Língua copta: diferenças entre revisões
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Disambiguated: Copta → Língua copta, morfologia → morfologia (linguística); Unlinked: Egípcio, Árabe +correções semiautomáticas (v0.51/3.1.38) |
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|nomenativo = {{Copta|Ⲙⲉⲧⲣⲉⲙ̀ⲛⲭⲏⲙⲓ}} ''Met.Remenkīmi''
|corfamília = Afro-Asiática
|escrita = Alfabeto
|estados = [[Egito]], [[Canadá]], [[Austrália]], [[Estados Unidos]]
|falantes = Extinta no {{séc|XVII}}; um pequeno número (~300, no Egito) de falantes fala essa língua revivida;
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|iso3 = cop
}}
[[Imagem:Coptic and Arabic inscriptions in an Old Cairo church.jpg|thumb|
O '''copta''' ({{Script/Coptic|ⲘⲉⲧⲢⲉⲙ̀ⲛⲭⲏⲙⲓ}}; [[Transliteração|transl]].: ''{{unicode|Met Remenkēmi}}'') também designada por '''copto''', é uma [[língua]] que floresceu por volta do {{séc|III|x}} no [[Egito Antigo]], da [[família linguística]] [[Línguas camito-semíticas|camito-semítica ou afro-asiática]]. O [http://4.bp.blogspot.com/_bJ3yHEM7rpQ/RilydkZ-SJI/AAAAAAAAAyo/JZB9WqX8nkU/s400/CopticLetters.png Alfabeto copta] é uma versão modificada do [[alfabeto grego]], com algumas letras [[Egípcio demótico|demóticas]] utilizadas para representar alguns sons não existentes no alfabeto grego. Como língua cotidiana teve seu apogeu entre o {{séc|III}} e o {{séc|VI}}. Ainda hoje permanece como [[língua litúrgica]] da [[Igreja Ortodoxa Copta]] e da [[Igreja Católica Copta]]. O copta é um estágio final da [[Língua egípcia|língua egípcia clássica]], e foi falado até o {{séc|XVII}}.
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== Nome ==
O nome
== Distribuição geográfica ==
Sendo considerada uma língua extinta, o copta não tem estatuto oficial no [[Egito]], porém, é a língua sacra litúrgica da Igreja Ortodoxa Copta e também da Igreja Católica Copta, junto com o [[língua árabe|árabe]] literário. Sempre foi falada exclusivamente no Egito com praticamente nenhuma influência em outras nações, exceto em poucos mosteiros na [[Núbia]].
A maior influência da língua copta sobre outros idiomas foi sobre vários dialetos do árabe egípcio, cujos léxicos preservaram muitas palavras do copta e também houve influências sobre a [[sintaxe]], [[morfologia (linguística)|morfologia]] e [[fonologia]] desses dialetos semíticos.
== História ==
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A [[Língua egípcia]] é possivelmente aquela cuja existência documentada é a mais longa, tendo existido como língua escrita desde cerca de {{AC|3200|x}} até [[Idade Média]], sendo falada ainda até o {{séc|XVII}}.
A história dessa língua apresentou duas importantes transições, sendo uma na estrutura da linguagem a outra em sua escrita. A mudança estrutural transformou o copta de língua com padrões "sintéticos" em língua "analítica" no sistema verbal, passando a ser usada a sintaxe nominal. Foi o que os estudiosos chamaram de transição do
No aspecto geral, esse Egípcio Tardio caracteriza-se pelo desenvolvimento de comportamentos analíticos com, por exemplo, o uso de artigos definidos e indefinidos separados dos substantivos em substituição aos antigos sufixos marcadores de oposição de tipologia morfológica, conforme existem nas ‘’Línguas Semíticas’’, assim como desenvolvimento de perífrases envolvendo a mudança da antiga ordem Verbo-Sujeito-Objeto, clássica da [[Língua árabe]] e do Hebraico Bíblico, para Sujeito-Verbo;
A outra mudança foi da escrita antiga egípcia, os [[Hieróglifos]], tanto os hieráticos como os demóticos para o uso do alfabeto copta novo sistema de escrita adotado ao fim do período
=== Alfabeto ===
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Na sua evolução, o copta tomou grande número de empréstimos do grego, língua oficial imposta pela [[Dinastia ptolemaica]]. Já no {{séc|V}} era a língua utilizada na literatura no [[Alto Egito]].
