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ciencias
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A ciência é o esforço para descobrir e aumentar o [[conhecimento humano]] de como o [[Universo]] funciona. Refere-se tanto à (ao):
 
* investigação ou estudo [[razãoRazão|racionais]] do [[Universo]], direcionados à descoberta de [[verdade]]s compulsoriamente atreladas e restritas à [[Realidade]] Universal. Tal estudo ou investigação é metódico e compulsoriamente realizado em acordo com o [[método científico]] – um processo de avaliar o [[conhecimento]] [[empírico]];
* corpo organizado de conhecimentos adquiridos por tais estudos e [[pesquisas]].
 
A ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades, as mais gerais e abrangentes possíveis, bem como a aplicação das [[leiLei (ciência)|leis científicas]]; ambas especificamente obtidas e testadas através do método científico. Nestes termos ciência é algo bem distinto de [[cientista]], podendo ser definida como o conjunto que encerra em si o corpo sistematizado e cronologicamente organizado de todas as [[teoria|teorias científicas]] - com destaque normalmente dado para os [[paradigma|paradigmas válidos]] - bem como o [[método científico]] e todos os recursos necessários à elaboração das mesmas.
 
Da definição segue que um cientista é um elemento essencial à ciência, e como qualquer [[homo sapiens sapiens|ser humano]] dotado de um [[cérebro]] [[imaginaçãoImaginação|imaginativo]] que implica [[sentimento]]s e [[emoçãoEmoção|emoções]], o cientista certamente também pode ter suas [[crença]]s - convicções que vão além da realidade tangível - podendo esse até mesmo ser, não raramente ou obstante, um [[teísta]] ou [[religioso]] convicto. Ao definirem-se ciência e cientista é de relevância ressaltar por tal que a definição de ciência exige expressamente que o cientista saiba manter tais crenças longe de seus [[artigoArtigo científico|artigos científicos]] e das teorias científicas com as quais esteja a trabalhar; constituindo-se estes dois elementos - ciência e cientista - por definições certamente muito distintas, portanto.
 
Da correta compreensão é fato que a ciência ''não'' exclui os crentes, teístas ou [[religiãoReligião|religiosos]] do seu leque de cientistas; Porém é também fato que a ciência, graças aos pré-requisitos do método científico, ''exclui'' por completo, dela e de suas teorias científicas, as convicções não [[falseabilidade|testáveis]] e [[Comprovação científica|comprováveis]] frente ou mesmo transcendentes ao factualmente real; sendo a ciência, por parágrafo constitutivo explícito em sua definição [[stricto sensu]] - e por ausência de fato contraditório - expressamente [[ceticismo|cética]] e secular no que lhe cabe.<ref group = "Nota" name = "Citacao_Einstein_01" /><ref group = "Nota" name = "Citacao_Jacob_Bronowski_01" /><ref group = "Ref." name = "BigBang_SimonSingh" />
 
== Etimologia e definição ==
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Embora para um cientista a definição de ciência que vale é a estrita, há considerável discussão sobre o que é ciência no meio [[filosofia|filosófico]], e neste meio acham-se várias definições de ciência, e várias considerações sobre sua abrangência.<ref group = "Nota" name = "Citacao_Bertrand_Russell_01"/><ref group = "Nota" name = "Citacao_Richard_Feynman_01" />
 
A palavra ''ciência'', no seu sentido estrito, se opõe à [[opinião]] (''doxa'' em [[línguaLíngua grega|grego]]), e ao [[dogma]], ou a afirmações de natureza arbitrárias. No entanto a relação entre a opinião de um lado e a ciência do outro não é estritamente sistemática; o historiador das ciências [[Pierre Duhem]] pensa com efeito que a ciência é a âncora no sentido comum, que deve ''salvar as aparências''.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
O discurso científico se opõe à [[superstição]] e ao [[obscurantismo]]. Contudo, a opinião pode transformar-se num objeto de ciência, ou mesmo uma disciplina científica à parte. A [[Sociologia da ciência]] analisa esta articulação entre ciência e opinião; os relatos são mais complexos ou mais tênues em acordo com a situação, mas de forma geral podem ser resumidos na frase de [[Gaston Bachelard]]: "a opinião pensa mal; não pensa".<ref group = "Ref." name = "ConsultableEnLigne" />
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A ideia de ciência com o objetivo de produzir conhecimento é problemática para alguns; vários dos domínios reconhecidos como científicos não têm por objetivo a produção de conhecimentos, mas a de instrumentos, máquinas, de dispositivos técnicos. Terry Shinn assim propôs a noção de "investigação técnico-instrumental".<ref group = "Ref." name = "RevueFrancaieseDeSociologie" />Os seus trabalhos com Bernward Joerges a propósito da ''instrumentação''<ref group = "Ref." name = " IntrumentationScienceStateIndustry" />assim permitiram destacar que o critério ''científico'' não é atribuído unicamente às ciências do conhecimento.
 
A acepção da palavra ''ciência'' conforme definida no [[século XX]] e [[séculoSéculo XXI|XXI]] é a da ''instituição da ciência'', ou seja, o de conjunto das comunidades científicas que trabalham para melhorar o saber humano e a tecnologia, incluso nesta acepção considerações de natureza internacional, metodológica, ética e ou política.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
A noção de ciência acima apresentada, ou mesmo outra, está longe, entretanto, de ser consensual. Segundo o [[epistemologia|epistemologista]] [[André Pichot]], é ''"utópico querer dar uma definição a priori da ciência"''.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
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[[W. V. Quine]] demonstrou a impossibilidade de existir uma linguagem de observação independente da teoria, ou seja, compreende-se o desconhecido com base no conhecido. As observações são sempre ''carregadas de teorias''.
 
[[Thomas Kuhn]] argumentou que a ciência sempre envolve "[[paradigmas]]", grupos de regras, [[prática]]s, [[premissa]]s (geralmente sem precedentes) e teorias tidas até então como válidas, e as transições entre paradigmas geralmente não envolvem necessariamente a verificação ou falseabilidade de teorias científicas. Além disso, ele argumentou que a ciência não progrediu [[históriaHistória|historicamente]] com a acumulação constante de fatos, como o modelo empirista expressa.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
As posturas filosóficas fazem-se mais uma vez presentes:{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
==== Irracionalismo ====
Para [[Nietzsche]], expoente da filosofia que se convencionou a chamar irracionalista, não existe diferença da ação para o sujeito. Sujeito e ação são a mesma coisa, uma vez que são constituídos por vontades. Mesmo que, os sujeitos existissem, não seria possível acessa-los a não ser através da vontade, de uma ação.<span style="color:gray"><sup>&#91;</sup></span><sup>[[WikipediaWikipédia:Livro de estilo/Cite as fontes|<span title="Esta afirmação precisa de uma referência para confirmá-la."><span style="color:gray">''carece&nbsp;de fontes''</span>]]{{somente imprimir|1=?}}<span style="color:gray">&#93;</span></sup>{{Manutenção/Categorizando por assunto
|que carecem de notas de rodapé| data=| arte=| Brasil=|ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=||||||}}
 
