Estruturalismo: diferenças entre revisões

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O estruturalismo é uma abordagem que veio a se tornar um dos métodos mais extensamente utilizados para analisar a língua, a [[cultura]], a [[filosofia da matemática]] e a [[sociedade]] na segunda metade do [[século XX]]. Entretanto, "estruturalismo" não se refere a uma "escola" claramente definida de autores, embora o trabalho de Ferdinand de Saussure seja geralmente considerado um ponto de partida. O estruturalismo é mais bem visto como uma abordagem geral com muitas variações diferentes. Como em qualquer movimento cultural, as influências e os desenvolvimentos são complexos.
De um modo geral, o estruturalismo procura explorar as inter-relações (as "estruturas") através das quais o significado é produzido dentro de uma cultura. Um uso secundário do estruturalismo tem sido visto recentemente na filosofia[[filosofia da matemática]]. De acordo com a [[teoria]] estrutural, os significados dentro de uma cultura são produzidos e reproduzidos através de várias práticas, [[fenômeno]]s e atividades que servem como sistemas de significação. Um estruturalista estuda atividades tão diversas como rituais de preparação e do servir de alimentos, rituais religiosos, jogos, textos (literários e não-literários) e outras formas de entretenimento para descobrir as estruturas profundas pelas quais o significado é produzido e reproduzido em uma cultura. Por exemplo, o antropólogo e etnógrafo [[Claude Lévi-Strauss]] (um antigo e proeminente praticante do estruturalismo), analisou fenômenos culturais incluindo [[mitologia]], relações de [[família]] e preparação de alimentos.
 
Lévi-Strauss explicou que os [[antônimo]]s estão na base da estrutura sócio-cultural. Em seus primeiros [[trabalho]]s demonstrou que os grupos familiares tribais eram geralmente encontrados em pares, ou em grupos emparelhados nos quais ambos se opunham e se necessitavam ao mesmo tempo. Na [[Bacia do rio Amazonas|Bacia Amazônica]], por exemplo, duas grandes famílias construíam suas casas em dois semi-círculos frente-a-frente, formando um grande [[círculo]]. Também mostrou que os [[mapa]]s cognitivos, as maneiras através das quais os povos categorizavam [[animalia|animais]], árvores, e assim por diante, eram baseados em séries de antônimos. Mais tarde, em seu trabalho mais popular, "O Cru e o Cozido", descreveu contos populares amplamente dispersos da [[América do Sul]] tribal como inter-relacionados através de uma série de transformações - como um antônimo aqui transformava-se em outro antônimo ali. Por exemplo, como o título indica, Cru torna-se seu oposto, Cozido. Esses antônimos em particular (Cru/Cozido) são simbólicos da própria cultura humana que, por meio do pensamento e do trabalho, transforma matérias-primas em roupas, alimento, [[armas]], [[arte]], ideias. Cultura, explicou Lévi-Strauss, é um processo dialético: tese, antítese, síntese.