Supercélula: diferenças entre revisões

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ajustes, replaced: |obra=| → |, {{citar livro |autor = Glickman, Todd S. (ed.) |titulo = Glossary of Meteorology |obra = American Meteorological Society |edição = 2° |data = 2000 |url = http://amsglo utilizando AWB
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[[Ficheiro:Chaparral Supercell 2.JPG|thumb|250px|Uma supercélula. Enquanto muitas tempestades comuns são semelhantes, supercélulas são reconhecidas pelo seu tamanho e forma característica.]]
 
Uma '''supercélula''' é um tipo de tempestade caracterizada pela presença de um [[mesociclone]] (uma corrente de ar ascendente girando no interior da nuvem).<ref>{{citar livro |autor = Glickman, Todd S. (ed.) |titulo = Glossary of Meteorology |obra = American Meteorological Society |edição = 2° |data = 2000 |url = http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=supercell1 |doi = |isbn = 978-1-878220-34-9|idioma=Inglês }}</ref> Por esta razão, essas tempestades às vezes são chamadas de '''tempestades girantes'''. Das quatro classificações de tempestade (Supercélula, multicélula, [[tempestade de massa de ar|unicélula]] e [[linha de instabilidade]]{{nota de rodapé|Traduzido do termo inglês ''squall line'', que também significa linha de instabilidade que geralmente está associada a uma frente fria.}}){{nota de rodapé|As tempestades são classificadas em quatro tipos. ''Célula'' significa um núcleo de tempestades, e o prefixo indica a magnitude ou a quantidade dessas tempestades. Supercélula, por exemplo, significa uma célula de tempestades muito mais intensa que as demais.<ref name="Thunderstorms type">{{citar web |url = http://ww2010.atmos.uiuc.edu/(Gh)/guides/mtr/svr/type/home.rxml|titulo=Tipos de Supercélulas (em inglês) |obra=University of Illinois|acessodata=055 de abril de 2012}}</ref>}} as supercélulas são geralmente as menos comuns, entretanto são também as mais severas. Esses sistemas estão frequentemente isolados de outras tempestades, e podem dominar o clima local por cerca de 32&nbsp;km de distância.
Causam chuvas muito volumosas, produzem muitos raios e ventania. Mas o mais perigoso é quando ocorre a formação de [[tornado]]s, pois estes causam muitos danos por onde passam.<ref name="Illinois">{{citar web |url = http://ww2010.atmos.uiuc.edu/(Gh)/guides/mtr/svr/type/spr/home.rxml|titulo=Supercells Thunderstorms |obra=University of Illinois|acessodata=011 de abril de 2012}}</ref> Supercélulas tem geralmente três classificações: clássica, baixa precipitação e alta precipitação. Supercélulas de baixa precipitação são encontradas em climas mais secos e áridos, enquanto que as supercélulas de alta precipitação podem surgir em qualquer lugar do mundo sob as pré-condições necessárias a sua formação, mas são vistas principalmente nas [[Grandes Planícies]] dos [[Estados Unidos]]. No Brasil ocorrem principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país, e eventualmente produzem tornados.<ref name="Tornados Brasil">{{citar web |url = http://vivoverde.com.br/historico-dos-tornados-no-brasil/|titulo=Histórico dos tornados no Brasil |obra=Vivoverde|data=07 de julho de 2009|acessodata=044 de abril de 2012}}</ref>
 
==Caracterísicas==
[[Ficheiro:Tornadoes Spawn near Deshler, Nebraska.OGG|thumb|Supercélula se formando sobre o estado americano de [[Nebraska]].]]
Supercélulas são geralmente encontradas isoladas de outras tempestades, embora elas possam, às vezes, aparecer em linhas de instabilidade.<ref name="Storm Chaser">{{citar web |url = http://stormchasermovies.com/video-of-supercell-structure/|titulo=Vídeo: Como identificar as diferentes partes de uma supercélula (em Inglês) |obra=Storm Chaser Movies|acessodata=011 de abril de 2012}}</ref> Tipicamente, supercéluas são encontradas na parte quente de um sistema de baixa pressão geralmente se propagando em linha com uma [[frente fria]] do sistema de baixa pressão. Por causa de sua duração (várias horas), são sistemas de tempestades praticamente estáveis.<ref name="Science daily">{{citar web |url = http://www.sciencedaily.com/articles/s/supercell.htm|titulo=Supercells |obra=Science Daily|acessodata=011 de abril de 2012}}</ref> Supercélulas podem se desviar para a direita ou para a esquerda dos ventos predominantes. Esses sistemas podem eventualmente desenvolver duas correntes de ar ascendentes separadas com sentido de rotação opostos, que divide a tempestade em duas supercéluas que se afastam uma da outra.<ref name="Lemon/Doswell" />
 