Para [[Søren Kierkegaard]] mundo seria o que é perante a fé do sujeito . Logo, se a ciência "parecesse" ou se "apresentasse" como algo prejudicial ou desconfortável, o sujeito teria simplesmente o direito de nega-la, junto com os seus métodos, em prol da sua tradição.<span style="color:gray"><sup>&#91;</sup></span><sup>[[WikipediaWikipédia:Livro de estilo/Cite as fontes|<span title="Esta afirmação precisa de uma referência para confirmá-la."><span style="color:gray">''carece&nbsp;de fontes''</span>]]{{somente imprimir|1=?}}<span style="color:gray">&#93;</span></sup>{{Manutenção/Categorizando por assunto
|que carecem de notas de rodapé| data=| arte=| Brasil=|ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=||||||}}
 
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É contudo verificável que o método científico - base da definição da ciência moderna - preserva os traços mais importantes - estes não conflitantes - tanto da postura empirista como da realista. A saber identifica-se facilmente, nas teorias científicas modernas e no método, a existência obrigatória de um conjunto de fatos empíricos, a obrigatoriedade do teste experimental, a previsibilidade de fenômenos ou fatos ainda desconhecidos, a causalidade, os mecanismos que implicam a relação de causa efeito, e vários outros.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Em resumo, verificado que os dois juntos ''funcionam'' harmonicamente, se é a teoria que determina a observação (realismo), ou a observação que determina a teoria (empirismo)<ref group = "Nota" name = "IndicacaoSecaoFilosofia" />- pelo menos à luz da ciência - não importa. O problema de se determinar o início e o fim de uma [[circunferênciaCircunferência|curva fechada]] (o método científico é descrito por um diagrama fechado) ''não'' é um problema para a ciência, quer seja este um problema filosófico, quer não.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
== História ==
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=== Visão geral ===
[[Imagem:Galileo by leoni.jpg|200px|esquerda|thumb| [[Galileo Galilei]], uma das grandes personalidades da época da [[revolução científica]]. Galileu é tido por muito como pai da ciência moderna graças às suas contribuições no que se refere ao uso do [[experiênciaExperiência científica|método experimental]] na busca pela compreensão da [[natureza]]. Galileu morreu no [[ano]] em que [[Isaac Newton]] nasceu, e suas contribuição mostrariam-se decisivas para a consolidação da [[mecânica clássica]], levada a cabo por Newton com a publicação do "[[Philosophiae Naturalis Principia Mathematica|Principia]]".]]
Enquanto a investigação [[empirismo|empírica]] do mundo natural encontra-se descrita desde a [[históriaHistória antiga|antiguidade]], a exemplo por [[Aristóteles]], [[Teofrasto]] e [[Caio Plínio Segundo]] (''ver: [[ciência greco-romana]]''), e o [[método científico]] desde a [[Idade Média]], a exemplo por [[Ibn al-Haytham]], [[Abu Rayhan Biruni]] e [[Roger Bacon]], o surgimento do que se chama hoje por ''ciência moderna'' é normalmente definido como coincidente com o início da [[Idade Moderna]] e com uma fase da história que ficou conhecida como a [[Revolução Científica]] dos séculos [[séculoSéculo XVI|XVI]] e [[séculoSéculo XVII|XVII]]. Esse período sucede o final da Idade Média e engloba a [[Renascimento|Renascença]], época marcada pela retomada dos conhecimentos clássicos produzidos pelos gregos há cerca de dois milênios atrás e por uma subsequente enorme evolução nas ideias científicas ligadas à física, à astronomia, e à biologia, entre outras.<ref group = "Ref." name = "TheScientificRevolution" />
 
Não renegando-se a importância de obras e personalidades anteriores, àquela época a primeira teoria que se consolidaria em moldes modernos seria a teoria da [[mecânicaMecânica clássica|mecânica]] conforme proposta por [[Isaac Newton]], encontrando-se esta pela primeira vez no renomado livro [[Philosophiae Naturalis Principia Mathematica]], publicado em 5 de julho de 1687. A obra se tornaria uma verdadeira lenda dentro da [[história]] e da ciência pois a publicação do "Principia" - conforme ficou conhecido - que contém, além da [[lei da gravitação universal]], as três [[leis de Newton]] para a [[dinâmica]] dos corpos, determinaria uma verdadeira revolução na ciência, na sociedade, e na forma de se pensar e compreender a natureza.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Dada a acuracidade da teoria da mecânica frente os fatos conhecidos à época, nos dois séculos que se seguiram as ideias mecanicistas do universo se propagaram com vigor não só para as diversas subáreas da física como também para as mais variadas áreas do conhecimento, e sua difusão seria tão frutífera abrangente que a visão de mundo mecanicista perduraria sólida e inabalável até o primeiro ano do século XX, ano em que [[Max Planck]] e cinco anos mais tarde [[Albert Einstein]] estabeleceriam um segundo marco na ciência, e levariam a ciência moderna à era da [[física moderna]]. Graças à física a ciência moderna se estabelecera, e graças a ela a ciência moderna evoluiria a passos largos no século XX - a ponto deste século ser reconhecido pela comunidade científica como o século da [[física]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
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==== Matemática e Lógica não são ciências ====
[[Imagem:Matemática médica.png|thumb|180px|esquerda|Embora a [[matemática]] e a [[lógica]] sejam indispensáveis à ciência, estas não são - aos rigores do método científico - ciências.|ligação=Ficheiro:Matem%C3%A1tica_m%C3%A9dica.png]]
Já na Grécia antiga os filósofos pré-socráticos discutiam se iriam atingir a verdade através das palavras ou dos números. Os [[sofista]]s defendiam que iriam atingir a verdade através das palavras. Os pitagóricos, seguidores de [[Pitágoras]], defendiam que atingiriam a verdade através dos números.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
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=== Pilares do pensamento científico ===
[[Imagem:Chafariz dos Castelos (castelos).JPG|thumb|200px|A ciência constrói [[castelo]]s de realidade sobre [[Fundação (construção)|fundações]] tangíveis, e não castelos de [[fantasiaFantasia (psicologia)|fantasia]]s sobre [[ilusãoIlusão|ilusões]].|ligação=Ficheiro:Chafariz_dos_Castelos_%28castelos%29.JPG]]
Com os gregos encontra-se a origem da ciência e de lá para cá aprendeu-se muito, de forma que hoje pode-se dizer que a ciência apóia-se basicamente, entre outros, sobre cinco pilares:{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
# ''Princípio fundamental'': o principal objetivo da ciência é compreender o [[Universo]] em sua realidade e totalidade.
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{{Artigo principal|[[Método científico]]}}
 
