Diocleciano: diferenças entre revisões

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|imagem =[[Ficheiro:Diocletian Bueste.JPG|200px]]
|legenda =Busto de Diocleciano
|reinado =[[284]]&nbsp;–&nbsp;[[286]] (sozinho)<ref name="BOWMAN698788">BOWMAN, 2005, p. 69, 87-88</ref><br />[[286]]&nbsp;–&nbsp;[[305]] (após a partir da [[Diarquia]])<ref>BOWMAN, 2005,name="BOWMAN698788" p. 69, 87-88</ref>
|nome completo =DíoclesDiocles (nome completo desconhecido, utilizado até à ascensão ao trono);<br />Caio Aurélio Valério Diócles Diocleciano (Caius Aurelius Valerius Diocles Diocletianus)<ref name="CARLAN9">CARLAN, 2006, p. 9</ref>
|antecessor =[[Numeriano]]
|sucessor =[[Constâncio Cloro|Constâncio]] e [[Galério]]<ref name="BOWMAN8788">BOWMAN, 2005, p. 87-88</ref>
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|cidadefalecimento=[[Palácio de Diocleciano]], em [[Espalato]] (atual [[Split]])<ref name="BOWMAN8788" />
}}
'''Caio Aurélio Valério DióclesDiocles Diocleciano''' (em [[latim]]: Caius Aurelius Valerius Diocles Diocletianus)<ref>CARLAN, 2006,name="CARLAN9" p. 9</ref> foi um [[imperador romano]] que pode ter nascido em [[Solin|Salona]] no dia 22 de dezembro de [[243]], [[244]] ou [[245]].<ref>BOWMAN, 2005,name="BOWMAN68" p. 68</ref> Ele governou de c. [[284]]<ref>BOWMAN, 2005,name="BOWMAN68" p. 68</ref> a [[305]].<ref>BOWMAN, 2005,name="BOWMAN8788" p. 87-88</ref>. Filho de pai [[Escriba (Roma Antiga)|escriba]] e [[Escravidão na Roma Antiga|ex-escravo]],<ref>CARLAN, 2006,name="CARLAN9" p. 9</ref><ref>BOWMAN, 2005,name="BOWMAN68" p. 68</ref> foi comandante da escolta imperial (''domésticos regens'') antes de ascender ao poder, o que ocorreu após a morte do imperador [[Marco Aurélio Caro|Caro]] e seu filho Numeriano numa incursão em território persa, tendo sido proclamado pelo exército romano.<ref>BOWMAN, 2005,name="BOWMAN68" p. 68</ref><ref name="DK5758">DRINKWATER, 2005, p. 57-58</ref> Existe uma insuficiência de fontes ou informações a respeito da vida anterior a sua ascensão que é característica daquele momento. Seu reinando, entretanto, é bem documentado, tanto pelos editos e leis como por edifícios construídos.<ref>FINLEY, 1991, p. 166</ref>
 
O imperador teve participação em várias batalhas para manter seu poder e a unidade do Império Romano <ref>BOWMAN, 2005, p. 71-82</ref>, dentre elas a batalha do rio ''Margus'' em 285, na qual o último candidato ao trono, Carino, foi morto pelas próprias tropas.<ref>BOWMAN, 2005, p. 69</ref> Além disso, aplicou diversas reformas administrativas e econômicas durante seu reinado, sendo a primeira a nomeação de Maximiano entre os anos 285 e 286,<ref>CARLAN, 2008, p. 40</ref><ref>BOWMAN, 2005, p. 69</ref> que mais tarde culminaria na formação da tetrarquia com a nomeação de dois Césares (Galério e Constâncio) em 293.<ref>SILVA; MENDES, 2006, p. 199-201</ref><ref>BOWMAN, 2005, p. 80</ref>
 
== Ascensão ao poder ==
A ascensão de Diocleciano ao poder se tornou possível com a morte de [[Marco Aurélio Caro|Caro]] e dos possíveis herdeiros do trono, principalmente os filhos desse [[Imperador romano|imperador]], [[Carino]] e [[Numeriano]].<ref>BOWMAN, 2005, p. 68-69</ref> Entre a morte de [[Marco Aurélio Caro|Caro]], no verão de 283,<ref>BOWMAN, 2005,name="BOWMAN68" p. 68</ref> e a proclamação de Diocleciano, o qual era comandante da escolta imperial (domesticos regens) até então,<ref>BOWMAN, 2005,name="BOWMAN68" p. 68</ref> como [[Imperador romano|imperador]], diversos eventos relativos à detenção do poder imperial se desenrolaram.
 
A morte de [[Caro]] ocorre depois da captura de [[Ctesifonte]], numa incursão em território persa, e o relatório oficial alega que ele tenha sido morto por um relâmpago, mas acredita-se que isso seja uma tentativa de esconder uma morte comum, por doença ou pela mão de rivais, por exemplo.<ref>DRINKWATER, 2005, p. 57</ref> O assassinato de [[Numeriano]], que já havia sido nomeado [[César (título)|César]] por seu pai,<ref>DRINKWATER, 2005, p.57</ref> ocorre no início de novembro de 284 pelas mãos de Aper,<ref>BOWMAN, 2005,name="BOWMAN68" p. 68</ref> seu sogro e [[Prefeito do pretório|prefeito pretoriano]], o qual era responsável, junto com seu genro e a corte imperial, pela administração do leste do [[Império Romano|império]],<ref>DRINKWATER, 2005, p.57</ref> eliminando o primeiro dos possíveis sucessores de [[Marco Aurélio Caro|Caro]]. Foi com a descoberta desse assassinato que o oficial da guarda Diocleciano foi escolhido para conduzir o [[exército romano]].<ref>DRINKWATER, 2005,name="DK5758" 57-58</ref> Já no início de 285, há o assassinato de outro pretendente ao trono: [[Juliano (usurpador)|Juliano]], morto por [[Carino]] em [[Verona]].<ref>BOWMAN, 2005, p. 69</ref> O último, [[Carino]], foi morto antes mesmo de maio por suas próprias tropas na batalha do rio Margus, na [[Mésia|Moésia]], contra Diocleciano.<ref>BOWMAN, 2005, p. 69</ref>
 