=== Anatomia ===
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*Ar sobre a camada limite esfria
 
Isto cria uma camada mais quente e úmida sob uma camada mais fria, que vai se tornando cada vez mais instável (porque o ar quente é menos denso e tende a subir). Quando a camada que impedia o ar quente de subir enfraquece, um desenvolvimento rápido acontece. Na América do Norte, supercélulas geralmente aparecem no radar com a forma de um ponto ou de um anzol no lado sudoeste, indo para o nordeste. A maior precipitação acontece no lado sudoeste, terminando rapidamente na ''base de ventos ascendentes sem chuva'' ou ''corrente ascendente principal'' (não visível no radar). Os ''ventos descendentes da parte de trás'' levam precipitação no sentido anti-horário em torno dos lados norte e noroeste da base de vetos ascendentes, produzindo um "eco de gancho (ou anzol)"<ref name="Hook" /> que indica a presença de um mesociclone.<ref name="Lemon/Doswell" />
{| style="margin:auto;"
|-
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[[File:Supercell02 pt.svg|thumb|300px|Características de uma supercélula.]]
[[Ficheiro:Supercell-above.svg|thumb|300px|Diagrama da vista superior de uma supercélula. RFD: ''Ventos descendentes do lado posterior'', FFD: ''Ventos descendentes do lado anterior'', V: ''Chanfradura em forma de V'', U: ''Corrente ascendente principal'', I: ''Transição entre ventos descendentes e ascendentes'', H: ''anzol'']]
'''Topo acima da bigorna''': esta forma de "domo" aparece acima do local onde existe a corrente de ar mais forte na bigorna da tempestade. É o resultado de um vento muito forte, suficiente para atingir as camadas superiores da troposfera. Um observador que está no solo muito perto da tempestade não consegue ver este domo porque a bigorna bloqueia a visão desta característica.<ref name="Overshooting top">{{citar web |url = http://wn.com/overshooting_top|titulo=Vídeos de supercélulas que mostram as características desses sistemas |acessodata=011 de abril de 2012}}</ref><ref name="structure">{{citar web |url = http://www.theweatherprediction.com/severe/structure/|titulo=Partes de uma supercélula (em Inglês) |obra=Meteorologista Jeff Habby|acessodata=011 de abril de 2012}}</ref>
 
'''Bigorna''': uma "bigorna" se forma quando os ventos ascendentes da tempestade colidem com o topo da [[troposfera]] e não têm mais como subir por causa das leis de fluidodinâmica - especialmente, pressão, umidade e densidade. A bigorna é muito fria e virtualmente sem preciptação apesar da precipitação do tipo virga (quando a precipitação evapora antes de atingir o solo) acontecer depois da tempestade. Uma vez que existe muito pouca umidade na bigorna, os ventos podem se mover livremente. As nuvens tomam a forma de bigorna quando o ar ascendente atinge de 15 mil a 21 mil metros ou mais. A forma de bigorna é mais facilmente distinguível na frente da tempestade, como uma concha. Em alguns casos, se essa forma continuar depois da tempestade, é um sinal que um vento ascendente ainda persiste.<ref name="structure" />
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'''Nuvens de parede''': forma-se próxima da área entre ventos descendentes e ventos ascendentes. Essa área está entre a ''base de precipitação'' e a ''base sem precipitação''. Nuvens de parede formam-se quando o ar frio da corrente descendente entra na corrente de ar quente ascendente. Este ar úmido e frio rapidamente se torna saturado enquanto é levado para o alto pelo vento ascendente, formando uma nuvem que parece "descer" da base sem precipitação. Nuvens de parede são comuns e não são exclusivas de supercélulas: somente uma pequena porcentagem produz um tornado, mas quando um tornado se forma uma nuvem de parede geralmente aparece. Nuvens de paredes que persistem por mais de 10 minutos, nuvems que parecem se mover violentamente para cima e para baixo e movimentos violentos de fragmentos de nuvens próximo a nuvem de parede são indicações de que um tornado pode se formar.<ref name="structure" />
 