[[Imagem:Bohratommodel.png|thumb|200px|esquerda|O [[Átomo de Bohr|modelo de Bohr]] do [[átomo]]. A evolução do modelo atômico da matéria - desde sua proposição por [[Leucipo]] e [[Demócrito]] até o paradigma mais atual, o [[orbitalOrbital atômico|modelo atômico dos orbitais]] - fornece bom exemplo de como a ciência trabalha, e de que as teorias - quando em acordo com o método científico - evoluem com o tempo.]]
Os termos "[[Modelo científico|modelo]]", "[[hipótese]]", "[[leiLei física|lei]]" e "[[teoria]]" têm significados diferentes em ciência e na linguagem coloquial.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Os cientistas usam o termo ''modelo'' para referir-se a uma ou um conjunto de construções abstratas ou mesmo materiais construídas sobre hipóteses cientificamente corroboradas que permitam estabelecer uma representação de um dado objeto ou fenômeno - geralmente mas não obrigatoriamente específico - em estudo. Sua construção têm por fim, via analogia, uma melhor compreensão do fenômeno ou objeto modelado. A palavra é pois usada em ciência com a acepção estrita desta - o de fruto de um trabalho de [[modelagem]]. Os modelos são elaborados a partir da coleta de dados (fatos) e observação cautelosa, e construídos de forma que possam ser usados para inferir características e fazer predições testáveis por [[experiênciaExperiência científica|experimento]] ou [[observação]]. Os testes e observações são contudo executados sobre o objeto ou fenômeno em si, e não sobre o modelo, e os resultados são usados para aprimorar tanto a teoria associada como os modelos em si. A diferença entre um modelo científico e um artístico reside pois apenas no objetivo final e na metodologia empregada para construí-lo. Em modelos científicos, é certamente obrigatório que a metodologia empregada esteja em ''pleno'' acordo com a metodologia científica. Os modelos, assim como as hipóteses e fatos científicos associados, também integram, certamente, as teorias científicas, sendo em verdade tão essenciais às teorias quanto os demais.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Ao falar-se de modelo é importante ressaltar que, por mais trabalhado e elaborado que seja um modelo, um modelo ''não'' é o objeto que se modela, e há sempre o nele se melhorar, sendo o trabalho de modelagem, em verdade, um trabalho sem fim. Ao fim do raciocínio é possível até mesmo interpretar as teorias científicas como grandes e sofisticados modelos acerca da natureza. O eterno trabalho de aperfeiçoá-los cada vez mais - quer em detalhes quer em abrangência - constitui o principal objetivo da ciência e a labuta diária dos cientistas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
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Uma teoria especialmente frutífera que tem sobrevivido a incontáveis testes ao longo do tempo e tem uma considerável quantidade de evidências integrando-a é dita por muitos, inclusive por cientistas, quando não muito cautelosos com suas palavras, "provada". No sentido científico estrito, entretanto, ''uma teoria científica, qualquer que seja, nunca é provada''. Não se prova uma teoria científica. Uma teoria científica, entendida em termos exatos não somente como o conjunto de ideias pertinentes à descrição e previsão de fatos, mas como a união indissociável deste conjunto de ideias e do conjunto de fatos naturais pertinentes, nunca encontra-se provada pois não se prova a veracidade de uma ideia em ciência. Uma ideia científica é uma eterna hipótese, necessariamente falseável, e por tal, nunca é provada, pois não se pode garantir que em algum momento futuro uma nova evidência, até então desconhecida, venha a contradizê-la.<ref group = "Nota" name = "LimitesCiencia" />Em acordo com o descrito, o uso da palavra "provada", quando anexo ao conceito de teoria, é desencorajado, e se encontrado, deve ser substituído pela ideia correta que expressa, a de uma teoria exaustivamente testada e corroborada frente ao conjunto, neste caso consideravelmente grande e abrangente, de fatos que a integra. Diz neste caso que a teoria é universalmente aceita até aquela data, ou ainda, que constitui um paradigma científico válido até aquele data.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Algumas teorias científicas universalmente aceitas tais como a [[teoria heliocêntrica]], a [[teoria atômica]], a teoria do [[Eletromagnetismo|electromagnetismo]] e a [[evoluçãoEvolução|evolução biológica]] encontram-se em teste frente aos fatos naturais já há séculos, e estão tão bem estabelecidas que é atualmente inconcebível um meio que permita a descoberta de um fato pela qual estas possam ser falsificadas. Outras, tais como a [[relatividade]] e a [[mecânica quântica]] têm sobrevivido a testes empíricos rigorosos sem serem contraditas nas últimas décadas apenas, e por tal encontram-se sobre escrutínio cerrado dos pesquisadores. Mas ''não'' há garantia de que elas não serão um dia suplantadas, e isto vale igualmente para ''todas'' elas, e não só para as últimas. "Teorias" ainda mais recentes tais como a [[teoria da rede]] ou [[teoria das cordas]] podem conter ideias promissoras passíveis de serem testadas, mas ainda não receberam nem mesmo o título de teorias científicas uma vez que estas não encerram um conjunto razoável de fatos capaz de corroborar as ideias que propõem.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Em outras palavras:
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A [[Matemática]] é essencial para muitas ciências. A função mais importante da Matemática na ciência é o papel que ela desempenha na expressão de ''modelos'' científicos. Colher dados a partir da observação bem como hipotetizar e prever geralmente requerem modelos matemáticos e um extensivo uso da Matemática.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Apesar de todos os ramos da Matemática terem suas aplicações em ciência - mesmo áreas "puras" tais como a [[teoriaTeoria dos números|teoria numérica]] e a [[Topologia (matemática)|topologia]] - há de se mencionar que os ramos matemáticos mais utilizados na ciência incluem o [[cálculo]] e a [[estatística]]. Em verdade, o cálculo foi desenvolvido por Isaac Newton como uma ferramenta necessária para este resolver os problemas de física com os quais se preocupava. Uma análise rigorosa mostra que não é possível desvincularem-se a história da matemática da história da ciência, principalmente no que concerne às ciências naturais tais como a [[Física]] ou a [[Química]], onde esta prevalece como uma linguagem universal. Embora certamente presente em menor nível em algumas ciências sociais, a Matemática encontra-se de alguma forma presente em todas as ciências visto que a [[Lógica]] é um ramo da [[Matemática]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Imagem:Michelsonmorley-boxplot.svg|thumb|200px|esquerda|Resultados da famosa [[Experiência de Michelson-Morley]] expressos via linguagem matemática adequada. A [[teoria da medida]] é fundamental à representação verossímil e correta dos resultados experimentais.]]
Alguns [[pensador]]es veem os [[matemático]]s como [[cientista]]s, considerando os [[Experiência científica|experimentos]] físicos como não essenciais ou as provas matemáticas como equivalentes a experimentos. Outros não veem a Matemática como ciência, já que ela não requer [[teste experimental]] de suas [[teoria]]s e [[hipótese]]s. Embora a decisão sobre quem está certo ou errado recaia mais uma vez sobre os ombros da [[filosofia]] e seus filósofos - é há uma [[Filosofia da Matemática|área filosófica especialmente dedicada à Matemática]] - em qualquer caso não é uma discussão filosófica se a Matemática é ou não uma linguagem natural e universal, e por tal uma ferramenta extremamente útil na descrição do universo, indispensável à ciência.
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A ciência não é uma fonte de julgamentos de valores subjetivos<ref group = "Nota" name = "Citacao_Einstein_01" />, apesar de poder certamente tomar parte em casos de [[ética]] e política pública ao enfatizar as prováveis conseqüências naturais das ações tomadas. O que alguém projeta não apenas a partir de hipóteses científicas válidas mas também a partir de bases oriundas de outras áreas de conhecimento que não as científicas ''não'' se configura em um tópico científico, e o [[método científico]] não oferece qualquer assistência ou corroboração para quem deseja fazê-lo dessa maneira. A justificativa científica - via refutação - para muitas coisas é, ao contrário, frequentemente exigida e, por questão de lógica, espera-se que válida, mesmo em áreas fora da ciência. Faz-se claro contudo que, nestes casos, os valores dos julgamentos sobre o que concerne à ciência - tais como veracidade e cientificidade da questão - são intrínsecos à ciência.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
O objetivo subjacente - o propósito da ciência para a sociedade e indivíduos - é o de produzir ''modelos úteis da realidade''. Tem-se dito que é virtualmente impossível fazerem-se inferências a partir dos sentidos humanos que realmente descrevam o que "é". Por outro lado, como dito, a ciência pode fazer ''predições'' baseadas em em teorias oriundas das ''observações'', e é inegável que essas predições geralmente beneficiam a sociedade ou indivíduos humanos que fazem uso delas; por exemplo, a [[mecânicaMecânica clássica|física Newtoniana]], e em casos mais extremos a [[relatividade]], nos permitem compreender e predizer desde a dinâmica de uma uma bola de bilhar e o efeito que terá em outras até trajetórias de sondas espaciais e satélites. Do efeito em uma bola de futebol ao voo de um avião passando certamente pela construção de casas e edifícios, deve-se muito à mecânica de Newton. As ciências sociais nos permitem predizer (com acurácia limitada até agora) coisas como a turbulência econômica e também permitem melhor entender o comportamento humano, o que leva à produção de modelos úteis da sociedade e consequências como a elaboração de políticas governamentais mais adequadas visto que encontram-se empiricamente suportadas. A [[Física]], a [[Química]] e a [[Biologia]] juntas têm transformado nossa vida diária ao fornecerem a estrutura tecnológico-científica necessária para se transferir o árduo labor antes diretamente posto pela natureza sobre nossos ombros à maquinaria auxiliar que hoje nos cerca. Nos tempos modernos, essas disciplinas científicas segregadas estão cada vez mais sendo utilizadas conjuntamente a fim de produzirem-se modelos e ferramentas cada vez mais complexos.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Em resumo, a ciência produz ''modelos úteis'' sobre o universo natural os quais nos permitem fazer ''predições'' e construir equipamentos de apoio cada vez mais úteis. A ciência tenta ''descrever'' o que é e procura dizer o ''que pode ser'', mas não é capaz de ''impor'' o que é ou o que será - o que é impossível de se fazer, para razões naturais. Procura fazer com que a natureza jogue a nosso favor<ref group = "Nota" name = "ValoracaoMoral" />, e não contra nós, sem contudo afrontá-la. A ciência é uma ''ferramenta útil''… é um corpo crescente de entendimento que nos permite identificarmo-nos mais eficazmente com o meio ao nosso redor e nos permite decidir sobre a melhor forma de adaptarmo-nos e evoluirmos como uma sociedade unida, contudo independentemente.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
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A eficácia da ciência a tornou assunto de questionamento [[filosofia|filosófico]]. A '''[[filosofia da ciência]]''' busca entender a natureza e a justificação do conhecimento científico e suas implicações [[ética]]s. Tem sido difícil fornecer uma [[Método científico#Questões filosóficas|explicação do método científico]] definitiva que possa servir para distinguir a ciência da não-ciência, e, mesmo que para um cientista a fronteira mostre-se precisa e clara, há em princípio argumentos filosóficos legítimos sobre exatamente onde estão os limites da ciência, e tais são traduzidos no que é conhecido como [[problema da demarcação]]. Há, no entanto, um conjunto de preceitos principais que possuem um consenso entre os filósofos da ciência e dentro da [[comunidade científica]]. Por exemplo, é universalmente aceito que deve ser possível testar independentemente as hipóteses e teses científicas de outros cientistas para que sejam aceitas pela comunidade científica.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Há diferentes escolas do pensamento na filosofia do método científico. O [[naturalismo metodológico]] mantém que a investigação científica deve aderir aos estudos [[empirismo|empíricos]] e verificação independente como processo para desenvolver e avaliar apropriadamente as explicações naturais de [[fenômeno]]s [[observaçãoObservação|observáveis]].<ref group = "Ref." name = 'TheReviewofmetaphysics" />Desse modo o naturalismo metodológico rejeita explicações [[sobrenatural|sobrenaturais]], [[Argumentum ad verecundiam|argumentos de autoridades]] e [[estudo observacional|estudos observacionais]] tendenciosos. O [[racionalismo crítico]] por outro lado afirma que a observação não tendenciosa não é possível, e que a demarcação entre explicações classificadas como "naturais" e "sobrenaturais" é arbitrária; no lugar deste critério ela propõe a [[falseabilidade]] como o limite para as teorias empíricas (científicas) e falsificação como o método empírico universal. O racionalismo crítico, uma corrente do racionalismo em princípio definida pelo filósofo austro-britânico [[Karl Popper]] rejeita a maneira como o empirismo descreve a conexão entre teoria e observação. É afirmado que as teorias não derivam das observações, mas que as observações são feitas à luz das teorias, e o único jeito que uma teoria pode ser afetada pela observação é quando esta entra em conflito com aquela. Ele propõe que a ciência deveria se contentar com a eliminação racional dos erros em suas teorias, não em buscar a sua verificação (como afirmar certeza, ou prova, e contraprova provável; tanto a proposta como a falsificação de uma teoria são apenas um caráter metodológico, conjectural e tentador no racionalismo crítico).<ref group ="Ref." name = "ConjecturesRefutations_KarlPoper" />O [[instrumentalismo]] rejeita o conceito de verdade e enfatiza apenas a utilização das teorias como instrumentos para explicar e predizer fenômenos.<ref group = "Ref." name = "RationalityOfScience" />
 
