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:''"Comem com seus dedos, em vez de usarem os pauzinhos, como nós. Manifestam seus sentimentos, sem qualquer auto-controle. São incapazes de entender a nossa escrita."''
 
Logo depois, entretanto, os japoneses adoptaramadotaram muitas das tecnologias e práticas culturais daqueles visitantes, seja na área militar (como o [[arcabuz]], [[armadura]]s em estilo europeu, e embarcações), religiosos ([[Cristianismo]]), arte decorativa e na linguagem (integração ao japonês de termos [[Palavras japonesas de origem portuguesa|de origem portuguesa]] e ocidentais).
 
Muitos estrangeiros foram auxiliados por regentes nipónicosnipônicos, e às vezes suas habilidades foram reconhecidas ao ponto de serem promovidos ao grau de [[samurai]]s (como [[William Adams]]), e a cessão do [[feudo]] da [[Península de Miura]], ao sul de [[Edo]]).
 
== Visão Europeia sobre o Japão ==
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Na [[Renascença]] os europeus se admiraram com o Japão, que consideravam rico em metais preciosos, especialmente em razão dos relatos de [[Marco Polo]] (no qual chamava o país de [[Cipango]]) que diziam de templos e palácios em ouro, como também pela existência de outros minerais característicos de solos [[vulcão|vulcânicos]], encontrados à superfície em tempos onde as técnicas de mineração profunda eram inexistentes. O Japão tornar-se-ia, nesse período, num importante exportador de [[cobre]] e [[prata]].
 
O Japão também era olhado comoconsiderado uma sofisticada [[Feudalismo|sociedade feudal]], deavançado cultura cosmopolita e dotadadotado de uma avançada tecnologia pré-industrial. Era mais povoado e mais urbanizado do que qualquer país ocidental de então — tinha, no século XVI, cerca de 26 milhões de habitantes, contra 16 namilhões da França e 4,5 milhões da Inglaterra.<ref name=np>Noel Perrin, "Giving up the gun"</ref> Suas "universidades" [[budismo|budistas]] eram maiores do que qualquer das instituições de ensino do Ocidente, a exemplo das universidades de [[Universidade de Salamanca|Salamanca]] ou de [[Universidade de Coimbra|Coimbra]]. Alguns observadores europeus contemporâneos escreveram que os japoneses "''superam não apenas todos os demais povos orientais, eles ultrapassam também aos europeus''" ([[Alessandro Valignano]], 1584, "Historia del Principio y Progreso de la Compañía de Jesús en las Indias Orientales).
 
Os primeiros visitantes europeus ficaram impressionados com a habilidade dos [[artesão]]s e [[ferreiro]]s nipónicosnipônicos. Isto se deve ao facto de o Japão ser bastante pobre em recursos naturais comuns na Europa, especialmente o [[ferro]]. Assim, os japoneses passariam a ser reconhecidos pela forma económicaeconômica com que empregavam os recursos de que dispunham: o que havia em pequena quantidade eles aprenderam a usar com especialização.
 
A coragem guerreira do japonês também foi notada: "''Um decreto real espanhol de 1609 especificamente dirigido aos comandantes espanhóis no Pacífico dizia para "não arriscar a reputação de nossos braços e enfrentar um soldado japonês"''".<ref name=np/> Tropas samurais japonesasjaponeses foram depois empregadasempregados nas [[Ilhas Molucas]] pelos holandeses para enfrentar os ingleses.
 
== Trocas comerciais ==
 
Após os primeiros contactoscontatos de 1543, naus lusas começaram a chegar ao Japão. À época, as trocas comerciais e em particular o comércio português em [[Goa]] era já costumeiro (desde cerca de [[1515]]), consistindo entre 3 a 4 [[nau]]s que deixavam [[Lisboa]] com [[prata]] para comprar [[algodão]] e [[especiaria]]s na [[Índia]]. Entre essas [[carraca]]s, só uma se dirigia para a China, com ordem para comprar directamentediretamente a [[seda]], também em troca da prata ibérica.
 
