Andrea Palladio: diferenças entre revisões

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== Vida ==
Andrea nasceu em Pádua, então parte da [[República de Veneza]], na Itália. Sobre sua vida pessoal pouco é conhecido. Iniciou sua carreira como cortador de pedrarelva, tendo estudado no atelier do escultor Bartolomeo Cavazza da Sossano. Em 1524 mudou-se para Vicenza, sendo admitido na oficina Pedemuro de [[cantaria]] e construção. Quando estava com cerca de trinta anos e já trabalhava como construtor seu talento chamou a atenção do conde [[Gian Giorgio Trissino]], um afamado [[humanista]], que se tornou seu mentor e deu-lhe o apelido de ''Palladio'', a partir de um personagem de seu poema épico ''A Itália liberta dos Godos'', e providenciou para que ele recebesse uma educação humanista esmerada com uma ênfase na arquitetura. A partir de então Palladio entrou em contato com o pensamento de arquitetos canônicos como [[Vitrúvio]] e Alberti, e de tratadistas contemporâneos como [[Sebastiano Serlio]], e viajou várias vezes para [[Roma]] a fim de realizar desenhos e medições exatas das ruínas antigas, desvendando seu sistema de proporções. Seus estudos resultaram nos livros ''L'Antichità di Roma'', publicado em 1554, na verdade mais um guia turístico como muitos que circulavam na época, descrevendo os monumentos antigos mais importantes, mas já abordando os temas principais de seu interesse, e ''Descrizione delle chiese in la Cità di Roma'', do mesmo ano, cujo caráter era acima de tudo o de um roteiro piedoso pelas igrejas da cidade, mas tratando também da técnica de construção. Com esses livros em seu crédito, Palladio ergueu-se na cena como uma autoridade. Sua consagração definitiva veio logo em seguida, quando em 1556 o celebrado humanista [[Daniele Barbaro]], que havia se tornado seu novo patrono depois da morte de Trissino, publicou uma edição da obra de Vitrúvio que superou todas as que então existiam, traduzida para o [[vernáculo]] e acrescida de extensos comentários eruditos, ilustrado com reconstruções de prédios desaparecidos da Antiguidade feitas pelo próprio Palladio, e elogiando seu protegido por sua vivacidade mental e sua habilidade de entender os mais belos e sutis princípios da antiga arquitetura. Tornou-se então uma figura notória, obtendo o favor de importantes aristocratas e tornando-se amigo de intelectuais, chegando a se tornar membro da prestigiosa e exclusivista [[Academia de Belas Artes de Florença|Academia de Florença]]. Em 1570, com uma carreira já consolidada e grande prestígio, publicou uma obra que se tornaria fundamental na história da arquitetura moderna, ''[[I Quattro Libri dell'Architettura]]'', em quatro volumes e fartamente ilustrado, onde discutia seu próprio trabalho bem como o resultado de suas pesquisas sobre a arquitetura clássica. Abordava as [[ordens arquitetônicas]], a edificação doméstica e pública, o [[urbanismo]] e a construção sacra, e considerava o modelo antigo indispensável para a formação de uma verdadeira civilização, mas não obstava a criação original a partir dele. Disse que '''"não é vedado ao arquiteto afastar-se algumas vezes do uso comum, pois tais variações são graciosas, e se baseiam na natureza"''. As ruínas antigas então visíveis eram principalmente prédios públicos, pouco se sabia da habitação romana, e com isso ele ofereceu seus próprios projetos como exemplos idealizados, estabelecendo com eles o mais coerente sistema de proporções edilícias do Renascimento. Além de apresentar suas ideias de uma forma inovadoramente sucinta e objetiva, o livro introduziu um novo sistema de ilustração arquitetônica com vistas múltiplas e detalhes em separado a fim de fornecer a maior quantidade possível de informações exatas. ''I Quattro Libri dell’Architettura'' desde então se tornou canônico, sendo, com a exceção da obra vitruviana, o mais influente tratado de arquitetura de todos os tempos.<ref name="Moffett">Moffett, Marian; Fazio, Michael W. & Wodehouse, Lawrence. ''A world history of architecture''. Laurence King Publishing, 2003</ref><ref>Cooper, Tracy Elizabeth. [http://books.google.com/books?id=knIBs5XVshIC&pg=PP1&dq=%22Andrea+Palladio%22&lr=&as_drrb_is=b&as_minm_is=1&as_miny_is=1950&as_maxm_is=12&as_maxy_is=2009&as_brr=3&hl=pt-BR#v=onepage&q=&f=false ''Palladio's Venice : architecture and society in a Renaissance Republic'']. Yale University Press, 2005. pp. 10-21</ref><ref name="Tavernor">Tavernor, Robert. [http://books.google.com/books?id=O_-l-DpUDagC&pg=PA105&dq=%22Andrea+Palladio%22&lr=&as_drrb_is=b&as_minm_is=1&as_miny_is=1950&as_maxm_is=12&as_maxy_is=2009&as_brr=3&hl=pt-BR#v=onepage&q=%22Andrea%20Palladio%22&f=false ''"Brevity without Obscurity": Text and image in the architectural treatises of Daniele Barbaro and Andrea Palladio'']. In Palmer, Rodney & Frangenberg, Thomas (eds). ''The Rise of the Image: essays on the history of the illustrated art book''. Reinterpreting classicism series. Ashgate Publishing, Ltd., 2003. pp. 105-134 </ref><ref name="Capello">Capello, Nora. [http://books.google.com/books?id=n8ZkVfYjTTEC&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q=&f=false ''Palladio e Roma'']. In Machado, Nara & Mizoguchi, Ivan (orgs). ''Palladio e o Neoclassicismo''. EdiPUCRS, 2006. pp. 208-210</ref>
 
== Obra arquitetônica ==