Myrtaceae: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
reposição de referências e grafia |
m Foram revertidas as edições de Oestrímnico para a última revisão de Elisa Giuliano, de 00h20min de 31 de janeiro de 2017 (UTC) |
||
Linha 1:
{{Info/Taxonomia
| reino = [[Plantae]]▼
| nome = Myrtaceae
| imagem=Myrtus_communis.jpg
| imagem_legenda= ''[[Myrtus communis]]'' ([[murta]]).▼
| imagem_largura=250px
▲| imagem_legenda= ''[[Myrtus communis]]'' ([[murta]]).
▲| reino = [[Plantae]]
| clado1=[[Eudicotyledoneae]]
| divisão = [[Magnoliophyta]]
| classe = [[Magnoliopsida]]
Linha 14 ⟶ 11:
| família = '''Myrtaceae'''
| família_autoridade=[[Antoine-Laurent de Jussieu|Juss.]], 1789<ref name=APGIII2009>{{Cite journal |last=Angiosperm Phylogeny Group |year=2009 |title=An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III |journal=Botanical Journal of the Linnean Society |volume=161 |issue=2 |pages=105–121 |url=http://www3.interscience.wiley.com/journal/122630309/abstract | format= PDF |accessdate=2013-06-26 |doi=10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x }}</ref> (''[[nom. cons.]]'' ''non'' [[Adans.]], 1763, ''nec'' [[Schauer]], 1843, ''[[nom. rej.]]'').<ref>[http://biodiversitylibrary.org/page/7439352 Biodiversity Heritage Library (BHL)].</ref>
| subdivisão_nome=Subfamílias, tribos e géneros▼
| subdivisão=
*Duas subfamílias:
** [[Myrtoideae]] <small>[[Sweet]], 1827</small>
** [[Psiloxyloideae]] <small>[[R.Schmid]], 1980</small>
*Cerca de 132
| sinónimos=
*[[Heteropyxidaceae]] {{Person|Engl. & Gilg}} ''nom. cons.''
Linha 28 ⟶ 25:
|sinónimos_ref=<ref name="GRIN" />
}}
[[Ficheiro:Illustration Myrtus communis0.jpg|thumb|253px|''[[Myrtus communis]]'', a espécie tipo do
[[Ficheiro:Eucalypt.jpg|thumb|253px|''[[Eucalyptus]]'' sp.]]
[[Ficheiro:Pimenta dioica (Allspice) W IMG 2431.jpg|thumb|253px|''[[Pimenta dioica]]''.]]
[[Ficheiro:Wax apple.png|thumb|253px|Fruto de ''[[Syzygium samarangense]]''.]]
'''''Myrtaceae''''' é uma família de [[plantas com flor]] ([[Angiosperma|
Dividida em duas subfamílias ([[Myrtoideae]] e [[Psiloxyloideae]]), a família ocorre principalmente no [[Hemisfério Sul]], com destaque para a [[Austrália]] (cerca de 85 gêneros) e a [[Neotropis|América tropical]], e nesta especialmente no [[Brasil]].<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|titulo=Angiosperm Phylogeny Website|jornal=ANGIOSPERM PHYLOGENY WEBSITE, version 13|doi=|url=http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/|acessadoem=22 de janeiro de 2017|idioma=inglês}}</ref> Tem poucos representantes noutras partes do mundo, alguns na [[Europa]].<ref name="DELTA" /> A família integra plantas excepcionais, entre as quais as árvores mais altas do mundo (''[[Eucalyptus]]''), com 110-140 m de altura, e o gênero com maior [[biodiversidade|diversidade]] (1200 a 1800 espécies) que se conhece (''[[Syzygium]]'').<ref>[https://peerj.com/preprints/1930/?td=wk Ahmad B., Baider C., Bernardini B., Biffin E., Brambach F., Burslem D., Byng J.W., Christenhusz M., Florens F.B.V., Lucas E., Ray A., Ray R., Smets E., Snow N., Strijk J.S., Wilson P.G., ''Syzygium'' Working Group. ''Syzygium'' (Myrtaceae): Monographing a taxonomic giant via 22 coordinated regional revisions, en ''PeerJ Preprints'', 13 pp., range map & photos, 2016]</ref> A família inclui múltiplas espécies com valor econômico, entre as quais os [[eucalipto]]s (''[[Eucalyptus]]'') e [[especiaria]]s como o [[cravo-da-índia]] (''[[Syzygium aromaticum]]'').
