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A floração ocorre entre os meses de Agosto e Dezembro, frutificando entre Setembro e Janeiro. A uvaia é utilizada em projetos de reflorestamento (áreas degradadas, preservação permanente e plantios mistos) e paisagismo (ornamental e pomar doméstico). É típica de florestas ombrófilas densas, florestas estacionais semideciduais, mata ciliar e cerrado.
 
Uvaia, uvalha, uvalheira ou azedinha
 
Introdução, classificação botânica, anatomia e morfologia
 
Segundo Mattos ( ), com o mesmo de uvalheira, uvaieira ou uvaieira-do-mato, são conhecidas uma espécie e duas varieda-des ou sejam: Eugenia pyriformis Camb.; Eugenia pyriformis var. uvalha (Camb.) Legr. e Eugenia pyriformis var. argentea Legr. et. Mattos, cuja característica marcante é a cor prateada de suas folhas, uma variedade muito rara, encontrada, somente no Estado de Santa Catarina.
É citada na literatura ainda uma espécie espontânea dos Estados de Mato Grosso e de São Paulo, a qual produz frutos menores, mas muito mais doces do que a espécie Eugenia pyri-formis e das duas variedades descritas como uvalha e argentea comentadas anteriormente e sendo classificada como Eugenia arrabidae Berg., e os frutos são muito utilizados principalmente para fazer sorvetes, doces, sucos e geléias, muito saborosos e apreciados pelos consumidores. Os frutos também são muito procurados e consumidos pelos pássaros.
A uvaieira ou uvalheira, é uma planta da família das mirtáceas, que produz a fruta conhecida como uvaia, uvalha, uvaia-do-mato ou azedinha, e que tem algumas espécies origi-nadas no litoral do sul do Brasil e com outras espécies localizadas mais ao norte do pais. O nome azedinha é bem conhecido nos Estados do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais porque os frutos quando são colhidos e consumidos ainda verdes, ele tem um gos-to muito azedo. Entretanto, quando o fruto está completamente maduro e costuma se soltar da planta e cair ao solo, ele tem muito suco, é doce e muito agradável ao paladar do consumidor.
Os vários autores consultados descrevem as espécies de uvaia ou uvalha crescendo, florescendo, frutificando e produzindo frutos maduros em vários estados do Brasil, como também, na Argentina e no Paraguai.
Existem citações antigas sobre a planta quando ela era descrita como crescendo e frutificando nos Estados de Minas Gerais e de São Paulo, principalmente no mês de novembro, pro-duzindo os frutos em forma arredondada com uma casca muito fina e de coloração amarelo-dourada, com a polpa muito sucosa e doce quando o fruto está completamente maduro.
Pode-se observar nos quintais de muitas cidades do Esta-do de São Paulo, a presença de plantas isoladas e cujos frutos mostram boas características, os quais foram o resultado de uma seleção massal dos melhores frutos e o cultivo de mudas oriundas de sementes das plantas através de várias dezenas de anos e neste caso, portanto, deve-se utilizar este material na formação de mudas enxertadas e de um novo pomar muito produtivo e com frutos de primeira qualidade.
No Estado do Rio Grande do Sul, Mattos ( ), enumera vários locais onde encontrou as plantas florescendo, frutificando e produzindo em vários municípios deste; por outro lado, Manica ( ), conheceu muitas plantas na fase de crescimento, florescimento, e de frutificação, colheu frutos e consumiu frutos maduros, acom-panhou e experimentou doces e sorvetes de uvaia ou uvalha em Canela, RS, durante os meses de verão, uma vez que nos muni-cípios serranos de Canela e de Gramado, em muitos residências que possuem pomares domésticos existem plantas pequenas e adultas, produzindo excelentes frutos maduros os quais são con-sumidos ao natural, mas são utilizados principalmente para fazer geléias, sorvetes e resultando em produtos de primeira qualidade, de alto valor e com grande aceitação pelos consumidores.
Os frutos quando completamente maduros são consu-midos ao natural, são muito sucosos, doces e refrescantes. Mas a sua maior utilização tem sido para fazer compota, aguardente, pinga ou cachaça de uvaia ou uvalha, como também para fazer um excelente licor.
Outra característica importante da uvalheira ou uvaiera é a sua madeira valiosa e de grande utilidade a qual alcança um bom preço no mercado. Pode ainda ser muito utilizada em progra-mas de reflorestamento e em áreas urbanas e seus frutos apresentam potencialidade de uso industrial.
