Boécio: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Tomba di Severino Boezio.jpg|thumb|250px|Tumba de Boécio em [[San Pietro in Ciel d'Oro]], [[Pavia]].]]
 
Anício Mânlio Severino Boécio nasceu em [[Roma]] por volta do ano [[480]], quando o [[Império Romano do Ocidente]] vivia os seus últimos anos e quando na [[Europa]] a [[Antiguidade Clássica]] já cedia lugar à [[Idade Média]]. Era filho de Flávio Mânlio Boécio, pertencente a uma importante e antiga família [[Patrício|patrícia]] dos [[Anícia (gente)|Anícios]], cristianizada há mais de um século, que tinha dado a Roma vários [[Cônsul (Roma Antiga)|cônsules]] e o imperador [[Anício Olíbrio]]. Na linha paterna contava, pelo menos, dois papas e a linhagem materna incluía alguns imperadores romanos. O pai seria feito cônsul em [[487]], já depois de [[Odoacro]] depor o último imperador romano do ocidente. O pai faleceu pouco depois de ter sido nomeado cônsul, deixando órfão Boécio com apenas sete anos, que em resultado foi educado por [[Quinto Aurélio Mêmio Símaco]] (''QuintisQuintus Aurelius Memmius Symmachus''), amigo da família, também ele um patrício e cristão pio.
 
Desconhece-se onde Boécio aprendeu a [[língua grega]] com tamanha proficiência e profundidade e onde adquiriu os profundos conhecimentos sobre os autores clássicos greco-latinos que a sua obra demonstra. Os documentos históricos conhecidos são ambíguos, mas alguns estudiosos apontam como muito provável que tenha estudado em [[Atenas]] ou em [[Alexandria]], sendo esta última hipótese mais provável dado existirem referências a um Boécio, talvez o seu pai, que seria, por volta do ano de 470, ''proctor'' de uma escola daquela cidade.
 
Qualquer que tenha sido a sua origem, os conhecimentos de grego e de literatura e filosofia grega que Boécio demonstrou estava muito além do que era então a norma, mesmo para a classe mais educada, até porque se vivia um período de grande conturbação social, marcado pelo desmoronar do Império e pelas [[invasões bárbaras]], em que o ensino estava em decadência e havia um marcado recuo no conhecimento da filosofia clássica.
 
Casou com Rusticiana, uma filha do seu mentor Símaco, tendo, pelo menos dois filhos. Seguindo a tradição familiar, era [[Senado romano|senador]] e em 510 foi escolhido cônsul, já quando Roma se encontrava sob domínio dos [[ostrogodos]].
 
Face à crescente escassez de pessoas com formação avançada, resultado das convulsões do tempo e do declínio dos estudos clássicos, o jovem Severino Boécio entrou ao serviço do [[rei ostrogótico]] {{Lknb|Teodorico,|o Grande}} {{nwrap|r.|474|526}}, sendo encarregado de múltiplas funções de grande responsabilidade.
 
Por volta do ano [[520]], quando tinha cerca de 40 anos de idade, Severino Boécio já ocupava a posição de [[mestre dos ofícios]], posição correspondente à de governador da corte e chefe dos serviços governamentais do rei Teodorico, o Grande. Reflectindo a importância política e o prestígio do pai, os seus dois filhos foram escolhidos para co-cônsules no ano de [[522]].