A [[etimologia]] do nome da família deriva do seu género-tipo, ''[[Myrtus]]'' <small>[[L.]]</small>, que por sua vez deriva do [[grego clássico]] μύρτος, ''myrtos'', através do [[latim]] ''myrtus'', "perfume", uma alusão ao aroma exalado pelas flores e pelos óleos essenciais presentes naquelas plantas.▼
==Descrição==▼
A família Myrtaceae, tendo como género-tipo ''[[Myrtus]]'' (o género que inclui a [[murta-comum]]), é uma família de plantas [[dicotiledónea]]s pertencentes à ordem [[Myrtales]].<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|titulo=''The Families of Flowering Plants''|jornal=|doi=|url=http://delta-intkey.com/angio/www/myrtacea.htm|acessadoem=23 de janeiro de 2017|idioma=inglês}}</ref> A família inclui uma grande variedade de plantas cultivadas para fins económicos e ornamentais, entre as quais as [[Myrtus|murtas]], os [[Metrosideros|metrosíderos]], a [[Pimenta racemosa|pimenta-racemosa]], o [[cravinho-da-índia]], a [[goiaba]], a [[Acca sellowiana|feijoa]], a [[pimenta-da-jamaica]] e os [[eucalipto]]s.▼
▲A [[etimologia]] do nome da família deriva do seu
▲==Descrição==
▲A família Myrtaceae, tendo como
Um dos
Todas as espécies desta família são [[lenhosa]]s, compreendendo espécies de porte [[Árvore|arbóreo]] ou [[Arbusto|arbustivo]] e dimensões que variam em geral entre os 2 m de altura (arbustos) até várias dezenas de metros de altura ([[megafanerófito]]s), com tecidos ricos em [[óleo essencial|óleos essenciais]] e [[flor]]es com um número de peças florais múltiplo de 4 ou 5 (flores tetrâmeras ou pentâmeras). Uma característica notável desta família é apresentar o [[floema]] localizado em ambos os lados do [[xilema]], e não apenas no lado exterior como é comum na generalidade das plantas.
Linha 46 ⟶ 43:
As [[folha]]s são [[planta perene|perenes]], com uma [[filotaxia]] do tipo alternado a maioritariamente opostas, simples e geralmente com a margem inteira (não dentadas).
A flores tem em geral um número base de 5 [[pétala]]s (com os restantes
=== Morfologia===
As espécies da família Myrtaceae apresentam [[floema]] é interno, apresentando em geral abundante de [[ritidoma]] no [[caule]]. Observa-se também canais oleíferos na forma de pequenos pontos translúcidos que pode ser observado nas [[folha (botânica)|folhas]], [[flor]]es,[[fruto]]s e [[semente]].
Flores solitárias (raramente) ou agregadas em [[inflorescência]]s. Quando agregadas, em [[cime]]s, [[espiga]]s, [[corimbo]]s ou [[panícula]]s, raramente capitadas. As flores são andróginas, [[actinomórfica]]s, diclamídeas, dialipétalas, raramente com pétalas de tamanho reduzido ou abortadas, polistêmone (atrativo visual), [[antera]]s globosas, rimosas e bitecas. Flores cíclicas. [[Hipanto]] livre presente (pétalas inseridas no cálice) bem desenvolvido. Disco hipógino presente (que alinha o hipanto, quando perigino). [[Bráctea]]s involucrais ou sem brácteas envolventes.▼
==== Folhas ====
[[Perianto]] de [[cálice (botânica)|cálice]] distinta e [[corola]]. Flores polisépalas, ou gamosépalas (então às vezes que racham irregularmente em anteses, ou verter inteiro); regulares, Imbricado (geralmente quincuncial), ou valvado (ou rachando irregularmente). Corola 45; Polipétalas (as pétalas quase sempre circular quando achatado), ou gamopétalas; Branco, ou amarelo, ou vermelho, ou rosa, ou roxo (não azul).▼
As [[folha]]s são simples, opostas (alternas na maioria das espécies do gênero ''Eucalyptus''), de bordo inteiro<ref name="DELTA">[http://delta-intkey.com/angio/www/myrtacea.htm Watson L. & Dallwitz M.J., Myrtaceae Juss. en The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval, Vers.: 19th October 2016, delta-intkey.com]</ref>. Possuem geralmente uma [[nervura]] marginal e são [[Peninérvia|peninérveas]], com glândulas pelúcidas esparsas (cavidades secretoras esféricas contendo terpenóides e/ ou outros compostos aromáticos), apresentam pontos translúcidos devido à presença de [[Canal oleífero|canais oleíferos]].<ref name="FOC">[http://flora.huh.harvard.edu/china/mss/volume13/Myrtaceae.pdf Chen J. & Craven L.A., Myrtaceae en Flora of China, vol. 13, p. 321-359, 2007, last updated 8 sept. 2016 - consultado el 1 de enero de 2017]</ref> Epiderme [[mucilagem|mucilaginosa]] pode estar presente ou ausente. [[Estoma]]s principalmente confinados a uma superfície, ou em ambas as superfícies (comumente, em folhas orientadas marginalmente). Anomocítico (geralmente) ou paranótico, exclusivamente aglandular. Às vezes multicelulares ou unicelulares (geralmente). Pêlos simples, unicelulares ou bicelulares. Pequenas veias foliares sem células de transferência de floema (6 gêneros). [[Estípula|Estípulas]] diminutas ou ausentes<ref name=":0" />.
