Araucária: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Sdohdshjh239823893 027.jpg|thumb|225px|Detalhe da disposição radial da copa]]
[[Imagem:Araucaria angustifolia3.jpg|thumb|Detalhe do tronco, com a casca rugosa típica]]
O [[Género (biologia)|gênero]] ''Araucaria'' fazia parte da [[flora]] terrestre já no período [[Triássico]] e encontrou seu apogeu no [[Gondwana]];<ref name="Koehler"><span class="citation" id="Koehler2009">Koehler, Alexandre Bernardi. [http://www.floresta.ufpr.br/pos-graduacao/defesas/pdf_dr/2009/t267_0296-D.pdf ''Modelagem biométrica e morfometria em povoamentos jovens de Araucaria angustifolia (Bert.) Ktze., em Tijuca do Sul, Estado do Paraná'']. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2009. p. 4. Tese de Pós-Graduação em Engenharia Florestal.</span></ref> hoje é restrito ao [[Hemisfério Sul]] e compreende 19 [[espécie]]s.<ref name="Angeli"/> A espécie ''Araucaria angustifolia'' se originou no início do período [[Jurássico]], há 200 milhões de anos, e sua ocorrência primitiva diverge bastante da atual, sendo encontrados [[fósseis]] no [[Nordeste brasileiro]].<ref name="Angeli"/> Sua expansão para o sul é recente, ocorrendo durante o [[Pleistoceno]] tardio e [[Holoceno]] inicial, possivelmente resultado de uma [[mudança climática]] e de migrações de floras refugiadas nos vales das serras através dos cursos dos rios.<ref>Müller-Starck, Gerhard & Schubert, Roland. [http://books.google.com/books?id=pdin2FGEHHoC&pg=PA94 ''Genetic response of forest systems to changing environmental conditions'']. Springer, 2001. p. 94</ref><ref>[{{citar web | url=http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=7132&cod_canal=49 | título=''Registros históricos da Araucária - Entrevista com Hermann Behling'']. }} Unisinos. Disponível em Amaivos, acesso 24 fev 2011</ref>
 
Foi descrita inicialmente como ''Columbea angustifolia'' por [[Giuseppe Bertolini|G. Bertolini]] em 1819; ''Araucaria brasiliana'' por [[Achille Richard|A. Richard]], em 1822.<ref name="DataBase"/> Hoje sua denominação oficial é ''Araucaria angustifolia'' (Bertol.) [[Carl Ernst Otto Kuntze|O. Kuntze]] 1898, e sua descrição foi publicada na sua ''Revisio Generum Plantarum''. Seu nome genérico deriva de [[Arauco (província)|Arauco]], uma região do [[Chile]], e seu nome específico é uma palavra latina significando "folha estreita".<ref name="Carvalho">Carvalho, Paulo Ernani Ramalho; Medrado, Moacir José Sales & Hoeflich, Vitor Afonso. [http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Araucaria/CultivodaAraucaria/01_taxonomia.htm ''Cultivo do pinheiro-do-paraná'']. Embrapa Florestas, Sistemas de Produção, 7. Versão Eletrônica, Jan./2003</ref> Pertence à ordem [[Coniferae]], classe [[Coniferopsida]], família [[Araucariaceae]].<ref name="Angeli"/> A espécie ''Araucaria angustifolia'' se ramifica em 9 subespécies: ''elegans, sancti josephi, angustifolia, caiova, indehiscens, nigra, striata, semi-alba'' e ''alba''.<ref name="Angeli"/>
 
Popularmente é conhecida como pinheiro-do-paraná, pinheiro-brasileiro, araucária, paraná, pinheiro-branco, pinheiro-chorão, curiúva, pinheiro-elegante, pinheiro-de-ponta-branca, pinheiro-preto, pinheiro-rajado, pinheiro-são-josé, pinheiro-macaco, pinheiro-caiová, pinheiro-das-missões. Os índios a chamavam ''curi''; no comércio internacional, chamam-na de ''Brazilian pine'' ou ''Paraná pine''.<ref name="Carvalho"/><ref name="Angeli"/><ref>Campos, José María & Caribé, José. [http://books.google.com/books?id=4z5m7SW_4AsC&pg=PA105 ''Plantas que ajudam o homem: um guia prático para a época atual'']. Pensamento, 2002. p. 105</ref><ref>[{{citar web | url=http://educacao.riodasostras.rj.gov.br/rearo/pdf/araucariaangus.pdf | título=''Araucária Angustifolia (Bert.) O. Kuntze'']. }} Rede de Educadores Ambientais de Rio das Ostras</ref>
 