'''[[Mammatus]]''': são formações na nuvem com forma bulbosa estendendo-se pela parte de baixo da bigorna de uma tempestade. Essas nuvens se formam quando o ar frio da região da bigorna desce para o ar mais quente abaixo da mesma. Mammatus são mais aparentes quando estão iluminados por um lado pelo sol e são, portanto, mais evidentes no pôr ou no nascer do sol, quando ele está baixo no céu. Mammatus não são exclusividade de supercélulas e podem estar associadas com tempestades desenvolvidas e [[cumulonimbus]].<ref name="structure" /><ref name="Mammatus">{{citar web | url=http://www.theweatherprediction.com/habyhints/353/ | título=Severe Storm Structure: Mamatus | autor=Meteorologista Jeff Haby |acessodata=1 de abril de 2012}}</ref>
Structure: Mamatus | autor=Meteorologista Jeff Haby |acessodata=01 de abril de 2012}}</ref>
 
'''Ventos descendentes do lado anterior''': esta é geralmente a área com maior precipitação. Entre essa área e a base em precipitação uma forma de "abóbada" ou "catedral" pode ser observada. nas ''supercélulas de alta precipitação'' uma área de grande precipitação pode ocorrer abaixo da área corrente ascendente onde a "abóbada" seria observada em supercélulas clássicas.<ref name="structure" />
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==Variações de supercélulas==
[[Ficheiro:Supercell04.jpg|thumb|300px|left|Vista de satélite de uma supercélula.]]
Supercélulas são geralmente classificadas por [[meteorologista]]s e "caçadores de tempestades" em três categorias.<ref name="Types of supercells">{{citar web |url = http://www.theweatherprediction.com/habyhints/42/|titulo=Tipos de Supercélula (em Inglês) |obra=Meteorolgista Jeff Haby|acessodata=011 de abril de 2012}}</ref> Entretanto, nem todas as supercélulas se encaixam exatamente em uma categoria, podendo ser híbridas (pertencerem a duas categorias ao mesmo tempo), e muitas supercélulas podem mudar de categoria ao longo do seu tempo de vida. Todos os tipos de supercélula causam condições meteorológicas extremas. As características descritas acima referem-se às supercélulas clássicas, mas a principal diferença entre elas é a quantidade de precipitação. Uma quarta classificação surgiu recentemente e são menos comuns.<ref name="Types of supercells" />
 
=== Baixa Precipitação ===
Causam pouca precipitação (chuva ou granizo) em um núcleo separado da corrente de ar ascendente. Este tipo de supercélula pode ser facilmente identificado com a formação de estrias "esculpidas" na base ou até mesmo uma aparência de "saca-rolhas" na corrente ascendente. Isto é causado porque elas frequentemente se formam ao longo de "linhas secas"{{nota de rodapé|Linha Seca (''Dry line'') é uma linha imaginária através de um continente que separa o ar úmido vindo de uma massa de água exterior do ar seco vindo do deserto. Nas Grandes Planícies dos Estados Unidos é mais evidente a separação feita por essa linha imaginária.}}, portanto deixando as nuvens com pouca umidade nas partes superiores. Esses sistemas geralmente se dissipam rapidamente e não se transformam em outro tipo de tempestades.<ref name="Types of supercells" /> Apesar de ser conhecidas por formar tornados pequenos, eles são conhecidos por serem bastante intensos. Essas tempestades produzem [[granizo]] com menos de 25 &nbsp;mm de diâmetro, mas podem produzir muito granizo mesmo quando não existe um núcleo de precipitação, fazendo com que esse tipo de tempestade seja perigosa para caçadores de tempestades, pessoas e animais que estiverem em seu caminho. Devido a falta de um núcleo de precipitação intensa, supercélulas de baixa precipitação podem eventualmente se mostrar fracas no [[radar]], sem evidência clara do "anzol"<ref name="Hook">{{citar web |url = http://www.theweatherprediction.com/habyhints/237/|titulo=RADAR CHARACTERISTICS OF SUPERCELLS |obra=Meteorologista Jeff Haby|acessodata=31 de março de 2012}}</ref> característico, quando na verdade podem estar produzindo um intenso tornado. Por isso as observações de caçadores de tempestades são de vital importância. Nuvens de funil ou mais raramente tornados vão se formar na metade do caminho entre a base e o topo da tempestade, descendo do [[cumulonimbus]] principal. Raios são raros comparados com os outros tipos de supercélula, e quando ocorrem são geralmente raios de nuvem para nuvem.<ref name="Types of supercells" />
 