==== Flores ====
Androceu 45 (raramente), ou 8-10 (por vezes), ou 20-150. Membros do androceu ramificados ou não; Quando são muitos, o amadurecendo é centrípeto; Livre do perianto; Todos são iguais ou marcadamente desiguais; Livres uns dos outros ou coerentes; Os feixes androeciais quando empacotados, alternando com os membros da corola, ou oposto aos membros da corola. Androeceu exclusivamente de estames férteis, ou inclusive estaminodes (às vezes, quando androceu indefinido). ▼
▲Flores solitárias (raramente) ou agregadas em [[inflorescência]]s. Quando agregadas, em [[cime]]s, [[espiga]]s, [[corimbo]]s ou [[panícula]]s, raramente capitadas. As flores são andróginas, [[actinomórfica]]s, diclamídeas, dialipétalas, raramente com pétalas de tamanho reduzido ou abortadas, polistêmone (atrativo visual), [[antera]]s globosas, rimosas e bitecas. Flores cíclicas. [[Hipanto]] livre presente (pétalas inseridas no cálice) bem desenvolvido. Disco hipógino presente (que alinha o hipanto, quando perigino). [[Bráctea]]s involucrais ou sem brácteas envolventes<ref name=":0" />.
▲[[Perianto]] de [[cálice (botânica)|cálice]] distinta e [[corola]]. Flores polisépalas, ou gamosépalas
Estames ereto em broto, ou inflexo em broto (ou dobrado duas vezes), geralmente numerosos, desenvolvidos de dentro para fora da flor, livres a basalmente conados em 4 ou 5 fascículos. Anteras frequentemente providas de conectivo com uma cavidade apical secretora, são dorsifixadas; versátil; abre através das fendas longitudinais, ou através dos poros (raramente); bilocular (principalmente), ou unilocular (por exemplo Corynanthera ); principalmente tetrasporangiada (mas trisporangiada em Corynanthera , e, ocasionalmente, unisporangiada em Malleostemon ); Endotélio que desenvolvem com espessamentos fibrosos. Os grãos de pólen se abrem, colpado (raramente), ou colporado (comumente), porado (às vezes sincolpado), mas geralmente tricolporados, com os sulcos fusionados; celulados (em 6 gêneros).▼
▲Androceu 4-5 (raramente), ou 8-10 (por vezes), ou 20-150. Membros do androceu ramificados ou não; Quando são muitos, o amadurecendo é centrípeto; Livre do perianto; Todos são iguais ou marcadamente desiguais; Livres uns dos outros ou coerentes; Os feixes androeciais quando empacotados, alternando com os membros da corola, ou oposto aos membros da corola. Androeceu exclusivamente de estames férteis, ou inclusive estaminodes (às vezes, quando androceu indefinido)<ref name=":1" />.
[[Gineceu]] carpeado, sincárpico, inferior (normalmente, mais ou menos) ou parcialmente inferior (em diferentes graus, raramente quase superior).▼
▲Estames ereto em broto, ou inflexo em broto (ou dobrado duas vezes), geralmente numerosos, desenvolvidos de dentro para fora da flor, livres a basalmente conados em 4 ou 5 fascículos.<ref name="FLIB" /> Anteras frequentemente providas de conectivo com uma cavidade apical secretora
[[Ovário (botânica)|Ovário]] geralmente ínfero a semi-ínfero, com placentação axial ou menos frequentemente parietal, com placentas intrusivas (por exemplo na [[feijoa]]). Óvulos 2 a numerosos por lóculo, anátropos a campilótropos. Disco epiginoso presente, ou ausente. Tegumento externo contribuindo ou não para o [[micrópilo]]. Células antípodas formadas, ou não formadas, mas quando formadas não proliferantes. Muito efémero. [[Endosperma]] de formação nuclear.▼
▲[[Gineceu]] carpeado, sincárpico, inferior (normalmente, mais ou menos) ou parcialmente inferior (em diferentes graus, raramente quase superior)<ref name=":1" />.