== Classificações ==
Linha 232:
A divisão entre ciências formais e factuais leva em consideração seis aspectos principais. O objeto ou tema das disciplinas, já que as ciências formais tratam de enunciados, e as ciências factuais, de objetos empíricos; a diferença entre enunciados, pois as ciências formais referem-se a relações entre símbolos, e as factuais, a fenômenos ou processos; o método através do qual se comprovam os enunciados, já que as ciências formais contentam-se com a lógica, no entanto, as ciências factuais necessitam do experimento; o grau de suficiência em relação ao conteúdo, visto que as ciências formais podem ser consideradas “autossuficientes” por construírem seu próprio objeto de estudo, diferentemente das ciências factuais; o papel da coerência para se alcançar a verdade, pois, para as ciências formais, um enunciado dado com base em um sistema de ideias pré-estabelecido já é suficiente para sua compreensão, no entanto, cria uma verdade relativa (uma proposição correta em uma teoria pode não ser válida em outra) e, para as ciências factuais, esse sistema de ideias pré-estabelecido é necessário, mas não suficiente – é preciso o experimento para que o enunciado seja considerado “provavelmente adequado”; por último, o resultado alcançado também é levado em conta para a divisão entre as ciências, pois as ciências formais demonstram, ao passo que as ciências factuais apenas verificam, por tratarem de hipóteses provisórias.<ref name=":0" />
 