== Características gerais==
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::''"A dinâmica populacional da araucária está fortemente relacionada com o processo de sucessão das Matas de Araucária. A araucária é uma espécie emergente e marcadora da fisionomia da vegetação. Esta espécie, ao colonizar áreas abertas ou de campo, cria condições que facilitam o recrutamento de outras espécies vegetais por meio de sombreamento dado por sua copa. Assim, sob estas desenvolvem-se outras espécies arbóreas e herbáceas formando um sub-bosque. Até este estágio de sucessão, indivíduos jovens de araucária podem ser observados. Com o pleno desenvolvimento do sub-bosque, somente indivíduos adultos de araucária são encontrados formando o extrato superior do dossel, porque as condições de sombreamento impedem o recrutamento de novos indivíduos desta espécie"''.<ref name="Thelma"/>
 
A estratégia de regeneração das araucárias, que combina a dependência de ambientes abertos e bem iluminados com uma longevidade muito alta, as caracteriza como pioneiras de vida longa.<ref>{{citar periódico|ultimo = Souza|primeiro =AF |titulo = Ecological interpretation of multiple population size structures in trees: The case of Araucaria angustifolia in South America|jornal = Austral Ecology|doi = 10.1111/j.1442-9993.2007.01724.x|url = https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/docente/producao.jsf?siape=1837921|acessadoem = |ano = 2007|volume = 32|paginas = 524-533}}</ref><ref name=":0">{{citar periódico|ultimo = Souza|primeiro =AF |titulo = Regeneration patterns of a long-lived dominant conifer and the effects of logging in southern South America|jornal = Acta Oecologica|doi = 10.1016/j.actao.2008.05.013|url = https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/docente/producao.jsf?siape=1837921|acessadoem = |ano = 2008|coautores = Forgiarini, C; Longhi, S; Brena, D|volume = 34|paginas = 221-232}}</ref> Esta estratégia é caracterizada por populações de araucárias adultas dominando extensos trechos florestais e formando um estrato emergente acima das copas de árvores de outra espécies. No interior desta florestas, porém, faltam araucárias jovens, que não conseguem sobreviver e crescer na sombra o suficiente para atingir a idade adulta. Esta estratégia corresponde bem ao Modelo Lozango, proposto para explicar a ecologia das florestas de coníferas da Nova Zelândia e regiões vizinhas, em que grandes coníferas adultas são numerosas nas florestas maduras mas só conseguem regenerar suas populações logo após perturbações em grande escala como tornados e deslizamento de encostas.<ref name=":0" />
 
As araucárias tem uma forte atuação no processo de nucleação.<ref>{{citar periódico|ultimo = Duarte|primeiro = LS|titulo = Role of nurse plants in Araucaria Forest expansion over grassland in south Brazil|jornal = Austral Ecology|doi = 10.1111/j.1442-9993.2006.01602.x|url = |acessadoem = |coautores = Santos, MMG; Hartz, SM; Pillar, VD|ano = 2006|volume = 31|paginas = 520-528}}</ref> Neste processo araucárias estabelecidas em campos e pastagens agem como plantas-enfermeiras, atraindo aves dispersoras de sementes que promovem a colonização do local por outras espécies de árvores. Este processo ajuda a expansão florestal sobre campos naturais e facilita a regeneração de áreas florestais degradadas.
 
