Antimaçonaria: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
No lugar do texto anterior foi inserida uma definição imparcial e fundamentada para a "antimaçonaria".
Etiquetas: Remoção considerável de conteúdo Editor Visual
Cayo Cesar (discussão | contribs)
Desfeita a edição 46523042 de Luiz Mário Ferreira Costa
Linha 3:
{{Maçonaria2}}
[[Imagem:Againstsquare compasses.svg|thumb|250px|direita|<center>Símbolo da antimaçonaria.<center>]]
'''Antimaçonaria''' é um movimento coordenado, mas autônomo, nascido principalmente nos [[EUA]] em meados do [[século XX]] e formado quase majoritariamente por [[fundamentalista]]s religiosos ou ex-maçons, os quais enveredam para a crítica à Maçonaria por diversos motivos alegados. Há também ação antimaçônica organizado por específicos movimentos políticos, cujo maior afloramento ocorreu na [[Europa]] para defesa de sua manutenção contra a [[Maçonaria]], vista como opositora natural destes. À parte destes âmbitos religiosos e políticos há também o que se poderia denominar de “antimaçonaria popular” que seria composta pelas opiniões convergentes de indivíduos influenciados por estes e que reproduzem o discurso antimaçônico no âmbito local de suas relações interpessoais<ref>TEIXEIRA, p. 31-48</ref>.
'''A Antimaçonaria'''
 
Esta coordenação da Antimaçonaria não deve ser interpretada como se existisse um órgão central que oriente a ação antimaçônica mundial, centralizando as formas de ação, mas antes se dá pelo fato de seguirem uma metodologia semelhante e tomarem decisões similares, seja no âmbito religioso seja no político, de modo que mesmo separados ideologicamente é possível traçar pontos de contato entre eles que forneçam uma identidade cognoscível ao pesquisador.
A ampliação da investigação historiográfica acerca da Maçonaria possibilitou ao historiador reconhecer que em paralelo à história da Ordem maçônica, corre também uma história das narrativas antimaçônicas. Para Raoul Girardet (1991), estas narrativas surgiram da associação feita entre a Maçonaria e a ideia de “Conspiração”, uma característica peculiar das sociedades que vivenciam ou vivenciaram momentos conturbados de crise e de grande tensão social. Assim, a acusação de “conspiração” não cessou de ser utilizada pelo poder estabelecido para livrar-se de seus suspeitos ou de seus opositores e com isso legitimar os expurgos e as exclusões, bem como para camuflar suas próprias falhas e seus próprios fracassos. Numa realidade coproduzida “a lógica da manipulação se vê substituindo a imprevisibilidade da história” (GIRARDET, 1991, p.33).
 
Verdade que já existiram movimentos religiosos e políticos antimaçônicos anteriores ao século XX ou mesmo no seu início (há relatos<ref>TEIXEIRA, p. 49</ref> que em [[1738]] a [[Igreja Católica]] já se opôs à Maçonaria por considerá-la [[Anticristianismo|anticristã]] por meio da [[Bula]] '''''[[In Eminenti]]'''''), mas quase sem exceção todos faziam parte de movimentos políticos [[totalitarista]]s que pretendiam garantir-se no poder, tais como o [[Salazarismo]], o [[Fascismo]], o [[Nazismo]], o [[Socialismo]] e o [[Comunismo]] (este determinou a eliminação da maçonaria no 4º Congresso da [[III Internacional]], em novembro de [[1922]]). Todos proscreveram a Maçonaria de suas terras para que os homens não tivessem um organismo neutro no qual se apoiar contra alguma forma de [[Ditadura]]<ref>BENIMELLI, vol. 2, p. 15 e segs.</ref>
Segundo José Antônio Ferrer Benimeli (1983-1989,p.11), o surgimento desta história antimaçônica deve-se ao fato da Maçonaria ser um “fenômeno sócio-político” atuante, em maior ou menor grau, durante os três últimos séculos da história ocidental. Muito próximo da perspectiva defendida por Benimeli está Georges Cottier, para quem a gestação de um discurso que agregava à imagem da Maçonaria, elementos pejorativos e degenerativos, deve ser buscada em documentos pontifícios setecentistas. Para Cottier (1983-1989, p.27), a relação entre a Maçonaria latina e a Igreja Católica quase sempre foi marcada pelas diferenças e incompatibilidades. Além disso, foi uma literatura, mais ou menos tendenciosa, que contribuiu para fomentar uma imagem distorcida da Maçonaria, uma vez que muito se escreveu sobre o tema e na maioria das vezes os autores buscavam evidenciar seus posicionamentos, sejam eles contra ou a favor.
 