Para os [[árabes]], que conquistaram o Egito no {{séc|VII}}, as palavras "[[wikt:egípcio]]" e "[[wikt:cristão]]" eram [[sinónimo|sinônimas]], daí surgiu o termo ''Qibti'' que, por sua vez, é a [[corruptela]] da palavra grega ''Aigyptioi'', que significa Egito. Quando foi finalmente suplantada, no {{séc|XII}}, pelo árabe, o copta foi preservado como língua litúrgica, na Igreja [[Monofisismo|Monofisita Copta]], que havia se separado do [[Igreja Ortodoxa|rito bizantino]] no {{séc|V}}.
Os escritos mais antigos em copta são as cartas de [[Santo Antão do Deserto]] (251 – 356), o anacoreta (monge cristão ou [[eremita]] que vive em retiro). Durante os séculos III e IV, muitos religiosos escreveram em copta, entre os quais estava [[Pacômio]]. Os manuscritos [[gnosticismo|gnósticos]] encontrados em [[Nag Hammadi]] também estão escritos em copta.
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=== Islamismo ===
O [[Egito]] passou para o domínio
O copta teve declínio gradual nos poucos séculos seguintes. O Bispo egípcio Severo Ibn al-Muqaffa considerou necessário escrever sua História dos Patriarcas na Língua árabe. Mesmo assim, a língua ainda manteve uma importante posição eclesiástica e muitos textos hieroglíficos foram ainda compostas nesses período. A língua copta manteve-se como língua da população nativa fora da capital até o {{séc|X}}.
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O cerne do [[Léxico]] do copta é a [[Língua egípcia]], em especial seu período demótico. Além disso, cerca de um terço das palavras do copta literário vem da [[Língua grega]], embora as palavras dessa origem não tenham sido totalmente adaptadas ao sistema fonológico original do copta e tenham muitas vezes tido seu significado modificado. Há longos trechos em alguns textos coptas que são quase que exclusivamente escritos com palavras de claras raízes gregas. Isso se deve claramente ao fato de a maioria dos textos religiosos coptas serem traduções diretas de textos compostos em grego.
Palavras ou conceitos para os quais não havia tradução adequada em egípcio foram tomados diretamente da Língua grega de modo a não alterar a mensagem religiosa. Por outro lado, outras palavras de origem egípcia que já teriam sido traduzidas para termos gregos equivalentes foram deixando de ser usadas quando se percebia que poderiam transmitir
Assim, a transição entre as antigas tradições egípcias e a nova crença, o [[Cristianismo]], contribuiu muito para a adoção de palavras gregas ao léxico religioso copta. Também se pode afirmar que o linguajar quotidiano da população nativa manteve algo dos caracteres antigos do Egito, o que se verifica em textos, como contratos e cartas, não relacionadas à religião cristã.
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=== Alto Egito ===
==== Saídico ====
Saídico, antes chamado "tebaico" é o dialeto copta com mais textos escritos, foi o mais importante no período antes do domínio do [[Islamismo]]. Teria sido originalmente o dialeto das áreas próximas a "Hermópolis" (el-Ashmunein – em
Os textos em outros dialetos do copta são quase que exclusivamente traduções do grego literário e textos religiosos. Porém, o saídico é o único dialeto copta com um significativo corpo de literatura própria e não religiosa. Como o saídico compartilha a maioria de suas características básicas com os demais dialetos do copta, tendo poucas particularidades próprias, este é o dialeto base para os estudiosos que querem aprender o copta, em especial aqueles que não são da Igreja Copta.