Na [[América do Norte]], estas tempestades são praticamente exclusivas das Grandes Planícies durante os meses de primavera e verão. Movendo-se para o leste e sudeste, ocorrem principalmente nos estados americanos de [[Dakota do Norte]] e [[Montana]] e até nas províncias de [[Alberta]] e [[Saskatchewan]] no Canadá. Essas supercélulas são as mais procuradas por caçadores de tempestades porque a quantidade limitada de precipitação permite a visão de um tornado a uma distância segura, enquanto que nos outros tipos de supercélula é necessário chegar mais perto para ver o tornado.<ref name="Types of supercells" />
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=== Ocorrência ===
Supercélulas podem ocorrer em qualquer lugar do mundo se as condições forem favoráveis. A primeira tempestade caracterizada como supercélula foi a de [[Workingham]], na [[Inglaterra]], e foi estudada por Keith Browing e Frank ludlam em 1962.<ref name="Browning">{{citar jornal |last = Browning |first = K.A. |autorlink = Keith Browning |coautores = F.H. Ludlum |título = Airflow in Convective Storms (Correntes de Ar em Sistemas Convectivos)|jornal = Quarterly Journal of the Royal Meteorological Society |volume = 88 |tema = 376 |páginas = 117-35 |data = Apr 1962 |url = http://www.rmets.org/pdf/qj62browning.pdf |doi = 10.1002/qj.49708837602 }}</ref> Browling fez um trabalho inicial que foi seguido por Lemon e Doswell para desenvolver um conceito moderno de supercélula.<ref name="Lemon/Doswell">{{citar jornal |last = Lemon |first = Leslie R. |autorlink = Leslie R. Lemon |coautores = C.A. Doswell |título = Severe Thunderstorm Evolution and Mesocyclone Structure as Related to Tornadogenesis |jornal = Mon. Wea. Rev. |volume = 107 |tema = 9 |pages = 1184–97 |data = Set 1979 |url = http://journals.ametsoc.org/doi/abs/10.1175/1520-0493%281979%29107%3C1184%3ASTEAMS%3E2.0.CO%3B2 |doi = 10.1175/1520-0493(1979)107<1184:STEAMS>2.0.CO;2 }}</ref> Com a extensão dos dados obtidos até hoje, conclui-se que supercélulas são mais frequentes nas Grandes Planícies do centro dos [[Estados Unidos]] e sul do [[Canadá]], estendendo-se até a parte sul dos E.U.A. e norte do [[Mexico]]. Também é bastante comum a formação de supercélulas no centro-leste da [[Argentina]] e no [[Uruguai]], em partes da [[Índia]], [[África do Sul]] e leste da [[Austrália]],<ref name="Victoria Supercell">{{citar web |url=http://www.bom.gov.au/inside/services_policy/public/sevwx/vic/20100603_thunder.shtml |título=Tempestade na província australiana de Victoria 066 de Março 2010|obra=Governo da Austrália|data=2010-03-06|accessodataacessodata=2012-03-11}}</ref><ref name="Australia pictures">{{citecitar web|url=http://australiasevereweather.com/photography/supercell.html|título= Fotos de Supercélulas na Austrália |obra= Weather Photography|accessodataacessodata= 011 de abril de 2012}}</ref> mas ocasionalmente ocorrem também em regiões de latitude média, como no leste da [[China]] e na [[Europa]]. As áreas com grande ocorrência de supercélulas são consequentemente áreas onde ocorrem tornados, visto que esses fenômenos estão diretamente associados.<ref name="Tornadoes Noaa">{{citar web |url=http://www.noaa.gov/features/protecting/tornados101.html |título=Tornadoes 101|obra=NOAA|accessodataacessodata=011 de abril de 2012}}</ref>
 