Algumas expressões políticas norte-americanas, notadamente a fundação do [[Partido Antimaçônico]] no [[séc. XIX]], apesar de não transparecerem influência religiosa mas meramente política, principalmente depois da repercussão do [[Caso Morgan]] em [[1826]], podem ter sido deflagradas como consequência dos movimentos religiosos já vistos até então.<ref>TEIXEIRA, p. 95-102</ref>
No entanto, foi com a publicação de ''Mémoire pour servir à l’histoire du Jacobinisme'' (“Memória para servir a história do jacobinismo”), em 1797, de autoria do Abade Barruel, que teríamos a consolidação desta narrativa antimaçônica. De modo geral, as “memórias” defendiam que os acontecimentos revolucionários de 1789 resultaram duma longa conspiração tramada desde a época dos Templários. Com efeito, em fins do século XVIII, nasceria em solo europeu o embrião de um discurso antimaçônico fundado na ideia de uma “conspiração jacobina”. Aos poucos a narrativa antimaçônica ganharia novas formas e sentidos com textos e imagens produzidos a partir da década de 1790, cujo principal objetivo era tentar explicar as causas daquela que foi a maior de todas as revoluções.
 
Acusada de ser atualmente formada por fundamentalistas religiosos a Antimaçonaria preza pela reputação de seus representantes e exporta para o [[Brasil]] esta [[ideologia]], o que pode sugerir que a Maçonaria seja uma coisa só<ref>BENIMELLI, vol. 2, p. 101; ALMEIDA FILHO, p. 24,26</ref> em todos os lugares onde esteja e que esta “coisa” é “anticristã” ou politicamente revolucionária.
No século XIX, mesmo correndo o risco da generalização, podemos verificar que, principalmente, nos países latinos, a narrativa antimaçônica já possuía um corpo bem definido. A expressão “revolucionária” quase sempre acompanhava a denominação da Ordem. As Lojas passaram a ser identificadas como centros de subversão. A publicação de ''Os Mistérios da francmaçonaria revelados'', em 1885, de autoria do ex-maçom Gabriel Jogana-Pagès, conhecido como Leo Taxil, pode ser ilustrativo para nos mostrar a forma específica deste discurso. Nestes textos, Leo Taxil associava os símbolos maçônicos às bestas demoníacas. Segundo o autor, os maçons eram personificações do demônio com planos para a dominação do mundo (CONFERENCIA, 2009). Esta nova ideia adquiria força, pois tornava-se cada vez mais evidente no senso comum, especialmente, nos Estados católicos, que aqueles antigos “homens conspiradores” eram na verdade “demônios conspiradores”.
 
[[Imagem:Dios.jpg|thumb|Detalhe da nota de um [[dólar americano]].|esquerda|120px]]
A situação ficaria mais delicada na medida em que crescia o número de bulas e textos pontifícios, o que terminou por esculpir a narrativa antimaçônica do século XIX. Como exemplo dessa propaganda, podemos citar a Constituição Apostólica ''Ecclesiam a Iesu Christo'', de 1821, publicada pelo papa Pio VII (1800 – 1823) e a Constituição ''Quo graviora'', de 1825 do papa Leão XII (1823 – 1829). Além disso, de Pio IX (1846 – 1878) a Leão XIII (1878 – 1903) encontramos nada menos do que 350 intervenções pontifícias contra a Maçonaria (FERRER BENIMELI; CAPRILE & ALBERTOV, 1983, p.33).
 