Com a fundação do porto de [[Nagasaki]], através das iniciativas combinadas do convertido cristão daimyo Omura Sumitada junto com seu amigo Português e confessor, o missionário jesuíta Gaspar Vilela, em 1571,<ref>Boxer, The Christian Century In Japan 1549-1650, p. 100-101</ref> a extensão do comércio Português e sua influência no Japão, particularmente em Kyushu, aumentaria dramaticamente nos próximos 30 anos. Promovendo sua presença no porto estratégico, depois da ajuda portuguesa ao daimyo Sumitada para repelir um ataque no porto pelo clã Ryūzōji em 1578, incidente que por sua vez levou Sumitada a ceder Nagasaki "em perpetuidade"para a Companhia de Jesus, dois anos depois.
 
Oportunamente, a carga dos primeiros navios portugueses (em geral cerca de quatro pequenas embarcações ao ano) aportavam no Japão, com carga basicamente oriunda da China (seda, e porcelana). Os japoneses almejavam esses bens, mas estavam proibidos de realizar qualquer contato comercial com a China pelo [[Imperador da China|Imperador chinês]], como punição pelos ataques dos [[pirata]]s [[Wakō]]. Proporcionava-se assim, uma novaanova oportunidade para os portugueses actuarematuarem como intermediários no comércio asiático.
 
Oportunamente, a carga dos primeiros navios portugueses (em geral cerca de quatro pequenas embarcações ao ano) aportavam no Japão, com carga basicamente oriunda da China (seda, porcelana). Os japoneses almejavam esses bens, mas estavam proibidos de realizar qualquer contato com a China pelo [[Imperador da China|Imperador]], como punição pelos ataques dos [[pirata]]s [[Wakō]]. Proporcionava-se assim, uma novaa oportunidade para os portugueses actuarem como intermediários no comércio asiático.
[[Ficheiro:NanbanCarrack.jpg|thumbnail|Uma [[carraca]] portuguesa em [[Nagasaki]], século XVII.]]
Ao tempo da aquisição de [[Macau]], em 1557, e com o formal reconhecimento de uma parceria comercial pelos chineses, a [[Coroa de Portugal]] começou a regulamentar o comércio com o Japão, concedendo privilégios de navegação e autoridade ao licitante que melhor oferta desse pela [[Capitania]] anual do Japão, cujo efeito era conferir os direitos comerciais exclusivos para enviar uma só carraca àquele país oriental todos os anos. As carracas eram naus muito grandes, com uma calagem entre mil e mil e quinhentas [[tonelada]]s, cerca do dobro ou triplo do tamanho de um [[galeão]] regular ou de um grande [[junco (barco)|junco]].
 
Ao tempo da aquisição de [[Macau]] na China, em 1557, e com o formal reconhecimento de uma parceria comercial pelos chineses, a [[Coroa de Portugal]] começou a regulamentar o comércio com o Japão, concedendo privilégios de navegação e autoridade ao licitante que melhor oferta desse pela [[Capitania]] anual do Japão, cujo efeito era conferir os direitos comerciais exclusivos para enviar uma só carraca àquele país oriental todos os anos. As carracas eram naus muito grandes, com uma calagem entre mil e mil e quinhentas [[tonelada]]s, cerca do dobro ou triplo do tamanho de um [[galeão]] regular ou de um grande [[junco (barco)|junco]].
Esse comércio continuou, com poucas interrupções, até cerca de [[1638]], quando foi proibido o desembarque de [[padre]]s no solo nipónico.
 
Esse comércio continuou, com poucas interrupções, até cerca de [[1638]], quando foi proibido o desembarque de [[padre]]s no solo nipônico.

O comércio lusitano foi sendo cada vez mais desafiado por contrabandistas chineses em seus juncos e pelos próprios japoneses em seus [[shuinsen]] a partir de 1592 (cerca de dez navios ao ano), além de embarcações espanholas oriundas de [[Manila]] nas Filipinas a partir de 1600 (um navio ao ano), dos holandeses a partir de 1609, e ingleses desde 1613 (um navio ao ano).
 
== Intercâmbio Tecnológico ==
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[[File:Japanese classic rifle.ogv|thumb|right|Demonstração do [[Tanegashima (Japanese matchlock)|Tanegashima]] no castelo Himeji]]
 
Uma das muitas coisas nas quais os japoneses estavam interessados ​​eram as armas de fogo portuguesas. Os três primeiros europeus a chegarem ao Japão no ano de 1543 foram os comerciantes Portugueses António da Mota, António Peixoto e Francisco Zeimoto (também presumivelmente [[Fernão Mendes Pinto]]), chegaram em um navio chinês no sul da ilha de Tanegashima, onde apresentaram suas armas para o comércio com a populaçãonobreza local. Uma vez que as armas de fogo Portuguesas ​​foram introduzidas em Tanegashima, no Japão, estes arcabuzes receberam o nome de Tanegashima. Naquela época o Japão estava no meio de uma guerra civil, o chamado [[período Sengoku]] (Período do país em guerra). Estritamente falando, os japoneses já estavam familiarizados com armas de pólvora (inventada e trazida a partir de China) cerca de 270 anos antes da chegada dos Portuguesesportugueses. As armas portuguesas no entanto eram leves, possuíam um mecanismo melhor e eram mais fáceis de mirar.
 