===Exemplos de desastres associados a supercélulas===
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====Ásia====
Algumas reportagens sugerem que a enchente de 26 de julho de 2005, em Mumbai, Índia foi causada por uma supercélula quando havia uma nuvem com 15 quilômetros de altura sobre a cidade. Neste dia 944 &nbsp;mm de chuva caíram sobre a área, dos quais 400 &nbsp;mm caíram em 4 horas. A chuva coincidiu com a maré alta, o que piorou a situação.<ref name="India">{{citar web |url = http://news.bbc.co.uk/2/hi/south_asia/4720343.stm|titulo=Tempestades de monção matam 200 na Índia |obra=BBC news|data=11 de agosto 2005|acessodata=055 de abril de 2012}}</ref>
 
====Austrália====
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Em 27 de fevereiro de 2007, uma supercélula atingiu [[Canberra]], a capital do país, deramado quase um metro de gelo no centro comercial da cidade. O gelo era tanto que um telhado de um shopping center recém construído caiu. Muitos pássaros também morreram por causa do granizo. No dia seguinte muitas casas em Canberra ficaram sujeitas a inundação, causadas pela incapacidade da estrutura de escoamento de água por causa do gelo ou por causa de deslizamentos de terra.<ref name="Camberra">{{citar web |url = http://www.bom.gov.au/announcements/media_releases/act/20070301can.shtml|titulo=Registros da tempestade de Fevereiro de 2007 em Camberra |data=1 de março de 2007|obra=Governo da Austrália|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
Em 2010, no dia 6 de março, supercélulas atingiram [[Melbourne]]. Essas tempestades causaram enchentes no centro da cidade e queda de grandes pedras de granizo que danificaram carros e prédios, causando um prejuízo de 220 milhões de dólares. Em somente 18 minutos 19 &nbsp;mm de chuva caíram causando destruição nas ruas inundadas e trens, aviões e carros foram paralisados.<ref name="Melbourne">{{citar web |url = http://www.bom.gov.au/inside/services_policy/public/sevwx/vic/20100603_thunder.shtml|titulo=Tempestades severas em Melbourne |obra=Governo da Austrália|data=6 de março de 2010|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
No mesmo mês, no dia 22, uma supercélula atinge a cidade de [[Perth (Austrália Ocidental)|Perth]]. Essa tempestade foi uma das piores da história da cidade, causando a queda de granizo, cujas pedras de gelo atingiram 6 centímetros de diâmetro, e chuvas torrenciais. A cidade teve a chuva média prevista prapara todo mês de março em apenas sete minutos durante a tempestade. As pedras de granizo causaram muitos danos, desde quebrar janelas até danificar carros. Essa tempestade causou um prejuízo de 100 milhões de dólares.<ref name="Perth">{{citar web |url = http://www.abc.net.au/news/2010-03-22/perth-reeling-from-freak-storm/375436|titulo=Perth reeling from freak storm |obra=ABC News|data=23 de março de 2010|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
====Europa====
Em 2009, na noite de 25 de maio, uma supercélula se formou sobre a [[Bélgica]]. Foi descrita pelo meteorologista belga Frank Deboosere como "uma das piores tempestades nos anos recentes" e causou muitos danos por todo o país, principalmente nas províncias dos Flanders Ocidentais (em torno de Ghent), Brabante Flamengo (em torno de Bruxelas) e Antuérpia. A tempestade ocorreu entre uma e quatro da madrugada na hora local. Uma incrível marca de 30 mil raios foi registrada em duas horas - incluindo 10 mil raios nuvem para nuvem. Pedras de granizo com mais de 6 centímetros de diâmetro foram encontradas em alguns lugares e rajadas de vento de mais de 90 quilômetros por hora foram registrados. Árvores foram arrancadas e caíram sobre várias estradas. Em Lillo (leste da Antuérpia) um trem de cargas foi retirado dos trilhos por causa da ação do vento.<ref name="Lillo">{{citar web |url = http://www.demorgen.be/dm/nl/989/Binnenland/article/detail/865296/2009/05/26/Goederentrein-van-de-sporen-geblazen-in-Lillo.dhtml|titulo=Goederentrein van de sporen geblazen in Lillo (em Belga) |obra=Demorgen +|acessodata=31 de março de 2012}}</ref><ref name="German">{{citar web |url = http://www.demorgen.be/dm/nl/989/Binnenland/article/detail/865296/2009/05/26/Goederentrein-van-de-sporen-geblazen-in-Lillo.dhtml|titulo=A situação exvepcional de tempestades no dia 26 de maio de 2009 (em Alemão)|obra=|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
Em 18 de agosto de 2011, o festival de rock Pukkelpop em Kiewit, Hasselt, também na Bélgica também foi atingido por uma supercélula. Ventos com a forma de tornado foram registrados. Árvores com mais de 30 centímetros de diâmetro foram quebradas e as tendas do festival foram destruídas. Grandes pedras de gelo atingiram o campus. Cinco pessoas morreram e 140 pessoas ficaram feridas. Mais uma pessoa morreu uma semana depois. O evento foi suspenso. Ônibus e trens foram mobilizados para levar as pessoas de volta prapara casa.<ref name="pukkelpop">{{citar web |url = http://www.efestivals.co.uk/news/11/110819a.shtml|titulo=Festival Pukkelpop cancelado em 2011 (em inglês) |obra=Tempestade severa atinge festival na Bélgica|data=19 de agosto de 2011|acessodata=055 de abril de 2012}}</ref>
 