A maioria dos religiosos [[brasileiros]] já ouviu falar ou leu artigos de pessoas como [[Pat Robertson]] (conhecido por afirmações polêmicas sobre vários temas), [http://en.wikipedia.org/wiki/David_B._Chalmers_Jr David Bay], [[William Schnoebelen]] (cristão fundamentalista estadunidense que afirma ter sido [[satanista]]), [http://en.wikipedia.org/wiki/Ed_Decker Edward Decker] e [http://en.wikipedia.org/wiki/John_Ankerberg John Ankerberg], que são os mais expressivos expoentes da Antimaçonaria religiosa norte-americana.
No início do século XX, países como Portugal e Espanha foram marcados por reações de forças conservadoras, que responsabilizavam, sobretudo, os maçons e os judeus pela destruição do mundo tradicional e pela criação da modernidade. Gradativamente, o discurso antimaçônico assumia uma nova feição: a associação entre Maçonaria e o “complô judaico”. Na Espanha, por exemplo, o complô judaico-macônico foi somado por novas condições pejorativas como “comunista ou marxista”. Isso tornou-se evidente através do famoso slogan, “judeu-maçônico-comunista”, o que marcou fortemente o imaginário coletivo (FERRER BENIMELI, 1983, p.22).
 
De fato a Maçonaria tem três correntes principais: a Regular, a Irregular e a Paralela/marginal/espúria e sem que haja uma análise crítica sobre a identidade do tipo de Maçonaria com a qual os antimaçons tiveram contato, a tendência é a anular a diferença entre elas e atacar a todo movimento maçônico indistintamente pois afirmam que esta diferença nada mais seria que um meio de enganar aos menos atenciosos e simular uma rivalidade “intramaçônica” para que aquela vertente que parecesse mais afeita ao contexto social se inserisse neste meio e instilasse suas estratégias religiosamente sincréticas ou politicamente subversivas.<ref>TEIXEIRA, p. 137 e segs</ref>
No Brasil, essa associação também pôde ser percebida, e encontrou em Gustavo Barroso um de seus principais divulgadores. O ilustre intelectual, fundador do Museu Histórico Nacional, foi um dos mais importantes expoentes da narrativa antimaçônica nacional. O sistema de acusações, inaugurado pelo jesuíta Barruel, foi empregado por Gustavo Barroso quando escreveu sua História secreta do Brasil. Deste modo, quando se fala em antimaçonaria no Brasil é preciso em primeiro lugar buscar os elos entre uma matriz do pensamento católico conservador, de fins do século XVIII, e uma parte da elite intelectual brasileira da década de 1930.
 
'''Maçonaria Regular''' seria aquela de origem católico-[[protestante]], iniciada como "Operativa" por volta de [[1356]] e tornada "Especulativa" em [[1717]], a qual sempre esteve ligada ora a [[Igreja Católica]] ora aos Protestantes quando a primeira se lhes fez oposição. Atualmente ela se apresenta como neutra em assuntos políticos e religiosos, atendo-se precipuamente aos estudos de [[filosofia]] [[moral]] pela ótica dos filósofos que existiram desde a [[Antiguidade]] até a época presente e mantém seu liame histórico ligado à [http://en.wikipedia.org/wiki/UGLE Grande Loja Unida da Inglaterra] e tem tradicionalmente na [[Bíblia]] Cristã a sua fonte de explanações morais e [[metafísica]]s e fonte da Lei Universal de Deus.
'''REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:'''
 
A '''Maçonaria Irregular''' pode-se dizer que se compõe de todos os maçons, Lojas e Potências que não sejam reconhecidos pela Grande Loja Unida da Inglaterra. Abarcam também as chamadas "maçonarias mistas" e "femininas" e pessoas [[Ateu|ateias]], além de contar com elementos de [[misticismo]] totalmente incompatíveis com as origens da Maçonaria Regular.<ref>CASTELLANI, p. 113; ASLAN, p. 33-35</ref>
AGULHON, Maurice. ''Pénitents et francs-maçons de l’ancienne Provence: essai sur la sociabilité méridionale''. 3.ed. Paris: Fayard, 1984.
 