As ''ciências formais'' dedicam-se às ideias, ou seja, ao estudo de processos puramente lógicos e matemáticos. São objetos de estudo das ciências formais os [[sistemas formais]], como por exemplo, a [[lógica]], [[matemática]], [[teoria dos sistemas]] e os aspectos teóricos da [[computaçãoComputação científica|ciência computacional]], [[teoria da informação]], [[microeconomia]], [[teoria da decisão]], [[estatística]] e [[linguística]]. Sobre as ''ciências formais'' é contudo importante lembrarem-se aqui os pilares e limites da ciência bem como a questão de a matemática ser ou não ciência, questão já debatida e adequadamente respondida em seções anteriores. Considerações pertinentes e similares cabem também a todas as ''ciências formais'', certamente.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
O primeiro pesquisador a dividir as ciências em formais e factuais foi [[Rudolf Carnap]]. Partindo dessa premissa, [[Mário Bunge|Mario Bunge]], por sua vez, dividiu as ciências factuais em duas classificações: ''[[ciências naturais]]'', cujo alvo principal de estudo é a natureza como um todo aparte o comportamento humano em específico, e ''[[ciências sociais]]'', que estudam o comportamento do Homem e suas sociedades.<ref name=":0" />
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As ''ciências sociais'' estudam os aspectos sociais do mundo [[humano]], ou seja, a via social de indivíduos e grupos humanos. Isso inclui [[Antropologia]], estudos da comunicação, [[Economia]],[[Geografia humana]], [[História]], [[Linguística]], [[ciências políticas]], [[Psicologia]] e [[Sociologia]]. Embora o alvo de estudo das ''ciências sociais'' seja um alvo científico legítimo, a metodologia específica empregadas por muitas subáreas de estudo neste grupo encerradas muitas vezes exigem importantes considerações a respeito dos pilares da ciência, principalmente quanto ao associado às suas fronteiras. Ao se considerarem as ciências sociais não é raro encontrarem-se estudos no limite do que se considera científico.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
As ''ciências naturais'' se encarregam de estudar os fatos e fenômenos naturais em si - aparte a questão humana, como dito. Por encontrarem-se facilmente apoiadas na observação e na experimentação, geralmente não implicam considerações mais rigorosas quanto à unicidade e fronteiras da ciência, sendo o método científico facilmente compatível com a metodologia específica a cada uma das subáreas neste grupo - qualquer que seja a escolhida - e por tal seguido em essência.<span style="color:gray"><sup>&#91;</sup></span><sup>[[WikipediaWikipédia:Livro de estilo/Cite as fontes|<span title="Esta afirmação precisa de uma referência para confirmá-la."><span style="color:gray">''carece&nbsp;de fontes''</span>]]{{somente imprimir|1=?}}<span style="color:gray">&#93;</span></sup>{{Manutenção/Categorizando por assunto
|que carecem de notas de rodapé| data=| arte=| Brasil=|ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=||||||}}
 
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Esta classificação envolve a motivação e finalidade dos estudos científicos em consideração, e há neste esquema de classificação duas classes principais: as ''[[ciências puras]]'', também chamada de ''ciências fundamentais'' ou ainda ''ciências básica'', que têm por objetivo o "conhecimento" em si, o "conhecer por conhecer" - aparte da sua utilidade - e as ''[[ciências aplicadas]]'', que estudam formas de aplicar o conhecimento humano - geralmente oriundos da primeira - em benefício do Homem.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
As ciências puras ou ciências fundamentais englobam a parte da ciência que busca compreender os mais básicos elementos da natureza tais como as partículas fundamentais, as relações entre eles - expressas geralmente via conceito de [[forçaForça|força fundamentais]], e as leis que os governam; seguindo a lógica do[[reducionismo científico]] de forma muito difundida, geralmente pressupõe-se nesta classe que todos os outros [[fenômeno]]s podem ser em princípio compreendidos a partir dos fundamentais.
 
Há uma diferença marcante entre ciência pura e [[ciência aplicada]], portanto: as ciências puras, em contraste com as ciências aplicadas, são marcadas por buscarem as minúcias do conhecimento básico que desenvolvem, a compreensão a mais completo possível acerca do objeto em estudo. A ciência básica é o coração de todas as descobertas, e o progresso científico é feito geralmente tendo a mesma por catapulta. A ciência pura é independente da preocupação com aplicações práticas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
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Em vista do exposto e de que geralmente exemplos de ambas as teorias podem ser encontradas dentro de uma dada ciência - ou sendo mais específico dentro de uma dada cadeira científica - talvez fosse mais pertinente usarem-se as expressões "teorias exatas" e "teorias inexatas" ao invés de "ciências exatas" e "ciências inexatas". Contudo as nomenclaturas-padrão atrelam-se às duas últimas expressões.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Uma teoria ou ciência exata é qualquer campo da ciência capaz de fornecer modelos matemáticos com expressões quantitativas e predições precisas a respeito dos sistemas tratados - este necessariamente compatíveis com tal descrição, sendo geralmente condizentes com a execução de experimentos reprodutíveis envolvendo [[mediçãoMedição|medições]] e [[prediçãoPredição|predições]] quantificáveis, e não obstante - aparte interferências ou perturbações externas - com o determinismo estrito. A coerência entre os resultados matemáticos e experimentais é - dentro da incerteza experimental - precisa. Nestes termos [[Matemática]], [[Física]], [[Química]],[[Computação]] assim como partes da [[Biologia]], [[Psicologia]] e [[Economia]] podem ser consideradas como ciências exatas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
=== Ciências duras e moles ===
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=== Instituições ===
As [[sociedades científicas]] para a comunicação e para a promoção de ideias e experimentos científicos existem desde o período da Renascença.<ref group = "Ref." name = "Chronicle for Societies" />A mais antiga instituição que ainda existe atualmente é a ''[[Accademia dei Lincei]]'' na [[Itália]].<ref group = "Ref." name = "BenvenutoNelSitio" />As [[academiaAcademia de ciência|academias de ciência]] nacionais são instituições especiais - geralmente atreladas e apoiadas pelos governos - que existem em vários países; as primeiras de que se tem notícia são a ''[[Royal Society]]'', [[Inglaterra|inglesa]], fundada em 1660<ref group = "Ref." name = "BriefHistoryOfSociety" />e a ''[[Académie des Sciences]]'', [[França|francesa]], esta fundada em 1666.<ref group = "Ref." name = "AReassessment" />
 
Outras organizações nacionais incluem a ''[[CONICET|National Scientific and Technical Research Council]]'' na[[Argentina]], [[CSIRO]] na [[Austrália]], ''[[Centre national de la recherche scientifique]]'' na [[França]],''[[Deutsche Forschungsgemeinschaft]]'' na [[Alemanha]], [[CSIC]] na [[Espanha]] e [[Academia de Ciências da Rússia]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
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{{Anexo|Lista de publicações em ciência}}
[[Imagem:The Feynman Lectures on Physics.jpg|thumb|250px|direita|Os livros científicos podem destinar-se tanto ao pessoal leigo quanto ao especializado, sendo recorrentes na formação de pessoal qualificado. Na figura, "[[The Feynman Lectures on Physics]]" - uma coleção de livros que todo físico ou interessado por física conhece.]]
São publicadas [[literaturaLiteratura científica|literaturas científicas]] de vários tipos.<ref group = "Ref." name ="ProliferationScienceLiterature" />As [[revistaRevista científica|revistas científicas]] comunicam e documentam os resultados de pesquisas feitas em universidades e nas várias instituições de pesquisa, servindo como um arquivo de registro da ciência. A primeira revista científica, ''[[Journal des Sçavans]]'', a qual seguiu-se a ''[[Philosophical Transactions of the Royal Society|Philosophical Transactions]]'', teve sua primeira edição publicada em 1665. Desde essa época o número total de periódicos ativos tem aumentado constantemente. Em 1981, uma estimativa do número de revistas científicas e técnicas sendo publicadas resultou em 11.500 periódicos distintos.<ref group = "Ref." name = "ScientificTechnicalResources" />Atualmente o [[Pubmed]] lista quase 4.000 periódicos apenas sobre as ciências médicas.<ref group = "Ref." name = "JEntrez" />
 