Em uma floresta primária são encontrados de cinco a 25 exemplares por hectare.<ref name="Carvalho" /> Mesmo sendo exclusiva da floresta ombrófila mista, a araucária também ocorre em áreas de transição para a [[floresta estacional semidecidual]] e a [[floresta ombrófila densa]]. Está frequentemente associada a outras espécies vegetais, principalmente dos gêneros ''[[Ilex]], [[Podocarpus]]'',<ref name="Angeli" /> ''[[Alchornea]], [[Cordia]], [[Jacaratia]], [[Ocotea]], [[Patagonula]]'' e ''[[Peltophorum]]'', os [[feto arbóreo|fetos arbóreos]] ''[[Alsophila]]''<ref name="Andersson" /> e ''[[Dicksonia]]''.<ref name="Joffe" />
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Entre outros animais que se beneficiam das sementes estão [[quati]]s, [[paca]]s, [[bugio]]s, [[ouriço]]s, [[camundongo]]s, [[esquilo]]s, [[besouro]]s e [[formiga]]s.<ref name="Angeli"/><ref name="Joffe">Joffe, Isabela Antunes. [http://www.mundoverde.com.br/BibliotecaArtigoDetalhe.asp?Id_Artigo=1593 ''Sustentabilidade: Natal Verde'']. Mundo Verde e Informativo</ref> Dá substrato para mais de 50 espécies de [[epífitas]], entre [[plantas vasculares]], [[musgos]] e [[líquen]]s,<ref name="Boelter"/><ref>Fleig, Mariana & Grüninger, Werner. ''Líquens da Floresta com Araucária no Rio Grande do Sul''. EDIPUCRS, 2008. pp. 7-26</ref> e abrigo para os ninhos de 23 espécies de formigas.<ref>Ketterl, J. et alii. Spectrum of ants associated with Araucaria angustifolia trees and their relations to. In ''Studies on Neotropical Fauna and Environment''. Volume 38, nº 3, 2003. pp 199-206</ref> Mantém além disso importantes associações [[Mutualismo (biologia)|mutualísticas]] com cerca de 15 espécies de [[fungos]] sob a forma de [[micorriza]]s, que facilitam a absorção de nutrientes. Os gêneros fúngicos mais encontrados, segundo Zandavalli, Stürmer & Dillenburg, são o ''[[Acaulospora]]'' e ''[[Glomus]]''.<ref>Zandavalli, Roberta Boscaini; Stürmer, Sidney Luiz & Dillenburg, Lúcia Rebello. [http://www.ibot.sp.gov.br/publicacoes/hoehnea/vol35/hoehnea35(1)artigo03.pdf Species richness of arbuscular mycorrhizal fungi in forests with Araucaria in Southern Brazil]. In: ''Hoehnea'' 35(1): 63-68, 2 tab., 2008</ref>
 
Segundo um estudo realizado por Maack em 1968, a área original de ocorrência da araucária representava 36,67% da área do estado do [[Paraná]] (ou {{fmtn|73088.75|km²}}), 60,13% do estado de [[Santa Catarina]] (ou {{fmtn|57331.65|km²}}), 24,6% da área do estado de [[São Paulo]] (ou {{fmtn|53613.23|km²}}) e 17,38% do estado do [[Rio Grande do Sul]] (ou {{fmtn|48967.89|km²}}).<ref name="Da Silva, Helton Damin">Da Silva, Helton Damin et alii. [http://www.cnpf.embrapa.br/publica/boletim/boletarqv/boletim43/silva.pdf Recomendação de solos para Araucaria angustifolia com base nas suas propriedades físicas e químicas]. In: ''Boletim de Pesquisa Florestal'', Embrapa, n. 43, jul./dez. 2001. p. 63</ref> Está em perigo, pois vem tendo seu ecossistema reduzido e sendo excessivamente explorada, muitas vezes de forma ilegal. Relativamente poucas iniciativas de reflorestamento são realizadas com esta espécie, cujas populações e áreas de ocorrência vêm se reduzindo em pelo menos 50% nos últimos 10 anos.<ref name="Biodiversitas">[{{citar web | url=http://www.biodiversitas.org.br/florabr/grupo3fim.asp | título=''Consulta à Revisão da Lista da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção'']. }} Fundação Biodiversitas</ref> Estes fatos a incluíram na Lista Vermelha da [[IUCN]] como '''em perigo crítico''' (CR).<ref name="iucn"/>
 
A grande redução na população de araucárias ameaça de [[extinção]] não só sua própria espécie, mas muitos outros organismos a ela intimamente associados, como a [[canela-sassafrás]] (''Ocotea pretiosa''), a [[canela-preta]] (''Ocotea catarineneses''), a [[imbuia]] (''Ocotea porosa''), o [[xaxim]] (''Alsophila setosa''), a gralha-azul (''Cyanocorax caeruleus''), o [[macuco]] (''Tinamus solitarius''), os [[inhambu]]s do gênero ''Crypturelus'', a [[Jacutinga (ave)|jacutinga]] (''Pipile jacutinga'')<ref name="Campanili">Campanili, Maura. [http://eptv.globo.com/emissoras/emissoras_interna.aspx?271744 ''SOS Mata de Araucária - A mais bela e imponente árvore do Sul do Brasil ainda tem alguma chance'']. EPTV.com, 21/09/2009 - 18:38</ref> e grande número de epífitas, entre muitos outros.<ref name="Boelter">Boelter, C.R. & Fonseca, C.R. Abundância, riqueza e composição de epífitos vasculares em florestas com araucária e monoculturas arbóreas. In: ''Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil'', 23 a 28 de Setembro de 2007, Caxambu - MG / Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, Laboratório de Interação Animal-Planta, pp. 1-2</ref>
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As sementes precisam de quatro anos para completar o amadurecimento. As pinhas maduras caem dos galhos entre maio e agosto, quando rebentam e esparramam as sementes do interior em um raio de até 80m em torno da árvore. A disseminação complementar se dá através de animais, que se alimentam delas e as transportam para outros locais.<ref name="Carvalho"/><ref name="Andersson"/> A árvore dá suas primeiras pinhas com 12 a 15 anos, quando em plantios, mas na natureza só inicia a reprodução, de acordo com Angeli, aos 20 anos.<ref name="iucn"/><ref name="Angeli"/> Uma árvore dá em torno de 40 pinhas ao ano, podendo chegar até a 200.<ref name="Carvalho"/>
 