Alguns defendem que o filão descrito como '''''"maçonaria paralela"''''' não deveria utilizar o título "Maçonaria", pois possuem supostamente elementos contraditórios à Maçonaria regular, como, por exemplo, a aceitação em seu meio de místicos [[pagão]]s, tal qual [[bruxo]]s, satanistas, [[luciferiano]]s e outras correntes similares. A grande maioria dos bruxos do [[século XIX]] dela fizeram parte, tais como [[Eliphas Lévi]], alguns [[Teosofia|teósofos]], [[Annie Besant]], [[Aleister Crowley]] (o mais famoso deles), [[Reuss]] e [[Anton LaVey]], entre outros mais.
AZEVEDO, Célia M. M. de. Maçonaria: história e historiografia. In: Revista USP. São Paulo, n.32, 1996-97, p. 178-189.
 
Os defensores da Maçonaria afirmam que os antimaçons usam aquilo que leem dos escritos dos "maçons paralelos" (que segundo aqueles, em sua maioria, seriam anticristãos e satanistas) para fundamentar as bases da Antimaçonaria, o que a tornaria inapta para validar toda a Maçonaria, ao que a Antimaçonaria afirma que a diferença entre elas é meramente aparente e uma forma de dissimulação, de modo que mesmo que a análise seja feita apenas usando um autor notadamente esotérico ou anticristão, o argumento antimaçônico é válido para toda organização que siga a filosofia maçônica.<ref>TEIXEIRA, p. 227-233</ref>
BARATA, Alexandre M. ''Maçonaria, Sociabilidade Ilustrada & Independência do Brasil'' (1790 – 1822). Juiz de Fora: Ed. UFJF; São Paulo: Annablume, 2006.
 
Os antimaçons principiam seus ataques à Maçonaria questionando a sua visão religiosa e sua atuação política, como segue esta e as demais acusações:
CARNEIRO. Maria Luiza Tucci. Metáforas de uma Civilização. In: --- (org). O anti-semitismo nas Américas: Memória e História. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo- Fapesp, 2007
 
== Religião ==
COLUSSI, Eliane Lúcia. ''A Maçonaria Gaúcha no Século XIX''. 2.ed. Passo Fundo: Editora UPF. 2000.
=== Deus ===
[[Imagem:Eye.jpg|thumb|Detalhe de uma nota de [[dólar americano]].|esquerda|120px]]
 
A Maçonaria afirma que a crença no [[Ser Supremo]] é encarada como uma realidade filosófica e não como um ponto doutrinal de [[religião]], daí por que ela apregoar a necessidade de crer no Ser Supremo para ser iniciado e ainda continuar sendo não-confessional. Isto porque duas das principais e primordiais certezas do homem é que ele existe e que por isso deve existir um criador que o fez e tudo o mais que existe.<ref>PLATÃO, Fédon</ref><ref>ARISTÓTELES, Metafísica, Livro XII</ref>
COMBES, André. ''Les trois siècles de la Franc-maçonnerie française''. 3.ed. Paris: EDIMAF, 1998.
 
A Maçonaria faz especulações metafísicas sobre [[Deus]], até enveredando pela [[Teodiceia]], mas não faz o papel de uma religião dando a Deus um nome ou informações sobre liturgia ou culto. A atividade da Maçonaria com relação a Deus (ou [[Grande Arquiteto do Universo]] - G.A.D.U.) envolve estudos e não proselitismo, não sendo o G.A.D.U. um "deus maçônico", nem a união [[Sincretismo|sincrética]] de todos os deuses pagãos antigos.
COSTA, Luiz Mário F. ''A Antimaçonaria desvendada: Conspirações, Pactos Satânicos e Comunismo''. 1ed. Curitiba: Editora Prismas, 2016.
 
