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'''César''' (plural Césares), [[Latim|em latim]]: ''Cæsar'' (plural ''Cæsares''), é um [[título]] [[império|imperial]]. Deriva do ''[[cognome]]'' de [[Júlio César|Caio Júlio César]], o [[Ditador romano|ditador]] de [[Roma Antiga|Roma]]. A transformação do nome de família em título imperial pode ser datada aproximadamente em [[68]] / [[69]] d.C., o chamado "[[Ano dos quatro imperadores]]".
 
Na sua forma original, o título foi usado no [[Império Romano]], no [[Império Bizantino]] e no [[Império Otomano]] (''qaysar-ı Rum'', "César dos Romanos") era um dos títulos do [[Sultão]].
 
A variante "[[Czar]]" foi utilizada no [[Império Búlgaro]] ([[913]] - [[1018]], [[1185]] - [[1442]]), na [[Bulgária]] ([[1908]] - [[1946]]), no [[Império Russo]] e na [[Sérvia]] ([[1346]] - [[1371]]). No [[Império Austríaco]], [[Império Austro-Húngaro]] e [[Império Alemão]], o título teve a forma de ''[[kaiser]]'' (do [[língua grega|grego]] ''Καίσαρ'' (''Kaisar'').
 
No uso comum, o termo pode ser usado como sinônimo de imperador.
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== Imperador romano ==
Por motivos políticos e pessoais Octaviano decidiu realçar a sua ligação familiar a César, intitulando-se apenas "''[[Imperator]] Caesar''" (ao que o [[Senadosenado romano]] acrescentou o título honorífico de ''[[Augusto (título)|AugustusAugusto]]'', "majestoso" ou "venerável", em [[26]]), sem referir qualquer outro dos seus nomes. O seu sucessor como imperador, o seu enteado [[Tibério]], também usava o nome por ser o seu; nascido Tibério Cláudio Nero, foi [[Adoção na Roma Antiga|adoptado]] por César Augusto em [[26 de junho]] de [[4]], tornando-se "Tibério Júlio César". O precedente estava estabelecido: o imperador designava o seu sucessor adoptando-o e dando-lhe o nome "César".
 
O quarto imperador, [[Cláudio]], foi o primeiro a envergar a púrpura e a tomar o nome "César" sem o ser por motivos familiares (era, no entanto, membro da [[dinastia júlio-claudiana]]). O primeiro a subir ao trono e a adoptar o nome sem ter qualquer direito a nenhum destes foi o [[usurpadorSérvio romano|usurpador]]Sulpício [[Sérvio Sulpício Galba]], que se auto-intitulou ''"Servius Galba Imperator Caesar"'' a seguir à morte do último dos júlio-claudianos, [[Nero]], em [[68]]; ajudou também a consolidar "César" como o título do herdeiro atribuindo-o ao seu próprio herdeiro, (que adoptou), [[Lúcio Calpúrnio Pisão Frugi Liciniano]].
 
O reinado de Galba não foi longo e ele acabou rapidamente deposto por [[Otão|Marco Otão]], o qual foi por sua vez derrotado por [[Vitélio|Aulo Vitélio]], intitulado ''Aulus Vitellius Germanicus Imperator Augustus''; é de notar que Vitélio não adoptou imediatamente o nome "César", e é possível que tenha querido substituí-lo por "Germânico" (nome que atribuiu ao seu próprio filho nesse mesmo ano).
 
Ainda assim, César tornara-se de tal modo parte integrante da dignidade imperial que foi imediatamente restaurado por [[Vespasiano|Tito Flávio Vespasiano]], o qual, ao derrotar Vitélio em [[69]] pôs fim ao período de instabilidade e fundou a [[Flávios|dinastia dos Fláviosflaviana]]. O filho de Vespasiano, [[Tito Flávio Vespasiano Augusto(imperador)|Tito Flávio Vespasiano]] tornou-se "Tito César Vespasiano".
 
== Título dinástico menor ==
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O uso de César pelo parceiro júnior de um [[consórcio imperial]] verificou-se naturalmente em "impérios" separatistas, desejosos de imitar o original romano. Por exemplo, o último imperador gaulês, [[Tétrico I]], concedeu o título ao filho, Tétrico II.
 
A [[1 de março]] de [[293]], Caio Aurélio Valério [[Diocleciano]] instituiu a [[Tetrarquia]], um sistema de governo de dois imperadores sénior e dois sub-imperadores júnior. Os dois imperadores sénior eram identificados da mesma forma que os antigos imperadores, como ''Imperator Caesar (nomes) Pius Felix Invictus Augustus'' ([[Heliogábalo]] introduzira a expressão ''Pius Felix'', "Piedoso e Abençoado", enquanto Caio Júlio Vero [[Maximino Trácio]] introduziu o uso de ''Invictus'', "Invicto"), e eram chamados os ''Augustos'', enquanto os dois imperadores júnior usavam os títulos dos sucessores imperiais anteriores, ''(nomes) Nobilissimus Caesar''. Do mesmo modo, os imperadores júnior conservavam o título de César ao ascenderem ao trono.
 
* A Tetrarquia foi rapidamente abandonada como sistema (embora os quatro quartos do império permanecessem sob a designação de [[prefeitura pretoriana|prefeituras pretorianas]], e o sistema anterior de imperador/sucessor designado foi restaurado, tanto no Ocidente latino (''caesar'') quanto no Oriente [[língua grega|helénico]] (''kaisar''); o colapso do Império Romano do Ocidente fez "César" cair em desuso (embora os [[Sacro ImpérioImperador Romano-Germânico|Sacrosimperadores Imperadores Romanoromano-Germânicosgermânicos]] se chamassem ''[[Kaiser]]'' em alemão, os seus títulos correctos em latim eram, normalmente, ''imperator augustus'', sem ''caesar''), e a maior parte das línguas faladas no Ocidente usam derivados de ''imperator'' para designar "imperador". De facto, na história mais recente a palavra ''imperator'' veio a substituir o significado original de ''imperator'' em latim.
 
No Oriente, o ''kaisar'' ganhou uma coroa (sem cruz) e era inferior no protocolo em relação ao [[Patriarca de Constantinopla]]; em resultado disso, o título passou a ser visto como mais adequado para um príncipe da família imperial, para um regente ou para um sucessor ao trono (os sucessores era normalmente coroados co-imperadores durante os reinados dos seus antecessores). A proliferação de "Césares" levou [[Aleixo I Comneno]] a criar o título superior de [[sebastocrator]] (significando "senhor majestoso", conjugando [[sebasto]] e [[autocrator]], os sinónimos em grego de ''augustus'' e de ''imperator'') para o seu irmão Isaac. Quer "Kaisar" quer "Sebastocrator" foram "despromovidos" quando [[Manuel I Comneno]] introduziu [[déspota (título)|déspota]] como título superior; ao contrário do César e do Sebastocrata, o déspota acrescentava significado administrativo ao seu grau protocolar.