Apesar da crença popular de que as araucárias produzem safras abundantes de sementes de forma cíclica, com intervalos de dois a três anos entre grandes safras<ref>{{citar livro|título = O pinheiro brasileiro|sobrenome = Mattos|nome = J.R|edição = 2|local = Lages|editora = Artes Gráficas Princesa|ano = 1994|página = |isbn = }}</ref>, nenhum ciclo de produção foi encontrado por Souza e colaboradores<ref>{{citar periódico|ultimo = Souza|primeiro = A.F|titulo = Seed crop size variation in the dominant South American conifer Araucaria angustifolia|jornal = Acta Oecologica|doi = 10.1016/j.actao.2009.11.001|url = https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/docente/producao.jsf?siape=1837921|acessadoem = |coautores = Matos, DU; Forgiarini, C.; Martinez, J|ano = 2010|volume = 36|paginas = 126-134}}</ref>. Esta pesquisa utilizou dados de produção de sementes coletados durante 13 anos consecutivos em uma propriedade em Santa Catarina, além de dados comerciais da CEASA de Porto Alegre sobre a produção de municípios gaúchos durante um período de cerca de 30 anos. A conclusão foi de que a produção de pinhões é aleatória ao longo do tempo, embora regiões próximas tenham tendência de produzir de forma um pouco sincrônica.
 
As sementes germinam logo após o contato com a terra, o que devem fazer, pois sua viabilidade é de apenas seis semanas e se permanecerem expostas sobre o solo por muito tempo serão quase certamente devoradas. Apenas 0,05% das sementes sobrevive e germina. O broto assim que nasce lança um longa raiz pivotal,<ref name="Angeli"/><ref name="Andersson"/> por isso sua preferência por solos profundos. A profundidade é mais importante do que as características químicas do solo para seu crescimento,<ref>Da Silva et alii, p. 64</ref> mas solos pobres também a prejudicam severamente, a ponto de obrigarem a planta a permanecer com baixa altura e a assumir sua forma senil umbeliforme antes dos 20 anos.<ref>[[#Koehler2009|Koehler, 2009]], p. 9</ref> Sanquetta & Netto afirmam que em áreas de solo raso ou com pedregulho em quantidade, ou de [[lençol freático]] próximo da superfície, as raízes atrofiam e morrem antes dos 5 anos de idade.<ref name="Carvalho"/>
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Durante a [[Primeira Guerra Mundial]], entravado o comércio com a Europa, a araucária passou a abastecer o mercado interno e o argentino, multiplicando-se as serrarias, que se deslocavam à medida que os pinheirais de cada local se esgotavam. Depois da guerra foi melhorado o sistema de transporte, introduzindo-se o caminhão, livrando a indústria madeireira da dependência exclusiva da estrada de ferro e tornando a derrubada descontrolada em todos os estados da [[Região Sul do Brasil]]. Na [[Segunda Guerra Mundial]] a madeira de araucária liderou as exportações do Paraná e foi importante no processo de [[industrialização]] de outros estados.<ref name="Carvalho"/><ref>Malinovski, p. 86</ref> Segundo Hueck, no ano de 1963 representava 92% do total das exportações brasileiras de madeira.<ref name="Koehler, p. 1"/> Em seguida o ciclo madeireiro começou a declinar, à medida que as reservas naturais desapareciam e os primeiros experimentos de [[reflorestamento]] comercial fracassavam.<ref name="Carvalho"/>
 