As flores de Myrtaceae são visitadas por múltiplas espécies de insectos, com destaque para as pertencentes ao grupo [[Meliponini]] ([[abelhas-sem-ferrão]]), especialmente pela espécie ''[[Melipona bicolor]]'', que recolhem [[pólen]] das plantas desta família.<ref>Hilário, S. D., and V. L. Imperatriz-Fonseca. "Pollen foraging in colonies of Melipona bicolor (Apidae, Meliponini): effects of season, colony size and queen number." Genetics and Molecular Research 8.2 (2009): 664-671.</ref>▼
▲[[Ovário (botânica)|Ovário]] geralmente ínfero a semi-ínfero, com placentação axial ou menos frequentemente parietal, com placentas intrusivas (por exemplo na [[feijoa]]). Óvulos 2 a numerosos por lóculo, anátropos a campilótropos. Disco epiginoso presente, ou ausente. Tegumento externo contribuindo ou não para
;Frutos e sementes▼
Do tipo [[baga]], raramente cápsula. O [[embrião]] das [[semente]]s é muito utilizado para a classificação das Myrtaceae em tribos. Cápsulas septicidas, loculicidas ou denticidas, por vezes circunscissíveis (tornando-se então operculadas por remoção do disco epiginoso). Sementes não-endospérmicas, aladas (por exemplo em algumas espécies de ''[[Eucalyptus]]'') ou sem asas. Embrião com [[cotilédone]]s pequenos a grandes, às vezes conados, ou ambos dobrados ou retorcidos. [[Endosperma]] escasso ou ausente.▼
;Tronco e madeira (anatomia axial) ▼
▲Do tipo [[baga]], raramente cápsula<ref name="FLIB" />. O [[embrião]] das [[semente]]s é muito utilizado para a classificação das Myrtaceae em tribos. Cápsulas septicidas, loculicidas ou denticidas, por vezes circunscissíveis (tornando-se então operculadas por remoção do disco epiginoso). Sementes não-endospérmicas, aladas (por exemplo em algumas espécies de ''[[Eucalyptus]]'') ou sem asas. Embrião com [[cotilédone]]s pequenos a grandes, às vezes conados, ou ambos dobrados ou retorcidos. [[Endosperma]] escasso ou ausente<ref name=":0" />.
Câmbio de cortiça presente; Inicialmente profundamente assentado, ou inicialmente superficial. Nodos tipicamente unilacunares. Tecidos vasculares primários em um cilindro, sem feixes separados; muito comumente bicolateral. Floema interno normalmente presente . Espessamento secundário desenvolvido a partir de um anel cambial convencional. Raios medulares primários de largura, ou misturados largos e estreitos. O anel de madeira difusa porosa. Os vasos são pequenos (tipicamente), ou médios (menos frequentemente), ou grandes (raramente); Solitárias ou radialmente emparelhadas, ou em múltiplos radiais, ou agrupados, ou em arcos tangenciais (mas tipicamente exclusivamente solitários). O recipiente termina
;Tipo reprodutivo e polinização ▼
Plantas hermafroditas (geralmente). Polinização [[entomófila]] ou [[ornitófila]], com mecanismo visivelmente especializado (''[[Chamelaucium]]'' e alguns parentes, com a apresentação do [[pólen]] através de uma parte modificada do estilo), ou não especializado (principalmente).<ref>{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|titulo=Polinização e dispersão de sementes em Myrtaceae do Brasil|jornal=Scielo|doi=|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-84042006000400002|acessadoem=23 de janeiro de 2017}}</ref>
O [[número cromossómico]] básico predominante é n=11 (2n=22), mas varia no intervalo de 5 a 12. Conhecem-se casos de [[ploidia|diploidia]] e poliploidia, com n=22 até n=88, a nível intra e interespecífico.<ref name = DELTA/><ref name = ABD>[http://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/00087114.2006.10797916 Oudjehih B. & Abdellah B., Chromosome numbers of the 59 species of ''Eucalyptus'' L'Herit. (Myrtaceae), ''Caryologia'', vol. 59:3, p. 207-212, 2006]</ref>
<ref name = RYE>[https://www.researchgate.net/publication/248898412_Chromosome_Number_Variation_in_the_Myrtaceae_and_Its_Taxonomic_Implications Rye B.L., Chromosome Number Variation in the Myrtaceae and Its Taxonomic Implications, ''Australian Journal of Botany'', vol. 27(5), pp. 547-73, 1979]</ref><ref name = ATCH>[https://www.jstor.org/stable/2437370?seq=1#page_scan_tab_contents Atchison E., Chromosome Numbers in the Myrtaceae, ''American Journal of Botany'', Vol. 34, No. 3,), pp. 159-164, 1947]</ref>
▲As flores de Myrtaceae são visitadas por múltiplas espécies de insectos, com destaque para as pertencentes ao grupo [[Meliponini]] ([[abelhas-sem-ferrão]]), especialmente pela espécie ''[[Melipona bicolor]]'', que recolhem [[pólen]] das plantas desta família.<ref>Hilário, S. D., and V. L. Imperatriz-Fonseca. "Pollen foraging in colonies of Melipona bicolor (Apidae, Meliponini): effects of season, colony size and queen number." Genetics and Molecular Research 8.2 (2009): 664-671.</ref>
=== Diversidade===
Estimativas recentes sugerem que a família Myrtaceae inclui aproximadamente 5950 espécies repartidas por cerca de 132
Os
O
Outros importantes
Historicamente as Myrtaceae foram subdivididas em duas subfamílias: (1) a subfamília [[Myrtoideae]] (com cerca de 75
A maioria dos
As Leptospermoideae ocorrem maioritariamente na Australásia, com um [[centro de diversidade]] na Austrália. Muitos
A divisão clássica das Myrtaceae em Leptospermoideae e Myrtoideae foi posta em causa por muitos autores,<ref>Johnson, L.A.S. & Briggs, B.G.