O famoso Daimyo que praticamente unificou o Japão, Oda Nobunaga, fez uso extensivo das armas de fogo (arcabuz) desempenhando um papel fundamental na batalha de Nagashino.
O famoso Daimyo que praticamente unificou o Japão, [[Oda Nobunaga]], fez uso extensivo das armas de fogo (arcabuz) desempenhando um papel fundamental na batalha de Nagashino. Dentro de um ano, ferreiros japoneses, conseguiram reproduzir o mecanismo do arcabuz e começaram a produzir em massaescala as armas portuguesasindustrial. E apenas 50 anos mais tarde, seus exércitos eram equipados com um número de armas de fogo talvez maior do que qualquer exército contemporânea na Europa. As armas de fogo foram de fundamental importância na unificação do Japão sob [[Toyotomi Hideyoshi]] e [[Tokugawa Ieyasu]], bem como na invasão da Coreia em 1592 e 1597. Os europeus trouxeram pelo comercio não apenas armas, mas também sabão, tabaco e outros produtos desconhecidos no Japão Feudal.
As armas foram de extrema importância na unificação do Japão sob Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu, bem como na invasão da Coreia em 1592 e 1597.
Os europeus trouxeram pelo comercio não apenas armas, mas também sabão,tabaco e outros produtos desconhecidos no Japão Feudal.
 
=== Shuinsen ===
[[Ficheiro:RedSealShip.JPG|thumbnail|180px|esquerda|Navio mercante japonês de influência ocidental, ''[[shuinsen]]'' (literalmente "navio de selo vermelho") do [[shogunato Tokugawa]] de 1634, Museu de ciência naval de Tóquio]]
 
Os navios europeus (galeões) foram bastante influentes na indústria de construção naval do Japão, e de fato estimulou muitos empreendimentos japoneses no exterior. O Bakufu estabeleceu um sistema de empreendimentos comerciais em navios licenciados chamados navios de selo vermelho (朱 印 船 shuinsen?), que navegavam todo o Leste e Sudeste da Ásia para comercializar. Estes navios incorporaram muitos elementos técnicos dos galeões, tais como as velas, o leme e a disposição das armas. Eles levaram muitos comerciantes e aventureiros japoneses para os portos do [[sudeste asiático]], tornando-os influentes nos assuntos locais, como o aventureiro [[Yamada Nagamasa]] no Sião, ou mais tarde tornando-os ícones populares japoneses como Tenjiku Tokubei. No início do século 17, o Bakufu construiu vários navios de concepção puramente Nanban, geralmente com a ajuda de peritos estrangeiros, como o galeão San Juan Bautista, que atravessou o Pacífico duas vezes em embaixadas para Nueva España (México).
Os navios europeus (galeões) foram bastante influentes na indústria de construção naval do Japão, e de fato estimulou muitos empreendimentos japoneses no exterior.
O Bakufu estabeleceu um sistema de empreendimentos comerciais em navios licenciados chamados navios de selo vermelho (朱 印 船 shuinsen?), que navegavam todo o Leste e Sudeste da Ásia para comercializar. Estes navios incorporaram muitos elementos dos galeões, tais como as velas, o leme e a disposição das armas. Eles levaram muitos comerciantes e aventureiros japoneses para os portos do sudeste asiático, tornando-os influentes nos assuntos locais, como o aventureiro [[Yamada Nagamasa]] no Sião, ou mais tarde tornando-os ícones populares japoneses como Tenjiku Tokubei.
No início do século 17, o Bakufu construiu vários navios de concepção puramente Nanban, geralmente com a ajuda de peritos estrangeiros, como o galeão San Juan Bautista, que atravessou o Pacífico duas vezes em embaixadas para Nueva España (México).
 