Suas sementes participavam da dieta de [[indígenas]] que ocupavam a região,<ref name="Joffe"/> e salvaram muitas famílias de [[imigrantes italianos]] da fome no fim do século XIX, quando se iniciava, em condições extremamente precárias, a colonização no Sul, integrando-se prontamente à culinária colonial, ''in natura'' ou transformadas em farinha, pães e massas.<ref name="Abel">[[Maria Abel Machado|Machado, Maria Abel]]. ''Construindo uma Cidade: História de Caxias do Sul - 1875-1950''. Caxias do Sul: Maneco, 2001. pp. 50-51</ref><ref>Molon, Floriano. ''A Influência da Imigração Italiana na Mesa do Brasileiro''. In: Suliani, Antônio (org). ''Etnias & carisma: poliantéia em homenagem a Rovílio Costa''. EDIPUCRS, 2001. pp. 459-461</ref> Atualmente os pinhões são uma forma de agregação de renda ao pequeno produtor rural, auxiliando a fixação do homem na terra.<ref name="DataBase">[{{citar web | url=http://www.conifers.org/ar/Araucaria_angustifolia.php | título=''Araucaria angustifolia'']. }} The Gymnosperm DataBase, 2011</ref><ref name="BRDE">Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul. ''[http://www.brde.com.br/media/brde.com.br/doc/estudos_e_pub/IS%202005-01Cultivo%20da%20araucaria%20SC.pdf Cultivo da araucaria angustifolia: análise de viabilidade econômico-financeira]''. Florianópolis: BRDE, 2005. 53 p.</ref> Os pinhões são consumidos preferencialmente assados ou cozidos, mas com farinha de pinhão é possível confeccionar broas, tortas e pães. Também pode ser utilizado para o preparo de suflês, rocamboles e pudins, e é um prato típico das [[Festas Juninas]].<ref name="BRDE"/> Na região de [[Lages]] o pinhão é elemento principal de pratos típicos e existe até uma festa tradicional que leva seu nome, a [[Festa Nacional do Pinhão]]. Sua colheita, porém, é muito trabalhosa, e seu fluxo de comercialização se caracteriza pela baixíssima industrialização e pobre retorno financeiro.<ref>Dos Santos, Anadalvo Juazeiro et alii. [http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/floresta/article/view/2281/1906 Aspectos produtivos e comerciais do pinhão no estado do Paraná]. ''Floresta'' 32(2):164-169</ref>
 
O cultivo planejado da araucária iniciou nas primeiras décadas de século XX. Em meados do século foram iniciadas boas experiências de reflorestamento nas Florestas Nacionais, mas comercialmente, por vários motivos, a espécie ainda é pouco cultivada, apesar de seu alto valor econômico. Parece, contudo, que se adequadamente planejado, o cultivo pode ser efetivamente uma opção rentável, além de oferecer uma série de outros benefícios, tais como abrigo para a fauna, proteção do solo, proteção das águas, material para estudos científicos e educação ambiental, fixação de carbono, valorização de imóveis e fomento ao [[turismo ecológico]].<ref>[[#Koehler2009|Koehler, 2009]], pp. 11-15</ref> Segundo Koehler,
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::''"O morador do planalto quando viaja para outras terras, ao retornar e divisar as primeiras silhuetas da araucária no horizonte, percebe que chegou em sua casa. Esta é sua pátria sentimental, onde tem suas raízes. O viajante ao penetrar no território do planalto sul brasileiro percebe logo que se encontra neste território específico, tão característica é esta árvore, um verdadeiro epônimo do sul. O pinhão imprime na convivência dos moradores, hábitos e momentos inesquecíveis. O homem rural, quer da colônia, quer dos campos e os moradores das cidades da região, sempre terão na sua lembrança o pinhão assado ou cozido no aconchego do lar em dias sombrios de inverno, ou a sapecada de grimpas (ramos secos), quase uma [[festa de São João]] para os habitantes destas paragens. Dizia o eminente biólogo e sacerdote Pe. [[Balduíno Rambo]] que sempre ao contemplar a paisagem desenhada de araucárias sentia-se em sua pátria, fascinado por essa esplêndida taça de verdura cortando o céu azul"''.<ref>Basso, p. 8</ref>
 