À despeito da existência do [[ateísmo]] como sendo também uma corrente filosófica, ele é encarado pela Maçonaria como uma filosofia de pouca qualidade, visto estar na contramão de importantes expressões filosóficas da história que se coadunam com sua ideologia (cf. [http://www.inteligencia.org.br/modules.php?name=FAQ&myfaq=yes&id_cat=1&categories=Ma%E7onaria#10 dogma-maconaria]; [http://www.gremiolusitano.eu/?page_id=1073 dogma-maconaria2]).{{Carece de fontes|data=maio de 2010}}
COTTIER, Georges. Regards catholiques sur la maçonaria: l’ histoire de difficles rapports. In: MARX, Jacques (org). Maçonnerie Maçonneries: Conférences de la Chaire Théodore Verhaegen 1983-1989. Bruxelles: Editions de l’ Université de Bruxelles, [1983-1989].
 
A Antimaçonaria discorda destas justificativas e afirma que a Maçonaria dissimula suas reais concepções sobre Deus e que isso é feito para que, paulatinamente, o maçom se desprenda de seus laços religiosos anteriores e siga apenas as concepções religiosas da Maçonaria.
FERRER BENIMELI, J. A. La franc-maçonnerie face aux dictatures: L’ obsession antimaçonnique des totalitarismes. In: MARX, Jacques (org). Maçonnerie Maçonneries: Conférences de la Chaire Théodore Verhaegen 1983-1989. Bruxelles: Editions de l’ Université de Bruxelles, [1983-1989].
 
Paulatinamente, à medida que o maçom progredisse nos [[Graus maçônicos|graus]] dos diversos [[Ritos Maçônicos]], algumas referências às verdadeiras concepções religiosas da Maçonaria seriam reveladas e fundamentadas sob uma aparente justificativa filosófica para que não confrontasse diretamente com as suas crenças pessoais, até que, chegado a um grau superior, fossem confrontadas as doutrinas religiosas anteriores com as “filosóficas” atuais, sugerindo que toda Religião seria uma forma alegórica de explicar aquilo que filosoficamente apenas a Maçonaria conseguiria captar em sua essência sobre a realidade do Ser Supremo. Devido a esta superior compreensão da Maçonaria ela jamais interferiria nas [[crença]]s dos maçons iniciantes porque eles precisariam trilhar o caminho da [[Iluminação (teologia)|iluminação]] por si mesmos, ou nunca seriam verdadeiros maçons.<ref>ANKERBERG, p. 47 e segs</ref>
______________. CAPRILE, G. & ALBERTON, V., ''Maçonaria e Igreja católica. Ontem, Hoje e Amanhã''. São Paulo: Paulus, 1983.
 
A Antimaçonaria também afirma que veladamente a Maçonaria substitua o Deus bíblico por [[Satanás]]/[[Diabo]] em sua verdadeira ideologia e que aos poucos, também na medida da progressão do maçom, isso lhe seria revelado de modo a parecer algo crível em contraste com suas antigas crenças religiosas. Também acusa a Maçonaria de mesclar qualquer divindade cultuada na antiguidade ao Deus bíblico para retirar o [[monoteísmo]] bíblico de sua posição exclusiva e tributando a escolha de cada um por uma religião confessional nada mais seja do que uma etapa inacabada de sua compreensão real do que seja a Divindade.<ref>SCHNOEBELEN, cap. 4-5; 13-15</ref>
GIRARDET, Raoul. ''Mitos e mitologias políticas''. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
 
=== Homem ===
'''OBRAS DE GUSTAVO BARROSO:'''
A Maçonaria afirma que seus [[princípios]] apenas servem para que o homem seja socialmente melhorado, nada implicando aspectos religiosos, mas sim apenas o que se depreende pelo estudo da Moral e da [[Ética]].
 
A Antimaçonaria contra-argumenta afirmando que a Maçonaria apenas diz que suas intenções são sociais, mas que na verdade ela ensina que o homem receba a própria [[salvação]] eterna pelo que ele faz ou deixa de fazer e que isso contraria o [[dogma]] [[cristão]] que afirma serem as [[boas obras]] ou um [[dever]] de todos ou algo que apenas exterioriza sua condição de cristão.
BARROSO, Gustavo. Brasil – Colônia de Banqueiros. 5.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936.
 