A maioria das revistas científicas cobre um único campo científico e publica as pesquisas dentro desse campo, mostrando-se geralmente de interesse apenas ao pessoal pertinente à área dada a especificidade da linguagem e profundidade do conteúdo. Contudo a ciência tem se tornado tão penetrante na sociedade moderna que normalmente é considerado necessário comunicar os feitos, notícias e ambições dos cientistas para um número maior de pessoas e não apenas aos especialistas. As [[revista]]s como a [[NewScientist]], [[Science & Vie]] e [[Scientific American]] são dirigidas ao público leigo; são feitas para um grupo maior de leitores e proveem um sumário não-técnico de áreas populares de pesquisa, incluindo descobertas e avanços notáveis em certos campos de pesquisa como [[física]], [[biologia]], [[química]], [[geologia]], [[astronomia]], e diversos outros.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Os [[livroLivro científico|livros científicos]] figuram como um divisor de águas no que se refere ao público alvo, estando presentes de forma rotineira não apenas nas academias de ciências - ao serem usados como material de apoio nas etapas de formação de pessoal - como também em bibliotecas ou acervos pessoais de um grande número de cidadãos interessados por ciências, sendo acessíveis em princípio ao público leigo bem como aos profissionais da área. Os livros educacionais destinados ao ensino médio relativos às disciplinas científicas são exemplos de livros científicos, assim o sendo também livros destinados aos cursos mais avançados em áreas afins. Contudo, qualquer que seja o público alvo, um livro científico mantém-se sempre fiel aos pressupostos da ciência buscando divulgar de forma correta as teorias que encerram bem como as relações entre estas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Do outro lado, o gênero literário da [[ficção científica]] - fantástica por princípio - trabalha com a imaginação do público ao distorcer as ideias científicas, e às vezes os métodos, da ciência. Embora a ficção científica de hoje possa tornar-se realidade amanhã - sendo a [[bomba nuclear]] um clássico exemplo - os livro científicos e de ficção científica certamente têm naturezas muito distintas.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
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=== Ciência ou técnica? ===
{{Principal|História da tecnologia|Invenção|Técnica|Tecnologia}}
A técnica ([[grego antigo]] τέχνη, ''technê'', que significa ''[[arte]], [[ofício]] "[[know-how]]"'') ''"refere-se às aplicações da ciência, do conhecimento científico ou teórico, nas realizações práticas e nas produções industriais e económicas".''<ref group = "Ref." name = "Tecnica" />A técnica cobre assim o conjunto dos [[método]]s de [[fabricaçãoFabricação|fabrico]], de manutenção, de [[gestão]], [[reciclagem]], e de [[eliminação]] dos [[desperdício]]s, que utilizam métodos procedentes de conhecimentos científicos ou simplesmente métodos ditados pela prática de certos ofícios, geralmente oriundos de inovações [[Empirismo|empíricas]]. Pode-se então falar de arte, no seu sentido primeiro, ou das ''[[ciências aplicadas]]'', e a tecnologia atual associa-se então ao "estado da arte". A ciência é, por outro lado, um estudo mais abstracto, onde a busca pela compreensão não raro supera a busca por uma aplicação. A [[epistemologia]] examina designadamente as relações entre a ciência e a técnica, como a articulação entre o abstração e o "know-how". No entanto, historicamente, a [[técnica]] veio primeiro.. "O Homem foi ''homo-faber'', antes de ser ''[[homo sapiens]]''", explica o [[filósofo]] [[Bergson]]. Contrariamente à ciência, a técnica não tem por vocação interpretar o mundo, está lá para transformá-lo, a sua vocação é prática e não teórica.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Imagem:Masaccio-TheExpulsionOfAdamAndEveFromEden-Restoration.jpg|thumb|direita|250px|''A Expulsão de Adão e Eva do Jardim de Eden'', antes e depois de sua [[Restauração (preservação)|restauração]]<ref group = "Nota" name = "Quadro" />]]
A técnica frequentemente é considerada como se fizesse parte integrante da [[história das ideias]] ou da [[História da ciência|história das ciências]]. No entanto, é necessário efetivamente admitir a possibilidade de uma técnica ''não-científica'', isto é, evoluindo fora de qualquer corpo científico e que resume as palavras de [[Bertrand Gille]]:{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
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Hervé Fischer fala, no livro ''A sociedade sobre o divã'' (2007), de uma nova corrente artística que usa a ciência e as suas descobertas como inspiração, como as [[biotecnologia]]s, as manipulações [[genética]]s, a [[inteligência artificial]], a [[robótica]]. Além disso, o tema da ciência foi frequentemente a origem de quadros ou de esculturas. O movimento [[futurismo|futurista]], por exemplo, considera que o campo social e cultural devem racionalizar-se.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Por último, as descobertas científicas ajudam os peritos em arte. O conhecimento da desintegração do [[carbono 14]], por exemplo, permite datar as obras. O [[laser]] permite restaurar, sem danificar as superfícies, os monumentos. O princípio da síntese aditiva das cores restaura [[autocromo]]s. As técnicas de análise [[físicoFísico-química|físico-químicos]] permitem explicar a composição dos quadros, ou mesmo descobrir [[palimpsesto]]s. A [[radiografia]] permite sondar o interior de objetos ou de peças sem poluir o mesmo. O [[Espectroscopia|espectrográfico]] é utilizado, por último, para datar e restaurar os vitrais.<ref group = "Nota" name = "Proposta_CNRS" />
 
=== Cientificismo ===
{{Artigo principal|[[Cientificismo]]}}
[[Imagem:Science is not a Religion.jpg|thumb|esquerda|250px| Há [[dezena]]s e mesmos [[centena]]s de [[religiãoReligião|religiões]] no [[Terra|mundo]], contudo a [[Método científico|ciência]] ''não'' é uma delas. A título de explicação têm-se alguns símbolos que representam as principais religiões na atualidade. Da esquerda para a direita:Linha 1: [[Cristianismo]], [[Judaísmo]], [[Hinduísmo]]Linha 2: [[Islamismo]], (ateísmo), [[Xintoísmo]]Linha 3: [[Sikhismo]], [[Bahai]], [[Jainismo]].]]
O [[cientificismo]] é uma [[ideologia]] que surgiu no [[século XVIII]], considerando que o [[conhecimento científico]] permitiria à humanidade escapar da [[ignorância]] e por conseguinte, de acordo com a fórmula de [[Ernest Renan]] no livro ''[[Futuro da ciência]]'', de ''"organizar cientificamente a [[humanidade]]"''.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
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[[Imagem:Lunar Laser McDonald Observatory.jpg|thumb|250px|esquerda|O [[laser]] é a origem de uma das descobertas militares. Na figura vê-se um feixe de laser disparado a partir do Observatório MacDonal, Texas (EUA), em direção a [[espelho]]s estacionários localizados na superfície da [[Lua]]. Com esta tecnologia é possível acompanhar-se o movimento da Lua em sua órbita com precisão de milímetros (ou maior). O advento do laser acarretou, contudo, inúmeras outras aplicações.]]
 