A árvore foi eleita como símbolo do estado do [[Paraná]], sendo sua representação extremamente comum no [[artesanato]] estadual;<ref name="Pinto">Pinto, Mônica. [http://noticias.ambientebrasil.com.br/exclusivas/2006/03/23/23768-exclusivo-sustentabilidade-da-floresta-de-araucarias-arvore-simbolo-do-parana-e-tema-de-evento.html ''Sustentabilidade da floresta de Araucárias – árvore símbolo do Paraná – é tema de evento'']. AmbienteBrasil, acesso 24 fev 2011</ref> deu nome à cidade de [[Curitiba]] através de seu apelativo indígena ''curi'' (''curii-tyba'', em tupi-guarani, significa "muito pinhão", ou "muito pinheiro");<ref>Ferrara, Lucrécia D'Aléssio; Duarte, Fábio & Caetano, Kati Eliana. [http://books.google.com/books?id=rGy91Xd0hdAC&pg=PA96 ''Curitiba: do modelo à modelagem'']. Annablume, 2007. p. 96</ref> é símbolo também da [[Serra da Mantiqueira]]<ref>[{{citar web | url=http://www.vnews.com.br/noticia.php?id=55115 | título=Araucária: árvore símbolo da Serra da Mantiqueira está ameaçada de extinção]. }} ''VNews'', 13h13min - 15/08/2009</ref>, está nos brasões das cidades de [[Araucária (Paraná)|Araucária]], [[São Carlos (São Paulo)|São Carlos]],<ref>Viscardi, Marlene. [http://educar.sc.usp.br/cordoba/gob_bispo/araucaria_bispo.html ''Atividade 8 - ARAUCÁRIA'']. Escola Estadual Bispo Dom Gastão, São Carlos</ref> [[Campos do Jordão]],<ref>CAMPOS DOS JORDÃO. [http://www.camposdojordao.sp.gov.br/portal/index.php/cidade/simbolos/brasao ''Símbolos Municipais: Brasão de Campos do Jordão'']. Acesso em 19 set. 2011.</ref><ref>Luz, Rubens Calazans. [http://www.scudeler.com.br/regional/livros/pdf/Santo_Antonio_das_Minas_de_Apiahy.pdf ''Santo Antonio das Minas de Apiahy'']. Apiaí, SP: R. C. Luz, 1996.</ref> [[Taboão da Serra]]<ref>[{{citar web | url=http://www.taboaodaserra.sp.gov.br/?s=10 | título=''Símbolos Municipais'']. }} Prefeitura de Taboão da Serra</ref> e [[Itapecerica da Serra]].<ref>[{{citar web | url=http://www.itapecerica.sp.gov.br/sobre_municipio/simbolos_hino/simbolos_hino.php | título=''Símbolos e Hino'']. }} Prefeitura de Itapecerica da Serra</ref>
 
== Conservação ==
[[Ficheiro:CasaDeItaloMassotti.jpg|thumb|300px|Propriedade de Italo Massotti em [[Caxias do Sul]], fins do século XIX. Note-se as toras de araucária no chão, diante da casa do colono, que é feita de suas tábuas. Ao fundo, a floresta já devastada, com alguns espécimes ainda de pé. Foto do [[ArquivoFicheiro Histórico de Caxias do Sul]]]]
 
Estima-se que a floresta de araucária cobriria originalmente {{fmtn|200000|km²}}, tendo diminuído em 97% no último século. Além do corte da araucária para exploração da madeira, seu ecossistema compete em desvantagem com o avanço da fronteira agrícola, os [[reflorestamento]]s são poucos e a espécie perde {{fmtn|3400}} toneladas anuais de sementes para consumo alimentar humano. As populações do Paraguai não são produtoras de sementes, e na Argentina a floresta, que em 1960 tinha 210 000 ha, atualmente tem 1000 ha apenas.<ref name="iucn"/>
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Um estudo encomendado pelo [[Ministério do Meio Ambiente]] em 2002 concluiu que ''"a floresta ombrófila mista está no fim e, se não for criada, imediatamente, uma série de unidades de preservação, corre-se um grande risco de perder esse ecossistema... Os raros remanescentes florestais nativos são de dimensões reduzidas, encontram-se isolados e com evidentes alterações estruturais"''. Outra pesquisa, realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina, mostrou uma perda de mais de 50% na variabilidade genética da espécie.<ref name="Campanili"/>
 
Em Santa Catarina, o único trecho onde as características estruturais da floresta ombrófila mista foram mantidas é [[Ponte Serrada]], com 7.947 hectares, correspondendo a 0,5% das matas naturais desse ecossistema. No Paraná estimativas de 2009 indicavam 0,8%, mas talvez esse número já esteja desatualizado, pois o ritmo de desmatamento é alto, como advertiu João Medeiros, diretor do Centro de Ciências Biológicas da [[Universidade Federal de Santa Catarina]].<ref name="Campanili"/> Em contrapartida, com as condições climáticas atuais, que estão causando um recuo nas áreas de campo no Sul e Sudeste do Brasil, as araucárias estão podendo colonizar novas áreas,<ref>Puchalski, Ângelo; Mantovani, Marcelo & Dos Reis, Maurício Sedrez. [http://www.ipef.br/publicacoes/scientia/nr70/cap14.pdf Variação em populações naturais de Araucaria angustifolia (Bert.) O.Kuntze associada a condições edafo-climáticas]. ''Scientia Florestalis'', n. 70, p. 137-148, abril 2006. p. 145</ref> mas isso não é suficiente. A araucária está na lista de espécies ameaçadas do [[Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]] (IBAMA),<ref name="iucn"/> do [[Instituto de Botânica de São Paulo]]<ref>[{{citar web | url=http://www.ibot.sp.gov.br/pesquisa_cientifica/restauracao_ecologica/resolu%C3%A7%C3%A3o_%20sma48.pdf | título=''Resolução SMA 48 - Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção'']. }} Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, 22 de setembro de 2004.</ref> e da [[Fundação Biodiversitas]].<ref name="Biodiversitas"/> Figura na ''[[Lista Vermelha da IUCN|Lista Vermelha]]'' da [[União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais]] (IUCN) como espécie em perigo crítico de extinção.<ref name="iucn"/>
[[Imagem:Araucaria-caxias-do-sul2.jpg|thumb|300px|Araucárias em parque privado em Caxias do Sul]]
 