A Antimaçonaria também denuncia que algumas vertentes maçônicas afirmam que o homem já é um deus em si mesmo e que não precisa seguir qualquer religião para conseguir [[redenção]] de sua [[alma]], uma vez que ele estaria numa condição transitória de aprendizado deificante ou de ajuda aos menos iluminados, mas que inegavelmente não existiria uma “punição eterna” por algo feito no curto espaço de tempo de uma vida.<ref>ANKERBEERG, p. 61-65</ref>
______________. Os Protocolos dos Sábios de Sião. São Paulo: Minerva, 1936.
 
=== Religião ===
______________. História Secreta do Brasil: do descobrimento à abdicação de D.Pedro I. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1937.
A Maçonaria afirma que não é uma religião porque seus [[estatuto]]s sociais declaram isso expressamente, além de não possuir uma [[confissão de fé]], nem uma [[teologia]], nem uma doutrina da salvação ou dogmas sobre o estado eterno da alma após a morte.
 
A Antimaçonaria rebate tais afirmações porque entende que a Maçonaria não se registre como uma religião nos seus estatutos apenas para ter mais este [[argumento]] a usar contra seus opositores, mas que na verdade ela manteria todas as características de uma religião de mistérios, pois:
______________. Judaismo, maçonaria e comunismo. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937.
 
:a) teria um deus próprio na figura do [[GADU]];
______________. História Secreta do Brasil : da abdicação de D. Pedro I à maioridade de D. Pedro II. Rio de Janeiro: Civilização
 
:b) suas confissões de fé seriam subentendidas nos seus juramentos de cada [[Graus maçônicos|Grau Maçônico]];
Brasileira , 1937.
 
:c) pregaria a salvação pelas obras ou a autodeificação do homem;
______________. História Secreta do Brasil : da maioridade de D. Pedro II à Republica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1938.
 
:d) afirmaria a existência de um [[Oriente Eterno]] para onde todas as almas dos maçons iriam após a morte, não existindo um lugar de condenação porque a Maçonaria não creria na sua existência;
______________. Comunismo, Cristianismo e Corporativismo. Rio de Janeiro: Empresa Editora ABC Limitada, 1938.
 
:e) a manutenção do sigilo e do segredo maçônico aos maçons iniciantes seria a arma da Maçonaria para ocultar seu caráter religioso até que estes se encontrassem “preparados”.<ref>ANKERBERG, p. 19-34</ref>
 
== Política ==
=== Partidarismos ===
 
A Maçonaria nega possuir qualquer caráter político-partidário, não aderindo ou interferindo na Política nacional de forma revolucionária e afirma que suas incursões em levantes e revoluções que lhe são tributadas ([[Revolução Francesa]], [[Independência do Brasil]], [[Proclamação da República]], etc) ou foram ações de maçons isoladamente, de acordo com suas convicções pessoais ou atenderam a anseios nacionais por se tratarem de formas de governo que não retratavam a condição social de época.
 
A Antimaçonaria contraria essa argumentação por afirmar que a Maçonaria possua uma forma coordenada, centralizada e militante de ação política para atender aos seus interesses corporativos ou que esteja a serviço de determinados grupos minoritários para subverter a ordem mundial, inserindo em posição de destaque algumas pessoas a si ligadas.
 
Isidore Bertrand, autor de “A Maçonaria Seita Judaica”, traduzida em [[1938]] por [[Gustavo Barroso]], apoiado na descoberta de [[os Protocolos dos Sábios de Sião]] traçou ligações entre a Maçonaria e os judeus para que estes dominassem as várias esferas mundiais ([[política]], [[economia]], [[finanças]], etc) sub-repticiamente.
 
=== Caráter revolucionário ===
A Maçonaria nega ter qualquer orientação revolucionária em suas ações porque sempre se disporia a auxiliar o governo local em suas ações sociais beneméritas e ser encontrada em diferentes formas de Estado, tais como [[República]]s, [[Monarquia]]s, mas não estando presente em regimes [[totalitarista]]s.
 
