Centro Popular de Cultura: diferenças entre revisões

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Seus fundamentos e objetivos foram definidos no "Anteprojeto do Manifesto do Centro Popular de Cultura", redigido pelo seu primeiro diretor, o [[sociólogo]] [[Carlos Estevam Martins]], em março de [[1962]], reafirmado em agosto do mesmo ano. Segundo o manifesto, a arte do povo é "de ingênua consciência", sem outra função que "a de satisfazer necessidades lúdicas e de ornamento". Através da adequação da produção artística à "sintaxe das massas", o CPC "pretendia tirá-las da [[alienação]] e da submissão."
 
Dentre as ideias desse Manifesto, podem-se destacar:
* a concepção de que "fora da arte política não há arte popular";
* a crença de que seria dever do homem brasileiro: "entender urgentemente o mundo em que vive" para "romper os limites da presente situação material opressora" e de que se deveria: combater o "hermetismo da arte alienada em nome de uma arte popular revolucionária" e de que a arte somente deveria ir para "onde o povo consiga acompanhá-la, entendê-la e servir-se dela<ref name="cpdoc">CPDOC - [[Fundação Getúlio Vargas]]. [http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jgoulart/htm/6Na_presidencia_republica/Centro_Popular_de_Cultura.asp Centro Popular de Cultura].</ref>."
 
Além de Carlos Estevam, constituíram, o núcleo formador do CPC, o [[dramaturgo]] [[Oduvaldo Viana Filho]], o [[cineasta]] [[Leon Hirszman]] e o músico [[Carlos Lyra]], que logo atraíram: [[Edu Lobo]], [[Nara Leão]], [[Ruy Guerra]], [[Sérgio Ricardo]] e [[Geraldo Vandré]]<ref>[http://memoriasdaditadura.org.br/movimentos-musicais/ MOVIMENTOS MUSICAIS], acesso em 05 de janeiro de 2016.</ref>. Em [[1964]], logo após o [[golpe militar de 1964|golpe militar]], o CPC foi fechado pelas autoridades, naquele momento, três nomes integraram a direção do CPC: Carlos Estevam, [[Carlos Diegues]] e [[Ferreira Gullar]].
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À época, o [[Partido Comunista Brasileiro]] ocupava lugar de destaque no área cultural, tendo muitos jornalistas, artistas e profissionais liberais como seus filiados, além de entidades como a própria UNE. Durante sua breve existência, o CPC promoveu a encenação de peças de teatro em portas de fábricas, nos sindicatos e nas ruas de várias cidades e em áreas rurais do Brasil. O contexto era de forte mobilização política, com expansão das organizações de trabalhadores. Assim, os temas do debate político rebatiam diretamente na produção cultural.
 
A proposta do CPC diferia no entanto da posição das [[vanguarda]]s artísticas dos [[anos 1950]] (tais como o [[concretismo]]), que defendiam o diálogo com a [[técnica]] e a indústria. Os artistas ligados ao CPC recusavam-se a considerar a arte como "uma ilha incomunicável e independente dos processos materiais". Acreditavam que toda manifestação cultural deveria ser compreendida exatamente "sob a luz de suas relações com a base material", combatendo o [[hermetismo]] da arte: "nossa arte só irá onde o povo consiga acompanhá-la, entendê-la e servir-se dela."<ref>CPDOC - [[Fundação Getúlio Vargas]]. [http://www.name="cpdoc.fgv.br/nav_jgoulart/htm/6Na_presidencia_republica/Centro_Popular_de_Cultura.asp Centro Popular de Cultura].<"/ref>
 
==Origens==