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===Proteção legal===
 
A araucária é protegida por lei desde a publicação da ''Carta Régia'' de 13 de março de 1797, que reservava os pinheiros para uso exclusivo da Coroa portuguesa. Contudo, a exploração tomou força e fugiu ao controle, atingindo seu ápice no século XX.<ref name="Koehler, p. 1">[[#Koehler2009|Koehler, 2009]], p. 1</ref> Diante da ameaça iminente de exaustão da espécie, outras leis foram sendo formuladas. A Portaria Normativa DC n° 20 de 27 de setembro de 1976 do [[Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal]], definiu várias medidas para a proteção das sementes, disciplinando a colheita e comercialização do pinhão e o proibindo o abate de árvores com pinhas na época da queda de sementes.<ref>[{{citar web | url=http://www.ipef.br/legislacao/bdlegislacao/detalhes.asp?Id=280 | título=''Portaria Normativa DC-20, de 27/09/76'']. }} Disponível no Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais</ref> Mas até meados da década de 1980 ainda não existiam restrições importantes à exploração indiscriminada das florestas de araucária. Limites generosos foram definidos nos "Planos de Exploração Florestal", permitindo o corte de praticamente todos os indivíduos com diâmetro de tronco acima de 40&nbsp;cm.<ref name="Basso">Basso, p. 7</ref>
[[Imagem:AraucariasJBCuritiba.JPG|thumb|left|Araucárias no [[Jardim Botânico de Curitiba]]]]
 
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A tendência recente tem sido a de proibir qualquer tipo de intervenção no bioma da araucária, mesmo na forma do manejo sustentável autorizado pela Constituição. Porém, a experiência tem demonstrado que se de um lado aumenta o rigor na interpretação da lei, sua aplicação pode se revelar inconsistente ou ineficaz, e a despeito da variada e vasta proteção sacramentada pela lei ainda ocorrem muitas violações e abusos. Na opinião de Paulo de Tarso Pires o problema é ainda mais complexo, dizendo que muitas dessas leis carecem de eficácia jurídica por serem construídas sobre vícios técnicos. Até os limites para exploração autorizados por lei podem estar favorecendo o desaparecimento da espécie, provocado perdas irreparáveis na [[biodiversidade]] da floresta e desestruturando muitos remanescentes florestais.<ref name="Pires">Pires, Paulo de Tarso de Lara. [http://www.universojuridico.com.br/publicacoes/doutrinas/1693/ALTERNATIVAS_JURIDICAS_PARA_A_PROTECAO_DAS_FLORESTAS_DE_ARAUCARIA ''Alternativas jurídicas para a proteção das florestas de araucária'']. Universo Jurídico: Doutrinas, 01/01/2003</ref> Basso diz que somente a lei não conseguirá evitar a extinção da espécie, é preciso que a sociedade adote uma nova consciência ambiental, em direção ao manejo sustentável e racional dos recursos naturais, então o seu fim poderá ser impedido.<ref name="Basso"/>
 