== Incidentes de Macau (1608) e Batalha de Fukuma (1610) ==
 
Dois incidentes em particular, o primeiro registadoregistrado em Novembro de 1608 em [[Macau]] e outro na sequência desse, em Janeiro de 1610, marcariam os dois mais graves confrontos entre portugueses e japoneses neste período e o início de um crescendo de hostilidade mútua, a partir do final do primeiro decéniodecênio do [[século XVII]].<ref>Boxer, C.R., The Christian Century In Japan 1549-1650, pags. 269-285, ISBN 1857540352</ref>
 
No primeiro incidente, uma trupehorda de homens japoneses, a serviço numa embarcação pertença do daimyo Arima Shuri-No-Tayo Hanurobu, Senhor do ''Han'' (feudo) de Arima, é acusada pelas gentes do porto de Macau de causarem graves distúrbios na área, imputando aos ditos vassalos de Arima as ofensas de andarem ostensivamente armados pelas ruas de Macau, acossando, insultando, agredindo e roubando os locais, e chegando mesmo a afrontar um [[ouvidor]] (magistrado) português então de passagem pela região, correndo a pedir auxílio ao Governador Português, Capitão-Mór André Pessoa, que prontamente mobilizou a guarnição militar da praça por modo a restaurar a ordem pública na província sob sua autoridade. Aos homens de Arima, juntam-se nessa hora outros japoneses oriundos de diversas outras embarcações então ancoradas em Macau. A 30 de Novembro de 1608, após violentos combates nas ruas de Macau opondo os meliantes japoneses à guarnição portuguesa sob o comando de André Pessoa, logrou esta cercar os amotinados nipónicos num pequeno quarteirão do porto, após o que, e tendo o Capitão-Mór Pessoa prometido poupar a vida dos que se rendessem (oferta alegadamente aceite apenas por uma pequena facção entre os sublevados) a larga maioria dos insurrectos japoneses foi morta, tendo apenas um pequeno grupo escapado com vida, graças à intervenção na hora do então Bispo de Macau.<ref>Boxer, C.R., The Christian Century In Japan 1549-1650, pags. 270-272, ISBN 1857540352</ref>
 
Na sequência deste primeiro incidente, e comandando o próprio André Pessoa a nave fretada nesse ano de 1610 para Nagasaki, uma vez chegada esta ao porto japonês, o daimyo Arima Hanurobu, ordena então uma inspecçãoinspeção à embarcação portuguesa com o propósito de lhe confiscar a carga a título de compensação pelas vidas dos seus servos mortos pela guarnição Portuguesa de Macau dois anos antes. Porém é insultado pelo capitão, o qual recusa veementemente toda e qualquer atribuição de responsabilidades pelos incidentes verificados em Macau. O navio português era o ''Nossa Senhora da Graça''. (também referida nalgumas fontes como ''Madre de Deus''.<ref>C.R. Boxer, "The Christian Century in Japan 1549 — 1650", ISBN 185754035 2, pag. 269-285</ref>)
 
Reportando este incidente ao Shogun Tokugawa, este ordena então a Arima Harunobu que prenda o Capitão e sua embarcação pelo acto de desafio. As forças de Arima partem então em perseguição do ''Nossa Senhora da Graça'', que entretanto e por ordem do Capitão Pessoa, procurando evitar um confronto de consequências imprevisíveis e potencialmente desastrosas para ambas as partes, zarpara para Sul, tendo, efeito dos fracos ventos do dia, ficado imobilizado ao largo da costa de Fukuma, onde a batalha subsequente viria a ocorrer.<ref>C.R. Boxer, "The Christian Century in Japan 1549 — 1650", ISBN 185754035 2, pag. 276-283</ref>
A batalha acontece durante a primeira semana de 1610. Arima Harunobu tinha aproximadamente 3,000 SamuraiSamurais, que atacaram sem sucesso devido à superioridade do armamento do ''Nossa Senhora da Graça'' que, apesar da enorme desproporção de meios humanos em confronto, facilmente repeliu todas as investidas das embarcações de Arima.
 