A Antimaçonaria contra-argumenta essa afirmação porque relata que muito antes de existirem totalitarismos já havia proibição da Maçonaria se instalar em diversos Estados europeus, tais como:
 
:a) a Maçonaria se instala na [[Holanda]] em [[1731]] e em [[1735]] é proibida;
 
:b) a Maçonaria se instala na [[França]] em [[1732]] e em [[1737]], sob o Rei [[Luís XV]]<ref>A fonte original, por equívoco, atribui a proibição de 1737 a Luís XIV, mas ele faleceu em 1715 e quem reinava na França em 1737 era Luís XV</ref>, é proibida. Posteriormente, sob o [[marechal]] [[Philippe Pétain]] surgiram outras leis proibitivas, tais como a de 13 de agosto de [[1940]], a Lei de 5 de outubro e de 20 de novembro de 1940 e a Lei de 11 de março de [[1941]];
 
:c) em 1735 a Maçonaria se instala em [[Roma]] e foi fechada em 1737;
 
:d) em [[1738]] a Maçonaria se instala na [[Suécia]] e no mesmo ano é proibida;
 
:e) em 15 de janeiro de [[1925]] a [[Itália]] sob [[Mussolini]] proíbe reuniões maçônicas ou de qualquer associação congênere;
 
:f) em 15 de setembro de [[1936]] e em 1º de março de 1940 a [[Espanha]] sob o Gal. [[Francisco Franco]] proscreve a Maçonaria;
 
:g) em 21 de maio de [[1935]] a Lei nº 1901 proíbe a Maçonaria e associações congêneres em [[Portugal]], sob Antônio de Oliveira [[Salazar]].<ref>INÁCIO, p. 533-538; 1578-1600</ref>
 
Diante deste quadro a Antimaçonaria afirma que se a Maçonaria fosse inocente e inofensiva ela não teria sido proscrita de alguns países já no [[Séc. XVIII]], de modo que estes fatos seriam um indicador de que mesmo em Estados pacíficos ela deveria realizar atos [[subversivo]]s para que fosse proibida de realizar suas reuniões, enquanto que outras organizações, como sociedades literárias e corporações de ofício, permaneceram permitidas.
 
{{referências}}
 
== Bibliografia ==
{{Commonscat|Anti-masonic drawings}}
* ALMEIDA FILHO, José C.A. “Maçonaria mística”, Editora CopyMarket, 2001.
* ANKERBERG, John; WELDON, John. “[http://www.chamada.com.br/livraria/detalhes/?cod=MACO Os fatos sobre a Maçonaria]”, Editora Chamada da Meia Noite.
* ARISTÓTELES. “[http://www.edipro.com.br/page2.aspx Metafísica]”, Editora Edipro
* ASLAN, Nicola. “Uma radioscopia da Maçonaria”, Editora Aurora.
* BENIMELLI, (Padre) José A.F. “Satanismo x Maçonaria” vv. 1 e 2. Editora "A Trolha".
* BENIMELLI, (Padre) José A.F; ALBERTON, (Padre) Valério. “Gafes e mancadas antimaçônicas”. Editora A Trolha.
* BERTRAND, Isidore. “A Maçonaria Seita Judaica” (trad. Gustavo Barroso), Editora Minerva, 1938.
* CASTELLANI, José. “Origens do misticismo na Maçonaria”, Editora Traço.
* INÁCIO, Fabio G. “[http://clubedeautores.com.br/search?what=as+mentiras+ma%C3%A7%C3%B4nicas&commit=BUSCA As mentiras maçônicas e eclesiásticas]” 4v., Clube de Autores, 2010.
* PLATÃO. “[http://www.martinclaret.com.br/home/livro_detalhe.asp?paNLivro=187 Fédon], [http://www.ipiageteditora.com.br/detalhes.asp?id=141&produto=1549 Timeu]”.
* SCHNOEBELEN, William J. "Maçonaria: Do outro lado da luz". Editora Luz e Vida.
* TEIXEIRA, Descartes S. “Antimaçonaria”. Editora da GLESP.
* VIEIRA, David G. “O Protestantismo, a Maçonaria e a Questão Religiosa no Brasil”. Ed. UNB.
 
{{Portal-Maçonaria}}
{{maçonaria}}
{{Teorias conspiratórias}}
{{Portal3|Maçonaria}}
[[Categoria:Maçonaria]]