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==== Faiúmico ====
Faiúmico (nos textos antigo chamado bachmúrico) foi falado inicialmente na região de [[Faium]] a oeste do Vale do Nilo. Sua presença é percebida do {{séc|III}} ao {{séc|X}}. Sua mais notável característica é para o escrito {{coptic|ⲗ}}, que corresponde ao /l/, onde outras dialetos usam geralmente o {{coptic|ⲣ}} /r/ (talvez correspondendo ao "flap"{{IPA|ɾ}}]). Nos estágios mais antigos da [[Língua egípcia]] as consoantes ditas "líquidas" não eram assim distintas na escrita. Essa distinção só ocorreu no período do Novo Império, quando a língua egípcia tardia se tornou a língua administrativa. Esse egípcio tardio utilizava "grafemas" combinados com os mesmos /r/ ed /n/ para indicar o som /l/. No [[Egípcio demótico|egípcio demótico]] esse /l/ era indicado por um diacrítico no /r/.
Oxirínquita (ou mesoquêmico ou confundido como [[
== Vocabulário ==
O cerne do [[Léxico]] do copta é a [[Língua egípcia]], em especial seu período demótico. Além disso, cerca de um terço das palavras do copta literário vem da [[Língua grega]], embora as palavras dessa origem não tenham sido totalmente adaptadas ao sistema fonológico original do copta e tenham muitas vezes tido seu significado modificado. Há longos trechos em alguns textos
Palavras ou conceitos para os quais não havia tradução adequada em Egípcio foram tomados diretamente da Língua grega de modo a não alterar a mensagem religiosa. Por outro lado, outras palavras de origem Egípcia que já teriam sido traduzidas para termos gregos equivalentes foram deixando de ser usadas quando se percebia que poderiam transmitir
Assim, a transição entre as antigas tradições egípcias e a nova crença, o [[Cristianismo]], contribuiu muito para a adoção de palavras gregas ao
== Fonologia ==
Copta apresenta claramente suas raízes na fonologia da [[Língua egípcia]] tardia, o que é caracterizada pela sua escrita que indica os sons vogais e também alguns padrões de acentuação. O sistema fonológico do Egípcio tardio ficou conhecido de forma melhor do que o da fase Clássica pelo fato da existência de muitas fontes que mostravam a fonologia desse período tardio. Entre essas fontes estão as "Cartas de Amarna" (em caracteres cuneiformes) que continha transcrições de frases e palavras egípcias, bem como listagens de nomes em línguas "Semíticas do Noroeste"; Além disso, a fonologia
=== Vogais ===
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Nos dialetos do "Alto Egito" um traço sobre a linha é colocado sobre "sonoras" em /e/ reduzido. Essa vogal não se reduz nos dialetos do norte, sendo aí indicada pelo {{Coptic|ⲉ}} em boárico e {{Coptic|ⲏ}} ou {{Coptic|ⲩ}} no dialeto de [[Faium]]. Por exemplo, /{{IPA|ʃemʃə}}/ 'adorar' é Sah/Akh/Lyc {{Coptic|ϣⲙ̅ϣⲉ}}, boárico {{Coptic|ϣⲉⲙϣⲓ}} e faiúmico {{Coptic|ϣⲏⲙϣⲓ}}. A qualidade da vogal /e/ pode ser tanto [{{IPA|e}}] ou [{{IPA|ɛ}}] dependendo do dialeto; Em Saídico e em outros dialetos do Alto Egito um {{Coptic|ⲉ}} ao final da palavra corresponde ao {{Coptic|ⲓ}} também final nos dialetos do norte;.
Em
Copta tem ainda três ou quatro [[Ditongo]]s, entre os quais [aj], [{{IPA|ɔ}}j] e [aw], embora esses possam ser interpretados como séries de vogais, sendo, porém, monotongues em alguns dialetos
=== Consoantes ===
{| class="wikitable" style="text-align:center;"
|+ '''[[help:IPA|IPA]] consoantes
!