==Reformas administrativas==
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Ele enviou então agentes para analisar todos os produtos e a quantidade que cada [[Cidadania romana|cidadão]] produzia, para com isso fazer um recenseamento e assim saber quanto cada um produzia e com quanto cada um poderia ajudar. Esta avaliação era feita através de uma análise de bens (''caput'') e da terra (''iuga''), no qual o preço a ser pago dependeria do tamanho da terra, dos animais, da quantidade de trabalhadores que ali exerciam sua função. <ref>SILVA; MENDES, 2006, p.211.</ref> Mas mais um problema precisava ser solucionado para que este novo método de impostos funcionasse, o modo de pagamento. Como a [[Moeda da Roma Antiga|moeda romana]] vinha passando por uma grande desvalorização, Diocleciano decidiu a forma de pagamento dos impostos, que não seriam mais feitos com dinheiro, mas com produtos. Uma lista das necessidades era gerada e cada cidadão pagaria com o que poderia e com a quantia que lhe cabia, dependendo do resultado dor recenseamento. <ref>PETITT, 2012, p.69-71.</ref>
 
Outra reforma de Diocleciano dizia respeito à proibição de abandono por parte dos colonos agricultores e arrendatários das terras que cultivavam. Os trabalhadores urbanos também deveriam passar seus ensinamentos para seus filhos, mantendo assim uma estabilização na demanda e produção.<ref>CARLAN, 2006,name="CARLAN9" p.9.</ref>
 
=== Reforma na cunhagem ===
As [[Moeda da Roma Antiga|moedas]] do império chegaram ao comando de Diocleciano valendo muito pouco. Então Diocleciano fez uma reforma nas [[Moeda da Roma Antiga|moedas]] e suas formas de [[cunhagem]]. Em 294, ele reorganizou as casas de cunhagens romanas, que na época eram muitas e espalhadas por várias [[Província romana|províncias]], o que dificultava ainda mais o processo de fiscalização. Criou então algumas casas principais, nas principais cidades do império para que se tivesse um padrão de qualidade nas moedas. Ele inseriu então três moedas as de ouro [[Áureo|(''aureus'']]), serviam para realizar apenas os pagamentos militares, as moedas de prata (''argenteus'') e as moedas de bronze (''[[Denário|denarii]]'') que seriam usadas para as transações menores e corriqueiras. <ref>CARLAN, 2006, p.9.name="CARLAN9" /><ref>BOWMAN, 2005, p.83. 83</ref><ref>PETITT, 2012, p. 67.</ref>
 
Essas moedas foram implantadas não somente para revigorar a economia romana, mas também traziam em seu corpo desenhos que representavam a riqueza do império e também ajudavam na construção da imagem de legitimidade do imperador. Muitas dessas moedas cunhadas possuíam imagens de Diocleciano de um lado e de [[Júpiter (mitologia)|Júpiter]] do outro ou então [[Maximiano]] e [[Hércules]]. Essas associações divinas representavam a aprovação [[Mitologia romana|divina]] e além de legitimar o poder tanto de Diocleciano quanto de [[Maximiano]] contribuiu para que durante grande parte da [[Tetrarquia]] fossem considerados filhos desses deuses. <ref>CARLAN, 2006, p.9-11.</ref>
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Após o seu aniversário de vinte anos de governo (''vicennalia''), Diocleciano deixa Roma e assume o consulado em 1º de 304, em Ravenna. Ele passou o verão na fronteira do [[Danúbio]] no ano de 304, e sua saúde apresentava sinais de que estava ainda pior quando chegou em [[Nicomédia]], no dia 20 de novembro, data do seu vigésimo primeiro aniversário de ascensão. Sua chegada em [[Nicomédia]] implicou numa série de boatos que acabaram por contribuir para a crença de que havia morrido, tendo sido declarado luto público, porém, foi suspendido devido à existência de outro boato que dizia o contrário. Diocleciano só apareceu em público novamente até o dia 1º de março de 305, com os efeitos de sua doença ainda mais aparentes. <ref>BOWMAN, 2005, p. 86 - 87.</ref>
 
No dia 1º de maio de 305, Diocleciano convocou uma assembleia de oficiais e soldados para se encontrar a alguns quilômetros de [[Nicomédia]], no qual ele entregou uma carta em que se dizia velho e doente para comandar o império e que deveriam confiar este cargo para alguém mais jovem. Após esse ato, [[Maximiano]] se afastou do seu cargo, e Diocleciano foi para o palácio que havia construído em [[Split]] na costa de [[Dalmácia]], local onde mantinha uma vida fora dos problemas relacionados ao império como mostra uma conferência em [[Carnuntum]] em 308, em que ele se recusou a tomar qualquer decisão em relação a políticas imperiais futuras. Diocleciano morreu de uma maneira incerta, suicídio ou doenças podem ter sido as causas, os anos estipulados são 311 e 312.<ref>BOWMAN, 2005,name="BOWMAN8788" p.87 - 88.</ref>
 
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