Durante a [[Primeira Guerra Mundial]], as ciências foram utilizadas pelos estados a fim de desenvolver novas [[arma]]s, a citarem-se as [[armaArma química|armas químicas]], e novos meios de conduzi-las até o inimigo com a eficácia necessária, a exemplo via estudos [[balísticaBalística|balísticos]]. Houve o nascimento da [[economia de guerra]], que se apoia sobre métodos científicos. O ''OST'', ou ''Organização Científica do Trabalho'', de [[Frederick Winslow Taylor]], é um esforço de melhorar a produtividade industrial graças à emissão de tarefas executadas nomeadamente pela cronometragem. No entanto, foi durante a [[Segunda Guerra Mundial]] que a ciência passou a ser utilizada para fins militares. As armas secretas da [[Alemanha]] [[nazismo|nazista]] como o [[Foguete V2|V2]] ou o [[radar]] estão no centro das descobertas desta época.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Todas as disciplinas científicas são assim dignas de interesse para os governos. O rapto de [[cientista]]s alemães no fim da guerra, quer pelos [[soviéticos]], quer pelos [[Estados Unidos|americanos]], fez nascer a noção de ''guerra dos cérebros'', que culminará com a corrida armamentista da [[Guerra Fria]]. Este período é com efeito o que tem contado com o maior número de descobertas científicas, nomeadamente as tecnologias associadas à [[corrida espacial]] (à [[Apollo 11|ida]] do [[homem]] à [[Lua]]), e a [[bomba nuclear]] de [[fissãoFissão nuclear|fissão]], logo seguida pela [[bomba de hidrogênio]]. Numerosas disciplinas nascem da abordagem no domínio militar, como a [[criptografia informática]], ou a [[bacteriologia]] - destinada à [[guerra biológica]]. [[Amy Dahan]] e [[Domínica Pestre]]<ref group = "Ref." name = "AmyDahan" />explicam, a propósito deste período de investigações desenfreadas, que ele se trata de um regime epistemológico específico. Comentando o livro dos citados autores, [[Loïc Petitgirard]] torna clara a ideia: ''"Este novo regime de ciência é caracterizado pela multiplicação das novas práticas e as relações sempre mais estreitas entre ciência, estado e sociedade."''<ref group = "Ref." name = "AmyDahan" />A concepção decorrente de [[complexo militar-industrial]] busca exprimir a íntima relação entre poderes constituídos - representados geralmente pelas forças [[política]]s -, ciência e sociedade, característica marcante da época em consideração.<ref group = "Ref." name = " LeSavant" />
 
A partir de 1945, com a constatação do aumento das tensões devido à oposição dos blocos [[capitalismo|capitalistas]] e [[comunismo|comunistas]], a guerra torna-se por si própria o objeto da ciência: nasce a [[polemologia]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
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As considerações anteriores requerem certamente esclarecimentos em vista da definição moderna estrita de ciência. Frente ao método científico o papel da da [[autoridade]] científica é certamente muito diferente do papel da autoridade política. A última geralmente faz valer as suas ideias e desejos - suas leis - via poder que lhe foi ou auferido pela sociedade ([[democracia]]s) ou imposto pela força à sociedade ([[ditadura]]s); em casos extremos de autoritarismo a visão de mundo e os desejos de uma única autoridade são ''sempre'' inquestionáveis, corretos e definitivos, qualquer que seja a área em questão ( a exemplo em [[reinado]]s, [[teocracia]]s, e similares). Tais autoridades geralmente possuem o poder de palavra final em contendas envolvendo quaisquer questões ligadas aos subordinados, quer sejam eles "civis", quer sejam "militares", quer sejam "cientistas". Em ciência as contendas envolvendo as hipóteses científicas, contudo, ''não'' são, por princípio constitutivo, resolvidas com o peso das autoridades que as defendem. Há em princípio uma fonte única para a solução de tais contendas: os fatos científicos. Exemplificando-se, não é a autoridade científica conquistadas por pessoas como [[Albert Einstein]] que faz com que o que ele diga seja aceito como verdade, e sim o confronto de suas ideias com os fatos. E neste caso mesmo têm-se bons exemplos. Einstein, embora tenha tornado-se famoso pela precisão das ideias que apresentou em suas teorias da [[relatividade restrita]] e [[relatividade geral|geral]] frente aos fatos, ao contrário do que muitos pensam, também deu muitas "mancadas" em sua jornada científica, a citarem-se a [[constante cosmológica]] por ele adicionada em seus cálculos buscando obter soluções que atendessem seus "desejos" de um universo estático (e não em expansão), e seu embate com as ideias da [[mecânica quântica]] - as quais morreu sem aceitar; a primeira contradita e as últimas fortemente corroboradas pelos fatos científicos.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
É certo que muitas vezes o peso da autoridade político-militar e em menor peso a econômica é avassalador - mesmo para as objeções impostas pela metodologia e comunidade científicas - verificando-se isto com muita exatidão entre a comunidade científica alemã quando subordinada ao poder decisivo do [[terceiro Reich]] durante a [[segunda guerra mundial]]. Embora muitos dos cientistas fossem realmente adeptos do nazismo, muitos certamente não eram. Contudo curiosamente nenhuma pesquisa fornecia resultados contraditórios aos ideais de limpeza étnica defendidos por [[Hitler]], e projetos científicos associados à [[eugenia]], e outras ideias racistas, recebiam grande apoio tanto econômico como "psicológico". A própria [[evoluçãoEvolução|teoria científica da evolução biológica]] foi completamente ''distorcida'' por tal poder: os princípios da ''diversidade'' via ''adaptação ao meio'' - centrais em tal teoria - foram sumariamente convertido em "sobrevivência apenas do mais forte, e eliminação dos inferiores". E certamente a [[raça ariana]] - formada por descendentes diretos dos [[deus]]es da [[Atlântida]] - ''deveria'' ser a mais forte, e por tal a única a sobreviver. O interessante é que uma raça única jamais esteve em cogitação dentro da teoria da evolução, e se o objetivo era eliminarem-se "os inferiores", dever-se-ia começar com todas as outras "espécies inferiores", das bactérias aos [[Cão|cachorros]], antes de se promover a matança das "raças" humanas consideradas por eles como inferiores. E, ao contrário, Hitler parecia gostar muito de seus cachorros.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Imagem:Galileo facing the Roman Inquisition.jpg|thumb|400px|direita|[[Galileu]] ante o [[Santo Ofício]]. A condenação de Galileu por [[heresia]] marca o divórcio definitivo entre o pensamento científico e o religioso. Nascia a ciência moderna.]]
Contudo é preciso ter em mente que a decisão a respeito de contendas de ordem científica não é por princípio - obedecida a definição de ciência - subordina ao poder das autoridades, mas sim ao poder das evidências científicas. Assim, embora uma autoridade consiga mesmo que por longos períodos de tempo "distorcer" à base da força a visão da realidade de uma comunidade científica e mesmo de uma sociedade inteira, ela ''não'' tem poderes suficientes para distorcer a realidade natural em si. A natureza não se subordina às leis das autoridades mas sim às próprias leis apenas, e por tal, mais cedo ou mais tarde, a veracidade dos fatos vem à tona, e encontrando-se o critério de auto-correção fortemente entranhado no método científico, as consequências das "perturbações" externas são rapidamente corrigidas, tão logo cessem. Foi o que seguiu-se à queda da ideologia e do terceiro reich, fadado ao fracasso por contrariar uma - ou seriam várias - das leis naturais.
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Na maioria das outras religiões, a ciência também não é oposta à religião. No [[Islamismo]], a ciência é favorecida porque ela não existe clero instituído; além disso, o mundo é visto como um código a decifrar para compreender as mensagens divinas. Assim, na Idade Média, a ciência árabe-muçulmana prosperou e desenvolveu a [[Medicina]], a [[Matemática]] e principalmente a Astronomia.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Imagem:Editorial cartoon depicting Charles Darwin as an ape (1871).jpg|thumb|250px|esquerda|O embate entre ciência e autoridades religiosas é antigo; existe desde os primórdios da ciência, e nem sempre é pacífico. O "[[Kitzmiller v. Dover Area School District|processo do macaco]]", um dos poucos casos onde não houve queima de evidências - e de seus defensores - tramitou pela corte de justiça [[Estados Unidos|norte-americana]] em 2005; embora, mesmo presidido por um juiz [[criacionista]], a ciência tenha levado a melhor neste caso, é certo que o embate está longe de um fim, mesmo em tempos modernos.|ligação=Ficheiro:Editorial_cartoon_depicting_Charles_Darwin_as_an_ape_%281871%29.jpg]]
No [[século XIX]] os [[cientista]]s afirmam que a ciência é a única que pode explicar o universo e que a religião é o "ópio do povo", como diria mais tarde [[Karl Marx]], que fundou a visão [[materialismo|materialista]]. Os sucessos científicos e técnicos, que melhoram a civilização e a qualidade de vida, se somam ao progresso científico e batem de frente com os dogmas religiosos em sua totalidade. As teorias da [[Física]] (principalmente a [[teoria quântica]]) e da [[Biologia]] (com a [[teoria da evolução]] de [[Charles Darwin]]), as descobertas da [[Psicologia]] (pela qual o sentimento religioso é um fenômeno interno ou mesmo neurológico), superam as explicações místicas e espirituais. Contudo, muitos religiosos, como [[Pierre Teilhard de Chardin]] e [[Georges Lemaître]], tentam combinar as explicações científicas e a [[ontologia]] religiosa. A encíclica ''[[Fides et ratio]]'' (1993), do [[Papa João Paulo II]], reconhece que a religião cristã e a ciência são dois modos de explicar o mundo.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
No [[século XX]], a confrontação dos partidários da teoria da evolução e dos [[criacionismo|criacionistas]], frequentemente procedentes das correntes religiosas mais radicais, cristalizam o difícil diálogo da fé e da razão. "[[Kitzmiller v. Dover Area School District|O processo do macaco]]" (a propósito da [[especiaçãoEspeciação|ascendência]] do Homem) ilustra assim um debate permanente na sociedade.<ref group = "Ref." name = "OProcessoDoMacaco" />Por último, alguns filósofos e epistemólogos interrogam-se sobre a natureza da relação entre as duas instituições. O [[paleontólogo]] [[Stephen Jay Gould]] em "''Que Darwin Seja!''" fala de dois magistérios, cada um permanecendo mestre do seu território mas não se intrometendo nos assuntos do outro, enquanto que [[Bertrand Russell]] menciona na sua obra "''Ciência e religião''" os conflitos entre os oponentes.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
=== Uso e influência na sociedade ===
{{Principal|Sociologia da ciência}}
A ciência é praticada em [[universidade]]s e outros institutos científicos assim como em campo; por si só é uma vocação sólida e geralmente implica carreira profissional na [[academia]], mas também é praticada por amadores, que tipicamente engajam-se na parte de [[observação]] da ciência. Trabalhadores de [[laboratórioLaboratório|laboratórios de pesquisa]] corporativos também praticam ciência, apesar de seus resultados serem geralmente considerados [[segredo de mercado]] e não serem publicados em jornais públicos. Cientistas corporativos e universitários geralmente cooperam, com os últimos concentrando-se em pesquisas básicas e os primeiros aplicando seus achados em uma [[tecnologia]] específica de interesse de [[companhia]]s. Indivíduos envolvidos no campo da [[educação da ciência]] argumentam que o processo da ciência, mesmo que não sob os rigores do método científico, é realizado por todos os indivíduos quando aprendem sobre seu mundo; embora o [[senso comum]], o desta investigação, certamente não implique teorias científicas, ele também constrói-se com base em pesquisas do universo acessível aos sentidos.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Dado o caráter universal da ciência, sua influência se estende a todos os campos da [[sociedade]], desde o desenvolvimento tecnológico aos modernos problemas jurídicos relacionados com campos da [[medicina]] ou [[genética]]. Algumas vezes a investigação científica permite abordar temas de grande impacto social como o [[Projeto Genoma Humano]], e temas de implicações morais como o desenvolvimento de [[armas nucleares]] e a [[clonagem]].{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
 