Entre as incongruências da política oficial, apesar de sua importância e de estar em estado de ameaça crítica, há poucas unidades de conservação para seu sensível ecossistema, e o próprio governo federal brasileiro aprovou a criação da [[Usina Hidrelétrica de Barra Grande]], na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, cujo lago inundou uma área de aproximadamente 8.140 hectares onde sobrevivia um dos mais bem preservados e biologicamente ricos fragmentos de floresta ombrófila mista do estado de Santa Catarina.<ref>Prochnow, Miriam. [http://www.apremavi.org.br/mobilizacao/barra-grande/ ''Dossiê Barra Grande'']. Apremavi - Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida. Acesso em 24 fev 2011</ref> As maiores reservas se encontram no [[Parque Nacional de São Joaquim]], com {{fmtn|49300}} hectares;<ref name="Campanili"/> no [[Parque Nacional das Araucárias]], com {{fmtn|12841|ha}};<ref>[{{citar web | url=http://www.apremavi.org.br/parna-das-araucarias-e-esec-da-mata-preta--projeto-pda/infos-do-parque-nacional-das-araucarias/ | título=''O Parque Nacional das Araucárias'']. }} Apremavi - Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida. Página visitada em 30-7-2010.</ref> no [[Horto Florestal (Campos do Jordão)|Horto Florestal de Campos do Jordão]], com 8 341 ha<ref>{{Citar web|url=http://www.ambiente.sp.gov.br/parque-campos-do-jordao/|titulo=Parque Campos do Jordao - Sistema Ambiental Paulista - Governo de SP|acessodata=2016-03-03|website=www.ambiente.sp.gov.br}}</ref>; na [[Estação Ecológica da Mata Preta]], com {{fmtn|6563|ha}};<ref>Moretto, Samira Peruchi. [http://www.sepex.ufsc.br/anais_6/trabalhos/475.html Araucária: Símbolo de uma Era - o Parque Nacional das Araucárias e a Estação Ecológica da Mata Preta]. In: ''Anais da 6ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão'', Universidade Federal de Santa Catarina, 16 a 19 de maio de 2007</ref> ; na [[Floresta Nacional de Irati]], com {{fmtn|3495|ha}}, e na [[Reserva Florestal de Caçador|Reserva Florestal Embrapa/Epagri de Caçador]], com {{fmtn|1157.48|ha}}.<ref name="DataBase"/><ref name="reserva_epagri_01">{{citar web |url=http://marte.dpi.inpe.br/col/ltid.inpe.br/sbsr/2004/11.21.19.30/doc/1585.pdf|titulo=Diagnóstico da situação do entorno da Reserva Florestal Embrapa/Epagri de Caçador usando imagem de alta resolução Ikonos|autor=Gilberto Kurasz et al.|data=16 de abril de 2005|obra=Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto|publicado=|acessodata=17 de dezembro de 2011}}</ref> Os parques nacionais de [[Parque Nacional dos Aparados da Serra|Aparados da Serra]]<ref>De Oliveira, Etel et alii. [http://www.sul-sc.com.br/afolha/pag/aparatos2.htm ''Relatório de saída de campo ao Parque Nacional de Aparados da Serra'']. UNESC, 19/11/2000</ref> e do [[Parque Nacional do Iguaçu|Iguaçu]]<ref>Shimizu, Jarbas Y; Jaeger, Peterson & Sopchak, Simone A. [http://www.cnpf.embrapa.br/publica/boletim/boletarqv/boletim41/shimizu.pdf Variabilidade genética em uma população remanescente de araucária no Parque Nacional do Iguaçu, Brasil]. ''Boletim de Pesquisa Florestal'', Embrapa, n. 41, jul./dez. 2000. p.18-36</ref> têm pequenas áreas de florestas com araucárias. Em parques municipais podemos citar o [[Parque Natural Municipal de Lages|Parque Natural Municipal da Costa Neto]], em [[Lages]],<ref>Klauberg, Carine ''et al.''. [http://www.biotemas.ufsc.br/volumes/pdf/volume231/35a47.pdf Florística e estrutura de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista no Planalto Catarinense]. ''Biotemas'', 23 (1): 35-47, março de 2010</ref>, [[Parque Natural Municipal das Araucárias]], em [[Guarapuava]] <ref>Machado, Fabíola Schützenberger; Da Costa, Andréa Carla & Caiut, José Aurélio A. [http://www.infotrilhas.com/congresso/trab_selecionados/progr_trabalhos.htm ''Proposta de monitoramento de impacto de visitantes no Parque Natural Municipal das Araucárias, Guarapuava - PR'']. I Congresso Nacional de Planejamento e Manejo de Trilhas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 7 a 11 de novembro de 2006.</ref> e no [[Apiaí#Parque Natural Municipal Morro do Ouro|Parque Natural Municipal Morro do Ouro]] em [[Apiaí]].
 
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*[http://www.iucnredlist.org/apps/redlist/details/32975/0 ''The IUCN Red List of Threatened Species 2010.4: Araucaria angustifolia'']. International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 2010.
*Angeli, Aline. [http://www.ipef.br/identificacao/araucaria.angustifolia.asp ''Araucaria angustifolia (Araucaria)'']. Departamento de Ciências Florestais - ESALQ/USP, 2003. Disponível no site do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, Piracicaba/SP.
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{{Categorização AD e AB de outras wikis}}
 
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