É uma planta frutífera considerada de fácil cultivo, tem um crescimento espontâneo e por enquanto sendo considerada relativamente resistente às doenças e muito pouco atacada por insetos. O seu crescimento é relativamente rápido e sua frutifi-cação se dá precocemente, resultando sempre em plantas muito produtivas, com enorme carga de frutos e de excelente qualidade.
A uvalheira pode formar plantas que pode chegar a ter mais de 15 metros de altura, o tronco da planta é muito liso, o qual pode apresentar uma pequena curvatura. A casca do tronco é lisa e tem uma coloração cinza-amarelada e manchada de cor mais clara. Os ramos estão bem distribuídos em toda a copa da planta e os ramos pequenos são delgados, sub-achatados ou sub-quadrangulares, seríceos (parecidos com seda, sedoso) ou velutinos (semelhantes a veludo, veludosos).
Os pecíolos apresentam-se com cerca de 2,5 - 4,5 mm de comprimento. As suas folhas são opostas, com lâminas de 2,5 até 6,0 cm de comprimento e de 0,60 a 1,3 cm de largura, cartáceas= de forma lanceolada, oblongo-lanceolada, glandulosas (que abundam em caroços, pequenas glândulas), pubérulas (pêlos finos) ou sem pêlos, lisas, na face ou página superior e densamente seríceas (sedosas, parecidas com seda) e de cor acinzentada-tomentosas (cobertas de tomentos) na página ou face inferior, sendo muitas vezes, sub-lisas nos exemplares frutíferos, venosas, de base aguda, com o ápice agudo ou sub-obtuso ( ).
A nervura principal é impressa na face superior e saliente na face inferior, com numerosas nervuras secundárias e de posição mais ou menos paralelas, elas são delgadas, ligeiramente planas na face ou página superior e salientes na pagina ou face inferior.
Os pedúnculos são muito delgados, com cerca de 2 cm comprimento, apresentam-se pubescentes-esbranquiçados, axíla- res, dicasiais (par de núcleos haplóides associados mas não fundidos); mas muitas vezes, encontram-se algumas plantas com somente um pedúnculo ( ).
A planta floresce entre agosto e setembro em Jaboticabal, no Estado de São Paulo, mas são citados os dados de florescimento desde agosto até dezembro em vários estados brasileiros.
Os botões florais com cerca de 4,5 a 5,5 de comprimento, são seríceos-vilosos (sedosos-pubescentes); aparecem bracté-olas (pequenas brácteas) com cerca de 1 mm comprimento e caducas (caem depois de certo tempo). As sépalas em número de quatro, elas são desiguais e pubescentes. As pétalas também em número de quatro, são de cor branca, e de forma obovada (Mattos, ).
O ovário é bilocular, piloso nas paredes internas dos lóculos; os óvulos são em número de 3 a 4 em cada lóculo.
Os frutos (do tipo baga), são indeiscentes, carnosos, piriformes, pequenos, peso de 1,5 a 4,5 g., com cerca de 1,4 a 2,4 cm, mas existem plantas que formam frutos de até 4,1 cm de comprimento, tem o formato oval, redondo ou piriforme, eles são pilosos ou vilosos (pubescentes), com a casca de cor alaranjada, amarelada a amarelo-ouro ou amarelo-dourado quando completa-mente maduros, com a polpa muito sucosa, ácidos quando ainda verdes, semi-doces quando de vez e doces quando comple-tamente maduros, mas muito sucosos e agradáveis para o pala-dar, sendo consumidos ao natural, na forma de suco, refresco e sorvete. Os frutos estão maduros desde setembro até janeiro do anos seguinte em vários estados brasileiros.
No interior do fruto e cobertos pela polpa eles apresentam de 1 a 4 sementes, sub-orbiculares (sub-esféricas, globulares), acastanhadas, com cotilédones carnosos e estão colados entre si (justapostos). Como resultado de uma pesquisa, maioria dos frutos, 81%, apresentou duas sementes; 15% três sementes e 2% com uma ou quatro sementes. O maior número de sementes ocorreu na classe de massa média entre 0,5 e 0,9 g (76%). Apenas 3% das sementes desta classe apresentaram poliem-brionia, dois embriões por semente. A semente não apresenta endosperma, ou seja, é albuminosa e o seu embrião é eugenióide (cotilédones carnosos e radícula inconspícua) e, como nas demais espécies brasileiras de Eugenia, é aparentemente indiviso. Devido à fusão parcial ou total dos cotilédones, é chama-do pseudomonocotilenar.
 
Referências:
 
MANICA,I. FRUTAS NATIVAS SILVESTRES E EXÓTICAS.4. UVAIA OU UVALHA.Tecnologia de
Produção, Pós-colheita, Mercados. Porto Alege. Cinco Continentes, 58p.
(No prelo).