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Alberto aparentemente recebeu a carta de Lutero com as ''Teses'' no final de novembro. Pediu a opinião dos teólogos na [[Universidade de Mainz]] e conferiu com seus conselheiros. Estes, todavia, recomendaram que ele proibisse Lutero de pregar contra as indulgências devido aos disparates sobre as indulgências e as normas vigentes na época, e sendo assim, Alberto pediu tal ação na [[Santa Sé]].{{sfn|Brecht|1985|pp=205–206}} Em [[Roma]], Lutero foi imediatamente percebido como uma ameaça.{{sfn|Pettegree|2015|p=152}} Em fevereiro de 1518, o papa Leão solicitou ao chefe dos [[Ordem de Santo Agostinho|eremitas agostinianos]], a [[ordem religiosa]] de Lutero, para convencê-lo a parar de difundir suas ideias sobre indulgências.{{sfn|Brecht|1985|pp=205–206}} [[Silvestro Mazzolini]] também foi nomeado para escrever uma opinião que seria usado em um julgamento contra ele.{{sfn|Brecht|1985|p=242}} Mazzolini então redigiu ''Um Diálogo contra as Teses Presuntivas de Martinho Lutero sobre o Poder do Papa'', que se concentrou no questionamento de Lutero sobre a autoridade do papa, sem citar as suas queixas sobre a pregação das indulgências.{{sfn|Hendrix|2015|p=66}} Lutero recebeu uma convocação para Roma em agosto de 1518.{{sfn|Brecht|1985|p=242}} Ele respondeu com ''Explicações da Disputa sobre o Valor das Indulgências'', obra na qual ele tentou se esclarecer da acusação de que estava atacando o papa.{{sfn|Hendrix|2015|p=66}} Ao apresentar suas opiniões mais abertamente, Lutero parece ter reconhecido que as implicações de suas crenças o afastavam do ensino oficial do que inicialmente sabia. Ele disse mais tarde que talvez não tivesse iniciado a controvérsia se soubesse até onde esta o conduziria.{{sfn|Marius|1999|p=145}} As ''Explicações'' foram conhecidas como a primeira obra da Reforma Protestante de Lutero.{{sfn|Lohse|1986|p=125}}
 
[[Imagem:Wittenberg Thesentuer Schlosskirche.JPG|thumb|esquerda|Estas portas comemorativas foram instaladas na [[Igreja do Castelo de Wittenberg]] no 375º aniversário de Lutero, em 1858.{{sfn|Stephenson|2010|p=17}}]]
Johann Tetzel respondeu às Teses solicitando que Lutero fosse queimado por praticar [[heresia]] e que o teólogo [[Konrad Wimpina]] escrevesse 106 teses contra a obra de Lutero. Tetzel defendeu estas em uma disputa perante a [[Universidade Europeia Viadrina]] em janeiro de 1518.{{sfn|Brecht|1985|pp=206–207}} 800 exemplares da disputa impressa foram enviados para serem vendidos em Wittenberg, mas estudantes da Universidade as pegaram do livreiro e as queimaram. Lutero ficou cada vez mais temeroso de que a situação estivesse fora de controle e que ele estaria em perigo. Para aplacar seus oponentes, ele publicou ''[[Um Sermão Sobre a Indulgência e a Graça]]'', que não desafiou a autoridade do papa.{{sfn|Hendrix|2015|p=64}} Este panfleto, escrito em alemão, era muito curto e de fácil compreensão para os leigos.{{sfn|Leppin|Wengert|2015|p=389}} Sendo este o primeiro trabalho bem-sucedido de Lutero, acabou por ser reimpresso vinte vezes.{{sfn|Brecht|1985|pp=208–209}} Tetzel respondeu com uma refutação ponto-a-ponto, citando fortemente a Bíblia e teólogos importantes, porém, seu panfleto não era tão popular quanto o de Lutero.{{sfn|Hendrix|2015|p=65}}{{efn|O panfleto de Tetzel é intitulado ''Refutação Contra um Presunçoso Sermão de Vinte Artigos Errôneos''.{{sfn|Pettegree|2015|p=144}}}} A resposta de Lutero ao panfleto de Tetzel, por outro lado, foi outro sucesso de publicação.{{sfn|Pettegree|2015|p=145}}{{efn|A resposta de Lutero à ''Refutação'' de Tetzel é intitulada ''A Respeito da Liberdade do Sermão Sobre as Indulgências Papais e a Graça''.{{sfn|Brecht|1985|p=209}}}}