====América do Norte====
[[Ficheiro:F5 tornado Elie Manitoba 2007.jpg|thumb|200px|Tornado na cidade de Elie, Manitoba.]]
[[Ficheiro:Dszpics1.jpg|thumb|200px|Um dos tornados do surto de tornados de 3 de maio de 1999 em Oklahoma, EUA.]]
A região das grandes planícies americanas onde ocorrem mais tornados em todo o planeta. [[Tornado Alley]] é uma região dos Estados Unidos onde o tempo severo é comum. Tempestades de supercélulas podem surgir em qualquer dia entre março e novembro, mas são concentrados na primavera. Avisos são frequentemente emitidos na estação dos tornados e ajudam a salvar a vida de muitas pessoas.<ref name="tornado alley">{{citar web |url = http://www.tornadochaser.net/tornalley.html|titulo=Onde está Tornado Alley (em inglês) |obra=TORNADOCHASER.NET|acessodata=044 de abril de 2012}}</ref>
 
Gainesville, Georgia foi o local do quinto tornado que causou mais mortes nos Estados Unidos na história, em 1936, quando a cidade foi devastada e 203&nbsp;pessoas morreram. <ref name="Deadliest">{{citar web |url = http://www.spc.noaa.gov/faq/tornado/killers.html|titulo=The 25 Deadliest US tornadoes |obra=NOAA Storm Predicition Center|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
O grande surto de tornados de Grand Island em 1980 afetou a cidade de Grand Island, Nebraska em 3 de julho de 1980. Sete tornados tocaram o chão na ou próximo a cidade naquela noite, matando 5&nbsp;pessoas e ferindo 200. Neste dia uma supercélula massiva se desenvolveu ao norte no fim da tarde e movia-se vagarosamente em direção à cidade. Em menos de 3&nbsp;horas surgiram sete tornados, sendo um de classe F4 e três de classe F3. Esse surto serviu de base para pesquisas detalhadas sobre eventos desse tipo.<ref name="Grand island tornadoes">{{citar web |url = http://www.crh.noaa.gov/gid/?n=gi1980tornado|titulo=Tornados de Grand Island em 1980 (em inglês) |obra=NOAA |acessodata=055 de abril de 2012}}</ref>
 