Ainda assim, a investigação científica moderna requer, às vezes, em ocasiões importantes, grandes investimentos em instalações com [[aceleradorAcelerador de partícula|aceleradores de partícula]] ([[CERN]]), a exploração do [[Sistema Solar]] ou a investigação da [[fusão nuclear]] em projetos como [[ITER]]. Em todos esses casos é desejável que os avanços científicos alcançados sejam levados à sociedade, quer a título de informação, quer a título de benefícios decorrentes.{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
[[Imagem:Nile River Delta at Night.JPG|thumb|300px|direita|Os avanços científicos influenciam e modificam não apenas o estilo de vida de algumas pessoas mas também as relações sociais em todo o [[globo terrestre|globo]]. Na foto, o [[delta]] do [[rio Nilo]], conforme observado à [[noite]] de dentro da [[estação espacial internacional]]. O domínio da eletricidade mudou os rumos da história.]]
Os métodos da ciência são praticados em muitos lugares para atingir metas específicas. A título ilustrativo, a ciência e seus métodos encontra-se presente no(a):{{Carece de fontes|ciência=sim|data=maio de 2016}}
Linha 418:
* Obtenção e processamento de evidências da [[cena do crime]]; a [[ciência forense]].
* Planejamento e monitoramento da exploração e uso do meio ambiente; as [[leis da natureza|leis ambientais]].
* Em uma ampla gama de [[exameExame médico|exames médicos]], em todas as etapas do exame e a avaliação da saúde dos pacientes.
* Investigação de causas de um [[desastre]]; tais como em acidentes aéreos.
 
Linha 430:
 
=== Mídia e debate científico ===
[[Imagem:PZ Myers (1).jpg|thumb|esquerda|[[PZ Meyers]], biólogo [[Estados Unidos|estadunidense]], usando, em uma postura crítica, uma gravata com estampas de um "[[crocopato]]". A divulgação e [[radiodifusãoRadiodifusão|difusão]] pelos [[meios de comunicação]] de informações científicas incorretas - ou de informações científicas corretas de forma incorreta - pode levar a uma interpretação completamente equivocada das afirmações científicas por parte do público leigo.|ligação=Ficheiro:PZ_Myers_%281%29.jpg]]
A [[mídia de massa]] enfrenta algumas pressões que a dificultam na hora de escolher qual das alegações científicas possui maior credibilidade dentro da comunidade científica como um todo. Determinar o quão forte é cada um dos lados de um [[debate científico]] requer um conhecimento considerável sobre o assunto.<ref group = "Ref." name = "ScienceJournalism" />Poucos jornalistas possuem um conhecimento científico real, e mesmo repórteres especializados no assunto, que sabem muito sobre determinada questão científica, podem saber pouco sobre outras questões que eles subitamente precisem cobrir.<ref group = "Ref." name = "BlindedByScience" /><ref group = "Ref." name = "AustralianStudies" />