! Bilabial
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|}
A diferença entre /p/ e /b/ não é bem clara no
Há evidencias mais recentes na transcrição do Egípcio para outros idiomas de que não havia diferença realmente entre /b/ e /p/ , ou ainda de que o /p/ viera a desaparecer. Por exemplo, o nome do deus egípcio [[Anúbis]] em Grego Clássico era escrito como uma oclusiva bilabial sonora e não com /p/. Como ambos sons existem em [[Grego clássico]], acredita-se que os escritores gregos antigos transcreveram esse fonema egípcio como eles o entenderam na pronúncia dos antigos egípcios. Alguns coptologistas também sugeriram que o
Onde o "Egípcio Antigo" contrasta /s/ e /z/, esses dois sons têm também uma variação livre no
No
De forma similar, diferentes métodos são empregados para expressar graficamente a "''glotal stop''": com {{Coptic|ⲁ}} do início de palavra, com {{Coptic|ⲓ}} no fim da palavra e em palavras monossilábicas dos dialetos
== Gramática ==
A [[Língua egípcia]] clássica, assim como as demais Afro-Asiáticas, era uma língua funcional, de estrutura sintética "Verbo-Sujeito-Objeto". Na língua egípcia tardia e também no
=== Substantivos ===
Todos substantivos do
=== Adjetivos ===
Adjetivos do Egípcio antigo eram formados pelo processo chamado "Nisbação" pela adição do sufixo ''-j'' ao substativo: {{Coptic|ϩⲣⲁ}} /{{IPA|hrɑ}}/ 'face' → {{Coptic|ϩⲣⲁⲓ}} /{{IPA|hrɑj}}/ 'facial'. Assim, alguns substantivos formam os adjetivos, mas a maioria dos adjetivos do
== Ver também ==
{{commonscat|Coptic language|Língua copta}}
* [[Arte copta]]
* [[Coptas]]
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== Ligações externas ==
{{Incubator|code=cop}}
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* Heike Behlmer, [http://online.mq.edu.au/pub/AHPG897/biblio.html Selected Bibliography on the Coptic Language]
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== Referências ==
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* Gignac, Francis Thomas. 1991. "Old Coptic". In ''The Coptic Encyclopedia'', edited by Aziz Suryal Atiya. Vol. 8 of 8 vols. New York and Toronto: Macmillian Publishing Company and Collier Macmillian Canada. 169—188.
* [[Rodolphe Kasser|Kasser, Radolphe]]. 1991. "Dialects". In ''[[The Coptic Encyclopedia]]'', edited by [[Aziz Suryal Atiya]]. Vol. 8 of 8 vols. New York and Toronto: Macmillian Publishing Company and Collier Macmillian Canada. 87—96.
* [[Wolfgang Kosack]] Lehrbuch des Koptischen.Teil I:Koptische Grammatik.Teil II:Koptische Lesestücke, Graz 1974.
* Loprieno, Antonio. 1995. ''Ancient Egyptian: A Linguistic Introduction''. Cambridge: Cambridge University Press.
* [[Hans Jakob Polotsky|Polotsky, Hans Jakob]]. 1971. "Coptic". In ''Afroasiatic: A Survey'', edited by Carleton Taylor Hodge. (Jana Linguarum: Series Practica; 163). 's Gravenhage and Paris: Mouton. 67–79.
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* Peust, Carsten. 1999. ''Egyptian Phonology: An Introduction to the Phonology of a Dead Language''. (Monographien zur ägyptischen Sprache; 2). Göttingen: Peust & Gutschmidt.
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* Kammerer, Winifred (compiler), ''A Coptic Bibliography'', Ann Arbor: University of Michigan Press, 1950. (Reprint New York: Kraus Reprint Co., 1969)
* [[Wolfgang Kosack]] Der koptische Heiligenkalender. Deutsch - Koptisch - Arabisch nach den besten Quellen neu bearbeitet und vollständig herausgegeben mit Index Sanctorum koptischer Heiliger, Index der Namen auf Koptisch, Koptische Patriarchenliste, Geografische Liste. Christoph Brunner, Berlin 2012, ISBN 978-3-9524018-4-2.
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{{Línguas antigas}}
{{Portal3|Linguística}}
{{DEFAULTSORT:Copta}}
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