O tornado na cidade de Elie, Manitoba (Canadá) foi um tornado de classe F5 que atingiu a cidade em 22 de julho de 2007. Apesar de várias casas terem sido destruídas, ninguém foi morto ou ferido pelo tornado.<ref name="Elie">{{citar web |url = http://www.ec.gc.ca/default.asp?lang=En&n=714D9AAE-1&news=4B3DE57E-4967-4B09-98D6-EF974B32D6B5|titulo=Elie tornado upgraded to highest level |data=18 de setembro de 2007|obra=Environment Canada|acessodata=31 de março de 2012}}</ref><ref name="Manitoba">{{citar web |url = http://www.ctv.ca/CTVNews/CTVNewsAt11/20070622/tornado_070623/|titulo=Manitoba twister classified as extremely violent |obra=CTV News|data=23 de junho de 2007|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
Um surto de tornados massivo originou um tornado de classe F5 em 3 de maio de 1999 próximo a Oklahoma City e outros 74&nbsp;tornados por todo o estado de Oklahoma num período de 21&nbsp;horas. Neste dia formaram-se, no total, 141&nbsp;tornados em Oklahoma, Kansas e Texas. Esse evento matou 46&nbsp;pessoas, feriu cerca de 800 e causou um prejuízo de 1,5&nbsp;bilhão de dólares.<ref name="oklahoma tornado outbreak">{{citar web |url = http://www.nssl.noaa.gov/news/may3rd/outbreak.html|titulo=Surto de tornados no estado americano de Oklahoma |obra=NOAA |acessodata=055 de abril de 2012}}</ref>{{nota de rodapé|Segundo a [[Escalas curta e longa|escala curta]], usada no Brasil. Segundo a [[Escalas curta e longa|escala longa]], usada nos restantes países lusófonos, o número equivaleria a 1,5&nbsp;mil milhões de dólares.}}
 
====África do Sul====
O país testemunha o surgimento de várias supercélulas todo ano com a ocorrência de tornados isolados. Na maioria das vezes esses tornados ocorrem nas áreas rurais e raramente causam danos às propriedades, sendo que grande parte dos tornados que ocorrem no país não são registrados. A maior parte das supercélulas se desenvolve nas partes central e nordeste do país. O Estado Livre, Gautening e Kwazulu Natal são tipicamente as províncias onde as tempestades mais acontecem, embora a atividade não esteja restrita somente a estas províncias. Apesar de raros, tempestades de granizo também ocorrem.<ref name="Durban" />
 
Em 6 de maio de 2009, um "anzol" bem definido se formou nos radares sul-africanos, e as imagens de satélite mostraram uma forte tempestade de supercélula. Foram registrados chuvas muito fortes, ventos violentos e granizo.<ref name="Durban">{{citar web |url = http://www.stormchasing.co.za/articles-and-news/84-hook-echo-durban|titulo=Supercell near Durban |obra=Storm Chasing|data=077 de maio de 2009|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
Em 2 de outubro de 2011, dois tornados devastadores formaram-se em partes diferentes do país com algumas horas de diferença. O primeiro, classificado como um F2 atingiu Meqheleng, um assentamento fora de Flicksburg, no Estado Livre que devastou casas e barracos, arrancou árvores e matou uma criança. O segundo, que atingiu o assentamento de Duduza, Nigel na província de Gauteng, também foi classificado como F2. Este tornado matou duas crianças e destruiu muitas casas.<ref name="Killer tornadoes">{{citar web |url = http://www.thesouthafrican.com/news/ficksburg-tornado-kills-boy-destroys-more-than-1000-homes.htm|titulo=Tornadoes kill two, destroy more than 1,000&nbsp;homes |obra=South African.com|data=3 de outubro de 2011|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
====Brasil====
No Brasil as tempestades de supercélula ocorrem principalmente nas regiões sul e sudeste do país. No dia 4 de maio de 2001 uma tempestade com tornado atingiu a cidade de [[Sumaré]], no interior de [[São Paulo]]. Os ventos que chegaram a 300&nbsp;quilômetros por hora destelharam casas, arrancaram árvores e deixaram a cidade sem energia elétrica e telefonia. Várias pessoas ficaram feridas e uma pessoa morreu. A tempestade também causou danos nas cidades vizinhas como Campinas e Americana.<ref name="Sumaré">{{citar web |url = http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u28441.shtml|titulo=Sumaré contabiliza danos causados pelo tornado de ontem |obra=Folha.com|data=055 de maio de 2005|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
Em 30 de setembro de 1991 ocorreu em [[Itu]], no estado de São Paulo, o tornado mais forte registrado no país, de classe F3, com ventos que atingiram 300 quilômetros por hora. O tornado, que atingiu uma base de 200 metros de largura, deixou 16 mortos e cerca de 200 feridos, além de causar imensos prejuízos materiais. <ref>{{citar web|url=http://www.climatempo.com.br/olhonotempo/113011/proximas_noticias|título=O Tornado de Itu: 20 anos do pior tornado do Brasil|acessodata=17/06/2013|autor=Climatempo}}</ref>
 
