Saartjie Baartman: diferenças entre revisões

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== Morte e legado ==
 
Ela morreu no dia 29 de dezembro de 1815 por conta de uma doença inflamatória indeterminada,<ref name="jsa-154">{{cite journal|journal=The Journal of Science and the Arts|year=1818|volume=III|issue=V|page=p. 154|url=http://www.archive.org/stream/journalsciencea02britgoog#page/n187/mode/1up/search/venus|accessdate=19 de julho de 2010|title=Proceedings of the Academy of Sciences of the Royal Institute of France}}</ref> possivelmente [[varíola]],<ref>''In The Blood'' por Steve Jones (p. 204).</ref><ref> Times [London, England] 6 Jan. 1816: 3. The Times Digital Archive. Web. 7 Ago. 2012.</ref> enquanto outras fontes sugerem que ela tenha contraído [[sífilis]]<ref name=atrest/> ou [[pneumonia]]. A [[dissecção]] de seu corpo foi realizada e publicada pelo anatomista francês [[Henri Marie Ducrotay de Blainville]] (1816) e republicado pelo naturalista francês [[Georges Cuvier]] em ''Mémoires du Museum d'Histoire Naturelle'' (1817). Cuvier, que conhecera Baartman, observou em sua monografia que o seu objeto de estudo era era uma mulher inteligente, com uma memória excelente, especialmente para rostos. Além de sua língua nativa, ela falava [[Língua neerlandesa|neerlandês]] fluentemente, tinha um [[Língua inglesa|inglês]] razoável e algum conhecimento de [[Língua francesa|francês]]. Ele descreve os ombros e costas dela como "graciosos", com "braços delgados", mãos e pés como "encantadores" e "bonitos". Ele acrescenta que ela era adepta de [[berimbau de boca]], dançava de acordo com as tradições de seu país e tinha uma personalidade alegre. Apesar disso, ele interpretou seus restos mortais, de acordo com suas teorias sobre [[Raças humanas|evolução racial]], como a manifestação de traços semelhantes a [[macaco]]s. Ele acreditou que suas orelhas pequenas eram semelhantes as de um orangotango e também comparou sua vivacidade, quando viva, à rapidez de um macaco.<ref name="Qureshi">Sadiah Qureshi, Displaying Sara Baartman, the ‘Hottentot Venus’ History of Science, Volume 42, Parte 2, Número 136, Junho de 2004, p.233-257</ref> Seu esqueleto, órgãos genitais e cérebro foram preservados e colocados em exposição em Paris, no [[Musée de l'Homme]],<ref name="rumor">Hal Morgan and Kerry Tucker. ''Rumor!'' Fairfield, Pennsylvania: Penguin Books, 1984, p. 29.</ref> até 1974, quando então foram retirados da visitação pública e guardados; ainda assim, um acervo foi exibido pelos dois anos seguintes.<ref>{{cite book|title=Untrodden fields of anthropology : observations on the esoteric manners and customs of semi-civilized peoples|publisher=American Anthropoligical society|url=http://www.archive.org/stream/cu31924029859174#page/n459/mode/1up/search/venus|author=X, Jacobus, Dr., pseud; Carrington, Charles|accessdate=19 de julho de 2010}}</ref>
 
Houve pedidos esporádicos para o retorno de seus restos mortais ao continente africano, começando na década de 1940. Um poema escrito em 1978 por [[Diana Ferrus]], ela própria descendente do povo khoisan, intitulado ''Eu vim para te levar para casa'', desempenhou um papel fundamental no estímulo ao movimento para trazer os restos de Baartman de volta para sua terra natal.<ref name=atrest/> O caso ganhou proeminência mundial só depois de [[Stephen Jay Gould]] escrever '' The Hottentot Venus'' na década de 1980. Após a vitória do [[Congresso Nacional Africano]] na eleição geral na [[África do Sul]] em 1994, o presidente [[Nelson Mandela]] solicitou formalmente que a [[França]] devolvesse os restos mortais. Depois de muita disputa legal e debates na [[Assembleia Nacional Francesa]], o governo francês aceitou o pedido em 6 de março de 2002. Seus restos mortais foram repatriados para sua terra natal, o Vale do [[Rio Gamtoos]], em 6 de maio de 2002<ref name=bbcnews2002>{{cite news |title='Hottentot Venus' goes home|url=http://news.bbc.co.uk/2/low/europe/1957240.stm |publisher=BBC|date=29 de abril de 2002|accessdate=13 de outubro de 2008}}</ref> e eles foram enterrados em 9 de agosto de 2002, sobre Vergaderingskop, uma colina na cidade de Hankey, mais de 200 anos depois de seu nascimento.<ref>{{cite web|url=http://academic.sun.ac.za/history/news/s_kerseboom.pdf|title="Burying Sara Baartman": Commemoration, Memory and Historica Ethics.1|last=Kerseboom|first=Simone|publisher=Stellenbosch University History Department|accessdate=23 de outubro de 2008}}</ref>