Religião na União Soviética: diferenças entre revisões

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{{União Soviética}}
A [[União Soviética]] foi o primeiro estado a objetivar a eliminação completa da religião<ref name=Kowalewski>{{citar periódico| último=Kowalewski|primeiro=David| título="Protest for Religious Rights in the USSR: Characteristics and Consequences"|jornal=Russian Review|ano=1980|mes=October|volume=39|issue=4|pagina=426&ndash;441|url=http://www.jstor.org/stable/128810}}</ref> e sua substituição pelo [[ateísmo]] universal.<ref>{{citar livro| último=Ramet|primeiro=Sabrina Petra. (Ed)| título="Religious Policy in the Soviet Union"|ano=1993|editora =Cambridge University Press|pagina=4}}</ref><ref>{{citar livro| último=Anderson|first=John| título="Religion, State and Politics in the Soviet Union and Successor States"|ano=1994|editora=Cambridge University Press|local=Cambridge, England|ISBN=0-521-46784-5|pagina=3}}</ref> O regime [[comunista]] soviético confiscou propriedades religiosas, promoveu amplamente o ateísmo nas escolas, [[Perseguição aos Cristãos na União Soviética|perseguiu crentes]] e investiu na ridicularização das religiões.<ref>{{citar web|url=http://www.loc.gov/exhibits/archives/anti.html | título="Anti-religious Campaigns" |editor=Loc.gov |acessodata=19 setembro 2011}}</ref> O confisco de bens religiosos apoiou-se principalmente em denúncias de acúmulo ilegal de riqueza.
 
A grande maioria da população do [[Império Russo]] era, na época da revolução, formada por crentes religiosos, enquanto que os revolucionários tinham como objetivo romper completamente com a crença religiosa e o poder das igrejas. Após a revolução, promoveu-se amplamente a ideia da oposição entre "ciência" e "superstição religiosa". Não havia lugar na nova ordem comunista para a chamada "ficção subjetiva" da espiritualidade religiosa. No entanto, os principais cultos religiosos persistiram e foram tolerados, porém desencorajados e colocados dentro de limites restritos.
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Os [[Cristianismo|cristãos]] pertenciam a várias igrejas: [[Ortodoxia Oriental|ortodoxa]] (que possuía o maior número de seguidores), [[Catolicismo|católica]], [[Igreja Batista|batista]] e vários outras denominações [[Reforma Protestante|protestantes]]. A maioria dos muçulmanos na União Soviética eram [[sunita]]s. O [[judaísmo]] também tinha muitos seguidores. Outras religiões como o [[budismo]] e [[xamanismo]], também eram praticadas em menor número.
 
== Políticas em relação a prática religiosa ==
 
[[Imagem:Bezhnoznik u stanka 15-1929.jpeg|thumb|Capa de uma edição de 1929 da publicação mensal ''Bezbozhnik'' (em [[língua russa|russo]]: Безбожник; "Sem Deus"). A revista, que tinha como objetivo promover o ateísmo e a desvalorização da religião por meio de conteúdo satírico e humorístico, tinha uma tiragem de 200,000 exemplares, era desenvolvida pela [[Liga dos MilitantesAteus AteístasMilitantes]] e foi publicada entre os anos de 1922 e 1941.<ref name="SovietKosher">Anna Shternshis, ''Soviet and Kosher: Jewish Popular Culture in the Soviet Union'', 1923&ndash;1939, Indiana University Press, 2006, pg. 150&ndash;155. ISBN 0-253-21841-1</ref> Essa capa mostra um trabalhador industrial despejando Jesus de um carrinho de mão e sugere a substituição do Dia da [[Transfiguração de Jesus]] pelo Dia da Industrialização.]]
 
[[Imagem:Alexander Nevsky Cathedral, Baku.jpg|thumb|130px|left|A Catedral Ortodoxa Russa era um dos pontos turísticos mais notáveis de [[Baku]]. Foi demolida em 1930 durante o governo de Stalin.]]
 
O ateísmo era a doutrina oficial do Partido Comunista. Apesar de objetivar a extinção completa das religiões, num primeiro momento algumas igrejas foram poupadas da destruição e fechamento arbitrário. Havia também uma certa tolerância e a liberdade de crença era prevista na constituição.<ref>Fitzpatrick, S. ''Everyday Stalinism''. Oxford University Press. New York, 1999. page 27. ISBN 0-19-505001-0</ref>
 
O [[marxismo-leninismo]] defende a supressão e finalmente o desaparecimento das crenças religiosas, consideradas como "não cientificas" e "supersticiosas". Nas décadas de 1920 e 1930, organizações como a [[Liga dos MilitantesAteus AteístasMilitantes]] (também chamada de Sociedade dos Sem Deus) participavam ativamente de campanhas de propaganda anti-religiosa. O ateísmo era norma nas escolas, organizações comunistas (como, por exemplo, na Organização dos Jovens Pioneiros) e na mídia. No entanto, a intensidade dos esforços para erradicar determinadas religiões variaram ao longo dos anos em que a União Soviética existiu, dependendo dos interesses estatais. Em 1923, um correspondente do [[The New York Times]] relatou que cristãos estavam comemorando a páscoa pacificamente em Moscou, apesar das ações violentas de repressão em anos anteriores. As políticas e práticas oficiais não apenas variaram com o tempo, mas também se diferiam em suas aplicações de acordo com determinadas nacionalidades e religiões.<ref>[http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F30A11F63D5416738DDDAF0894DC405B838EF1D3 "Moscow Keeps Easter; No Riots Expected; A Faithful Few Still Go to Church and Are Unmolested"], ''The New York Times''. 6 de abril de 1923 Página acessada em 14 de março de 2011.</ref>
 
Em 1929, com o início da Revolução Cultural na União Soviética e o aumento da militância radical do Partido e da [[Komsomol]], surgiu um grande movimento dominante em favor do fechamento de igrejas e prisão de sacerdotes, aprovado por Stalin. Instruções secretas de "linha dura" não divulgadas oficialmente foram emitidas para organizações locais do Partido. Quando as manobras anti-religiosas instigaram a ira da população rural e condenações do Papa e outros porta-vozes de igrejas no Ocidente, o regime decidiu afastar-se dessa política, que de qualquer maneira nunca tinha sido endossada oficialmente.<ref>Fitzpatrick, S. ''On the drive against religion in 1929-30''. Stalin's Peasants. New-York, 1994. pg. 59-63.</ref><ref>Fitzpatrick, S. ''Everyday Stalinism''. New-York, 1999. pg.27</ref>
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==Ver também==
 
* [[Ateísmo Marxista-leninista]]
* [[Terror vermelho]]
 
{{referências}}
 
{{Portal3|Religião|URSS}}
{{esboço-religião}}