Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção: diferenças entre revisões

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A '''Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção''' localiza-se à margem esquerda da [[foz]] do [[riacho Pajeú]], sobre o monte Marajaitiba, na cidade de [[Fortaleza]], no litoral do estado [[brasil]]eiro do [[Ceará]]. Atualmente abriga a sede da [[10ª Região Militar]] do [[Exército Brasileiro]].
 
== História ==
=== Antecedentes ===
A primitiva estrutura no local da atual [[fortaleza (arquitetura militar)|fortaleza]] remonta à época da segunda das [[Invasões holandesas do Brasil]], erguida em [[1649]] por [[Países Baixos|neerlandeses]]: o [[Forte Schoonenborch]]. Com a expulsão dos invasores, a [[Império Português|Coroa Portuguesa]] tomou posse da fortificação, rebatizando-a como '''Forte de Nossa Senhora da Assunção'''.
 
{{AP|[[Forte Schoonenborch]]}}
 
=== A Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção ===
Desmoronado o ''Forte de Nossa Senhora da Assunção'' ([[1812]]), o governador da então Província do Ceará, [[Manuel Inácio de Sampaio e Pina Freire]], deu início, no local, a uma nova estrutura para a defesa daquela Capital. A pedra fundamental foi lançada a [[12 de outubro]] de 1812, em homenagem ao aniversário do "''sereníssimo Senhor Príncipe da Beira, o senhor [[Pedro I do Brasil|D. Pedro de Alcântara]]''".<ref>GARRIDO, 1940:44; BARRETTO, 1958:98.</ref>
 
A [[Planta (geometria descritiva)|planta]], de autoria do Tenente-coronel Engenheiro [[António José da Silva Paulet]], que dirigiu a sua construção, apresenta a forma de um quadrado com 90 metros de lado, com [[baluarte]]s nos vértices, sob a invocação, respectivamente, de Nossa Senhora da Assunção (nordeste), São José (sudeste), Dom João (noroeste) e Príncipe da Beira (sudoeste). [[Artilharia|Artilhada]] inicialmente com cinco peças, foi custeada com fundos públicos (20:362$390 [[real (moeda portuguesa)|réis]]) e doações particulares (16:113$267 réis), afora doações de materiais e [[serviço]]s, de voluntários e de [[escravatura|escravos]].<ref>GARRIDO, 1940:44; BARRETTO; 1958:98-99.</ref> GARRIDO reporta que, em [[1816]], a fortaleza encontrava-se artilhada com vinte e sete peças.<ref>Op. cit., p.&nbsp;44.</ref>
 
Uma [[lápide]] comemorativa, colocada na [[muralha]] externa Norte quando da inauguração da [[fortaleza (arquitetura militar)|fortaleza]], reza, em [[latim]]:
 
:"''Informem montem me derisere carinae, Nunc arcem magnum respectu pavescunt:''
:''Hic me Sampaius, sexto regnante Joanne,''
:''Fundavit pulchram; Pauleti refulget.''
:''Armis me fortem civilia dona''
:''Muris me fortem reddunt stipendia Regis.''"
 
:"''Ano de [[1817]]. As [[nau]]s escarneciam de mim quando eu era um monte informe: agora que sou uma grande fortaleza, de longe tomam-se de respeito. Aqui, reinando [[João VI de Portugal|D. João VI]], Sampaio me fundou bela, o engenho de Paulet resplandece. Os donativos dos cidadãos me tornaram forte pelas muralhas, e dos dispêndios reais me fazem forte pelas armas.''"<ref>BARRETTO, 1958:99.</ref>
 
O mesmo autor indica que, à época ([[1958]]), essa lápide se encontrava no [[Museu do Estado do Ceará]].<ref>Op. cit., p.&nbsp;99.</ref>
 
No contexto da [[Revolução Pernambucana]] de [[1817]], numa das celas desta fortificação esteve detida [[Bárbara de Alencar]], líder revolucionária em [[Crato (Ceará)|Crato]], no Ceará, considerada localmente como a primeira prisioneira política da [[História do Brasil]].<ref>"Passeio pela História do Ceará". Rio de Janeiro: ''[[O Globo]]'', 30 de agosto de 2001. p.&nbsp;20.</ref>
 