Porém, o "Nossa Senhora da Graça" acabaria por perecer na sequência da explosão acidental de uma granada portuguesa no próprio convés da nau, em pleno terceiro dia de batalha, e quando os portugueses já se davam por vitoriosos. A deflagração da granada, tendo ateado fogo às velas, causou, de imediato, grande consternação entre a tripulação e demais homens a bordo, tendo então, o Capitão-Mór André Pessoa, e apercebendo-se da impossibilidade de salvar a sua nau, descido ao paiol da embarcação munido de uma tocha e feito explodir a nave. Este evento terá, à época, causado grande impressão entre os japoneses que interpretaram no gesto de Pessoa um acto de grande bravura e nobreza.<ref>C.R. Boxer, id., pag. 281-285</ref> O afundamento do "Nossa Senhora da Graça" passou, desde então, a integrar o folclore de Nagasaki, sendo ainda hoje celebrado no festival tradicional dito "Nagasaki Kunchi", celebrado todos os anos entre os dias 7 e 9 de Outubro.
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== Envolvimento holandês e declínio da influência portuguesa ==
 
Os holandeses, que, ao invés de serem chamados "Nanban" (bárbaros) receberam o apelidonome de "Kōmō" (Jp:紅毛, literalmente ''"cabelo vermelho"''), chegaram ao Japão em [[1600]], a bordo do ''Liefde''. Seu piloto era [[William Adams]], o primeiro inglês a chegar àquele país.
 
Em 1605, foram enviados dois tripulantes do Liefde ao [[Reino de Patani]] por Tokugawa Ieyasu, para aceitarem o comércio holandês com o Japão. O chefe do entreposto comercial holandês em Patani, Victor Sprinckel, recusou a oferta, pois estava já bastante ocupado com a oposição portuguesa no [[Sudoeste asiático]]. Em 1609, entretanto, o holandês [[Jacques Specx]] aportou com duas embarcações em [[Hirado]] e, com intercessão de Adams, obteve privilégios comerciais de Ieyasu.
 
Os flamengos também se engajaram na pirataria e combate naval para debilitar a presença portuguesa e as embarcações espanholas no [[Oceano Pacífico|Pacífico]] e, ao final das contas, tornaram-se os únicos ocidentais a terem acesso permitido no Japão, através do pequeno exclaveenclave de [[Dejima]], uma minúscula ilha artificial originalmente concebida para concentrar a comunidade portuguesa de Nagasaki, logo a partir de 1638, ano em que se dá a expulsão definitiva da generalidade dos portugueses e espanhóis ainda então presentes em território nipóniconipônico, e daí pelos próximos dois séculos.
 
== Declínio dosdo intercâmbiosComércio Nanban ==
 
Depois que o Japão foi pacificado e unificado por [[Tokugawa Ieyasu]] em 1603, o Japão fechou-se progressivamente para o mundo exterior, principalmente por causa da ascensão do cristianismo e tráfico de seres humanos para as Américas. Em 1650, com exceção do posto comercial de Dejima em Nagasaki, (pertencente a Holanda,) e algum escasso comércio com a China, os estrangeiros estavam sujeitos à pena de morte, e cristãos japoneses eram perseguidos. As armas de fogo foram quase completamente erradicadas em prol das mais "civilizadas" espadas . Viajar para o exterior e a construção de navios de grande porte também foram explicitamente proibidos. Daí começou um período de reclusão[[isolacionismo]], seguido de paz, prosperidade e progresso interno conhecido como o [[período Edo]]. Os chamados "bárbaros" voltariam 250 anos mais tarde reforçados pela industrialização (que foi possibilitada pelo [[iluminismo]]) e derrotaram o isolacionismo japonês, a partir da abertura forçada do Japão ao comércio global por uma frota militar norte-americana sob o mandato do [[Comodoro Matthew Perry]] em 1854.
Depois que o país foi pacificado e unificado por Tokugawa Ieyasu, em 1603, o Japão fechou-se progressivamente para o mundo exterior, principalmente por causa da ascensão do cristianismo.
Em 1650, com exceção do posto comercial de Dejima em Nagasaki, pertencente a Holanda, e algum comércio com a China, os estrangeiros estavam sujeitos à pena de morte, e cristãos eram perseguidos. As armas foram quase completamente erradicadas em prol das mais "civilizadas" espadas . Viajar para o exterior e a construção de navios de grande porte também foram proibidos. Daí começou um período de reclusão, paz, prosperidade e progresso conhecido como o período Edo.
Os "bárbaros" voltariam 250 anos mais tarde reforçados pela industrialização, e acabaram com o isolamento do Japão, a partir da abertura forçada do Japão ao comércio por uma frota militar norte-americana sob o mandato do Comodoro Matthew Perry em 1854.
 
== Ver também ==