Tecnocracia: diferenças entre revisões

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Inclusão de conceito, no sentido de prolongar o uso do termo.
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== Tecnocracia da sensualidade ==
A produção da mais-valia se determina conforme convém àqueles que dominam o cenário econômico, as classes dominantes, os oligopolistas. O crescente aperfeiçoamento das técnicas do discurso publicitário se deve aos anseios de lucro destes capitalistas. Procurar conhecer as mais profundas razões de insatisfação dos indivíduos por meio de pesquisas de mercado é acima de tudo uma técnica respaldada pelas ciências sociais e que objetiva assim identificar os valores que podem ser agregados às mercadorias a fim de estimular o desejo por estas, promovendo seu consumo e, obviamente, gerando o lucro. Por estes motivos, os grandes capitalistas que disputavam mercado investiam cada vez mais na publicidade. Esta última não é, nem nunca foi, propriamente capaz de “criar” necessidades. Sua função está em disseminar novos hábitos de consumo e, dessa forma, estimulá-lo consideravelmente (ARRUDA,1985). Estimulando-se o consumo de bens massivos ociosos e duradouros e vinculando-se a eles novos valores agora muito mais subjetivos e relacionados ao perfil social dos indivíduos, tais como distinção e aprovação social, elimina-se, neste sentido, o caráter de mera satisfação de necessidades básicas das mercadorias, e estas passam a ser consumidas principalmente por seu valor simbólico.
 
Em busca de elementos que possam satisfazer seus anseios de auto-realização e felicidade, os indivíduos encontram
 
no consumo a grande oportunidade de compor a si mesmos, de adquirir elementos que contribuam na construção de suas identidades cada vez mais dependentes dos ditames da produção capitalista e do discurso publicitário.
 
Com o valor de uso subordinando-se ao valor de troca, o investimento na estética das mercadorias apresenta-se como uma das grandes técnicas da produção da realização do valor. A estética das mercadorias “designa um complexo funcionalmente determinado pelo valor de troca e oriundo da forma final dada à mercadoria, de manifestações concretas e das relações sensuais entre sujeito e objeto por elas condicionadas” (HAUG, 1997: 15).