Morro do Castelo: diferenças entre revisões
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O '''Morro do Castelo''' foi um [[acidente geográfico]] que existiu na [[cidade]] do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], no [[Brasil]]. O morro foi um dos pontos de fundação da cidade no século XVI e abrigou marcos históricos de grande importância, como fortalezas coloniais e os edifícios dos jesuítas. Apesar disso, foi destruído numa reforma urbanística em 1922.▼
[[Imagem:Victor Meirelles - Estudo para Panorama do Rio de Janeiro - c. 1885.jpg|thumb|250px|right|Quadro de [[Vítor Meirelles]] (c.1885) com uma vista panorâmica do morro do Castelo.]]
▲O '''Morro do Castelo''' foi um [[acidente geográfico]] que existiu na [[cidade]] do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], no [[Brasil]]. O morro foi um dos pontos de fundação da cidade no [[século XVI]] e abrigou marcos históricos de grande importância, como fortalezas coloniais e os edifícios dos
== História ==
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Nele foi reinstalada, em [[1567]], a cidade inicialmente fundada por [[Estácio de Sá]] na entrada da [[baía da Guanabara]], no sopé do [[morro Cara de Cão]] ([[1565]]), no contexto da expulsão definitiva dos franceses da região.
Depois de batidos os franceses e seus aliados indígenas no morro da Glória e na [[ilha do Governador]], os portugueses, sob o comando de [[Mem de Sá]], acharam por bem que a cidade ficasse instalada em plano elevado, num dos morros fronteiros à [[ilha de Villegagnon]], então denominado como '''morro do Descanso''', e que permitisse a construção de bastiões que defendessem a cidade e seu ancoradouro, a ilha, e que também vigiassem a entrada da [[baía da Guanabara]]. Para tanto construíram uma cidadela murada e fortificada que incluiu, ao longo do tempo o fortim sob a invocação de São Tiago (ver [[Forte de São Tiago da Misericórdia]]), uma [[bateria (arquitectura)|bateria]] sob a invocação de Sant'Ana e uma [[fortaleza (arquitetura militar)|fortaleza]] chamada de São Januário (ver
No local foram construídas as primitivas Casa da Câmara e a da Cadeia, a Casa do Governador, Colégio dos Jesuítas, os Armazéns, e também as [[Igreja dos Jesuítas]] e a [[Igreja de São Sebastião]], onde foi instalada a primeira [[Sé Catedral]] da cidade, e junto à qual estava o marco de pedra da fundação da cidade, trazido do primitivo estabelecimento no sopé do [[morro Cara de Cão]], assim como os restos mortais do fundador, [[Estácio de Sá]]. Estas relíquias encontram-se hoje na [[Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos]], na [[Tijuca]]. Ao pé, na praia, a Santa Casa de Misericórdia - primeiro hospital.
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O acesso ao morro do Castelo inicialmente era feito pela [[Ladeira da Misericórdia]], primeira via pública da cidade. Posteriormente surgiram as Ladeira do Castelo, Ladeira do Poço do Porteiro (para a região da atual [[Cinelândia]]) e a [[Ladeira do Seminário]]. Com a expansão da cidade na parte plana suas construções que incluíram também o [[Colégio dos Padres Jesuítas]] da [[Companhia de Jesus]], posterior Hospital Militar da Corte, e [[Observatório Nacional]]
No [[século XVI]], o Morro do Castelo estava saturado, era pequeno demais. A população foi obrigada a ocupar a várzea, que era cheia de riachos. Foi-se aterrando lagoas, charcos, derrubando matas morro acima.
== Destruição ==
Desde o tempo de [[João VI de Portugal|Dom João VI]] era considerado prejudicial à saúde dos cariocas porque dificultava a circulação dos ventos e impedia o livre escoamento das águas.<ref name="gomes">GOMES, Laurentino. 1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007, p.225.</ref> Ao longo dos séculos foi gradativamente considerado inviável para o progresso e urbanismo da cidade.
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== A lenda do morro do Castelo ==
A [[lenda]] do morro do Castelo refere-se a um fabuloso [[tesouro]] oculto em [[galeria]]s secretas em suas entranhas pelos [[Companhia de Jesus|Jesuítas]] em tempos coloniais. Originada talvez à época das [[Invasões francesas do Brasil|invasões francesas]] de [[1710]] e [[1711]], tal crença ganhou força a partir da expulsão da Ordem do Brasil, em [[1759]], por determinação do [[Marquês de Pombal]], rezando:
:"''Tudo o que de dentro sair, como o que de fora se lhe introduzir, será bem revisto e nada fechado e ainda as frutas como [[melancia]], [[melão]], [[abóbora]], [[repolho]] e outras quaisquer desta criação e feitio, serão abertas para que de dentro não saia ou entre carta ou escrito algum.''"
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A lenda foi explorada em fins do [[século XIX]] por nomes consagrados na [[literatura brasileira]] como [[Machado de Assis]], [[Joaquim Manuel de Macedo]] e [[Lima Barreto]]. Este último cobriu, como repórter, para o [[Correio da Manhã (Brasil)|Correio da Manhã]] em [[1905]], por ocasião das obras para a abertura da [[Avenida Central]] (atual Av. Rio Branco), a descoberta de um [[túnel]].
Pesquisadores, atualmente, acreditam que os túneis realmente existiram, embora sem conexão com o suposto tesouro. Documentos do
Com a descoberta de um [[túnel]] em 1905, as antigas histórias retomaram força, tendo mesmo surgido um [[mapa]] das galerias e um inventário do tesouro, que dava conta de 67 [[tonelada]]s de [[ouro]] além de uma imagem em tamanho natural de Santo [[Inácio de Loyola]], também em ouro, com [[olhos]] de [[brilhante]]s e [[dentes]] de [[pérola]]s. Seis anos mais tarde, as informações do mapa seriam confirmadas nas páginas da [[Revista Ilustrada]], que, em Julho, publicou uma reportagem sobre os subterrâneos do morro do Castelo, visitada pelo repórter [[Pires do Rio]] em companhia de um fotógrafo, que acessaram as galerias a partir de uma [[cisterna]] do antigo [[Colégio dos Jesuítas]], percorrendo-a até a antiga [[praia de Santa Luzia]] (atual rua de Santa Luzia).
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As modernas hipóteses para a finalidade dessas galerias são:
* seriam utilizadas para o deslocamento dos religiosos, de um ponto a outro da antiga cidade, em caso de perigo;
* serviriam como rede de abastecimento de [[água]] potável para o Colégio dos Jesuítas, o [[Seminário São José]] e a [[Fortaleza de São Sebastião do Castelo]]; e
* serviriam como depósitos de víveres.
== {{Ver também}} ==▼
* [[Belle Époque brasileira]]▼
{{Referências}}
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* [[Lima Barreto|BARRETO. Lima]]. ''O subterrâneo do morro do Castelo''. Rio de Janeiro, 1905.
* KESSEL, Carlos. ''A vitrine e o espelho: o Rio de Janeiro de Carlos Sampaio''. Rio de Janeiro: [[Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro]], Divisão de Pesquisa, 2001. 122p. il. ISBN 8588530023
* MELHEM, Nubia Melhem; DUQUE-ESTRADA, Nonato. Era Uma Vez O Morro Do Castelo. Casa da Palavra, 2000, 368 páginas, ISBN 9788573340136
▲== {{Ver também}} ==
▲* [[Belle Époque brasileira]]
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