Ascetismo (filosofia): diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Desfeita a edição 44948099 de 177.183.85.238 |
ajustes |
||
Linha 1:
O '''ascetismo''' ou '''asceticismo''' é uma filosofia de vida na qual são refreados os prazeres mundanos, onde se propõem a [[austeridade]].
Aquelas que praticam um estilo de vida austero definem suas
== Etimologia ==
O substantivo "ascetismo" deriva de um termo grego ''askesis'' (prática, treinamento ou exercício). Originalmente associado com qualquer forma de disciplina ou filosofia prática, o termo ''ascetismo'' significa alguém que pratica uma renúncia ao mundo com objetivo de adquirir um alto intelecto e espírito.
Muitos guerreiros e atletas, na sociedade
== "Ordinário" versus "extraordinário" ==
[[Max Weber]] fez uma distinção entre os asceticismo ''innerweltliche'' e ''ausserweltliche'', que significam, respectivamente, "dentro do mundo" e "fora do mundo". [[E. Carvalho]] traduziu isto como "ordinário" e "extraordinário" (alguns tradutores usam "mundo interior", mas isto tem diferentes conotações no português e não é o que Weber tinha em mente).
O ascetismo "extraordinário" refere-se a pessoas que desistem do mundo para viver uma vida ascética (o que inclui os [[monge]]s que vivem comunitariamente em [[
Weber classificou esta distinção originalmente na [[Reforma Protestante]], mais tarde tornou-se secularizado, assim o conceito pertence a ambos, religiosos e ascetas seculares.
[[David McClelland]] sugeriu que o asceticismo ordinário se restringe a agir contra alvos pré-identificados como prazeres que ''distraem'' pessoas de alguma inspiração divina, e podem aceitar prazeres que não sejam distracionistas. Como por exemplo, ele apontou que [[
(McClelland, ''The Achieving Society'', 1961)
== Motivação religiosa ==
Asceticismo é muito associado com [[monge]]s, [[
=== Hinduísmo ===
Na Índia antiga, havia uma tendência a abandonar o mundo convencional e entrar no ascetismo, que é uma vida de exclusão e renúncia, chamada [[tyaga]] ou [[samnyasa]], estes movimentos começaram nos tempos das upanishads, refletindo um ideal, e acabaram se tornando um problema social. Em resposta, os legisladores Hindus inventaram os ideais de estágios da vida ([[ashrama]]). De acordo com este modelo, a pessoa primeiro termina o estágio de brahmacarin - estudante, passando para grihastha - cidadão ativo, e somente depois se retiraria do mundo.
Um exemplo extremo de grihastha são os [[
* veja também [[Tapas (Sânscrito)|Tapas]]
=== Budismo ===
O personagem histórico [[Sidarta Gautama
Os graus de moderação sugeridos neste caminho do meio variam dependendo da interpretação do
O estilo de vida básico de um praticante budista ([[bico (budismo)|bico]], monge, ou bicunim, freira) como descrito no [[
Inicialmente, o Buddha rejeitou um número de práticas especificas de ascetismo que alguns monges queriam seguir. Estas práticas — tais como dormir no chão de cremação ou em um cemitério, usar apenas trapos, etc. — foram consideradas inicialmente como muito extremas, sendo responsáveis a um indispor aos valores sociais que permeavam a comunidade, ou como aconteceu criando uma divisão entre os [[Sangha]] para encorajar os monges para competir na austeridade. A despeito da proibição, há registros no [[Pali Canon]], destas práticas (conhecidas como práticas de [[Dhutanga]], ou [[língua tailandesa|tailandês]] como ''thudong'') eventualmente tornam aceitáveis na comunidade monástica. Elas foram registradas por [[Budagosa]] em seu ''[[Visuddhimagga]]'' e mais tarde se tornaram importantes nas práticas da [[Tradição Thai Florestal]].
As tradições [[Mahayana]] do
Similarmente, há divergência entre as diferentes escrituras e tendências culturais como a forte ênfase ao asceticismo de algumas práticas Mahayana. O [[Sutra de Lotus]], por sua vez, contêm uma história de um [[bodhisattva]] que se queimou como uma oferenda à reunião de todos os [[Buddhas]] no mundo. Esta tornou-se uma história símbolo do
=== Judaísmo ===
O asceticismo é completamente rejeitado pelo
Esta é uma das principais diferenças entre
Os escritos principais para o judaísmo estão na [[Torá]].
=== Cristianismo ===
O cristianismo tem como base para suas doutrinas a [[Bíblia
"Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne." (Epístola de São Paulo aos Colossenses 2 : 20-23)<ref>{{Citar bíblia|Colossenses|2|20}}</ref>
Contrariando a ideia de que o sofrimento carnal traz paz espiritual, o apóstolo [[Paulo de Tarso]] afirma que tais práticas não produzem real proveito espiritual, mas somente uma breve satisfação pessoal.
O apóstolo João, porém, doutrina que o cristão deve cuidar para não desejar desenfreadamente as coisas deste mundo, podem usufruí-las, mas não amá-las:
"Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre."
Todo desejo ou impulso carnal deve ser equilibrado pelo cristão:
"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma... Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam."
|livro =I Coríntios
|capítulo =6
|verso =12
|verso_final =
|citação =
}}</ref> <ref>{{Citar bíblia|I Coríntios|10|23}}</ref>
{{Referências}}▼
▲== {{Ver também}} ==
* [[Estoicismo]]
* [[Jejum]]
* [[Privação]]
* [[
* [[Hedonismo]] (oposto)
* [[Ascese]]
▲{{Referências}}
== Bibliografia ==
{{Refbegin}}
* ''Asceticismo.'' [http://williamapercy.com/pub-EncyHom.htm ''Encyclopedia of Homosexuality.''] Dynes, Wayne R. (ed.), Garland Publishing, 1990. pp. 82–84
{{Refend}}
{{Sem imagem|data=outubro de 2009}}
|