Os
As mais recentes classificações reconhecem 17 tribos e duas subfamílias, as [[Myrtoideae]] e as [[Psiloxyloideae]], com base na análise filogenética do [[ADN]] dos [[plastídeo]]s.<ref>Wilson, P.G., O’Brien, M.M., Heslewood, M.M., Quinn, C.J. 2005. Relationships within Myrtaceae sensu lato based on a matK phylogeny. ''[[Plant Systematics and Evolution]]'' 251: 3–19.</ref>
Linha 121 ⟶ 119:
[[Ficheiro:Xanthostemon chrysanthus.jpg|thumb|253px|Tribo Xanthostemoneae: ramos, folhagem e flores de ''[[Xanthostemon chrysanthus]]'']]
A família Myrtaceae foi estabelecida em 1789 por [[Antoine Laurent de Jussieu]] na sua obra ''[[Genera Plantarum (Jussieu)|Genera Plantarum]]'', pp. 322–323, como ''Ordo VII, Myrti, Les Myrtes''.<ref>[http://biodiversitylibrary.org/page/7439352 Biodiversity Heritage Library (BHL)].</ref> O [[Tipo (nomenclatura)|
A posição filogenética tradicional da família Mystaceae no sistema
<gallery mode="nolines" widths="550" heights="500">
Linha 129 ⟶ 127:
</gallery>
É uma das famílias mais complexas do ponto de vista taxonómico, tanto pelo número de espécies como pela escassez de estudos de [[biologia molecular]] capazes de esclarecer as relações filogenéticas internas e externa do agrupamento. A posição do agrupamento [[Myrtales]] dentro dos [[rosídeo]]s foi considerada instável face aos resultados de uma análise de [[rbcL]] de todas as angiospermas.<ref>
A família Myrtaceae foi em 2005 subdividida em duas subfamílias com 17 tribos agrupando de 131 a 138 [[Género (biologia)|
* Subfamília [[Psiloxyloideae]]— contém apenas duas tribos, cada uma delas com um
▲===Estrutura taxonómica===
▲A família Myrtaceae foi em 2005 subdividida em duas subfamílias com 17 tribos agrupando de 131 a 138 [[Género (biologia)|géneros]],<ref name="GRIN" /><ref name="KewArtenliste" /><ref name="Rye2009Tribes" /> com cerca de 4620 [[espécie]]s:
▲* Subfamília [[Psiloxyloideae]]— contém apenas duas tribos, cada uma delas com um género, totalizando quatro espécies:
▲** Tribo [[Heteropyxideae]] {{Person|Harv.}} — contém apenas um género [[monotípico]]:
*** ''[[Heteropyxis]]'' {{Person|Harv.}} — com três espécies da [[África do Sul]].
** Tribo [[Psiloxyleae]] — contém apenas um
*** ''[[Psiloxylum]]'' {{Person|Thouars ex Tul.}} — com apenas uma espécie:
**** ''[[Psiloxylum mauritianum]]'' {{Person|(Bouton ex Hook. f.) Baill.}} — nativa das [[ilhas Mascarenhas]]. É uma árvore [[dioica]] ou [[Subdioicia|poligamomonoica]].
