Lennart,_Duke_of_Sm%C3%A5land Lennart] ([[1909]]-[[2004]]).
 
[[Ficheiro:Prins Wilhelm och prinsessan Maria med prins Lennart, foto Hofatelier Jaeger 1911.jpg|thumb|rightesquerda|upright=0.8|Maria com o marido e o filho]]
 
No inicio a união parecia promissora.
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== Primeira Guerra Mundial e revolução ==
[[Ficheiro:Ifj Marija PavlovnaRomanova.jpg|thumb|leftdireita|upright=0.78|Maria em vestido da corte russa]]
Maria regressou à Rússia pouco depois, onde viveu com o seu irmão mais novo, [[Dmitri Pavlovich|Dmitri]], a quem era intensamente ligada. Durante um baile em [[Moscovo]], os dois irmãos dançaram juntos sete danças seguidas e o czar teve de enviar um criado para os separar. Atormentado pela intensidade da irmã por ele, Dmitri distanciou-se um pouco dela, o que a magoou muito.
 
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== Exílio ==
[[Ficheiro:Prinsessan Maria, foto Hofatelier Jaeger 1912.jpg|thumb|rightupright=0.8|esquerda|Maria em 1912]]
Maria casou-se com o seu segundo marido, o príncipe Sérgio Mikhailovich Putiatin, em setembro de [[1917]]. Eles tiveram um filho, o príncipe Romano Sergeievich Putiatin. O pai de Maria, Paulo, foi ao baptizado de Romano, realizado a [[18 de julho]] de [[1918]], o mesmo dia em que, sem eles saberem, a tia de Maria, [[Isabel Feodorovna]], e o seu meio-irmão [[Vladimir Pavlovich Paley|Vladimir]] foram assassinados por [[bolcheviques]]. Pouco depois Paulo foi preso.
 
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Maria confidenciou ao seu filho Lennart, durante uma das suas raras conversas que ela sempre se tinha sentido sozinha durante toda a sua vida devido à sua infância sem raízes. Ela passou grande parte da sua idade adulta à procura de amor, tendo vários casos e descobriu que era difícil preencher o vazio que sentia. Ela ficou imensamente triste com a morte do seu irmão [[Dmitri Pavlovich|Dmitri]], a única pessoa que ela tinha realmente amado, em [[1942]]. Morreu aos 68 anos, em [[1958]], na cidade fronteiriça de [[Constança (Alemanha)|Constança]], na [[Alemanha]].
[[Ficheiro:Lesser CoA of the granddaughters of the emperor of Russia.svg|miniaturadaimagem]]
 
== Títulos e estilos ==
[[Ficheiro:Lesser CoA of the granddaughters of the emperor of Russia.svg|upright=0.8|miniaturadaimagem]]
* 1890-1908: [[Sua Alteza Imperial]] a grã-duquesa Maria Pavlovna da Rússia
* 1908-1914: Sua Alteza Imperial a princesa Maria Pavlovna, Duquesa de Södermanland, princesa da Suécia, Grã-Duquesa da Rússia
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* 1923-1958: Sua Alteza Imperial a grã-duquesa Maria Pavlovna da Rússia
 
{{Referências}}
== Bibliografia ==
{{Tradução/ref|en|Grand Duchess Maria Pavlovna of Russia (1890-1958)|259140330}}
 
== Bibliografia ==
 
{{Princesas da Suécia por casamento}}