Carioca: diferenças entre revisões

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Atualizei algumas informações sobre a origem do nome carioca segundo o livro "O Rio antes do Rio". Corrigi algumas informações sobre o uso oficial de "carioca". E introduzi a questão da oficialização de carioca como gentílico co-oficial do Estado.
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[[Ficheiro:Pedro Américo - A carioca - 1882.jpg|thumb|"A Carioca", pintura de 1882 de [[Pedro Américo]]|358x358px]]
Oficialmente, '''Carioca''' é o [[gentílico]] do [[Municípios do Brasil|município]] do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], no [[Unidades federativas do Brasil|estado]] do [[Rio de Janeiro]], no [[Brasil]]. Popularmente, no entanto, é também aceito como gentílico do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, busca-se o reconhecimento de "carioca" como gentílico de co-oficial de todo o Estado do Rio de Janeiro, junto com "fluminense" <ref>{{Citar periódico|ultimo=Lucas|primeiro=Jorge Alexandre|data=2014-01-01|titulo=Somos todos cariocas: identidade e pertencimentos no mundo globalizado|jornal=Revista Científica Ciência em Curso|volume=3|numero=2|paginas=111–123|issn=2317-0077|url=http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/ciencia_curso/article/view/2659|idioma=fr}}</ref>.
== Histórico do gentílico ==
No [[Brasil Colônia|período colonial]] (século 16 - século 18), os nascidos na cidade[[capitania do Rio de Janeiro]]<ref>COMELLI, P. ''As ruas do Rio de Janeiro imperial''. Disponível em http://www.comelliphilatelist.com/artigos3.asp?id=262. Acesso em 14 de setembro de 2012.</ref> eram conhecidos por duas denominações: "carioca", devido ao [[Rio Carioca]]<ref>NAVARRO, E. A. ''Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. ''São Paulo. Global. 2013. p. 555.<br>
</ref>, que era o rio que fornecia água potável à população (aqueles que "bebiam das águas do Carioca", isto é, os moradores da cidade do Rio de Janeiro, eram chamados de "cariocas"); e "fluminense", numa referência ao termo [[Latim|latino]] ''flumen'', que significa "rio", em alusão ao "Rio" dos nomes da cidade e da [[capitania do Rio de Janeiro]]<ref>COMELLI, P. ''As ruas do Rio de Janeiro imperial''. Disponível em http://www.comelliphilatelist.com/artigos3.asp?id=262. Acessosendo ementretanto 14"carioca" dea setembrodesignação demais 2012.</ref>difundida.
 
Em 1834, através do [[Ato Adicional|Ato Adicional à Constituição de 1824]], o município do Rio de Janeiro se separou da [[Província do Rio de Janeiro]] para constituir o [[Município Neutro]], com administração vinculada diretamente à [[Império do Brasil|corte imperial brasileira]]. O termoComo "carioca" foi,é um termo entãoindígena, reservadoos paramembros serda oCorte gentílicooptaram dopor novointitularem-se município"fluminenses", enquanto que o termotendo "fluminensecarioca" continuousobrevivido apelo seruso opopular, gentílicoprincipalmente danas Provínciademais províncias do RioImpério dedo Janeiro<ref>http://www.afaerj.org.br/cidade/cidade_curiosidades.php</ref>Brasil.
 
Em 1891, após a [[Proclamação da República do Brasil]] em 1889, o Município Neutro transformou-se no [[Distrito Federal do Brasil (1891-1960)|Distrito Federal]] e a província do Rio de Janeiro transformou-se no estado do [[Rio de Janeiro]]. Em 1960, com a mudança da capital do país para [[Brasília]], o antigo [[Distrito Federal do Brasil (1891-1960)|Distrito Federal]] tornou-se o estado da [[Guanabara]], que adotou então oficialmente a designação "carioca" pela primeira vez para os habitantes do novo Estado. Com a fusão do estadoEstado da Guanabara com o estadoEstado do Rio de Janeiro, em 1975, osa cariocasentão cidade-Estado passarampassou a serintegrar umo subgrupoatual Estado do Rio de Janeiro. Oficialmente, optou-se (sem consulta a população pois tratava-se do período do Regime Militar) por "fluminense" como gentílico oficial do novo Estado, reduzindo-se o uso do gentílico "carioca" ao município do Rio de Janeiro, que lhe serviria de capital. Entretanto, a maioria dos [[habitantes do Estado do Rio de Janeiro| preferem a designação "carioca" a "fluminense]]s" (especialmente na Região Metropolitana, Costa Verde e Região dos Lagos) e desde os anos 2000 o movimento "Somos Todos Cariocas" busca o reconhecimento de carioca como gentílico co-oficial do Estado do Rio de Janeiro <ref>{{Citar periódico|ultimo=Lucas|primeiro=Jorge Alexandre|data=2014-01-01|titulo=Somos todos cariocas: identidade e pertencimentos no mundo globalizado|jornal=Revista Científica Ciência em Curso|volume=3|numero=2|paginas=111–123|issn=2317-0077|url=http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/ciencia_curso/article/view/2659|idioma=fr}}</ref>.
 