* Subfamília [[Myrtoideae]] {{Person|Sweet}} — contém 15 tribos:
** Tribo Backhousieae {{Person|Peter G.Wilson}} — contém apenas dois
*** ''[[Backhousia]]'' Hook. & Harv. — as cerca de oito espécies que ocorrem em [[Queensland]] e [[New South Wales]].
*** ''[[Choricarpia]]'' Domin — com apenas duas espécies que ocorrem em Queensland e New South Wales (Austrália).
** Tribo Chamelaucieae — maioritariamente com flores relativamente pequenas, produzem frutos secos uniloculares. Todas as espécies, com excepção de uma que é polinizada por aves, são [[Polinização|polinizadas]] por [[insecto]]s.<ref name="Rye2009Cheyniana" /> A tribo agrupa cerca de 30
*** ''Actinodium'' Schauer — com apenas uma espécie:
**** ''[[Actinodium cunninghamii]]'' Schauer ex Lindl. — ocorre apenas no sudoeste da [[Western Australia]] (Austrália).
Linha 181 ⟶ 177:
*** ''[[Triplarina]]'' Raf. — as cerca de 7 espécies que ocorrem em Queensland e New South Wales.
*** ''[[Verticordia]]'' DC. — as cerca de 100 espécies, nativa da Austrália.
** Tribo Eucalypteae {{Person|[[Peter Gordon Wilson|Peter G.Wilson]]}} — contém sete
*** ''[[Allosyncarpia]]'' S.T.Blake — com apenas uma espécie:
**** ''[[Allosyncarpia ternata]]'' S.T.Blake — ocorre apenas em [[Northern Territory]] (Austrália).
Linha 192 ⟶ 188:
*** ''[[Stockwellia]]'' D.J.Carr et al. — com apenas uma espécie:
**** ''[[Stockwellia quadrifida]]'' D.J.Carr, S.G.M.Carr & B.Hyland — ocorre apenas em [[Queensland]].
** Tribo Kanieae {{Person|Peter G.Wilson ex Reveal}} — contém 8
*** ''[[Barongia]]'' {{Person|Peter G.Wilson & B.Hyland}} — com apenas uma espécie:
**** ''[[Barongia lophandra]]'' {{Person|Peter G.Wilson & B.Hyland}} — é um [[endemismo]] que ocorre apenas em Queensland (na State Forest Reserve 755, nas áreas florestais de Palmerston, Barong e Brewer), em altitudes entre 50 e 200 m, em florestas tropicais húmidas bem desenvolvidas.<ref name="BarongiaLophandra" />
Linha 205 ⟶ 201:
*** ''[[Sphaerantia]]'' {{Person|Peter G.Wilson & B.Hyland}} — com apenas duas espécies, restritas ao norte de Queensland.
*** ''[[Tristaniopsis]]'' Brongn. & Gris — as cerca de 40 espécies são nativas da Austrália, Nova Caledónia, [[Malésia]], [[Burma]] e [[Tailândia]].
** Tribo Leptospermeae — contém sete
*** ''[[Agonis]]'' (DC.) Sweet — as cerca de seis espécies, com distribuição restrita à [[Western Australia]].
*** ''[[Asteromyrtus]]'' Schauer — as cerca de sete espécies são nativas da Nova Guiné e Austrália.
Linha 215 ⟶ 211:
*** ''[[Neofabricia]]'' Joy Thomps.— com apenas três espécies, confinadas ao norte da Queensland.
*** ''[[Pericalymma]]'' (Endl.) Endl. — as cerca de quatro espécies são nativa do sueste da Austrália.
** Tribo Lindsayomyrteae {{Person|Peter G.Wilson}} — contém apenas um
*** ''Lindsayomyrtus'' B.Hyland & Steenis — com apenas uma espécie:
**** ''[[Lindsayomyrtus racemoides]]'' (Greves) Craven — nativa da região que vai das [[Molucas]] ao norte de [[Queensland]].
** Tribo Lophostemoneae {{Person|Peter G.Wilson}} — contém 4
*** ''[[Kjellbergiodendron]]'' Burret — com apenas uma espécie:
**** ''[[Kjellbergiodendron celebicum]]'' (Koord.) Merr. — ocorre apenas em [[Sulawesi]].
Linha 226 ⟶ 222:
*** ''[[Whiteodendron]]'' Steenis — com apenas uma espécie:
**** ''[[Whiteodendron moultonianum]]'' (W.W.Sm.) Steenis — ocorre apenas em [[Bornéu]].
** Tribo Melaleuceae — contém 7
*** ''[[Beaufortia|Beaufortia]]'' R.Br. — as cerca de 21 espécies são nativas do sudoeste da Austrália.
*** ''[[Callistemon]]'' R.Br. — as cerca de 30 espécies que ocorrem na Nova Caledónia e Austrália (26 espécies).
Linha 234 ⟶ 230:
*** ''[[Phymatocarpus]]'' F.Muell. — com apenas duas espécies, nativas da [[Western Australia]].
*** ''[[Regelia]]'' Schauer — as cerca de cinco espécies são nativas do sudoeste da Austrália.
** Tribo Metrosidereae {{Person|Peter G.Wilson}} — contém dois
*** ''[[Metrosideros]]'' Banks ex Gaertn. (sin.: ''[[Agalmanthus]]'' (Endl.) Hombr. & Jacquinot, ''[[Ballardia]]'' Montrouz., ''[[Carpolepis]]'' (J.W.Dawson) J.W.Dawson, ''[[Mearnsia]]'' Merr., ''[[Microsideros]]'' Baum.-Bod. ''nom. inval.''): com cerca de 55 espécies, originalmente ausente da Austrália, com distribuição natural desde a região do Cabo e da região que vai das ilhas [[Ogosawara]] à [[Malésia]] e às ilhas do Pacífico. Inclui as espécies neozelandesas ''[[Metrosideros umbellata]]'' e ''[[Metrosideros robusta]]'' e a ''[[pohutukawa]]'' das ilhas Hawaii.
*** ''[[Tepualia]]'' Griseb. — com apenas uma espécie:
**** ''[[Tepualia stipularis]]'' (Hook. & Arn.) Griseb. — nativa do centro e sul do Chile e do sudoeste da Argentina.
** Tribo Myrteae — com frutos carnudos do tipo [[baga]] ou [[drupa]] (fruto com caroço). A tribo tem o seu [[centro de diversidade]] na [[região neotropical]] ([[Neotropis]]) e também no região sul da [[Oceânia]]. A tribo contém cerca de 54
*** ''[[Acca|Acca]]'' O.Berg — com três a seis espécies, nativas da região que vai do Peru ao Uruguai, entre as quais:
**** ''[[Acca sellowiana]]'' (O.Berg) Burret — a [[feijoa]].
Linha 312 ⟶ 308:
*** ''[[Ugni]]'' Turcz. — as cerca de quatro espécies são nativas do [[Neotropis]].
*** ''[[Uromyrtus]]'' Burret — as cerca de 15 espécies são maioritariamente nativas da região entre a Nova Guiné e a Nova Caledónia, mas com quatro espécies que ocorrem na Austrália.
** Tribo Osbornieae {{Person|Peter G.Wilson}} — contém apenas um
*** ''[[Osbornia]]'' F.Muell. — com apenas uma espécie:
**** ''[[Osbornia octodonta]]'' F.Muell. — esta árvore dos [[mangal|mangais]] tem [[distribuição natural]] nas [[Filipinas]] e no norte da Austrália.
** Tribo Syncarpieae {{Person|Peter G.Wilson}} — contém apenas um
*** ''[[Syncarpia]]'' — as cerca de cinco espécies ocorrem nas [[Molucas]] e em Queensland e New South Wales.
** Tribo Syzygieae {{Person|Peter G.Wilson}} — contém apenas três
*** ''[[Piliocalyx]]'' Brongn. & Gris — as cerca de oito espécies ocorrem apenas na Nova Caledónia.
*** [[Syzygium|''Syzygium'']] — as 500 a 1000 espécies ocorrem nas regiões tropicais e subtropicais da África, Ásia, Austrália e das ilhas do Pacífico.
*** ''[[Waterhousea]]'' B.Hyland — com apenas quatro espécies que ocorrem em Queensland e New South Wales.
** Tribo Tristanieae {{Person|Peter G.Wilson}} — contém apenas três
*** ''[[Thaleropia]]'' {{Person|Peter G.Wilson}} — com apenas três espécies que ocorrem na Nova Guiné e Austrália.
*** ''Tristania'' — com apenas uma espécie:
**** ''[[Tristania neriifolia]]'' (Sims) R.Br. — ocorre apenas em New South Wales.
*** ''[[Xanthomyrtus]]'' Diels — as cerca de 23 espécies ocorrem na [[Malésia]] e Nova Caledónia.
** Tribo Xanthostemoneae {{Person|Peter G.Wilson}} — contém apenas três
*** ''[[Pleurocalyptus]]'' Brongn. & Gris — com duas espécies nativas da Nova Caledónia.
*** ''Purpureostemon'' Gugerli — com apenas uma espécie:
Linha 332 ⟶ 328:
*** ''[[Xanthostemon]]'' F.Muell. — das cerca de 45 espécies, 14 ocorrem na Austrália e 19 na Nova Caledónia.
=== Tribos e
A família inclui as seguintes tribos:
* Subfamília '''[[Myrtoideae]] Sweet, 1827'''
Linha 359 ⟶ 355:
::*[[Psiloxyleae]] [[A.J.Scott]], 1980 (1 gen.)<ref name = APGW/>
A família Myrtaceae inclui os seguintes
{{div col|colwidth=120px}}
Linha 546 ⟶ 542:
===Sinonímia===
A família
*[[Baeckeaaceae]] <small>[[Bercht.]] & [[J.Presl]]</small>
Linha 559 ⟶ 555:
== Ocorrência no Brasil ==
Myrtaceae é considerada uma das famílias de Angiospermas mais bem representadas e importantes do Brasil, com distribuição de suas espécies em todos os biomas, destacando-se, com mais de uma centena de espécies, os gêneros ''Eugenia'', ''Myrcia'' e ''Calyptranthes'', enquanto o restante dos gêneros possui menos de 60 espécies. Myrtaceae é uma das famílias lenhosas dominantes em várias formações vegetais brasileiras, especialmente na floresta atlântica onde mais de 50 espécies podem ocorrer sintopicamente.
A espécie do gênero Eugenia punicifolia (Kunth) DC., apresenta um padrão de distribuição mais amplo em relação as demais, sendo encontrada em 25 Estados do Brasil, de acordo com a lista de espécies da Flora do Brasil (2014); Ocorrem cerca de 59 espécies nos estados de Goiás e Tocantins, Goiás inclui 20 gêneros e 202 espécies, sendo 9 gêneros de ocorrência na região sudoeste do estado; <ref name=":2">{{citar periódico|ultimo=|primeiro=|titulo=A FAMÍLIA MYRTACEAE NO BRASIL|jornal=|doi=|url=https://www.botanica.org.br/trabalhos-cientificos/64CNBot/resumo-ins20157-id4031.pdf|acessadoem=23 de janeiro de 2017}}</ref> Em 2009 foram registrados no Estado do Rio Grande do Norte, (em Natal) 17 espécies<ref>{{citar periódico|ultimo=Silva|primeiro=Josélia Oliveira do Nascimento|titulo=A FAMÍLIA MYRTACEAE NO PARQUE ESTADUAL DAS DUNAS DO NATAL – RN, BRASIL|jornal=|doi=|url=http://livros01.livrosgratis.com.br/cp097161.pdf|acessadoem=Visitado em 30 de Janeiro de 2017}}</ref>; No Distrito Federal foram registrados 20 espécimes para os referidos municípios: Brasília, Brazlândia e Palmeiras; Em Minas Gerais, foram registrados seis espécimes, nos município de Garapuava, entre São Francisco e São Romão, Umuarama e São Romão; Para o estado da Bahia registrou-se quatro espécimes, nos municípios de Rio de Contas, Correntina; No Mato Grosso do Sul, foi registrado um espécime entre os municípios de Aquiduana e Campo Grande; Sergipe, um espécime no município de Maraú; Na Amazônia brasileira encontra-se um total de 11 espécies de ''Marlierea'', distribuídas em todos os estados do Norte<ref name=":2" />; Nos estados do Rio de Janeiro até o Estado de Santa Catarina ocorre naturalmente a espécie de ''Eugenia sulcata''<ref>{{Citar periódico|ultimo=Romagnolo|primeiro=Mariza Barion|ultimo2=Souza|primeiro2=Maria Conceição de|data=2006-09-01|titulo=O gênero Eugenia L. (Myrtaceae) na planície de alagável do Alto Rio Paraná, Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná, Brasil|jornal=Acta Botanica Brasilica|volume=20|numero=3|paginas=529–548|issn=0102-3306|doi=10.1590/S0102-33062006000300004|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-33062006000300004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt}}</ref>'';'' e 64 espécimes foram registrados no Maranhão.<ref>{{citar periódico|ultimo=Morais|primeiro=Larissa Maria Fernandes|titulo=FAMÍLIA MYRTACEAE: ANÁLISE MORFOLÓGICA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE UMA COLEÇÃO BOTÂNICA|jornal=|doi=|url=http://www.conhecer.org.br/Agrarian%20Academy/2014a/familia.pdf|acessadoem=}}</ref>
== Referências ==
<references>
<ref name
<ref name="GRIN">{{GRIN|ID=751|Rang=family|WissName=Myrtaceae}}</ref>
<ref name="tropicos">
<ref name="KewArtenliste">
<ref name="Rye2009Cheyniana">
<ref name="Rye2009Oxymyrrhine">
<ref name="Rye2009Tribes">
<ref name="Trudgen2010">Malcolm E. Trudgen, Barbara L. Rye: ''Enekbatus, a new Western Australian genus of Myrtaceae with a multi-locular indehiscent fruit.'' In: ''Nuytsia.'' Bd. 20, 2010, S. 229–259: [http://florabase.dec.wa.gov.au/science/nuytsia/416.pdf PDF].</ref>
<ref name="Rye2012">
<ref name="BarongiaLophandra">{{Citar
</references>
|