Roberto I, Duque da Borgonha: diferenças entre revisões

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{{Info/Monarca
|nome =Roberto I, Duque da Borgonha
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|assinatura =
}}
'''Roberto I, Duque da Borgonha''' ou '''Roberto I Capeto''' ({{dtlink|lang=pt|||1011}} — [[Fleury-sur-OucheOrne]], [[França]], {{dtlink|lang=pt|21|3|1076}}), cognominado ''o Velho'' ou ''sem terra'', foi [[Duque da Borgonha]] entre 1032 e a sua morte, e o primeiro duque da dinastia [[Dinastia Capetiana|Capetiana]] que haveria dea governar o ducado até ao [[século XIV]]. Roberto eraFoi o filho mais novo do rei [[Roberto II de França]] e irmão de [[Henrique I de França|Henrique I]].
 
Roberto tornou-se Duque da Borgonha por doação do seu irmão Henrique, depois da sua ascensão à coroa de França. Foi sucedido pelo seu neto [[Hugo I, Duque da Borgonha|Hugo I]], filho de [[Henrique da Borgonha|Henrique]]. O seu neto [[Henrique da Borgonha, Conde de Portugal|Henrique]] tornou-se Conde de Portugal e foi pai de [[Afonso I de Portugal|Afonso Henriques]].
 
==Revolta e Reconciliação==
==Roberto, duque de Borgonha==
Em [[1030]], provavelmente pressionado pela rainha [[Constança de Arles|Constança]], ele uniu-se revoltouem revolta com seu irmão [[Henrique I de França|Henrique I]] contra o rei, seu pai. Henrique tomou o castelo de [[Dreux]] e Roberto tomou [[Beaune]] e [[Avallon]]. Eles se reconciliaram por iniciativa de [[Guilherme de Volpiano]], abade de [[St-Benigne de Dijon]]. No ano seguinte, após a morte de seu pai, apoiado por sua mãe Constança de Arles, ele se revoltou contra o seu irmão mais velho, reivindicando o trono. A guerra surgiu entre os dois irmãos. Henrique apoiado pelo duque da Normandia fez toda a resistência impossível e Roberto foi derrotado perto de [[Villeneuve-Saint-Georges]] renunciou à sucessão e retomou posse do [[Ducado da Borgonha]] que seu pai tinha planeado lhe dar<ref>J. Richard, em ''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao [[século XIV'', p. 8.</ref>. Ele não pôde tomar posse senão no final de [[1031]] ou início de [[1032]], depois que seu irmão Henrique, expulso do reino por Constança, ter conseguido recuperar seu trono.
 
==Casamento com Hélia de Semur==
Em [[1033]], elealiaou-se contraiu uma aliança com aà família de ricas possessões em [[Autun]] e de em [[Charolais]], os senhores de [[Semur-en-Brionnais]], casando em primeiras núpcias, com sua prima em segundo grau Hélia de Semur-en-Brionnais, ([[1016]] - †[[1056]]) filha de [[Damásio de Semur|Damásio]] (ou Dálmaso ou ainda Dâmaso), senhor de Semur-en-Brionnais, e de Aremberge de Vergy, filha de Henrique de Borgonha e uma sobrinha do rei Hugo I.
 
Hélia Hugo Semur era a irmã do abade [[Hugo de Cluny]]<ref>Universidade Jean Monnet-Saint-Étienne, ''As freiras em clausura e no mundo desde suas origens até os dias de hoje'',1994, p.198.</ref> ([[1024]]-[[1109]]), e a sobrinha-neta do conde-bispo Hugo de Chalon. O duque Roberto tornou-se pelo casamento o cunhado do abade Hugo de Cluny.
 
==A sucessão no Outre-Saône==
 
[[File:Duché et Comté de Bourgogne au XIVe siecle.svg|thumb|upright=2|<center>O Ducado da Borgonha e o Condado da Borgonha ''(aproximadamente o [[Franco-Condado]] atual)'']]
 
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==A ''morte'' de Damásio de Semur-en-Brionnais==
Roberto detinha um caráter violento e selvagem. Nas palavras de alguns historiadores, especialmente E. Petit, apoiado por Eugene Jarry <ref>Em PETIT, E, ''Formação territorial da Borgonha. Ensaio de geografia histórica'', Paris, 1948. Em </ref><ref>J. RichardRICHARD, ''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', p. 146, r. 3.</ref>, o que não é subscrito pelo historiador J. Richard <ref name=richard>Esta versão dos fatos é identica à tése desenvolvida por E. Petit em ''História dos duques da Borgonha da linhagem capetiana'', T. I, p. 167-169. </ref>
 
