Anta-brasileira: diferenças entre revisões
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== Conservação ==
A anta-brasileira consta como "[[espécie vulnerável|vulnerável]]" pela [[União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais]] (IUCN).<ref name=iucn/> Também consta no ''apêndice II'' da [[Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção]].<ref name=mammals2011/> Apesar desse grau de ameaça considerado pela IUCN, a situação é [[criticamente em perigo|crítica]] em alguns locais, como na Argentina, nos [[llanos]] da Colômbia e da Venezuela.<ref name=mammals2011/> A espécie possui a maior distribuição geográfica entre os [[tapirídeos]], ocorrendo em mais de 10 000 000 km², apesar de que já se extinguiu em 14% de sua ocorrência original.<ref name=mammals2011/> Dados populacionais são insuficientes, mas presume-se que a anta esteja com suas populações declinando em grande parte de sua ocorrência, apesar de ainda ocorrer em grande parte da [[Amazônia]] e [[Pantanal]].<ref name=iucn/>
[[Imagem:Mato Grosso deforestation (Pedro Biondi) 12ago2007.jpg|thumb|right
[[Imagem:Brazilian tapir (Tapirus terrestris) - geograph.org.uk - 883146.jpg|thumb|right|
No Brasil, a espécie não figurava na lista nacional, constando apenas nas listas estaduais do [[Paraná]], [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]] e [[Rio de Janeiro]] como "[[espécie em perigo|em perigo]]",<ref name=ibama2008/> em [[Minas Gerais]] e no [[Rio Grande do Sul]] como "[[criticamente em perigo]]"<ref name=medici2012/> e no estado de [[São Paulo]] como "vulnerável".<ref name="Fauna"/> Uma avaliação do estado de conservação da espécie no país mostrou que a anta deve ser classificada como "vulnerável" dado que houve um declínio maior que 30% em sua abundância e em seu habitat, e somente na Amazônia ela pode ser classificada como de "[[pouco preocupante|baixo risco]]".<ref name=medici2012/> Sendo assim, ela passou a ser incluída na [[lista de mamíferos ameaçados do Brasil|lista nacional]] a partir de 2014, como "vulnerável".<ref name=lista2014/> A situação no Pantanal é relativamente melhor do que em outros biomas brasileiros, sendo classificada como "quase ameaçada", dado que em breve, a anta pode estar ameaçada nos ecossistemas pantaneiros, visto o avanço das pastagens exóticas e doenças advindas de animais domésticos.<ref name=medici2012/>
Na [[Mata Atlântica]], as populações estão divididas em 33 subpopulações, mas somente três contém mais de 200 indivíduos e 40% das populações de anta se concentra na [[Serra do Mar]].<ref name=medici2012/> Nas próximas três gerações, a abundância de antas pode diminuir em 50% na Mata Atlântica, o que a classifica como "[[espécie em perigo|em perigo]]" neste bioma.<ref name=medici2012/> Tal grau de ameaça é o mesmo no Cerrado, dado que o avanço [[agropecuária|agropecuário]] na região reduziu em 67% a área de ocorrência da espécie no bioma.<ref name=medici2012/> O [[desmatamento]] neste bioma ainda possui elevadas [[Taxa (razão)|taxas]], com estimativas variando entre 22 000 e 30 000 km² por ano.<ref name=medici2012/> Na [[Caatinga]], ela é considerada como regionalmente [[Extinção|extinta]], e não há registros da espécie no interior do [[bioma]] há pelo menos 30 anos.<ref name=medici2012/> As ameaças à sobrevivência da anta são a [[caça furtiva|caça]], a alteração e degradação do habitat, atropelamentos, doenças advindas de animais domésticos e até envenenamento.<ref name=paviolo2007/> A caça é uma das maiores ameaças à espécie, dado sua taxa reprodutiva extremamente lenta.<ref name=mammals2011/> Quando combinada com a fragmentação e destruição do ''habitat'', possui efeitos devastadores sobre as populações: esta atividade, se realizada em pequenos fragmentos de floresta, é capaz de extinguir a espécie localmente em pouco tempo.<ref name=cullen2000/><ref name=paviolo2007/> Esta atividade humana é particularmente maior em regiões da [[Amazônia]] e nos [[Llanos]] da Venezuela e Colômbia, seja por subsistência, esportiva ou comercial.<ref name=paviolo2007/> Entretanto, deve-se salientar que existe pressão de caça em toda a ocorrência da anta, principalmente por ser um animal de grande porte e que a carne é apreciada.<ref name="Tapir"/><ref name=paviolo2007/>
A construção de [[usina hidrelétrica|usinas hidrelétricas]] é uma das principais causas
Deve-se salientar que, apesar de ainda ocorrer em muitas unidades de conservação, frequentemente
A conservação de florestas úmidas, a inibição da caça e ações mitigadoras para diminuir os atropelamentos desse animal em rodovias que passam perto de áreas florestadas são medidas para evitar a [[extinção]] dessa espécie.<ref name="Fauna"/> Uma importante estratégia é a formação de [[Reserva particular do patrimônio natural|reservas particulares]], principalmente no que se diz respeito a evitar a caça predatória, já que caçadores tendem evitar invadir áreas particulares.<ref name="Tapir"/> A anta também é um animal popular em zoológicos, e possui uma população considerável em cativeiro.<ref name="Tapir"/>
O [[Instituto de Pesquisas Ecológicas]] (IPE) vem realizando, desde 1996, um programa de conservação da anta no Brasil, iniciado no [[Pontal do Paranapanema]] e que se estendeu para regiões do Pantanal.<ref name=medici2012/> Além da realização de estudos da biologia da anta, o IPE realiza programas de [[educação ambiental]]
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