Pedro I da Rússia: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 105:
O descontentamento com Sofia e Golitysn cresceu com o anúncio da segunda expedição militar, com os opositores da regente se reunindo ao redor de Pedro. O czar desaprovou as campanhas do príncipe e recusou aceitar as supostas vitórias, expressando publicamente sua repulsa ao favorito.<ref name=massie106 /> Sofia ficou chocada pelas ações do meio-irmão e passou a sentir-se insegura,<ref> {{harvnb|Massie|2015|pp=107–108}} </ref> tentando fortalecer sua posição avaliando com os Streltsi a possibilidade de ser coroada, criando e espalhando pela Europa um retrato seu usando o cetro, orbe e a coroa de Monômaco, além de contendo versos de um poema laudatório de suas realizações, e se intitulando autocrata da mesma forma que os czares. Essas ações alarmaram os apoiadores de Pedro,<ref> {{harvnb|Massie|2015|pp=108–109}} </ref> e este começou a desafiar pessoalmente a meia-irmã ao destratá-la em cerimônias públicas. A tensão entre os dois lados subiu, com Sofia cada vez mais movimentando-se por Moscou cercada de guardas e bajulando os Streltsi em troca de apoio.<ref> {{harvnb|Massie|2015|pp=110–111}} </ref>
 
A crise começou em 27 de agosto de 1689 quando uma carta anônima e falsa chegou na capital dizendo que o exército de brincadeira de Pedro em Preobrajenskoye atacaria Moscou naquela noite para matar Ivan e Sofia. Como precaução, os portões do Kremlin foram fechados e vários Streltsi foram convocados para defender o palácio.<ref> {{harvnb|Massie|2015|p=112}} </ref> Naquela noite um dos criados do czar foi entregar um despacho de rotina no Kremlin, porém sua aparição foi interpretada erroneamente pelos Streltsi como o prelúdio do ataque e ele foi espancado. Apoiadores de Pedro dentro do exército souberam do ocorrido e interpretaramacharam issoque comoera o começo de um ataque por parte de Sofia, alertando Preobrajenskoye. Pedro foi acordado no meio da madrugada e, assustado, partiu imediatamente para refugiar-se no [[Mosteiro da Trindade-São Sérgio]],<ref> {{harvnb|Massie|2015|p=113}} </ref> uma grande fortaleza e o lugar mais sagrado da Rússia naquela época.<ref> {{harvnb|Massie|2015|p=115}} </ref>
 
Da segurança do mosteiro, Pedro aproveitou sua posição como czar legítimo e enviou cartas aos comandantes Streltsi convocando-os até São Sérgio, porém Sofia proibiu que qualquer um deixasse Moscou sob a pena de morte. A regente enviou emissários para tentar uma reconciliação, porém sem sucesso.<ref> {{harvnb|Massie|2015|pp=116–117}} </ref> Dias depois o czar enviou novas cartas pedindo a presença dos comandantes, desta vez com ameaças de morte, com as deserções do lado da czarevna aumentando.<ref> {{harvnb|Massie|2015|p=118}} </ref> Sofia foi pessoalmente para o mosteiro em 20 de setembro falar com o meio-irmão, porém sua entrada foi barrada. Logo depois de sua volta para a capital, novas cartas de Pedro chegaram denunciando uma conspiração contra sua vida. Aqueles ainda indecisos abandonaram a regente e foram para o lado do czar, quem apesar de tudo tinham jurado defender e obedecer,<ref> {{harvnb|Massie|2015|p=119}} </ref> com as últimas tropas leais a Sofia lhe abandonando em 22 de setembro. Sem apoio político e militar, ela aceitou a derrota e abriu mão da regência.<ref> {{harvnb|Massie|2015|pp=121–122}} </ref> Em seguida vários de seus apoiadores foram executados,<ref> {{harvnb|Massie|2015|p=124}} </ref> Golitysn acabou exilado para o Ártico<ref> {{harvnb|Massie|2015|p=123}} </ref> enquanto a própria Sofia foi confinada ao [[Convento de Novodevichy|Convento de Novodevichi]] pelo restante da vida.<ref> {{harvnb|Massie|2015|p=125}} </ref>
 
==Grande Guerra do Norte==