No dia 25 de maio de 2005, ocorreu em [[Indaiatuba]], também em São Paulo, outro violento tornado. Os ventos chegaram a 250&nbsp;quilômetos por hora e deixaram a cidade às escuras. Cerca de 400&nbsp;imóveis foram danificados, 56&nbsp;postes foram arrancados e um caminhão de 42&nbsp;toneladas foi tombado na pista. Segundo os moradores da região, o grande tornado formou-se da união de três vórtices distintos, dois deles foram registrados em imagens.<ref name="Apollo 11">{{citar web |url = http://www.apolo11.com/tornados.php?titulo=Tornado_em_Indaiatuba_produziu_ventos_de_250_km/h&posic=dat_20050526-193053.inc|titulo=Tornado em Indaiatuba produziu ventos de 250&nbsp;km/h |obra=Apollo11.com|data=26 de maio de 2005|acessodata=31 de março de 2012}}</ref> O fenômeno também causou prejuízos em 11&nbsp;cidades vizinhas. Os prejuízos foram estimados em 92,7&nbsp;milhões de [[Real (moeda)|reais]].<ref name="Indaiatuba">{{citar web |url = http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u109410.shtml|titulo=Tornado atinge Indaiatuba e prefeitura decreta calamidade pública |obra=Apollo11.com|data=25 de maio de 2005|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
Na Região Sul um exemplo é o tornado que atingiu a cidade de [[Criciúma]] em [[Santa Catarina]] no dia 3 de janeiro de 2005. Os ventos atingiram 100&nbsp;quilômetros por hora e destruíram várias casas em seis bairros da cidade.<ref name="Sul">{{citar web |url = http://noticias.uol.com.br/ultnot/2005/01/03/ult23u132.jhtm|titulo=Tornado atinge Criciúma, destelha casas e causa blecaute |obra=Uol Notícias|data=033 de janeiro de 2005|acessodata=31 de março de 2012}}</ref> Em 5 de dezembro de 2010, foi registrado o primeiro tornado em [[Minas Gerais]], na cidade de [[Uberlândia]]. O fenômeno foi de fraca intensidade e praticamente não causou danos.<ref name="MG">{{citar web |url = http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2010/12/tornado-pode-ter-sido-o-primeiro-ser-registrado-em-mg-diz-especialista.html|titulo=Tornado pode ter sido o primeiro a ser registrado em MG, diz especialista |obra=G1|data=066 de dezembro de 2010|acessodata=31 de março de 2012}}</ref>
 
== {{Ver também}} ==
* [[Tornado]]
* [[Raio (meteorologia)|Raio]]
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* {{Tradução/ref|en|Supercell|oldid=484064422}}
 
=={{Ligações externas}}==
* {{link|en|2=http://www.crh.noaa.gov/lmk/soo/docu/supercell.php|3=Structure and Dynamics of Supercell Thunderstorms}}
* {{link|pt|http://www.parquecientec.usp.br/animacoes/tornados/base.swf|Supercélulas e a formação de tornados}}
* {{link|pt|http://pirandira.cptec.inpe.br/fortracc/| Monitoramento de Sistemas Convectivos no Brasil|Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais}}
* {{link|pt|http://www.cbmet2010.com/anais/artigos/482_39573.pdf| Estrutura e comportamento de supercélulas no estado de São Paulo}}
 
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[[Categoria:Meteorologia]]
[[Categoria:Fenômenos naturais]]
 
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[[de:Gewitter#Superzellengewitter]]