<br />
O historiador [[JeanJ. Richard<ref> (historien)|Jean Richard]] emRICHARD,J. ''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', Société ''As Belas Letras'', Paris, 1954, p. 12, r. 3, a</ref> refuta e, da sua parte, se contenta de escrever especialmente sobre a morte de Damásio: <br />'''«Nós não sabemos nada sobre o tipo de morte a que sucumbiu Damásio de Semur»'''. <br />Mas no entanto ele, fornece os seguintes detalhes: {{citação|[[Hildeberto de Lavardin|Hildeberto (Hildeberto de Mans)]], refere que o duque, seu genro, o havia feito perecer «''propria manu''», o que permitiu aos historiadores da região de Brionnais em supor que ele havia encontrado a morte durante a guerra do Auxerrois. Quanto a Petit, acrescenta à morte de Damásio, a do filho deste, morto por «dois soldados do duque», que aqui o evidênciam as fontes<ref>T. (I.,''História dos duques da Borgonha da linhagem capetiana'', T. I, p. 167-168)</ref>. O mesmo historiador, de acordo com umaoutr interpretação devida<ref>DE a Maillard deCHAMBURE, ChambureMAILLARD, ''História e descrição da Igreja de Notre-Dame de Semur-en-Auxois '' (M.C.A.C.O., I série, I, 1832-1833, p. 76-84),</ref> supôs que Damásio teria sido envenenado durante um banquete no qual se encontrava o seu genro, isto de acordo com o tympanum da ''Porte des Bleds'', na Igreja de Notre-Dame de Semur-en-Auxois, executado apenas depois [[1250]] e que representa um banquete na corte do rei Gondofares, entre outras cenas da lenda de [[São Tomé]]. As contorsões de uma dançarina são assimiladas como as convulsões de Damásio envenenado <ref>(P. de Truchis, ''Notre-Dame de Semur'', em ''Guia do congrèsso arqueológico. D’Avallon'', 1907;</ref><ref> Kleinclausz, ''Quomodo'', p. 70, n° 2)</ref>. Este erro de interpretação foi devido a uma confusão entre os dois Semur, cometido por [[Claude Courtépée|Courtépée]] que sabia entretanto que o selo da duquesa Hélia havia sido descoberto no castelo de [[Semur-en-Brionnais (''Description…'', III, p. 84)]] e afirma ainda que Notre-Dame de Semur havia sido construída por Roberto I para expiação da morte de Damásio. A morte deste foi anterior a [[1048]], como o mostra uma carta de Cluny (n° 2940)}}.</ref> queonde escreveuconsta: "Nós não sabemos nada sobre o tipo de morte a que sucumbiu Damásio de Semur", o duque Roberto poderia, em um acesso de raiva depois de uma discussão durante uma refeição, ter matado Damásio de Semur <ref name=richard/>, seu padrasto bem como seu cunhado, Jocerando<ref>Em ''História da Ordem de Cluny depois da fondação da abadia atè à morte de Pedro, o Venerável'' de J.-Henri Pignot, T. II, 1868, p. 4, r. 1, J.-H Pignot escreve sobre a morte de Jocerando: «Jocerando foi morto enquanto jovem por um soldado que procurou por asilo em Cluny».</ref>, filho de Damásio, que queria intervir.
 
==Expedição na Espanha==
O abade [[Hugo de Cluny]], que desempenhou um papel em Espanha na propagação da reforma gregoriana e na erradicação do [[rito moçárabe]], interessou a nobreza borgonhesa pela [[Reconquista]]. Roberto I entrou em [[1058]] em [[Barcelona]], ​​na corte do conde desta cidade, [[Raimundo Borel I de Barcelona|Raimundo Borel]]. Ele estava acompanhado de seu segundo filho, [[Henrique da Borgonha|Henrique]], filho de sua primeira esposa Hélia de Semur. Após o encontro, Henrique havia se casado com uma parente do conde<ref>M. Chaume nomeia esta parente: «Clemence de Barcelona, presumida neta de Raimundo Borel I».</ref>, cujo apelido passou para os seus descendentes<ref>''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do século XI ao século XIV'', p. 13, r. 1, e M. Chaume, ''Os primeiros cruzados borgonhões no outro lado dos Pirinéus'' , Anais da Borgonha, XVIII, 1946, p. 161-165, e ''Ao lado dos cruzados borgonhões da Espanha'', Anais da Borgonha, IX, 1937, p. 68-73.</ref>.
 
==ViolenciaViolência e banditismoBanditismo==
A escassez de informações sobre Roberto I é imensa, lamenta J. Richard. No entanto, os fatos que os historiadores conhecem dele nos últimos anos de sua vida são apenas de violência e banditismo a que ele se entregou. Estes abusos podem refletir a sua crescente falta de dinheiro, talvez mais do que um carácter prevalente<ref>J. Richard em ''Os duques de Borgonha e a formação do ducado do [[século XI]] ao [[século XIV]]'', p. 12.</ref>. Historiadores como J. Garnier e A. Kleinclausz deram-lhe mesmo o apelido de "Roberto sem-terra”. Os abusos do duque cometidos contra igrejas e mosteiros foram numerosos. Ele tinha recolhido as colheitas, apreendeu os dízimos, havia tomado as adegas. Em Auxerrois, em Langrois, em [[Dijon]] e [[Auxois]], em todos os lugares aumentaram as queixas dos religiosos. Tais crimes não podiam ficar impunes. Eles conseguiram que Roberto fosse excomungado. Os religiosos o convocaram para o concílio realizado em Autun (ano de [[1060]]), onde ele se redimiu honradamente. É provável que tenha sido no concílio de Autun onde decidiu que sua viagem a [[Roma]], devia de ocorrer entre os anos de [[1060]] e [[1064]] e deveria pedir o perdão por seus crimes.
 
==Morte e Sepultamento==
Robert faleceu em [[Fleury-sur-Orne]], [[Calvados]], [[Baixa Normandia]], [[França]]. Foi sepultado na abadia fundada for S. Sequário na comuna de [[Saint-Seine-l'Abbaye]], [[Borgonha]], [[França]] no [[século VI]], atualmente em ruínas.
 
==Descendência==