== Etimologia ==
O termo "carioca" é, com certeza, de origem [[Língua tupi|tupi]]. Seu significado, no entanto, é controverso. Existem várias teorias a respeito:
 
*A tese mais difundida é que significa "casa de homem branco", pela junção de ''kara'iwa'' ou ''kari' '' (homem branco) + ''oka'' (casa)<ref name="FERREIRA, A. B. H. 1986. p. 353">FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 353</ref>. Entretanto, a maioria dos especialistas considera essa versão como incorreta atualmente.
*Segundo o livro "O Rio Antes do Rio" <ref>{{Citar web|url=http://www.travessa.com.br/o-rio-antes-do-rio/artigo/bca9383b-6d43-4eab-add5-0065a7ad850e|titulo=O RIO ANTES DO RIO - Rafael Freitas da Silva - Livro|acessodata=2016-08-09|obra=Travessa.com.br}}</ref>, é o nome de uma antiga aldeia [[Tupinambás|tupinambá]] que existia no sopé do Outeiro da Glória, em uma das duas [[foz]]es do [[Rio Carioca]], na região do atual bairro da [[Glória (bairro do Rio de Janeiro)|Glória]]. Mais exatamente, a aldeia se chamava ''Kariók'' ou ''Karióg'' e foi mencionada pelo escritor francês [[Jean de Léry]], que fez parte da expedição francesa que implantou a [[França Antártica]] na região, no século XVI<ref>http://www.ipahb.com.br/generali.php</ref><ref>NAVARRO, E. A. ''Método moderno de tupi antigo''. Terceira edição. São Paulo: Global, 2005. p. 187</ref>. Segundo esta versão, o nome "carioca" viria dos termos tupis ''kariîó'' ("índio [[carijó]]") e ''oka'' ("casa"), significando "casa de índio carijó"<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/tempo_nomina_em_tupi.htm</ref>.
*No século XVI, os índios [[tupinambás]] que dominavam a região da [[Baía de Guanabara]] teriam apelidado os invasores portugueses de ''akari'' (termo tupi para uma espécie de peixe, o [[Cascudo (peixe)|cascudo]]) devido ao fato de as armaduras dos portugueses se assemelharem às típicas placas que revestem esse peixe. Com a segunda expedição portuguesa à Baía de Guanabara, em 1503-1504, liderada por [[Gonçalo Coelho]], foi construída, pelos portugueses, em uma das foz do [[Rio Carioca]], na atual [[Praia do Flamengo]], uma casa de pedra que os índios tamoios chamaram de ''akari oka'', "casa de homem branco"<ref>http://ihja.blogspot.com/2010/11/por-que-se-chama-carioca-quem-nasce-no.html</ref>. Tal casa, que funcionava como uma [[feitoria]], foi desativada por [[Cristóvão Jacques|Cristóvão Jaques]] em 1516<ref>BUENO, E. ''Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores''. Rio de Janeiro. Objetiva. 1999. p. 46,47.</ref>.
*O nome "carioca" pode provir do nome de uma tribo indígena. Felisbello Freire, na sua obra História Territorial do Brazil<ref>FREIRE, Felisbello. ''Historia Territorial do Brazil''. Rio de Janeiro: Jornal do Commercio, vol. 1 (Bahia, Sergipe e Espirito Santo), 1906, p. 153</ref>, menciona duas tribos indígenas em guerra na localidade [[Bahia|baiana]] de Toco, que teriam sido pacificadas por tropas de Jeremoabo (ou Geremoabo, na época do autor): os Mungurus e os Cariocas. Isso quer dizer que existia uma tribo indígena no Brasil com o nome de "carioca" (o autor se fundamenta na fonte "Mem. dos Limites de Sergipe e Bahia").