Em [[1821]], o Governador [[Francisco Alberto Rubim]] solicitou 200$000 réis para a conclusão de suas obras, o que ocorreu no ano seguinte ([[17 de agosto]] de [[1822]]).<ref>GARRIDO, 1940:44.</ref> BARRETTO (1958) informa que a sua artilharia foi aumentada para trinta e uma peças de diferentes [[calibre]]s a partir de [[1829]].<ref>Op. cit., p.&nbsp;100.</ref>
 
O Mapa anexo ao ''Relatório do Ministério da Guerra'' de [[1847]] aponta-lhe a ruína, dando-a como artilhada com vinte peças.<ref>SOUZA, 1885:73.</ref> GARRIDO (1940) informa que recebeu reparos em [[1856]]. No ano seguinte, classificada como fortificação de 2ª Classe (11 de fevereiro de [[1857]]), encontrava-se artilhada com trinta e duas peças: vinte e seis de alma lisa (quatro de calibre 25 libras, duas de 18, nove de 12, cinco de 6, e seis de 3), e 6 de bronze ''La Hitte'', raiadas, calibre 12. Foi avaliada em 125:000$000 réis ([[3 de março]] de [[1858]]). Sofreu reparos no contexto da [[Questão Christie]] (1862-1865), em [[1875]], em [[1883]] (5:000$000 réis), e em [[1886]], quando foi novamente considerada como de 2ª classe.
 
Entre [[1846]] e [[1857]] foram-lhe erguidos novos prédios, os quais sediaram diversas unidades militares como o 11º e o 15º batalhões de [[Infantaria]], a [[Escola Militar do Ceará]], o 22º e o 23º batalhões de Caçadores, entre outras.
 
=== Do século XX aos nossos dias ===
No início da [[República Velha]], em [[1895]] apresentava duas [[Bateria (arquitectura)|baterias]] dispostas em andares e uma bateria a cavaleiro.<ref>Op. cit., p.&nbsp;44-45; BARRETTO, 1958:100.</ref>
 
Também conhecida como '''Forte da Tartaruga''', encontrava-se bem conservada ([[1906]]), e desarmada ([[1910]]). À época da [[Primeira Guerra Mundial]] (1914-1918) foi guarnecida, entre [[1917]] e [[1918]], pela 1ª Bateria Independente do 3º Distrito de Artilharia de Costa, sob o comando do Capitão [[Bernardino Chaves]].<ref>GARRIDO, 1940:45.</ref> BARRETTO (1958) complementa que o quartel contíguo à fortaleza, que abrigava a guarnição, foi ocupado pela 46ª Bateria Independente, mais tarde 46ª Bateria de Costa. À época (1958), sediava o Quartel-general da [[10ª Região Militar]],<ref>Op. cit., p.&nbsp;100-101.</ref> função que conserva desde então.
 
O forte pode ser visitado mediante agendamento prévio junto à Comunicação Social da Região Militar. A visita é feita na companhia de um militar que aborda tópicos de interesse sobre o monumento, nomeadamente a praça de armas, a cela onde esteve detida [[Bárbara de Alencar]] e a capela do forte.
 
{{Referências}}
 
== Bibliografia ==
* BARRETO, Aníbal (Cel.). ''Fortificações no Brasil (Resumo Histórico).'' Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
* GARRIDO, Carlos Miguez. "Fortificações do Brasil". ''Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil.'' Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
* PEIXOTO, Eduardo Marques. "A Fortaleza de N. S. d'Assumpção". Revista Trimensal do Instituto do Ceará. p. 297-311.
* [[Augusto Fausto de Sousa|SOUSA, Augusto Fausto de]]. "Fortificações no Brazil". ''RIHGB''. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p.&nbsp;5-140.
* [http://www.funceb.org.br/images/revista/16_3i1l.pdf TEIXEIRA, Paulo Roberto Rodrigues. "Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção".] in ''Revista DaCultura'', ano IV, nº 7, dezembro de 2004, p. 53-64.
 
== Ver também ==
* [[Anexo:Lista de fortificações do Brasil#Ceará|Lista de fortificações no Ceará]]
 
== Ligações externas ==
* [http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaInicial.do Iphan]
* [http://www.10rm.eb.mil.br/ Página oficial da 10ª Região Militar]
 
 
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[[Categoria:Fortificações de Fortaleza|Nossa Senhora Assuncao]]
 
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